REVISTA VIRTUAL - "LER SEM VER" - CAPA. Revista Virtual [Ler SEm Ver] - Edição especial 021, ano 3 Janeiro de 2013 - Paraná Brasil. O QUE MAIS DESEJAMOS NESTE PAÍS: É TER O PLENO DIREITO DE IGUALDADE E ACESSIBILIDADE PARA TODOS. Ler sem ver é uma revista virtual sem fins lucrativos. "Ler sem ver" traz assuntos como: Mensagens; Notícias gerais; Política; Dicas; receitas; Saúde; Informes e Humor. Desejo que todos os leitores tenham uma ótima receptividade e façam um bom proveito dos temas contidos nesta publicação. Para que o leitor possa ter melhor acesso aos temas. os assuntos estão em ordem pelo índice. É só baixar, é gratuita. Boa leitura à todos! Revista Virtual [Ler sem ver]. - E-mail: lersemver@manancialvox.com Todas as revistas e muitos outros materiais podem ser encontrados em nosso site: www.manancialvox.com Direção e montagem: Clair Sergio. Participação e colaboração: Amigos internautas. .. .. Observação: Modo de busca. Digite lsv e junto o número do artigo que desejar; dá um enter e o texto vai ser encontrado. Para quem usa o dosvox a tecla é: f5. Qual o texto? Como exemplo digite: lsv02 ou lsv17. Dá enter. Índice Geral: Editorial LSV: - Chat manancialvox, uma realidade; A mariposa e a estrela 01; Deficiente sim, e daí 02; Cozinheira cega vence célebre programa de culinária 03; Estudante com leucemia é substituido por robô na escola 04; O mistério dos significados 05; Calem a boca, nordestinos 06; Auto-controle 07; O sono 08; O que é iluminação mística 09; Dicas para passar roupa 10; Misturar Coca-cola com limão, não 11; Dieta do tipo sanguíneo 12; Precisar, não precisa 13; Esses índios aí 14; França celebra os 850 anos da catedral de Notre Dame 15; Amor contínuo 16; Coinsidencias 17; Treinamento vivencial 18; Conheça os seus direitos 19; Exigência de cheque caução pode virar caso de polícia 20; STJ autoriza incluir sobrenome de parceiros 21; Anos 1959 e 2010 22; A guerra dos não tripulados 23; Devagar, quase parando 24; Esqueci o primeiro beijo 25; Eu fiz o parto do meu filho, não o médico 26; Voz própria 27; Mulher que não sente medo pode ajudar cientistas a tratar fobias 28; Pensamento chicletoso 29; Tipos brasileiros, o taxista carioca 30; O universo de Cora Coralina, sons e cheiros 31; Crianças superm psíquicas 32; AUDIODESCRIÇÃO 33; Copa, copo e corpo 34; Desculpe, estou ocupado 35; Negócios da China, não, negócios do Paraguai 36; Nós Guaranis-Caiowás 37; Morro do Chapéu 38; Venezuela recebe reconhecimento pela erradicação da fome e da pobreza 39; Receitinhas Saborosas 40; Algumas Piadinhas das Mió de Minas 41; Lsv: - REVISTA VIRTUAL [LER SEM VER] - Considerações. Editorial LSV: Chat Manancialvox, Uma Realidade O chat Manancialvox é uma realidade atual, o mesmo vem Crescendo a cada dia mais. Como resultado dessa história, leia atentamente o que motivou a trazer em destaque o presente texto. Foi A curiosidade de um de nossos moderadores em busca de uma pesquisa que conseguiu descobrir os dados que abaixo estão sendo descritos. Em busca de querer Si dedicar Mais à equipe, Ele foi no site: google.com.br Em busca de pesquisar o seguinte fato. Onde ele procurou pelo nome: Como fazer para ser um bom moderador em um chat papovox? Depois de ter clicado na pesquisa, Apareceu de primeira, O chat manancialvox e suas regras. Isso deixou ele mais curioso! E neste momento, ele foi mais fundo nas pesquisas. Onde deixou ele um tanto mais curioso, pois, tudo que ele procurava; aparecia o chat Manancialvox. O que mais chamou a atenção dele, era a existência de diversos outros chats para cegos. Porém desses, haviam tão somente os nomes ou algo referenciando os mesmos, mas nada de concreto sobre as referidas regras, ou regulamentos dos quais o mesmo estava em busca de saber como fazer para ser um bom moderador. Logicamente falando, o mesmo encontrou outros chats muito mais cheios de usuários, comparando-se ao Manancialvox. Daí deu a entender: que o nosso chat, é reconhecido Mundialmente, não pela quantidade de usuários, mas pela maneira do modo de atendimento e organização no referido espaço. Um Grande chat, não está em quantidades de usuários; mas sim, em suas qualidades; afirma PH. O chat Manancialvox formou grandes amigos. Nosso obigetívo, É mostrar pra sociedade Brasileira, Que ainda existe chat competente, responsável e que tem seriedade em seu serviço. Existem pessoas, que dizem que as regras de nosso espaço, são muito rigorosas. Infelizmente, isso foi necessário, por culpa de algumas pessoas que não sabem ser gente; é que tivemos de agir de tal forma, contestadas por algumas pessoas, mas claro, elogiadas por outras. Quanto aos moderadores. Procuramos formar Moderadores coerentes, e que si dedique realmente a nos ajudar com dedicação e responsabilidade. Com relação ao relacionamento interpessoal, temos uma característica muito importante que é a confiança. Existem 4 elementos necessários para que haja essa confiança em uma equipe: Credibilidade, Coerência, Receptividade/Aceitação, Clareza/Sinceridade. Juntamente com a confiança nasce a interdependência, onde cada pessoa, além de se preocupar com o seu resultado, passa a se preocupar com o resultado de todos; onde o propósito final é único, ou seja, da Equipe trabalhar todos em harmonia. O chat manancialvox é um espaço que foi criado para os que de fato querem um local com respeito e sinceridade. Nele, os usuários tem total respeito e total segurança em se tratando de relação pessoal, ética, moral e social. nosso chat foi inaugurado em 27/10/2011. Nosso objetivo é: sempre procurar fazer o melhor hà todos quantos nos visitarem. Com carinho queremos deixar registrado nossos agradecimentos aos usuários e demais pessoas que tem nos visitado; fica aqui os nossos sinceros Agradecimentos em nome de toda a nossa equipe, ressalta PH! Pesquisa no google: Pesquisando por chat papovox, aparece em primeiro manancialvox. Pesquisando por: como ser um bom moderador em chat papovox, aparece o chat manancialvox. Se pesquisar por chat com mais segurança para cegos: aparece também o chat manancialvox. O nosso chat não é mais um sonho, Agora o mesmo já é realidade. Esperamos você para nos visitar. Como faço então pra entrar no chat manancialvox? É simples o modo para nos encontrar, acesse nosso endereço via papovox. Abrindo o programa na opção: R, P. Nos ativos, o chat aparecerá na opção: P, A. Caso não apareça essa opção, então após ter aberto o papovox; use: L. Feito isso digite: manancialvox.com e dê enter. Também via telnet do windows, ou mesmo Telnetvox; pelo endereço: manancialvox.com Porta: 1963. Aguardamos a sua visita e contamos com sua presença! Pesquisa de busca e digitalização: Pedro Henrique - Ba. Colaboração e revisão, Clair Sergio; admin geral do Chat Mv - Pr. Lsv01: - A Mariposa e a Estrela Conta a lenda que uma jovem mariposa de corpo frágil e alma sensível voava ao sabor do vento certa tarde, quando viu uma estrela muito brilhante e se apaixonou. Voltou imediatamente para casa, louca para contar à mãe que havia descoberto o que era o amor, mas a mãe lhe disse friamente: que bobagem! As estrelas não foram feitas para que as mariposas possam voar em torno delas. Procure um poste ou um abajur e se apaixone por algo assim; para isso nós fomos criadas. Decepcionada, a mariposa resolveu simplesmente ignorar o comentário da mãe e permitiu-se ficar de novo alegre com a sua descoberta e pensava: que maravilha poder sonhar! Na noite seguinte, a estrela continuava no mesmo lugar, e ela decidiu que iria subir até o céu, voar em torno daquela luz radiante e demonstrar seu amor. Foi muito difícil ir além da altura com a qual estava acostumada, mas conseguiu subir alguns metros acima do seu vôo normal. Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho, iria terminar chegando à estrela, então armou-se de paciência e começou a tentar vencer a distância que a separava de seu amor. Esperava com ansiedade que a noite descesse e, quando via os primeiros raios da estrela, batia ansiosamente suas asas em direção ao firmamento. Sua mãe ficava cada vez mais furiosa e dizia: estou muito decepcionada com a minha filha. Todas as suas irmãs e primas já têm lindas queimaduras nas asas, provocadas por lâmpadas! Você devia deixar de lado esses sonhos inúteis e arranjar um amor que possa atingir. A jovem mariposa, irritada porque ninguém respeitava o que sentia, resolveu sair de casa. Mas, no fundo, como, aliás, sempre acontece, ficou marcada pelas palavras da mãe e achou que ela tinha razão. Por algum tempo, tentou esquecer a estrela, mas seu coração não conseguia esquecer a estrela e, depois de ver que a vida sem o seu verdadeiro amor não tinha sentido, resolveu retomar sua caminhada em direção ao céu. Noite após noite, tentava voar o mais alto possível, mas, quando a manhã chegava, estava com o corpo gelado e a alma mergulhada na tristeza. Entretanto, à medida que ia ficando mais velha, passou a prestar atenção a tudo que via à sua volta. Lá do alto podia enxergar as cidades cheias de luzes, onde provavelmente suas primas e irmãs já tinham encontrado um amor, mas, ao ver as montanhas, os oceanos e as nuvens que mudavam de forma a cada minuto, a mariposa começou a amar cada vez mais sua estrela, porque era ela quem a empurrava para ver um mundo tão rico e tão lindo. Muito tempo depois resolveu voltar à sua casa e aí soube pelos vizinhos que sua mãe, suas irmãs e primas tinham morrido queimadas nas lâmpadas e nas chamas das velas, destruídas pelo amor que julgavam fácil. A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar à sua estrela, viveu muitos anos ainda, descobrindo que, às vezes, os amores difíceis e impossíveis trazem muito mais alegrias e benefícios que aqueles amores fáceis e que estão ao alcance de nossas mãos. Com esta lenda aprendemos duas coisas: valorizar o amor e lutar pelos nossos sonhos, porque sabemos que é a realização deles que nos faz feliz e lembremos: O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos. LSV02: - DEFICIENTE SIM, E DAÍ? Uma pessoa deficiente ou com necessidades especiais, se assim preferirem os que são politicamente corretos, é uma pessoa com algum tipo de dificuldade que pode ser auditiva, visual, física, de estatura (nanismo ou gigantismo), má formação, déficit mental, Síndrome de Down, amputação e outros tipos de dificuldades. Deficiente neste sentido é o contrário de eficiente que significa por sua vez a pessoa que não possui nenhuma dificuldade aparente. Deficientes, portanto, são as pessoas que possuem algum tipo de dificuldade. As pessoas que a sociedade considera como eficientes tem braços, pernas, olhos enfim todos os órgãos em plenas condições de uso e são popularmente chamadas normais, embora eu não tenha certeza se todas as pessoas "eficientes" sejam realmente normais. Em contraposição, os deficientes seriam aquelas pessoas que possuem uma dificuldade especifica, que pode ser congênita ou adquirida em algum momento da vida. Esclareço, desde já, que este não é um texto conceitual ou cientifico escrito por uma especialista na área e sim um depoimento pessoal e subjetivo de uma deficiente física. Por isso, pode ser que eu cometa equívocos do ponto de vista conceitual. Pretendo neste texto contar algumas experiências e colocar questões que considero importantes sobre o tema deficiência. É muito comum pessoas gritarem ao se dirigirem a um deficiente físico. Acredito que por pensarem que ele, além de ter dificuldades de marcha, não escuta muito bem ou por acharem que o fato dele ou dela estar usando um óculos escuro quer dizer que tem também deficiência visual. Este é um primeiro ponto, os deficientes são pessoas que possuem dificuldades específicas. É por isso que existem vários tipos de deficiência e cada deficiente tem um tipo de dificuldade que depende do quadro clinico, da área ou áreas afetadas. Um deficiente não é alguém que possui dificuldades generalizadas. Às vezes, tenho esta sensação desconfortável. É como se estivesse escrito em minha testa, em letras garrafais: INCAPAZ. Algumas pessoas pensam realmente assim, apenas lhes falta coragem de explicitar. É preciso dizer ainda que uma deficiência não é uma doença, ou seja, você pode conviver com um deficiente sem risco de "contrair uma deficiência". Deficiência não pega. Deficientes não gostam de serem tratados como crianças se já são adultos, isto seria subestimá-los e ninguém gosta de ser subestimado. Algumas vezes, em que fui tratada assim, não pude deixar de pensar que algumas pessoas consideradas normais são realmente muito limitadas ou, no mínimo, bastante desinformadas. Existem sim deficientes que possuem um déficit de compreensão, mas nem eles são tolos; muitos, inclusive, trabalham e tem uma vida bem ativa. Deficiente também não é sinônimo de desocupado nem de vagabundo, muitos estudam, alguns fazem faculdade, trabalham e tem uma profissão. Portanto, só dê esmola a um deficiente se isto lhe for solicitado. Outra questão: não "impor" ajuda. Oferecer ajuda é bacana e, na maioria das vezes, ela é bem vinda; mas às vezes não é necessária e, nestes casos, em vez de ajudar corre-se o risco de atrapalhar. Uma vez, eu havia acabado de sair do metrô e estava procurando um endereço. Eu não sei por que, do nada, um moço achou que eu queria embarcar. Me pegou no colo (sou pequena 1,50 de altura e também relativamente leve) e se pôs a descer as escadas do metrô. Até eu