A Garota dos Olhos Tristes Todos os dias ao amanhecer, James, um jovem de vinte anos que andava muito triste, de mal com a vida, por causa de uma decepção amorosa vivida recentemente, tomava seu café da manhã e logo depois ia olhar o sol e apreciar a beleza do mar pela janela de seu quarto, já que não tinha muita vontade de sair para fora de casa. Certo dia, enquanto olhava o mar, viu passando na calçada, duas jovens muito bonitas. Uma delas tinha o olhar triste, distante, como se a vida não tivesse sentido para ela. A outra jovem trazia um lindo sorriso no rosto. Parecia ser muito simpática. As duas eram muito parecidas. O mesmo olhar, a mesma cor dos cabelos, aproximadamente a mesma altura. James logo deduziu que elas eram irmãs. Na manhã seguinte, James estava novamente na janela, quando avistou caminhando na calçada apenas uma das garotas. Aquela que na manhã anterior trazia um lindo sorriso em seu rosto. Aquele sorriso agora estava apagado. James permaneceu na janela por alguns segundos e logo se trancou no quarto fechando-a com força. Estava a pensar na garota dos olhos tristes. Não conseguia tirá-la do pensamento. Nem ao menos entender o porquê de tanta tristeza em seu olhar. Quisera ele saber qual o motivo de sua tristeza. Na terceira manhã, James saiu da cama bem cedo e como de costume tomou seu café da manhã, que naquele dia não teve o mesmo sabor. Trocou de roupa e saiu para a rua, na esperança de encontrar a garota dos olhos tristes. Ele estava impaciente, preocupado, sem saber ao certo com que se preocupava. Afinal não conhecia nenhuma das garotas. Depois de tanto andar em vão, decidiu voltar para a casa, pois já estava cansado e não havia encontrado a garota dos olhos tristes. Chegando em casa sua mãe foi logo lhe dizendo: - Filho, vou ao velório da filha de uma grande amiga. A garota estava muito doente e faleceu esta madrugada. James ao ouvir sua mãe logo pensou na garota dos olhos tristes e perguntou-lhe: - Mãe, como era a filha de sua amiga? - Você quer vê-la? Tenho uma foto dela aqui na minha bolsa. Ao ver aquele rosto tão conhecido, James não conteve suas lágrimas. Eram lágrimas de saudade, de tristeza, de dor, de arrependimento, de angústia, de amor talvez. Sua mãe ao vê-lo chorando perguntou-lhe: - Você a conhecia? Respondeu James em voz baixa e trêmula: - Não, mas gostaria muito de tê-la conhecido. 27/09/2007. Leandro Santos de Souza - O Poeta Contatos: MSN: leandross.poeta@hotmail.com E-Mail: leandropoeta83@yahoo.com.br Skype: leandro_poeta1