conseguir explicar que eu não pretendia embarcar no metrô, a gente já tinha descido metade das escadas! Ele pediu mil desculpas e subiu de volta comigo. Tudo bem, sem problemas, a intenção foi boa, mas, por favor, pergunte antes. Um deficiente é uma pessoa comum, que estuda, trabalha, passeia e alguns gostam de bebidas alcoólicas. E este é um ponto importante: quando vou a um bar e peço cerveja, significa que quero cerveja e não refrigerante ou suco. A autonomia de um deficiente deve ser respeitada como a de qualquer outra pessoa. Deficiente também tem gostos, opiniões, alegrias e tristezas; deficiente também fica puto, chora, briga. Isso não quer dizer que é necessariamente um revoltado, somos seres humanos como todo mundo. Até aqui, tentei desfazer alguns esteriotipos que rondam as deficiências e os deficientes. Passemos, então, a um assunto delicado, pelo menos para mim, a pena. Por que algumas pessoas têm pena de alguém deficiente? Definitivamente não sei esta resposta, aliás, é importante deixar claro que este texto não é uma receita do tipo "como conviver bem com um deficiente". Eu seria pretensiosa se fizesse isso, pois tanto as deficiências como os deficientes são muito diferentes. Reitero que o texto é um depoimento pessoal. Acho também que a melhor maneira de conviver com qualquer pessoa é simplesmente conviver. Mas gostaria de abordar a questão da pena por considerá-la um aspecto importante na construção da auto imagem dos deficientes. É possível que muitas pessoas tenham pena por considerar que deve ser muito difícil ter uma deficiência. As pessoas que consideram isso estão em parte certas, por vezes é complicadíssimo conviver com uma deficiência, mas não impossível. Devo dizer neste ponto que deficiência também não é sinônimo de infelicidade. Eu, particularmente, estou bastante satisfeita com a vida que tenho: estudo, passeio, tenho amigos... em resumo tenho uma vida boa e conheço outros deficientes que diriam algo não igual, mas semelhante se indagados a respeito de suas vidas. Outro fator, já abordado aqui, que pode levar os "eficientes" a ter pena dos deficientes é o desconhecimento sobre as reais possibilidades e vivencias destas pessoas. Muitos acreditam, ainda hoje, que deficiente é alguém que tem dificuldades de tipo generalizado e isto, conforme já foi dito, não corresponde à realidade da maioria dos deficientes. Além disso, em uma sociedade onde a magreza, a beleza e a perfeição são objetivos a serem alcançados (ainda que idealmente), alguém que possui uma dificuldade aparente se encontra bem distante deste padrão e, como todo mundo no fundo deseja ser aceito, esta é uma dificuldade real das pessoas com deficiência. Elas estão fora do padrão imposto pelos "eficientes" - as mulheres bonitas são sempre louras, altas e serelepes. Aí eu dizia para mim mesma: eu sou morena, baixinha e deficiente física, sou feia, horrível... era a conclusão inevitável a que chegava, às vezes, chorando na minha adolescência. "Não", dizia minha mãe tenazmente, me botando em frente do espelho: Você é bonita, muito bonita, olha que traços delicados você tem, que narizinho bem feito, que cabelos fartos, que corpo bonito. Disse isso tantas vezes e com tanta insistência que hoje acho mesmo que sou bonita e até gosto de me olhar no espelho! Considero ainda que algumas pessoas tem tanta dificuldade de lidar com deficientes porque alguém que apresenta dificuldades tão aparentes obriga as pessoas a trabalharem com as imperfeições humanas, que as pessoas "normais" costumam guardar lá no fundo da alma em um bauzinho bem escondido para que ninguém veja. Ninguém é perfeito (nem os bebês de proveta). Alguns falam demais e têm dificuldade de ouvir, outros têm dificuldade de relacionamento, outros são solitários, há quem goste de mandar, quem não consegue se concentrar, quem acha que tem sempre razão; enfim, não há quem não tenha dificuldades. A diferença é que partes das dificuldades das pessoas com deficiência estão expostas e, por estarem expostas, muitas vezes são alvo do julgamento dos não deficientes. Mas, infelizmente, o mal não são sempre os outros. Às vezes, o próprio deficiente tem pena de si mesmo. Acredito que muitos deficientes já se perguntaram: Porque eu? Porque eu tenho que carregar esta deficiência para o resto da vida? Não existe resposta a esta pergunta. Uma deficiência é um fato e não uma escolha, simplesmente aconteceu e pode acontecer a qualquer um. Com você, com seu vizinho, amigo, sua irmã. É algo muito concreto e nada lógico. O mundo não conspira contra você! Entender isso foi e é essencial na minha vida, não é fácil tratar disso. Eu mesma, por vezes, oscilo entre o orgulho que tenho das coisas que já conquistei e as limitações que a deficiência me impõe como, por exemplo, ter uma coordenação motora ruim que não me permite pegar recipientes líquidos muito cheios sem derramar, demorar umas seis horas para digitar um texto como este no computador, ter uma orientação espacial péssima, não poder correr, pular, ou subir em um banquinho quando quero pegar algo lá no alto, viver tomando uns tombos absurdos (tipo vídeo cacetadas do Faustão) porque afinal não tenho lá muito equilíbrio e algumas coisas mais. Mas... não vou lembrar de todas elas. Mesmo assim, saliento que a auto-piedade não é construtiva. Toda vez que me tranco no quarto e tenho pena de mim porque sou deficiente, me aparto do mundo, das pessoas que amo e das coisas que gosto. O melhor mesmo é ter paciência, persistência e saber se perdoar. Claro que isso não é possível sempre, nem simples, mas as situações muito adversas me amadureceram e me tornaram mais forte. Além disso, o sol bate todos os dias na minha janela e me convida para viver. Este convite é irresistível. Mariana Freitas Cientista Social Deficiente física (17 de outubro de 2010) LSV03: - Cozinheira cega vence célebre programa de culinária Chama-se Christine Ha; e venceu a mais recente edição do programa de culinária MasterChef USA, conduzido pelo inconfundível Gordon Ramsay e que se destina a escolher o melhor "chef" norte-americano. A história seria igual a várias outras não fosse um pormenor: Ha é cega e, além de ser a primeira invisual a participar no concurso, conseguiu ainda sagrar-se vencedora. A cozinheira amadora perdeu 90% da capacidade de visão há cinco anos, altura em que lhe foi diagnosticada neuromielite, uma doença rara que ataca os nervos óticos. Hoje, tudo o que vê é, como a própria descreve, "o mesmo que vemos quando olhamos para um espelho embaciado depois do banho; uma espécie de nevoeiro". Este facto poderia ser considerado uma limitação, mas a vitória de Ha, conhecida na noite da passada segunda-feira, provou o contrário. Durante o concurso, a norte-americana foi acompanhada por uma guia que a orientava no estúdio, mas que nunca teve qualquer influência nos pratos que confecionou - não podia, naturalmente, prová-los e nem sequer dizer-lhe, por exemplo, se a carne estava mais ou menos cozinhada. Apesar deste apoio, foi, portanto, sempre a "chef", recorrendo à sua intuição e àquilo de que se lembra da fase em que conseguia ver, que preparou os ingredientes, selecionou os condimentos e construiu as refeições que apaixonaram o júri do concurso - a maioria delas inspiradas na chamada "comida de conforto" do Vietname, país enraizado nas suas origens - e assim trilhou o caminho da vitória. Christine Ha espera inspirar outras pessoas Além de um prémio de 250.000 dólares (cerca de 194.000 euros), Ha ganhou também a possibilidade de editar um livro de culinária, deixando para trás os cerca de 100 "chefs" que integraram a competição. "A participação no MasterChef foi a aventura mais louca, 'stressante', intensa e, ainda assim, a mais fantástica experiência da minha vida até agora", escreveu no seu blog, "The Blind Cook" ("A Cozinheira Cega"), após a vitória. A vencedora destacou ainda o facto de ter aprendido a acreditar em si mesma, a "família" que ganhou no programa e as pessoas às quais conseguiu chegar com a sua história e que espera inspirar. "As relações e a comunidade significam mais para mim do que qualquer outra coisa no mundo. Paralelamente, a esperança e o amor são essenciais para a minha sobrevivência - talvez mais do que a comida. Não tenham medo de sonhar alto e continuem a lutar", concluiu. LSV04: - Estudante com leucemia é substituído por robô na escola Folha- Estudante com leucemia é substituído por robô na escola Enquanto se recupera de leucemia, o estudante russo Stepan Sopin, 12, conta com a ajuda de um robô para não perder o ano escolar. A máquina assiste às aulas em uma escola em Moscou, enquanto ele fica em casa -há dois anos a doença impede o menino de sair. O robô tem microfones e câmera ligados à internet, o que permite a Stepan ver e escutar colegas e professores em tempo real. Quem está na sala de aula vê o menino por uma tela e o escuta por alto-falantes. Uma webcam na casa dele o filma e transmite as imagens. A máquina ainda envia o conteúdo escolar para o computador de Stepan instantaneamente. Ele conta que consegue controlar os movimentos da máquina e sua velocidade de forma remota, para interagir com as outras crianças. O robô Stepan é o primeiro modelo criado por uma empresa russa e custa US$ 3.000 (pouco mais de R$ 5.000). A ideia dos fabricantes é expandir o uso do aparelho para atender pessoas com outros problemas que afetem a mobilidade. LSV05: - O mistério dos significados Lá em Minas existem algumas expressões que soam como "deseducadas". Exemplo disso é a palavra "chouriço”. Ela é usada como resposta àquelas perguntas que não queremos responder. O outro nos pergunta: "O que é isso?". E rapidamente respondemos: "Chouriço". Pronto, mostramos que a pergunta não nos agradou. Na verdade, dizer chouriço é um modo de anunciar: "Não é da sua conta, sai pra lá, seu bicudo, que eu não lhe devo satisfações!". Portanto, além de ser linguiça de sangue cozido, em Minas a palavra "chouriço" também adquiriu um tom de afronta e revela a má-criação daquele que a utiliza como resposta. Só que existem situações em que o chouriço é chouriço mesmo! E assim se deu com minha mãe. Quando criança, em virtude da difícil situação financeira de sua família, minha avó fazia minha mãe sair pelas ruas da cidade com um balaio nos braços, vendendo os mais diversos produtos caseiros. O mais comum era o sabão de bola feito de coalho. Mas, num belo dia, o conteúdo do balaio era o tal chouriço feito pela minha avó. Foi aí que um senhor a abordou perguntando: "Que que cê tá vendendo aí menina?". Minha mãe prontamente respondeu: "Chouriço!". "Mal-educada, sua mãe não te deu educação?", retrucou o velho. Assustada, minha mãe respondeu medrosa: "É chouriço mesmo, moço!". E, destampando o balaio, mostrou ao velho o seu conteúdo. Coisas como essas me fazem pensar nos mistérios dos códigos da linguagem humana. Uma mesma palavra pode ter os mais diversos significados. Tudo depende do lugar e da forma como é empregada. Em Portugal, por exemplo, a palavra "bicha" também significa fila. Portanto, dizer que vai ter de enfrentar uma bicha para pagar uma conta no banco não significa nenhum problema para os nossos irmãos lusitanos. Já aqui no Brasil, fica muito complicado dizer isso, afinal as cabeças maldosas iriam colocar em questão a sexualidade daquele segurança que fica parado na porta do banco! Se chegar a Porto Alegre e disser numa padaria que você quer uma torrada, em poucos minutos lhe servirão aquilo que chanmos de misto-quente. já em outros lugares, se pedir uma torrada, você receberá uma fatia de pão com aspecto de cadáver. Torrada é um pão morto. Tenhamos coragem de reconhecer. Torrada é uma coisa sem graça que só desce sob ameaça de cardiologistas, endocrinologistas e nutricionistas. Misterioso mundo das palavras. Você já imaginou se alguém chegasse para você e gritasse, olhando nos seus olhos, a palavra "merda"? Pois é, certamente você ficaria ofendidíssimo! Mas, no mundo do teatro, isso é o mesmo que dizer: "Sucesso". Dizem que a expressão veio da França. Quando o espetáculo era bem-sucedido, as praças dos teatros ficavam repletas de merda de cavalo. Quanto mais merda, maior era o número de carruagens que ali ficaram estacionadas, revelando que houve um grande público. A expressão se desdobrou. Hoje é muito comum que, antes de começar o espetáculo, a equipe de produção e os atores se olhem para dizer isso. Nos bastidores dos espetáculos, a merda corre solta e tem cheiro bom! Já imaginou se alguém da plateia, desavisado do contexto dessa expressão, escutasse o diretor dizendo isso ao ator principal? Outra coisa complicada é traduzir os sentimentos que experimentamos na vida. Fazer virar palavra a emoção sentida é um desafio e tanto! É por isso que o emocionado tem sempre aquele aspecto de abobado, feito cachorro que caiu da mudança. Já assistiu àqueles concursos de Miss Brasil? Quando anunciam o nome da vencedora, ela imediatamente morde os lábios, curva ligeiramente o corpo para a frente, leva as mãos para cobrir o rosto e desata a chorar! Aí segue aquela tradicionalíssima cena. As amigas concorrentes, controlando os seus desejos de se juntar para espancar a vencedora, colocam-se a abraçá-la de maneira carinhosa! Enfurecidas, uníssonas e chorosas, juntas compõem um quadro psicopatológico que nenhum terapeuta seria capaz de decifrar. Ali, os significados dos sentimentos são os mais diversos. As perdedoras estão chorando porque estão solidárias com a vencedora ou porque estão chateadíssimas? Não sei. O que sei é que chouriço nem sempre é chouriço, torrada nem sempre é torrada, e bicha nem sempre é bicha. Tudo depende do contexto! Também o sentimento humano é como as palavras. É que nem sempre a palavra pronunciada é coerente com o sentimento mais profundo que a motivou. Nisto está a falsidade: usar a palavra fora do contexto do sentimento. Essa desarticulação gera a mentira, faz brotar a dúvida e a insegurança nas relações. É o mesmo que bater na cara com o intuito de dizer que se ama. Mais fácil seria revelar o amor por meio do beijo, porque assim cessaria a desarticulação das realidades. Mas o beijo de Judas não representou uma traição? Pois é, mas o que se seguiu foi pior ainda: o suicídio por enforcamento significou o arrependimento. Muito mais nobre seria continuar vivendo para rearticular a realidade passada, assim como fez o apóstolo Paulo, que deixou a condição de perseguidor para se tornar um grande amigo de Cristo. Mudar de vida é uma boa forma de demonstrar arrependimento! O bom mesmo é mergulhar no mistério dos significados, por meio da observância. Esse mergulho nos oferece mais perspicácia na arte de viver e compreender esse tão complexo mundo dos humanos, que nem sempre dizem o que querem dizer, nem sempre escutam o que verdadeiramente ouviram, e nem sempre perguntam quando não entenderam o que foi falado. A propósito, você entendeu essas últimas frases? Pois é, eu também não. Não terei tempo para explicar. Estou precisando tirar a "água do joelho", mas os dois banheiros do avião estão ocupados. Em um deles tem uma mocinha que entrou há mais de meia hora. Deve estar passando um "fax"! E, no outro, não dá para encarar a "bicha" enorme na porta! * Retirado do livro Vale a Pena Viver (Fábio de Melo). "Eu não queria ser o primeiro amor de um homem, eu queria ser seu último amor". (A casa das sete mulheres). LSV06: - Calem a boca, nordestinos! Por José Barbosa Junior A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória. Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro. Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!". Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país. E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão! Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste! Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país? Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz? Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo? Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!! E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano. Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2. Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura... Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner... E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia... Ah! Nordestinos... Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo? Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar. Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê! Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!! Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade! Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa! Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos! Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol. Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes. Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!” Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos! José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010. LSV07: - Auto-controle **Quem bate no peito e diz que não leva desafora para casa, não decifrou o código de pensar nas consequências de seus atos. Quem se orgulha que vomita para fora tudo o que pensa, machuca quem mais deveria ser amado. Não decifrou a linguagem do AUTOCONTROLE. O silêncio não é se aguentar para não explodir, o silêncio é o respeito pela própria inteligência. É o respeito pela própria liberdade, a liberdade de se obrigar a reagir em situações estressantes. Quem faz a oração dos sábios não é escravo do binômio "bateu-levou". Lembre-se: não existe relações perfeitas, não existem almas gêmeas que tenham os mesmos gostos, pensamentos e opiniões iguais o tempo todo, a não ser no cinema. Decepções fazem parte do cardápio das melhores relações. Nesse cardápio, precisamos do tempero do silêncio para preparar o molho da tolerância. Para conviver com máquinas, não precisamos do silêncio nem da tolerância, mas com seres humanos elas são fundamentais. Ambas são frutos nobres do código da autocrítica, do código da capacidade de PENSAR ANTES DE AGIR. Preservam a saúde psíquica, a consciência, a tranquilidade. "O silêncio e a tolerância são o vinho dos fortes, a reação impulsiva é a embriaguez dos fracos " (A. Cury, em o Código da inteligência).** LSV08: - O sono Será que Você anda tendo uma Boa noite? Ficar sem pregar os olhos pode fazer um mal danado à sua saúde. Mas a boa notícia é que um merecido descanso depende muito mais de você que do barulho do vizinho “Tudo o que você precisa é de uma boa noite de sono!” Ao longo de toda nossa vida, quantas vezes já não ouvimos esse diagnóstico? Necessidade fisiológica tão essencial para nossa sobrevivência quanto comer, beber e respirar, o ato de dormir sempre foi considerado pelo senso comum um santo remédio. E, para variar, a sabedoria popular estava mesmo certa. O sono tem cada vez mais chamado a atenção de pesquisadores que procuram desvendar seus segredos e entender as disfunções relacionadas a ele – e, claro, como isso afeta nossa saúde. Pois é, nosso merecido descanso tem se revelado uma baita medida preventiva contra várias doenças. Além do óbvio benefício para o descanso físico e mental, hoje já se sabe que dormir estimula a criatividade, ajuda na solução de problemas e faz um tremendo bem para a memória. Estudos comprovam que as horas de sono também são imprescindíveis para que o cérebro desencadeie processos químicos que vão recompor ossos e tecidos, recuperar células, cicatrizar órgãos e a pele e liberar hormônios que vão regular, por exemplo, o crescimento e o controle de apetite. Até mesmo a “siesta”, hábito consagrado por mexicanos e espanhóis e seguido por nossos pais e avós, ganhou respaldo da ciência: além de garantir mais disposição e melhorar a performance no trabalho, aquele cochilo difícil de resistir após o almoço teria o poder de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e de estimular os processos de aprendizagem. Mas, infelizmente, não é todo mundo que consegue pregar os olhos com facilidade quando a noite cai – dados indicam que quase metade da população brasileira dorme mal. E, se uma noite de sono pode fazer maravilhas por nossa saúde e por nosso temperamento, uma noite mal dormida pode estar cada vez mais relacionada a uma série de problemas. Além daquela terrível sensação de ressaca e do conhecido mau humor no dia seguinte, os pesquisadores têm feito descobertas interessantes e surpreendentes também nesse sentido. Dormir pouco pode deixar as mulheres mais gordas e até aumentar os riscos de se desenvolver pressão alta. Ok, mas, se sabemos que a falta de sono pode ser tão prejudicial, por que ainda tem tanta gente com dificuldade para dormir? Questão de hábitosExistem vários fatores que podem transformar a hora de descanso em um verdadeiro pesadelo. Entre os problemas mais sérios estão as doenças crônicas (cardiopatias, doenças renais, dores e distúrbios intrínsecos do sono). Os ruídos, a temperatura, a luminosidade do ambiente e outros “fatores externos” também podem atrapalhar o descanso de muita gente. Mas, apesar de alguns fatores não dependerem de nós, os principais motivos das noites mal dormidas dizem respeito aos nossos próprios maus hábitos. Uma pesquisa feita por um grupo de neurologistas do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP indicou que 60% das causas de insônia são atribuídas ao fato de realizarmos tarefas ou procedimentos que, em vez de ajudar, atrapalham ainda mais nosso descanso noturno, como o uso de estimulantes, o consumo de álcool e tranquilizantes, comer demais ou de menos na hora de deitar, assistir à TV no quarto, usar computador. Tudo isso afeta o sono porque acaba mexendo com o ritmo normal do nosso corpo, que biologicamente já está adaptado para pisar no freio conforme a noite cai. Esses “pequenos pecados” mudam nosso compasso e acabam vindo à tona justamente na hora em que vamos para a cama. Apesar de haver relatos de insônia em civilizações antigas, sabe-se que a tecnologia tem se tornado uma grande incentivadora para que as pessoas demorem mais a “desligar”. Vivemos hoje em uma sociedade que funciona 24 horas por dia, em uma eterna competição pelas poucas horas que sobram. Dormir, então, virou item de luxo. O neurologista Alexandre Machado, do Hospital Santa Paula, de São Paulo, tem observado cada vez mais pacientes que se queixam de dificuldade para pegar no sono. Quando eles relatam seus hábitos “pré-cama”, costumam incluir uma lista de coisas que abrangem aquela checadinha nos e-mails ou postar a última mensagem do dia no Twitter. “É ideal que no fim do dia as pessoas tenham um ritmo mais lento, que não façam atividades físicas ou mentais estressantes”, diz Machado. “Internet à noite e o hábito de levar trabalho para casa são grandes inimigos de uma boa noite de sono.” Uma prova de que pequenos detalhes são capazes de estragar uma noite bem dormida foi sentida pela técnica judiciária gaúcha Eliana Raffaelli, de 35 anos. Adepta de sete horas de sono ininterruptas e consciente de que precisa evitar atividades como o uso do computador antes de se deitar, há dois anos ela resolveu testar uma daquelas receitas infalíveis para emagrecer: tomar chá verde. O resultado teve sabor de pesadelo. “Me disseram que o chá verde era bom para emagrecer e, como mulher é exagerada, passei a tomar 1 litro por dia, inclusive à noite”, lembra. Quando já fazia uma semana que só conseguia dormir depois das 3 da madrugada, uma amiga matou a charada: era o chá. E lá se tinham ido as noites bem dormidas. Dormindo com os mitosAntes de entender melhor o que atrapalha e o que ajuda a dormir, entretanto, vale nos fazermos a pergunta: o que é uma noite bem dormida? “É aquela em que a pessoa não demora a adormecer, apresenta um sono sem grandes interrupções e acorda no dia seguinte sentindo-se descansada”, afirma a neurologista Anna Karla Smith, do Instituto do Sono, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Simples como fechar os olhos, não? Os leitores mais atentos terão percebido que ela não falou em quantidade, pois justamente o que importa é a qualidade – e o melhor indicador é a satisfação de quem dormiu. Há quem acorde renovado somente depois de dez horas na cama, outros se saciam com quatro horas. Portanto, a afirmação de que é preciso dormir oito horas seguidas a cada dia é um mito. Em seu livro Insomniac (“Insone”, sem edição no Brasil) a professora de literatura – e vítima das noites em claro – Gayle Greene, do Scripps College, nos Estados Unidos, revela que há muitas formas diferentes na maneira de dormir de outras sociedades. Em Bali e na Nova Guiné, por exemplo, as pessoas cochilam conforme sentem necessidade, no meio do dia, e levantam-se mais à noite. Segundo Greene, até o advento da era industrial era muito comum na Europa se dividir a noite em “primeiro sono” e “segundo sono”. As pessoas iam para a cama logo depois de anoitecer, dormiam por quatro horas e, em seguida, acordavam para escrever, fumar, rezar, transar ou mesmo visitar os amigos. Passadas duas ou três horas, voltavam para a cama. Outro mito envolvendo o sono é que adormecer é um processo lento e gradual. Para a maioria das pessoas, é justamente o contrário: elas simplesmente “apagam” assim que se deitam. Historicamente, aliás, os homens levaram fama nesse sentido: as esposas vivem reclamando que é só seus maridos encostarem (no sofá, na poltrona do cinema...) para logo cochilarem. Um estudo feito com 2365 pacientes do Instituto do Sono tratou de tirar a dúvida: enquanto as mulheres demoram mais para pegar no sono (25 minutos, em média), os homens dormem mais rapidamente (menos de 20 minutos). No entanto, as mulheres passam mais horas em sono profundo. Já a ala masculina fica mais tempo nos estágios superficiais de sono e tem seu repouso noturno mais prejudicado em razão de distúrbios como o ronco e a apneia, aquelas breves paradas de respiração. Em busca do sono perdido Muitas pessoas, independentemente do sexo, também sofrem de sono leve. Basta um barulho, uma luz, um movimento do parceiro na cama para despertarem. “A profundidade do sono está relacionada ao tipo de ondas cerebrais apresentadas por cada pessoa. Quanto mais lentas elas forem, o sono tende a ser mais profundo. Algumas, seja por uma condição orgânica ou emocional, apresentam intrusão de ritmos mais rápidos”, afirma Anna Karla Smith. A verdade é que o tipo de sono varia na mesma proporção com que diversificamos as posições do nosso corpo em uma noite de sono. Não existe padrão: cada um de nós dorme de uma forma diferente. A atriz Patricya Travassos, apresentadora do Alternativa Saúde, do canal GNT, tem sua fórmula. “Quarto escurinho, silêncio, lençol cheiroso, colchão gostoso, muitos travesseiros, TV desligada, ar-condicionado a 21 graus e uma técnica para relaxar a mente”, diz ela. O termômetro para saber se a noite passada foi realmente boa (ei, estamos falando de dormir!) é tentar perceber quanto seu corpo descansou. No dia seguinte, se você sentir sono, dificuldade de concentração e de memória, algo pode estar errado. Daí, vale ponderar se está fazendo alguma coisa errada, mantendo algum hábito que pode espantar aquele soninho ou se o problema vale uma visita a um consultório médico (confira as dicas das próximas páginas). O importante é encontrar sua receita para um sono tranquilo. E se lembrar do conselho que até a vovó já conhecia: quem dorme bem acorda melhor ainda! LSV09: - O Que é Iluminação Mística? por: Ralph M. Lewis A palavra iluminação geralmente alude a um objetivo simbólico para progresso intelectual. A associação do vocábulo luz com conhecimento e compreensão remonta às mais primitivas observações do homem reflexivo. A nossa sensação visual comum depende da luz. O nosso sentido da visão é o mais importante de todos os sentidos receptores. Ele nos revela sempre mais do mundo exterior. Portanto, a luz é a causa da visão. Conhecimento é, fundamentalmente, aquilo que percebemos. A luz, portanto, simbolicamente representa aquilo que pode ser percebido e conhecido. A escuridão, o oposto da luz, também dela difere simbolicamente. Esta diferença está, do mesmo modo, associada à sensação humana primitiva. Onde há escuridão há sombras e mistério. Aquilo que não podia ser visto era, portanto, o desconhecido.  O desconhecido tem sempre causado efeito dual sobre o homem. Por um lado, ele o desafia a penetrar o seu véu. O homem tenta descobrir o que lá pode estar oculto. Por outro lado, o desconhecido e as trevas mentais que ele causa, geram medo. Quando temos conhecimento de alguma coisa, dispomos, então, da possibilidade de enfrentá-la. Podemos dominá-la ou, se necessário, defendermo-nos contra ela. O desconhecido também pode sugerir perigo, a ameaça do incontrolável. Ele pode se tomar a substância com a qual a imaginação fabrica distorções pavorosas. A verdadeira iluminação é mais do que percepção. Em outras palavras, é ela mais do que o sabermos que alguma coisa existe. Para que alguma coisa nos seja verdadeiramente conhecida, devemos saber o que ela é, e por que existe. Até certo ponto, o conhecermos realmente alguma coisa significa podermos relacioná-la conosco mesmos; ela deve, para nós, ter significado; deve se enquadrar no plano total de nossa existência ou naquilo que chamamos de natureza. A iluminação, portanto, significa compreensão.   A compreensão que é alcançada através do empirismo, isto é, da objetividade, é limitada. Muita coisa da vida escapa à nossa atenção. Além disso, nem tudo que sentimos é por nós compreendido. Pode ser que não disponhamos de tempo ou de capacidade mental para analisar cada coisa que sentimos, quanto à sua natureza e função. Conseqüentemente, a vida, então, para todos nós, consiste de uma série de hiatos, isto é, de lacunas do desconhecido. Isto se assemelha a caminharmos por uma alameda com luz alternada e escuridão impenetrável. Por esta razão, é difícil estabelecermos uma filosofia de vida que inspire confiança. Somos freqüentemente levados a nos sentir isolados, perdidos em um oceano de incertezas. Esta é a razão de muitas pessoas recorrerem à profecia. Elas querem saber o que o desconhecido pode revelar. Desejam modificar sua vida em conformidade com o que possa ser revelado. Não obstante, tudo que possa ser vaticinado nessas profecias deixa sempre uma dúvida persistente quanto à sua exatidão. Para que haja paz mental na vida, necessário se faz um elo de continuidade. Nenhuma coisa deve parecer estar completamente separada do homem, e, inversamente, o homem separado de qualquer coisa. Até certo ponto, coisas diversificadas como a vida, a morte, o cosmos, o passado, o presente e o futuro, devem se converter, para nós, em seqüência harmoniosa de compreensão subjetiva. Não devem continuar como mistérios insondáveis. Contudo, a inteligência, por si só, não pode propiciar a união desses mistérios com a compreensão. Como pode, então, ser alcançada a compreensão perfeita, a iluminação?   O místico é que pode alcançara verdadeira iluminação. Ele faz isto transcendendo o finito e alcançando o infinito. Deve ser compreendido que não há, verdadeiramente, um mundo finito do qual falamos como coisa distinta em si mesma. O mundo finito, assim chamado, constitui os limites dos sentidos objetivos do homem. É a parte do infinito em redor da qual os sentidos do homem e suas limitações construíram um mundo mental. Todavia. a consciência que os místicos podem alcançar é capaz de atravessar esse muro. É, então, que o homem sente o infinito como uno. Disse,certa vez, um filósofo e místico: "A experiência mística da realidade é como que um imenso reservatório de essência vivificadora". A revelação que o homem tem do infinito, a inspiração especial que ele alcança, é chamada de iluminação. Com tal iluminação, o mistério da existência é revelado ao homem. Ele percebe interiormente a divindade que existe em todas as coisas. Não percebe apenas peculiaridades ou separação de coisas, sentindo, porém, a essência da qual TUDO consiste.           Essa iluminação consiste de três estágios:  O primeiro é o despertar do Eu para o que é sublime. Esse despertar representa a compreensão do homem no sentido de que ele não está apenas ligado ao corpo; em outras palavras, que o Eu pode sentir prazer, estados de consciência que ultrapassam os estados proporcionados pelos apetites e pelas paixões. Como analogia, se o homem olhasse continuadamente para o seu reflexo em um espelho, esse reflexo lhe parecelìa constituir o seu Eu total. No entanto, ao se afastar do espelho e fechar os olhos, despertaria, então, para a realidade de um outro Eu, do Eu que é sentido em seu próprio interior. O segundo estágio da iluminação é a percepção das mudanças na natureza do Eu. Na verdade, aquilo que denominamos Eu consiste de estados de consciência inseparáveis. Esses estados são o físico, o mental, e o estado de êxtase. O êxtase é o prazer sublime que parece ter causa ou natureza imaterial. Neste segundo estágio, o místico se apercebe da maneira em que, anteriormente, estava restringindo, embora de modo inconsciente, o seu desenvolvimento potencial de autoconsciência. O estágio final da iluminação ultrapassa a compreensão de que há uma realidade absoluta. Isto significa que o místico, nesse estágio, sente que está verdadeiramente imerso no Absoluto. Sente, então, a união mística, apercebendo-se de que está em todas as coisas e que todas as coisas nele estão. O místico aprende que não é necessário oscilar, alternar a sua consciência de um para outro lado, através dos vários estágios. Ele pode, à vontade, alcançar a iluminação suprema, ou Consciência Cósmica. Todavia, isto somente é possível quando o místico aperfeiçoou a técnica dos três estágios resumidamente acima apontados. Iluminação é a transição do conhecimento material (do conhecimento estritamente intelectual) para o conhecimento psíquico.  O místico gradualmente transforma muitas das coisas desconhecidas em conhecimento subjetivo. O aspirante, contudo, deve aprender que a purgação e a iluminação estão relacionadas. Em outras palavras, o místico deve purgar-se daquilo que a sua consciência lhe diga ser, para ele, indigno. Revista Rosacruz - Julho de 1982 LSV10: - Dicas para passar roupa Dos serviços domésticos necessários para manter tudo em ordem, passar roupa com certeza não está na lista dos preferidos das mulheres. Mas como não há escapatória, a solução é criar coragem e enfrentar aquela montanha de roupa. Para facilitar a tarefa, confira alguns truques para passar roupa, que ainda servem para evitar o transtorno de ter alguma peça queimada ou até mesmo com o aspecto de mal passada.Aprenda a passar roupaTer um bom ferro de passar é o primeiro passo. Existem modelos que funcionam a seco ou a vapor, que facilita a eliminação de rugas e vincos nas roupas. Prefira os modelos com termostato prático, que disponha de várias opções de níveis de temperatura. Assim, você pode ajustar a temperatura ideal de acordo com cada tipo de tecido. A temperatura ideal em que a peça deve ser passada geralmente vem indicada na etiqueta. Caso a etiqueta não traga essa informação, vá aumentando a temperatura do ferro aos poucos.Uma boa dica para quem sofre na hora de desamassar as roupas, é não deixar as roupas expostas ao sol por muito tempo, pois elas ficam mais difíceis de passar. O ideal é que elas sejam recolhidas do varal assim que estiverem secas.Assim que retirar as roupas do varal, separe as que necessitam ser passadas e as que dispensam o uso do ferro. Dobre cada peça com muito cuidado, deixando bem esticadas para evitar que amassem mais. A única exceção são as camisas sociais, que são mais trabalhosas na hora de passar e por isso, devem ir do varal diretamente para o cabide.Use produtos que auxiliam na remoção de vincos e partes enrugadas e fazem com que o ferro deslize mais facilmente. Se não tiver esses produtos, você pode borrifar água misturada com um pouco de amaciante. Nas roupas pretas, o correto é borrifar somente água pura para evitar que fiquem com o aspecto de que estão cheias de pelos.As roupas pretas e de tecidos como crepe, cetim e linho devem ser passadas do avesso. Outra opção é colocar um pano bem fino por cima. Isso evita brilhos e marcas indesejáveis. Siga a mesma orientação para peças delicadas, com bordados, aplicações ou estampas emborrachadas e use o ferro em baixa temperatura.Como passar camisa social?A camisa social é a peça considerada mais complicada de ser passada. A ordem correta para passar a camisa e deixá-la impecável, é começar deixando o colarinho reto, sem dobrar. Em seguida passe os punhos, mangas, parte frontal. Passe por último a parte das costas, finalize dobrando o colarinho e pendure a camisa imediatamente no cabide. Passar roupa é um dos serviços domésticos mais odiados por mim, e por muitas pessoas. Porém, não existo como escapar dele, a solução é colocar a "faca entre os dentes" e enfrentar. Para ajudar nesta árdua tarefa reuni alguns truques, que ainda ajudam a evitar que alguma roupa fique queimada ou até mesmo mal passada. Tenha um bom ferro. Existem modelos que funcionam a seco ou a vapor, que facilita a eliminação de rugas e vincos nas roupas. Prefira os modelos com termostato prático, que disponha de várias opções de níveis de temperatura. Assim, você pode ajustar a temperatura ideal de acordo com cada tipo de tecido. A temperatura ideal em que a peça deve ser passada geralmente vem indicada na etiqueta. Caso a etiqueta não traga essa informação, vá aumentando a temperatura do ferro aos poucos. Não deixe as roupas "torrarem" no sol. Uma boa dica para quem sofre na hora de desamassar as roupas, é não deixar as roupas expostas ao sol por muito tempo, pois elas ficam mais difíceis de passar. O ideal é que elas sejam recolhidas do varal assim que estiverem secas. Dobre as roupas quando recolher do varal. Assim que retirar as roupas do varal, separe as que necessitam ser passadas e as que dispensam o uso do ferro. Dobre cada peça com muito cuidado, deixando bem esticadas para evitar que amassem mais. A única exceção são as camisas sociais, que são mais trabalhosas na hora de passar e por isso, devem ir do varal diretamente para o cabide. Produtos que auxiliam. Use produtos que auxiliam na remoção de vincos e partes enrugadas e fazem com que o ferro deslize mais facilmente. Se não tiver esses produtos, você pode borrifar água misturada com um pouco de amaciante. Nas roupas pretas, o correto é borrifar somente água pura para evitar que fiquem com o aspecto de que estão cheias de pelos. Pano fino em roupas delicadas. As roupas pretas e de tecidos como crepe, cetim e linho devem ser passadas do avesso. Outra opção é colocar um pano bem fino por cima. Isso evita brilhos e marcas indesejáveis. Siga a mesma orientação para peças delicadas, com bordados, aplicações ou estampas emborrachadas e use o ferro em baixa temperatura. A temida camisa social. A camisa social é a peça considerada mais complicada de ser passada. A ordem correta para passar a camisa e deixá-la impecável, é começar deixando o colarinho reto, sem dobrar. Em seguida passe os punhos, mangas, parte frontal. Passe por último a parte das costas, finalize dobrando o colarinho e pendure a camisa imediatamente no cabide. fonte: Dica.info LSV11: - MISTURAR COCA-COLA COM LIMÃO, NÃO ! Esta informação tem procedência confirmada pelo Dr Rui Campanella, do Departamento de Pesquisas Biológicas da UNICAMP, fica o alerta e os conselhos a serem seguidos. A todos os consumidores de Coca Cola. Muito cuidado! Não misture essas bebidas com limão. Foi comprovado cientificamente que a mistura do acido do limão com alguns componentes da Coca forma um composto químico que "rouba" o cálcio de nosso corpo, fazendo que ele seja eliminado pela urina. Isso pode atrapalhar o desenvolvimento físico e mental das crianças e trazer sérios riscos de osteoporose às pessoas. Por isso NÃO MISTURE COCA, PEPSI E OUTROS REFRIGERANTES DE COLA COM LIMÃO. Passe essa mensagem para todos os seus amigos. Quanto mais informação, mais saúde à população. Faculdade de Engenharia de Alimentos Unicamp Eduardo Tadeu de Barros Controle de Qualidade - ESFER LSV12: - Dieta do Tipo Sanguíneo No Verão de 2004 fiz um curso em Soria, Espanha. Foi maravilhoso, la tomei conhecimento muitas "novidades" entre elas o da Dieta do tipo sanguíneo que aqui o Emporio Xingu descreve resumidamente. A dieta do tipo sangüíneo foi desenvolvida pelo médico naturopata Dr. Peter J. D’Adamo e publicada em seu livro “Eat Right For Your Type” (Se Alimente Corretamente de Acordo com seu Tipo de Sangue), publicado em 1996 nos Estados Unidos. Muitos especialistas discordam da teoria proposta pelo Dr. D’Adamo, alegando falta de comprovação científica em grande parte de suas afirmações, porém, isso não irá ser tratado aqui. Basicamente, a dieta do grupo sanguíneo segue a premissa de que cada grupo sangüineo (A, B, AB e O) devem seguir dietas específicas.Para cada grupo sanguíneo, os alimentos podem ser classificados como: benéficos: alimentos que previnem e tratam doenças neutro: alimentos que não previnem doenças porém também não prejudicam à pessoa nocivos: alimentos que podem agravar ou causar danos à pessoa Mas o que cada grupo sangüíneo pode comer? Sangue Tipo O São carnívoros com aparelho intestinal forte e necessitam comer proteínas animais diariamente, caso contrário, estão propensos a desenvolver doenças gátricas como úlceras e gastrites devido a alta produção de sucos gástricos Alimentos Benéficos: Carnes: bovina, carneiro, vitela, cordeiro Peixes: bacalhau, badejo, sardinha, linguado, salmão Laticínios: Queijo de leite de cabra, queijo de soja Frutas: ameixa, nozes, figo, sememte de abóbora Verduras: abóbora, brócolis, espinafre, alface romana, acelga, salsa Cereais: Evitar Outros: azeite de oliva Alimentos Neutros: Carnes: frango e peru Peixes: atum, camarão, lagosta Laticínios: mussarela, manteiga, queijo minas Frutas: noz pecãn, castanhas, avelã, pinha Verduras: abobrinha, agrião, inhame Cereais: farelo de arroz, farinha de trigo integral Outros: óleo de canola Alimentos Nocivos: Carnes: carne de porco e derivados como presunto e bacon Peixes: caviar, salmão defumado, polvo Laticínios: creme de leite, iogurte, leite (integral ou magro), a maioria dos queijos, sorvete Frutas: laranja, morango, côco, amora, amendoim, castanha do pará, pistache, castanha de caju, abacate Verduras: berinjela, champignon, milho, repolho Cereais: aveia, trigo, cuscuz e pão branco Outros: óleo de milho, óleo de amendoim Sangue Tipo A São vegetarianos com aparelho intestinal sensível e têm dificuldades para digerir proteínas de origem animal, pois sua produção de suco gástrico é mais limitada. Alimentos Benéficos: Carnes: evitar carnes vermelhas Peixes: bacalhau, salmão vermelho, salmão, sardinha, truta Laticínios: queijo de soja, tofu Frutas: abacaxi, ameixa, cereja, figo, limão, amora, damasco Verduras: abóbora moranga, alface romana, acelga, brócolis, cenoura, acelga, alcachofra, cebola Cereais: farinhas de centeio, arroz, soja e aveia, pão de farinha de soja Outros: alho, molho de soja, missô, melaço de cana, gengibre, chá verde, café normal, vinho tinto Alimentos Neutros: Carnes: frango e peru Peixes: atum, pescada Laticínios: iogurte, mussarela, ricota, iogurte c/ frutas, coalhada, queijo minas Frutas: melão, passas, pêra, maçã, morango, uva, pêssego, goiaba, kiwi Verduras: agrião, chicória, milho, beterraba Cereais: fubá de milho, flocos de milho, cevada Outros: açúcar branco, chocolate, alecrim, mostarda (seca), noz-moscada, manjericão, açúcar mascavo, manjericão, orégano, canela, hortelã, salsa, salvia Alimentos Nocivos: Carnes: bovina, carneiro, cordeiro, pato, porco e derivados, vitela Peixes: mexilhões, lagostim, salmão defumado, caviar, ostra, lagosta, camarão, caranguejo. Laticínios: creme de leite, sorvete, leite magro e integral, manteiga, requeijão Frutas: caqui, carambola, côco Verduras: repolho, tomate, inhame, batata, berinjela, batata doce Cereais: Creme e germe de trigo, farinha de trigo integral, pão preto, pão integral, farinha branca, granola Outros: alcaparras, gelatina pura, pimenta em grão, vinagre, cerveja, licor, chá preto, refrigerante Sangue Tipo B Podem tolerar dieta mais variado e o único tipo de sangue que tolera bem laticínios em geral. Alimentos Benéficos: Carnes: carneiro, cordeiro, coelho, veado Peixes: bacalhau, salmão, linguado, badejo, caviar, sardinha Laticínios: iogurte, mussarela, coalhada, leite, queijo, ovos, ricota Frutas: abacaxi, bananas, mamão, uvas, ameixa fresca Verduras: batata doce, cenoura, berinjela, inhame, beterraba, brócolis, couve, repolho Cereais: arroz integral, aveia integral Outros: gengibre, salsa, açafrão, hortelã, pimenta, ginseng, gengibre, sálvia Alimentos Neutros: Carnes: carne bovina, peru, vitela Peixes: arenque, truta, atum, lula Laticínios: leite soja, queijo parmesão, queijo soja, manteiga, requeijão, leite integral Frutas: morango, laranja, kiwi, passas, pêra Verduras: abóbora, agrião, alface, acelga, aipo, cogumelos, espinafre Cereais: granola Outros: café, vinho branco, cerveja, chá preto, chá de amora, hortelã, camomila Alimentos Nocivos: Carnes: frango, pato, porco, presunto Peixes: lagosta, camarão, anchova, caranguejo, polvo, ostra, polvo, mexilhão Laticínios: queijo fundido e roquefort, sorvete com leite Frutas: caqui, carambola, coco Verduras: alcachofra, azeitonas, tomate, broto de feijão, milho verde Cereais: farinha de trigo, milho, centeio Outros: canela, maisena, pimenta branca e do reino, gelatina pura, refrigerantes, bebidas destiladas Sangue Tipo AB Necessitam de uma dieta equilibrada contendo um pouco de tudo. Alimentos Benéficos: Carnes: carneiro, coelho, cordeiro e peru Peixes: atum, bacalhau, cavala, sardinha, garoupa, truta Laticínios: coalhada, iogurte, mussarela, ricota, queijo cottage Frutas: abacaxi, ameixa, cereja, figo, limão, kiwi, uva, framboesa Verduras: aipo, alho, beterraba, berinjela, brócolis, couve-flor, pepino Cereais: arroz, farinha de centeio, de trigo, aveia Outros: curry, alho, missô, gengibre, camomila Alimentos Neutros: Carnes: faisão, fígado Peixes: arenque, linguado, carpa Laticínios: leite e queijo de soja, leite desnatado, requeijão Frutas: ameixa seca, pêra, passas, mamão, maçã, pêssego Verduras: broto de bambu, cebolinha, escarola, agrião, vagem Cereais: cevada, germe de trigo, granola Outros: açafrão, mel, açúcar, melaço, chocolate, vinho Alimentos Nocivos: Carnes: bovina, frango, porco, presunto e vitela Peixes: anchova, camarão, caranguejo, lagosta, linguado, ostra, mexilhão, siri Laticínios: leite integral, creme de leite, queijo parmesão, brie, provolone, roquefort, manteiga Frutas: banana, caqui, goiaba, laranja, manga Verduras: alcachofra, milho verde, nabo, pimentão, rabanete Cereais: farinha de cevada, de milho, trigo sarraceno, cereais matinais, amido de milho Outros: alcaparras, tapioca, vinagre, mel de milho, anis, maisena, malte de cevada, pimenta do reino e vermelha fonte:emporio xingu LSV13: - Precisar, não precisa Folha- Denise Fraga Tenho medo da palavra "prático". Sempre me parece que o que é prático nos tira alguma coisa. Acho que tudo começou no dia em que cheguei da escola e vi cortado o abacateiro do quintal da minha infância. "É mais prático. Suja muito" -disse minha avó. Eu não podia acreditar. Já não bastava terem cimentado o gramadinho onde eu fazia incríveis florestas, agora eu teria apenas aquele toco no meio do cimento para sentar. Francamente! Não gosto do que é prático. Prático me parece mínimo, sem detalhes. E Deus mora nos detalhes. No mês passado, estive em temporada no centro do Rio. Fazia tempo que eu não andava por lá. Tentei achar um restaurante onde eu costumava ir almoçar com meu pai. Era uma dessas tabernas da Lapa, pequenas, baratas e com comida maravilhosa -vinda de uma senhora portuguesa escondida na cozinha. Procurei loucamente pelas ruazinhas atrás da Cinelândia e quis gritar de alegria quando vi o mesmo letreiro ainda na porta. O lugar era o mesmo, mas tinha sido azulejado, os quadros, retirados das paredes e a comida, agora, era cobrada a quilo. Uma fila para servir, outra para pesar, bandejas, talheres ensacados, sachezinhos de sal e nem sequer um caldeirão de caldo verde ou uma lasca de bacalhau que fosse no bufê. Achei que tinha mudado o dono e apenas mantido o nome, mas, quando olhei pelo quadradinho que dava pra cozinha, lá estava, curiosamente, a mesma senhora, castigada pelo tempo e pelo que é mais prático e econômico. Lembrei-me da minha avó. Também prática. Também portuguesa. Quando mandou cortar o abacateiro ainda fazia sua própria massa de pastel. Viva fosse, talvez já tivesse se rendido à massa pronta, comprada no supermercado. Teria meu perdão. Quem pode resistir ao que é mais prático e econômico num mundo que justifica tudo pelo custo e pela eficiência? Mas será que preciso mesmo ficar sacudindo travesseirinhos de sal úmido pelas mesas? Não consigo dizer porque uma coisa tão banal me provoca tanto mal-estar, mas sei exatamente o conforto que me dá um guardanapo de pano furadinho num restaurante decadente que não se rendeu ao bufê a quilo. A felicidade não é prática e econômica. A felicidade mora nos becos. Quer coisa mais prática e econômica do que uma sala iluminada por uma lâmpada fluorescente? Quer coisa mais triste? Se tivesse ido ao restaurante para jantar, acho que choraria na calçada. - A autora: Denise Fraga é atriz e autora de "Travessuras de Mãe" (ed. Globo) e "Retrato Falado" (ed. Globo) LSV14: - Esses índios aí - artigo de 25-7-12- Folha- Antonio Prata Pra que serve o índio? Índio não colabora com o PIB, não contribui com a ciência, não dourará nosso quadro de medalhas nas Olimpíadas e ainda é dono de Bélgicas e Bélgicas de terra improdutiva! Esses folgados deviam era tomar vergonha na cara, botar uma roupa, arrumar um emprego, mudar pra um apartamento de 25 metros quadrados e passar duas horas no trânsito, todo dia, como qualquer ser humano normal, é ou não é?! Tirando a ironia do apartamento e do trânsito, o discurso acima não é muito diferente do que eu ouvi tantas vezes, na época em que cursava ciências sociais e explicava a algum curioso do que tratava a antropologia. Lembrei-me dessas pérolas na semana passada, ao ler aqui na Folha a notícia de que uma portaria da Advocacia-Geral da União prevê a possibilidade de o setor público construir em áreas indígenas sem consultar seus habitantes. A ideia, pelo que eu entendi, é que as reservas não sejam reservadas. Genial. Uma vez perguntaram a um antropólogo "por que os índios precisam de reserva?". Resposta: "porque eles existem". Simples assim. Por existirem, viverem da caça, da pesca, da colheita, de pequenas produções de subsistência - e, diga-se de passagem, por estarem aqui há pelo menos 5.000 anos -, devem ter as partes que lhes cabem entre nossos latifúndios. Que baita desperdício! - dirá a turma do primeiro parágrafo. Debaixo das terras onde esses pelados estão a comer pitangas há minérios valiosíssimos! Minérios essenciais para a fabricação de celulares, por exemplo. Enquanto eles estão lá, rezando pro grande Deus da mandioca, poderíamos estar diminuindo em 0,001 centavo o preço dos smartphones, permitindo a mais gente tirar fotos de seus cachorros para pôr no Facebook, possibilitando que mais gente desse "like" nas fotos dos cachorros de mais gente, contribuindo, assim, para a grande marcha da civilização - mas esses índios... Não, não direi que o índio é bom e a gente é ruim, caro leitor, nem acho que um caiapó viva necessariamente melhor do que o morador da Caiowá. Sou feliz com os antibióticos, as séries da HBO, as cervejas artesanais e outras conquistas da civilização. E é justamente a herança iluminista desta civilização à qual pertenço que me obriga a concordar que, se não há uma finalidade última para a existência, tanto faz gastarmos o tempo que nos foi dado vestidos e postando fotos de cachorros no FB ou pelados e cantando para a mandioca. Mais ainda: é essa mesma tradição, cujas grandes criações tanto admiro - de Hamlet ao microchip -, que me faz lamentar o tesouro que desperdiçamos ao menosprezar os quase 240 povos indígenas brasileiros, com suas mais de 800 mil pessoas falando cerca de 180 línguas. Quantas Ilíadas e Gênesis, Medeias e Gilgameshs, quantos belos poemas, cosmogonias e epopeias deixam de fazer parte do rio de nossa cultura por preconceito e ignorância? Garantir a terra e a sobrevivência desses índios é aumentar a riqueza da experiência humana. A deles e a nossa. E, mesmo que não fosse, mesmo que "esses índios aí" não pudessem trazer nada de bom para nós, ainda mereceriam as reservas. Porque eles existem. Simples assim. LSV15: - França celebra os 850 anos da catedral de Notre Dame Jornal Correio do Brasil - Notícias online Quarta-feira . 26 de Dezembro de 2012 . Ano XII . Número 4743 Por Redação, com BBC - de Paris A partir da Catedral de Notre Dame têm-se uma das vistas mais privilegiadas de Paris Um festival com um ano de duração vai celebrar, em 2013, o aniversário de 850 anos da catedral medieval francesa Notre Dame de Paris. Situada na pequena Île de la Cité, em Paris, a catedral se ergue, altiva, rodeada pelas águas do rio Sena. Não é a igreja mais antiga, nem a maior ou a mais alta do mundo - mas muitos diriam ser a mais famosa. Testemunha dos mais importantes eventos na história da França, desde sua fundação a catedral testemunhou o nascimento de 80 reis, dois imperadores e cinco repúblicas. Ela também assistiu, impassível, à participação da França em duas guerras mundiais. Suas famosas gárgulas, que a protegem contra espíritos malévolos, viveram glórias e tragédias ao longo dos séculos. Por exemplo, Notre Dame foi saqueada e quase demolida durante a Revolução Francesa. Mas o monumento, erguido em homenagem a Nossa Senhora - daí o nome, Nossa Senhora de Paris -, a tudo sobreviveu. E no ano que se aproxima será a estrela de uma série de eventos que celebram seu 850º aniversário. Guerras santas A catedral começou a ser construída em 1163 e só foi concluída 180 anos depois. Mesmo antes de terminada, a obra em construção já atraía cavaleiros medievais que, durante as Cruzadas, iam a Notre Dame rezar e pedir proteção antes de partir para o Oriente. Em 1431, com as obras já concluídas, foi entre suas paredes que um menino de dez anos, de saúde delicada - Henrique 6º, da Inglaterra -, foi coroado rei da França. E em 1804, ao som dos tubos do grande órgão da catedral, Napoleão foi coroado imperador. A música sempre cumpriu um papel fundamental na vida de Notre Dame. Isso pode ser comprovado por relatos em manuscritos medievais guardados nos arquivos da igreja. Não é surpresa, portanto, que a música também esteja no centro das comemorações do aniversário. No próximo ano, três corais vão reviver a música que se fazia em Paris naquele período, e que remonta aos primórdios do cristianismo. Quasímodo Alguns sinos de Notre Dame serão substituídos por novos (acima), feitos com métodos tradicionais - Em 1163, quando começaram a construir a catedral, Paris tornou-se um centro de grande desenvolvimento intelectual, espiritual e musical. A escola musical (parisiense) foi muito influente. Sabemos, a partir dos manuscritos que encontramos, que ela influenciou a música (que se fazia) em toda a Europa - na Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra - explica à agência inglesa de notícias BBC o diretor de um dos corais, Sylvain Dieudonne. Mas a catedral de Notre Dame também é conhecida por um outro som, muito famoso: os sinos que tanto fascinam o personagem Quasímodo, do romance O Corcunda de Notre Dame, do escritor francês Victor Hugo. O maior deles é Emmanuel, instalado na torre sul em 1685. Suas badaladas marcam a passagem das horas durante o dia. Emmanuel também badalou para marcar a liberação de Paris do controle alemão, em 1944. Balas de canhão Neste ano, os sinos menores, da torre norte - que não são originais -, serão substituídos. Os originais foram derretidos durante a Revolução Francesa para a fabricação de balas de canhão. Os substitutos, fabricados no século XIX, eram "desafinados". Oito dos sinos novos estão sendo fundidos em Villedieu-Les-Poeles, na Normandia, a partir de métodos usados no Egito Antigo. Os moldes são feitos com crina de cavalo e esterco. - (Essa combinação de materiais) dá ao sino um revestimento perfeito, muito melhor do que os feitos com areia e cimento. Também estamos usando várias técnicas computadorizadas para afinar o som dos sinos. Acredito que, quando terminarmos, este será o melhor carrilhão da França - diz Paul Bergamo, presidente da fundição. O festival de aniversário, com duração de um ano, não estaria completo sem uma celebração também da arquitetura da catedral. Notre Dame é considerada uma obra prima bda arquitetura gótica. Há planos, também, de se fazer melhorias na iluminação interna. LSV16: - Amor Contínuo Robert Frost Ame seus pais e seus irmãos. Eles são a base de sua vida, seu chão e quem com certeza vai sempre t e ajudar. Ame suas tias e tios, porque foram eles que por muitas vezes zelaram seu sono, qu ando você era apenas uma criança. Eu sei,você nã o se lembra! Mas você só vai entender o amor d os tios, depois que seu primeiro sobrinho nasc er. Então, não perca tempo. Ame seus primos e a migos por mais que eles sejam completamente dif erentes de ti. Aceite-os. Aceite-se. Todo mundo tem defeitos. E por falar neles... nos defeito s, ame sua barriga, suas celulites e as tais e strias. Elas indicam que sua vida está repleta d e prazeres gastronômicos. Ame também seus quilo s a mais, porque se eles não existissem você j amais poderia comemorar a vitória de um dia per dê-los. Ame seu cabelo do jeitinho que ele é. E o seu armário... Mude. Completamente. Doe. E xperimente coisas novas, outras cores. Calças l argas e calcinhas/cuecas de algodão. E não troq ue seu velho pijama por nada nesse mundo. Ele é o seu companheiro de sonhos. E é com aquele tênis feio e fora de moda, com o formato exato dos seus pés, que eu acho que você deve sair p ara caminhar todas as manhãs. Pra amar as cois as que estão do lado de fora. Tarefa difícil. Respire. No fundo, procure outra pessoa para amar um tanto, que dê até vontade de se casar com ela. Namore. E não se preocupe com o tempo que a paixão vai durar. Se gostem. Se assumam. Se curtam. Se abracem. Se beijem. Viagem. E saiam para dançar sempre!!! Tomem café da manhã juntos. Fiquem o domingo inteiro na cama, enq uanto o mundo despenca numa chuva fria e fina. E quando você achar que já amou demais nessa vida, tenha filhos. Se não conseguir, adote. D izem que não há amor maior. E eles vão crescer, amando você e muitas outras coisas e pessoas. Com sorte, você terá netos. E dos seus netos, receberá mais tarde com muito orgulho, o amor dos bisnetos. Quando pede alguma coisa, saib a também agradecer, agradeça pelas coisas, a D eus pela tua vida, pelos amigos que tem, por que cada um que passa pela tua vida nunca passa p or acaso, há sempre o que aprender e também a ensinar. Quando você achar que deve mudar alg uma coisa, então faça alguma coisa pra mudar. Nunca permita que teus medos impeçam de fazer aq uilo que deseja. Procure gostar das coisas i nternas, não fique colecionando matérias, o bem físico se vai, mais cedo ou mais tarde, o que fica verdadeiramente é o que você faz pelos ou tros e por você mesmo! Pense nisso! O nosso amor é contínuo... É para sempre. É INFINITO!!! O destino decide quem vamos encontrar na vida. As atitudes decidem quem fica LSV17: - Coincidências A bala que matou 20 anos depois Em 1893, Henry Ziegland terminou o relacionamento com sua namorada, deixando a jovem tão triste, que ela chegou a cometer suicídio. O irmão da moça, revoltado com o ex-cunhado, resolveu procurá-lo, a fim de vingar-se do rapaz. O encontro, finalmente, ocorreu no jardim da casa de Henry, quando o irmão da garota decidiu atirar contra ele. Felizmente, a bala atravessou a bochecha de Henry e alojou-se numa árvore. Sem que o rapaz percebesse que a vítima ainda estava viva, resolveu atirar contra sua própria cabeça. Vinte anos depois desse incidente, Henry decidiu usar dinamite para arrancar a tal árvore do jardim. Afinal de contas, ela não trazia boas recordações. Curiosamente, a explosão acabou impulsionando a bala presa na árvore, atingindo certeiramente a cabeça de Henry, matando-o imediatamente. Hugh William, os imortais Em dezembro de 1664, um barco afundou no estreito de Mensai, Pais de Gales, provocando a morte de 81 passageiros. Somente um homem, chamado Hugh Williams, conseguiu salvar-se. Alguns anos depois, também no dia 5 de dezembro, mas de 1785, um outro navio tornou afundar no mesmo local. Dessa vez, 60 passageiros morreram e somente um homem, também chamado Hugh Williams conseguiu sobreviver. Curiosamente, em 1860 - também no dia 5 de dezembro - um terceiro barco afundou, causando a morte de 25 pessoas. Mais uma vez, o único sobrevivente respondia pelo nome de Hugh Williams. LSV18: - Treinamento Vivencial Treinamento Motivacional para o fortalecimento da autoestima por meio do desenvolvimento de sua inteligência emocional. “Se se define como William James (1892) o “si mesmo” como o conhecimento que o indivíduo tem de si próprio, pode-se dividir esse conhecimento em dois componentes distintos: um descritivo, chamado autoimagem, e outro valorativo, que se designa autoestima. Outros dois termos são muitas vezes usados como sinônimos de autoestima: autoconfiança e autoaceitação. Uma análise mais aprofundada desses termos indica uma sutil diferença de uso: Autoconfiança refere-se quase sempre à competência pessoal e é definida por Potreck-Rose e Jacob (2006) como a convicção que uma pessoa tem, de ser capaz de fazer ou realizar alguma coisa, enquanto autoestima é um termo mais amplo, incluindo, por exemplo, conceitos sobre as próprias qualidades, etc. Autoaceitação, por outro lado, é um termo ligado ao conceito de "aceitação incondicional" da abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers e indica uma aceitação profunda de si mesmo, das próprias fraquezas e erros (Potreck-Rose & Jacob, 2006). A autoestima, a autoconfiança e a autoaceitação tendem a estar intimamente ligadas e se influenciam mutuamente.” Autoestima Wikipédia Atualização de 26/02/2010 A imagem que você tem de si mesmo, sua autoestima, molda seus pensamentos e atitudes que contribuem para edificar ou destruir seus relacionamentos, sua vida pessoal, sua vida profissional, ... sua vida ... sua felicidade! “Nunca na história o Ser Humano teve tanto poder para decidir a própria vida!” Peter Drucker Ao aprender por vivências como fortalecer sua autoestima, principalmente por meio do autoconhecimento e do desenvolvimento de sua inteligência emocional, você terá a base emocional para o encontro da motivação para a conquista da felicidade; sua auto-ajuda determinará comportamentos que o conduzirão ao seu bem estar e para uma qualidade de vida superior! “Onde existe a vontade, existem os caminhos” Karl Rogers O que você irá ler nesta página trata-se de um treinamento que o ajudará na conquista do êxito pessoal e profissional. Preparado por profissionais com 20 anos de experiência em diversas áreas comportamentais e médicas, este curso foi formatado para viabilizar o acesso a informações privilegiadas, dinâmicas comportamentais e vivências motivacionais para que você assuma o autocontrole e tenha recursos pessoais e equilíbrio emocional para determinar aHISTÓRIA DE SUA VIDA! Nossa parte durante o curso é nos desdobrarmos para entregar de forma didática as melhores técnicas comportamentais; a sua parte é aprender com disciplina e dedicação as atividades e ao sair do curso praticar com determinação e consistência para o encontro da excelência, do encontro do melhor que já está em você e colocá-lo em ação! “As habilidades murcham com as críticas, e florescem com o encorajamento.” Donald A. Laird O que você quer de você? O que você quer para sua vida? Quem de fato é você? As melhores respostas para estas perguntas são dadas quando estamos em estados emocionais fortalecedores. Se você estiver com medo, vivendo em depressão, em constante estresse, etc. causados por fatores que estão acontecendo, ou fatos passados, ou preocupações com o futuro. Isto afetará sua autoimagem e sua autoestima por si, e com isto, suas respostas não serão as melhores para a sua vida pessoal e profissional e para a sua felicidade! Suas escolhas e decisões têm base no seu estado emocional e afetam seus pensamentos e ações! Se os fatores agressivos do seu emocional se fazem presentes com constância e intensidade,então há a possibilidade de você estar fazendo escolhas ruins e tomando decisões equivocadas numa base regular em sua vida pessoal e profissional. CUIDADO!! Muitas vezes não trata-se de abandonar a “batalha” e sim de ter as “armas certas” para lutar e vencer! Provavelmente até hoje você não foi alertado para o que afeta suas escolhas e decisões, QUE AFETAM SUA VIDA. E se neste momento você está aqui lendo este texto, isto sinaliza que você está busca de respostas, de ajuda, de formas de conquistar uma vida melhor... Uma vida mais feliz! LSV19: - Conheça os Seus Direitos! Conheça Direitos Que Você, Talvez, Nem Imagine Que Tem ! O brasileiro nunca esteve tão consciente de seus direitos, como indica o aumento no número de processos de consumidores lesados, pedidos de indenização contra o governo e ações movidas por vítimas de danos morais. O interesse pelo assunto é tamanho que o Guia dos Seus Direitos, do advogado Josué Rios, professor da PUC de São Paulo, virou sucesso editorial e acaba de ganhar uma nova edição, depois de vender 46 mil exemplares em quatro anos. Com base no livro, a Revista ÉPOCA preparou - e o Picarelli.Com divulga! - um guia prático para ajudar o leitor a entender melhor alguns temas complexos ou curiosos. 'É preciso abrir a caixa-preta do Direito', teoriza Rios CASAMENTO E DIVÓRCIO Quem não cumpre promessa de casamento está sujeito a arcar com os custos de uma indenização por perdas materiais e danos morais. Para isso, a parte abandonada precisa provar na Justiça as despesas que teve em função do prometido e convencer de que a quebra do compromisso a colocou em situação de humilhação social. A mulher viúva não pode casar antes de completar dez meses da morte do marido. Para fugir a essa regra, ela terá de provar que deu à luz um filho nesse período ou apresentar exames médicos que atestem que está grávida do novo pretendente. O casamento pode ser anulado quando um dos cônjuges se sentir enganado quanto a reputação, saúde ou algum aspecto ligado à conduta do parceiro capaz de tornar insuportável a convivência do casal. São exemplos disso a impotência sexual, o medo de sexo e homossexualismo. Tudo o que a mulher comprar com o dinheiro de seu trabalho pertence somente a ela. São os chamados bens reservados e, em caso de desquite ou divórcio, não entram na partilha mesmo que a união seja em regime de comunhão universal de bens. O marido não tem a mesma vantagem. Quem tem a guarda do filho pode mudar de cidade ou Estado sem a permissão do ex-companheiro. Mudança de nome. Pais adotivos podem alterar completamente o nome do filho adotado. Quem é conhecido publicamente pelo apelido pode incorporar a alcunha ao nome. E quem tem nome esquisito, que volta e meia lhe causa transtornos, também pode mudá-lo a qualquer tempo. DÍVIDAS E DINHEIRO Quem empresta dinheiro a outra pessoa tem o direito de cobrar a dívida com juros. A correção, no entanto, não pode ser superior a 12% ao ano sob pena de originar crime de usura. A regra não vale para os bancos e financeiras. A agiotagem e as operações realizadas para garantir esses empréstimos não têm validade legal. Assim, a pessoa que pega um empréstimo com um agiota e dá em garantia um carro ou imóvel pode pedir na Justiça a anulação do negócio e reaver o bem, como também a restituição de parte do dinheiro que pagou. Cheque não é dinheiro, é um meio de pagamento. Por isso, nenhum comerciante é obrigado a aceitá-lo. O consumidor tem direito à indenização quando um cheque pré-datado é depositado antes da data combinada e volta por falta de fundos. A prova de que a loja depositou antes é simples e pode ser feita comparando a data futura do cheque com a data do depósito. CONSUMIDOR Quem se arrepende de uma compra pode desistir e reaver o dinheiro caso o negócio tenha sido feito por internet, telefone, telemarketing, anúncio em revista ou um vendedor que passou em sua casa ou em seu trabalho. Mas é preciso reivindicar esse direito no prazo de sete dias a contar do recebimento do produto. O prazo para reclamar na Justiça por defeitos em produtos duráveis (como móveis, automóveis e roupas) é de 90 dias a contar do momento em que o defeito se torna visível para o consumidor. Quando houver garantia da loja, esse tempo passa a contar a partir do término da garantia. No caso dos bens não-duráveis (como alimentos e viagens), o prazo cai para 30 dias. Se você recebe em casa um produto que não solicitou acompanhado de um boleto para pagamento, tem o direito de ficar com a mercadoria sem pagar um tostão. Pelo Código de Defesa do Consumidor, produtos enviados sem solicitação prévia equivalem a amostras grátis. Sem um orçamento prévio, ninguém é obrigado a pagar por um serviço que lhe tenha sido prestado, caso discorde dos valores cobrados depois da execução da tarefa. Para isso, porém, é preciso que o orçamento tenha sido solicitado pelo contratante e negado pelo contratado. HERANÇA É possível partilhar os bens em vida. Por doação, eles são entregues de imediato aos beneficiários. Quem faz um testamento pratica um 'ato de última vontade' e só depois de sua morte os bens podem ser entregues. Quem tem 'herdeiros necessários' - descendentes e ascendentes - não pode dispor de mais de metade de seus bens a terceiros. É preciso reservar 50% deles para a partilha entre os herdeiros legais. O filho que mata ou tenta matar o pai pode ser impedido de receber a herança. Para que isso ocorra, é necessário que um dos demais herdeiros entre na Justiça com um processo para alegar a indignidade do infrator, dentro de um prazo de até quatro anos a contar da agressão. CRIME Legítima defesa pressupõe uma reação humana instintiva. Por isso, tem de ser proporcional e espontânea. Quem se excede passa à condição de criminoso ao cometer o chamado excesso de legítima defesa. Não há crime quando a pessoa age em estado de necessidade, mesmo que cometa uma infração. Assim, quem rouba remédio porque está com a mãe morrendo não pode ser processado criminalmente, embora tenha de arcar com os eventuais prejuízos causados. Engana-se quem crê que achado não é roubado. Por mais absurdo que pareça, quem acha alguma coisa tem o dever de entregar o bem ao dono ou, caso isso não seja possível, procurar a polícia e depositar o achado nas mãos da autoridade de plantão. Do contrário, estará cometendo crime de 'apropriação de coisa achada', segundo o Código Penal. Qualquer pessoa pode dar voz de prisão a outra que seja flagrada cometendo um crime, desde que não haja polícia por perto para fazer a prisão. Quem rouba para comer não comete crime . É o chamado furto famélico, ou seja, a pessoa agiu movida pela necessidade de sobrevivência. Não é preciso advogado ou formalidades para pedir habeas corpus a alguém que está preso ou sob ameaça. Basta relatar os fatos por escrito (pode ser de próprio punho) e entregar o papel a um juiz, que vai analisar o caso de imediato. MORADIA O inquilino pode cobrar do proprietário as benfeitorias no imóvel sempre que os reparos se relacionarem a segurança e estrutura. São as chamadas benfeitorias necessárias, que têm de ser pagas sempre pelo locador. Qualquer condômino pode fechar a varanda ou o terraço de seu apartamento com vidro ou esquadrias de metal. Também é permitida a colocação de toldos nesses locais. Desde que o material usado seja transparente, a Justiça entende que tais obras não perturbam nem quebram a harmonia da fachada externa do edifício. A permanência de animais em apartamentos é possível mesmo que o regulamento do prédio proíba. Os juízes entendem que animais de pequeno porte podem permanecer em companhia de seus donos. Argumentam que a interpretação correta das normas do condomínio deve ser no sentido de proibir animais que ameacem a segurança ou comprometam a higiene dos demais moradores. PROPRIEDADE Mesmo sem ter a propriedade de um imóvel é possível vendê-lo, desde que se tenha a posse e haja comprador. Posse é o domínio físico, que não inclui um documento comprovando a compra. Quem tem a propriedade possui o domínio registrado, ou seja, tem documento comprovando a transação. O tempo pode tornar qualquer um dono de um bem. Isso é possível pelo usucapião, um instrumento legal que transforma o usuário em proprietário. Isso ocorre no prazo de cinco anos no caso dos imóveis rurais usados para sustentação da família, dez anos para imóveis na cidade e 20 anos quando a propriedade é invadida ('posse com má-fé'). Em todas as situações, é necessário contratar advogado e entrar na Justiça com processo. O usucapião também vale para bens móveis, como veículos, eletrodomésticos e jóias, por exemplo. O prazo para entrar com processo varia de três a cinco anos (quando a posse é de má-fé). A medida não pode ser aplicada no caso de empréstimos. TRÂNSITO Quem bate atrás nem sempre paga o conserto. Se o motorista da frente parou repentinamente, sem motivo, e provocou uma colisão com o veículo que vem atrás, é ele quem deve arcar com os danos. O pedestre é culpado por seu atropelamento quando surge repentinamente na pista ou a atravessa correndo. INDENIZAÇÃO Sempre que alguém sofre um prejuízo, econômico ou moral, por culpa de uma pessoa ou empresa, pode tentar cobrar uma indenização. Isso só é possível, porém, quando o problema foi causado por negligência, imperícia ou por não cumprimento do que havia sido combinado num contrato. O laboratório fotográfico que danifica o filme de celebração de um casamento pode ser condenado a pagar indenização por danos morais aos noivos. A Justiça entende que cenas de casamento envolvem sentimentos, lembranças e emoções que nutrem a alma das pessoas. Sendo assim, elas constituem o chamado valor de afeição. TRABALHO Não há estabilidade ou garantia de emprego para a gestante quando ela é empregada doméstica. Nesse caso, a grávida poderá ser demitida pelo empregador, que terá de pagar os quatro meses de licença que a mulher receberia do INSS se estivesse trabalhando, mais os direitos previstos para demissão sem justa causa. Usar o e-mail da empresa para enviar mensagens com conteúdo pornográfico é motivo para demissão por justa causa. A Justiça entende que uma empresa disponibiliza esse tipo de recurso para que o funcionário possa desempenhar suas funções e concede ao empregador o direito de rastrear as mensagens para evitar o vazamento de informações e prejuízos decorrentes do mau uso do instrumento. Qualquer empregado pode 'demitir' o patrão quando ele exigir do funcionário práticas contra os bons costumes, ofendê-lo física ou moralmente, determinar a prática de serviços alheios ao contrato de trabalho, obrigá-lo a cumprir horas extras contra a vontade ou a realizar trabalho perigoso sem o devido equipamento de segurança. 'Demitindo' o empregador, o funcionário sai da empresa e recebe o mesmo que teria direito em caso de demissão sem justa causa, incluindo a multa de 40% sobre o FGTS. Manter relação sexual no ambiente de trabalho dá demissão por justa causa, ainda que seja após o expediente. Basta alguém flagrar e testemunhar os fatos. A conduta sexual do empregado, mesmo que fora da empresa, se resultar em perturbação do ambiente de trabalho, também poderá dar justa causa. Quando o superior hierárquico promete a um subordinado benefícios (ainda que de forma indireta) condicionados à relação sexual, abusando de seu poder de mando para chantagear, está caracterizado o assédio sexual. O galanteador estará sujeito à demissão por justa causa. OUTROS Os menores têm direito de contestar os critérios de avaliação escolar, mesmo sem manifestação expressa dos pais. Na prática, isso quer dizer que os professores são obrigados a fazer uma nova avaliação das provas dos alunos queixosos, ou pelo menos explicar o motivo da avaliação baixa e mostrar onde o aluno errou. A norma está no Estatuto da Criança e do Adolescente. Os idosos têm direito a atendimento judicial mais rápido. Desde o ano passado está em vigor uma lei federal que determina que os processos movidos por maiores de 65 anos devem passar à frente dos demais. A IDADE E OS DIREITOS 12 anos é a idade mínima para o menor viajar sozinho, desde que autorizado pelo juizado. 14 anos é o limite para começar a trabalhar como menor aprendiz. 16 anos é a idade mínima para comprar e vender algo; assinar contratos, desde que assistido pelos pais ou representantes; abrir sozinho uma conta em banco; votar; trabalhar como empregado (com algumas restrições); fazer testamento; casar (no caso das mulheres) com autorização dos pais; ajuizar processos judiciais (com a assistência dos pais ou representantes). 18 anos é o mínimo para trabalhar como empregado sem restrições; dirigir; responder a processos criminais; poder ser emancipado; casar (no caso dos homens) com autorização dos pais ou representantes. 21 anos é a idade para adquirir a maioridade plena. 48 anos, para requerer aposentadoria proporcional, no caso das mulheres. 53 anos, para a aposentadoria proporcional, no caso dos homens. 60 anos, para que as mulheres se aposentem por idade. 65 anos, para os homens adquirirem direito a aposentadoria por idade. 67 anos, para requerer uma renda mensal (um salário) à assistência social do governo federal, quando for carente e sem outros meios de subsistência ou ajuda. LSV20: - Exigência de cheque caução pode virar caso de polícia A exigência de cheque-caução ou qualquer outra garantia mercantil para atendimento hospitalar é prática abusiva, já que é feita no momento em que o consumidor e sua família estão vulneráveis. Deve-se levar em conta que o hospital, como qualquer outro prestador de serviço, possui meios para receber valores devidos, não sendo cabível a exigência no momento inicial da prestação do serviço. Para os casos em que o atendimento é coberto por um Plano de Saúde, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) estabeleceu a Resolução Normativa 44, que trata da proibição da exigência de caução por parte dos prestadores de serviços contratados, credenciados, cooperados ou referenciados das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde nos seguintes termos: “Fica vedada, em qualquer situação, a exigência, por parte dos prestadores de serviços contratados, credenciados, cooperados ou referenciados das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde e Seguradoras Especializadas em Saúde, de caução, depósito de qualquer natureza, nota promissória ou quaisquer outros títulos de crédito no ato ou anteriormente à prestação do serviço”. Segundo o diretor-geral do Procon em Rio Claro, advogado Sérgio Santoro, a conduta é tipificada como crime, como dispõe o artigo 135-A, acrescido pela entrada em vigor da Lei 12.653, de 28 de maio de 2012: “Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa”. Assim, o consumidor deve registrar Boletim de Ocorrência na delegacia mais próxima, na ANS, no número 0800-701-9656; e apresentar a questão para apreciação do Juizado Especial Cível, requerendo, inclusive, a concessão de tutela antecipada, tendo em vista a urgência na liberação do atendimento. Extraído de: http://jornalcidade.uol.com.br/rioclaro/dia-a-dia/economia/92526-Exigencia-de-cheque-caucao-pode-virar-caso-de-policia LSV21: - STJ autoriza incluir sobrenome de parceiro em união estável Decisão é a 1ª na qual tribunal altera registro de nascimento entre pessoas não casadas; caso deve ir ao STF 01 de novembro de 2012 | 2h 05 O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou uma mulher que vivia em união estável a ter o sobrenome do seu companheiro. A decisão, de 16 de outubro, é a primeira na qual o tribunal altera o registro de nascimento entre pessoas não casadas. Agora, Áurea Salvador de Medeiros, de 62 anos, que mantinha um relacionamento com Benedito da Silva Caldas, de 82 anos, há mais de três décadas, deverá se chamar Áurea Salvador de Medeiros Caldas. O casal, com um filho, desejou continuar a viver em união estável porque Caldas tinha mais de 60 anos e, por isso, o casamento só era possível com separação total de bens. "O sobrenome apenas ratifica o que somos há mais de 30 anos: uma família. Nós nos sentimos assim desde o início. Ter o sobrenome comum reforça esse sentimento", diz Áurea. A Justiça de Goiás não havia aceitado a mudança no nome de Áurea, levando em conta uma regra que só permite a troca de sobrenomes entre companheiros em um caso específico: se um deles tivesse um impedimento para casar. Isso ocorreria caso um dos dois já tivesse casado antes e se separado sem desfazer a relação no papel. Além disso, a lei de 1975 exige o mínimo de cinco anos de convivência ou um filho em comum. Também esse companheiro não poderia ter o sobrenome de outro casamento. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás, ambos não possuíam qualquer impedimento para o matrimônio. Portanto, só haveria a saída de se casar para transferir o sobrenome. "Ficou uma situação um pouco esdrúxula. Se eles fossem casados, mas separados de fato (sem formalizar o rompimento), poderiam mudar o nome. Eles solteiros, não", afirma o advogado do casal, Rodrigo de Oliveira Caldas. O presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), Rogério Bacellar, diz que se esse procedimento já fosse feito no cartório seria mais fácil. "Hoje não existe nenhuma lei autorizando os cartorários, mas muitos juízes já permitem." Para Bacellar, os registros só poderão sofrer alterações sem necessidade de ir à Justiça após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar essa questão, a exemplo das uniões entre pessoas do mesmo sexo. Hoje, homossexuais que declaram judicialmente uma união estável acabam pedindo também a troca de seus sobrenomes. "Muita gente quer mudar de sobrenome, mas não sabe que tem direito. Há companheiros que passam uma vida toda com filhos, que até têm o sobrenome de ambos os pais, mas o do casal não muda", diz a advogada Maria Berenice Dias, do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam). A Constituição de 1988, segundo a advogada, não faz diferença entre união estável e casamento. No entanto, o Código Civil dá tratamento distinto para alguns direitos, como no caso de herança. LSV22: - 1959 vs 2010 *Cenário 1: João não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba os colegas.* *Ano 1959*: É mandado à sala da diretoria, fica parado esperando 1 hora, vem o diretor, lhe dá uma bronca descomunal e volta tranquilo à classe. *Ano 2010:* É mandado ao departamento de psiquiatría, o diagnosticam como hiperativo, com transtornos de ansiedade e déficit de atenção em ADD, o psiquiatra lhe receita Rivotril. Se transforma num Zumbi. Os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz. Cenário 2**: Luis quebra o farol de um carro no seu bairro.* Ano 1959**:* Seu pai tira a cinta e lhe aplica umas sonoras bordoadas no trazeiro... A Luis nem lhe passa pela cabeça fazer outra nova "cagada", cresce normalmente, vai à universidade e se transforma num profissional de sucesso. *Ano 2010:* Prendem o pai de Luis por maltrato. O condenam a 5 anos de reclusão e por 15 anos deve abster-se de ver seu filho. Sem o guia de uma figura paterna, Luis se volta para a droga, delinque e fica preso num presidio especial para adolescentes. *Cenário 3: José cai enquanto corria no patio do colegio, machuca o joelho. Sua professora Maria, o encontra chorando e o abraça para confortá-lo...* *Ano 1959**:* Rapidamente, João se sente melhor e continua brincando. *Ano 2010*: A professora Maria é acusada de abuso sexual, condenada a três anos de reclusão. José passa cinco anos de terapia em terapia. Seus pais processam o colégio por negligência e a professora por danos psicológicos, ganhando os dois juizos. Maria renuncia à docência, entra em aguda depressão e se suicida.. * Cenário **4: Disciplina escolar* *Ano 1959**:* Faziamos bagunça na classe.. O professor nos dava umas boas palmatórias e chegando em casa nosso velho nos castigava sem piedade. *Ano 2010**:* Fazemos bagunça na classe. O professor nos pede desculpas por repreender-nos e fica com a culpa por fazê-lo . Nosso velho vai até o colegio se queixar do docente e para consolá-lo compra uma moto para o filhinho. ** * * * * * * * * * * * Cenário 5**: 31 de outubro.* * Ano 1959: *Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. Não acontece nada. *Ano 2010:* Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. A gente sofre transtornos de sono, depressão, falta de libido, apetite e nas mulheres aparece celulite.** * * * * * * * * * * * Cenário 6**: fim das férias.* * Ano 1959:* Depois de passar férias com toda a familia enfiada num gordini depois 15 dias de sol na praia, hora de voltar. No dia seguinte se trabalha e tudo bem. LSV23: - A guerra dos não tripulados Brasil entra no mercado cada vez mais disputado de aeronaves sem piloto, usadas para missões militares ou de monitoramento André Julião Se depender dos avanços da tecnologia e de um mercado que cresce a cada dia, não vai demorar muito para que tenhamos sobre nossas cabeças cada vez mais aeronaves que vão informar a situação de florestas, plantações e depósitos naturais de minérios. Esses espiões, mais conhecidos pelas siglas Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) ou UAV (em inglês), ganharam os céus graças aos militares, sempre sedentos por informações para o combate, mas conquistam cada vez mais o espaço aéreo global para fins civis. Graças à sua supremacia bélica, os EUA são os líderes dessa tecnologia. O país possui nada menos que 7 mil unidades dos aviões apenas para uso militar. A administração Obama aumentou a sua aplicação nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Osama bin Laden, inclusive, só foi encontrado no Paquistão graças a imagens feitas por Vant. O mesmo ocorreu na semana passada, quando um Vant atuou no cerco ao comboio de Kadafi. As aeronaves são controladas por uma central em solo e capazes de pousar e decolar sozinhas. “A vantagem dos Vant é que dá para encaixar qualquer coisa neles: câmeras, equipamento de espionagem ou armas”, disse Dennis M. Gormley, pesquisador da Universidade de Pittsburgh (EUA), ao jornal “The New York Times”. Apenas EUA, Israel e Reino Unido confirmam o uso dessas aeronaves em ataques, mas especialistas estimam que mais de 50 países fabriquem ou comprem Vant – e o número aumenta a cada dia. A Alemanha recentemente apresentou o seu, batizado de Euro Hawk, e fabricantes chineses demonstraram 25 modelos no ano passado. A maioria dos veículos, no entanto, é usada para monitoramento. É nesse nicho que aposta Adriano Kancelkis, diretor-presidente da AGX Tecnologia, de São Carlos (SP). Criada em 2002, a empresa começou a comercializar Vant neste ano. “A maior aplicação ainda é o monitoramento de lavouras”, diz o empresário. Recentemente, a AGX cedeu dois aviões para a Polícia Militar paulista, que os utiliza na detecção de crimes ambientais, como queimadas e desmatamentos. Já a Polícia Federal começou a utilizar em setembro duas aeronaves modelo Heron, fabricadas pela IAI (Indústria Aeroespacial de Israel) e comercializados no Brasil pela EAE Soluções Aeroespaciais. As aeronaves são usadas no monitoramento da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, principalmente no combate ao tráfico e contrabando. O plano da PF é obter mais 12 unidades. “Elas são guiadas por satélite, que tem alcance muito maior do que as controladas por rádio”, diz Moshe Cytter, diretor da EAE. Ambos os empresários concordam que o mercado brasileiro tem um grande potencial. Afinal, terreno para ser investigado não falta.#  LSV24: - Devagar, quase parando 24.10.2011 | Opinião Na semana passada escrevi sobre minha indignação com a qualidade dos serviços de telefonia e internet no Brasil. É claro que as telecomunicações melhoraram muito nos últimos anos, mas os preços, como disse na semana passada, continuam absurda mente altos. Concordo que estamos muito melhores do que nos anos 80 e 90 (século passado), mas afirmar que a privatização por si só mudou o rumo e a qualidade dos serviços (para melhor), é muito simplista. Volto a dizer, pelo que pagamos por aqui, merecemos receber muito mais qualidade e velocidade do que nos é ofertado pelas operadoras que têm a conivência das autoridades governamentais. Isso que falo fica confirmado por uma pesquisa divulgada no mês passado que dá conta que o Brasil tem Internet mais lenta que Haiti e Etiópia. Com média de 105KBps, ficamos na 163ª posição no levantamento que coloca a Coreia do Sul liderando o ranking, seguida de perto por países do leste europeu. Com média de velocidade de 105 kbps, a Internet brasileira está em 163º no mundo e fica atrás de países como Haiti, Etiópia e Angola e de nossos "vizinhos" Argentina e Peru em termos de velocidade média de conexão. Esta pesquisa foi publicada pela Pando Networks. A liderança, como disse, ficou com a Coreia do Sul que possui uma conexão média de 2,2 Mbps, seguida pela Romênia, com 1,9 Mbps, sendo que logo atrás vêm outros países da Europa oriental: Bulgária (1,6 MBps), Lituânia (1,5 MBps) e Letônia (1,4 MBps). Segundo o estudo da Pando, a média mundial de velocidade de conexão à Internet é de 580 Kbps, número cerca de cinco vezes maior do que a velocidade no Brasil, que ainda teve a cidade de Itapema, em SC, como a segunda pior colocada entre as avaliadas, com 61 Kbps. A cidade pior colocada no ranking foi Algiers, na Argélia, com média de 56 Kbps de velocidade de conexão. Os Estados Unidos registrou velocidade média de 616 Kbps, enquanto que a China ficou com apenas 245Kbps, também bem abaixo da média mundial. O levantamento da Pando foi baseado em cerca de 27 milhões de downloads realizados a partir de 20 milhões de computadores em 224 países do mundo todo, e foi realizada entre janeiro e junho deste ano. E agora. Enquanto nosso governo fala de "Banda Larga", o resto do mundo já fala em "Ultra Banda Larga", oferecendo a seus usuários telefonia e internet a preços muito menores do que os praticados no Brasil pós-privatizações. E agora, quem é que pode nos explicar esta equação que nos entrega serviços ruins a preços exorbitantes? Pelo visto, qual quanto as obras da Copa 2014, as telecomunicações em nosso país vão "devagar, quase parando". Se você quer saber qual é a sua real conexão, sugiro o SpeedTest , um ótimo testador que lhe possibilita saber a que velocidade você se conecta com diversos locais do planeta. (Ricardo Orlandini) LSV25: - Esqueci o primeiro beijo Ivan Martins- blog de Época Li, na segunda-feira, que um livro escrito por uma pesquisadora da Universidade do Texas garante que o primeiro beijo não se esquece. Por razões químicas e emocionais, essa primeira experiência tem potencial para ficar gravada na malha do cérebro para o resto da vida. Ao menos para a maioria das pessoas. Não é o meu caso, infelizmente. Eu esqueci. Desde a noite de segunda-feira, quando li sobre a perenidade do primeiro beijo no site do jornal inglês The Guardian, estou tentando lembrar, sem o menor sucesso, quando, onde e com quem aconteceu esse beijo que deveria ser inesquecível. O momento supostamente mágico foi lavado da memória, junto com o primeiro filme, o primeiro tombo, a primeira briga e o primeiro gol. Por não ser lembrado e não ter sido registrado, é como se o meu primeiro beijo nunca tivesse existido. Entrou para o rol das infinitas experiências humanas que passaram sem deixar vestígio ou testemunha na história. Para todos os efeitos, não aconteceu. É triste isso, não é? Vira e mexe eu tento recuperar alguma coisa do passado e percebo que não está mais lá. Um nome, um rosto, um diálogo. Há coisas que a gente nota que esqueceu e outras que nem sabe mais que existiram. Essas últimas são as piores. Um amigo começa a contar algo que você fez há cinco, 10 ou 20 anos e você escuta aquilo com perplexidade: eu fiz isso? Eu disse aquilo? Parece ficção. Guardem as piadas sobre Alzheimer, por favor. Quem lembra tudo sobre si mesmo que faça a primeira ironia. Eu pelo menos sei que não me lembro. Já é alguma coisa. Na noite de segunda-feira, quando eu estava matutando a história do beijo - enquanto a cidade de São Paulo era inundada pela chuva de monções que virou rotina de verão - li algo que se encaixou perfeitamente nas minhas inquietações em relação ao passado evanescente. Era um trecho da biografia do Barack Obama (A ponte, da Companhia das Letras) em que ele, aos 30 anos, começa a escrever um livro de memórias. A base desse relato - lançado no Brasil com o título de A origem dos meus sonhos - é fornecida pelos diários que Obama mantinha desde a adolescência. Claro. Como é possível escrever com precisão sobre sentimentos de 10 ou 15 anos atrás sem ter um registro no qual se apoiar? Se a memória nos trai com coisas concretas como fatos e rostos, o que não fará com material tão tênue quanto a lembrança de sensações? Aplique o teste a você mesmo. Tente recuperar precisamente o que sentia num período especifico longínquo. Vai notar que não é fácil - e pode ser uma experiência enganosa. Nossa memória das emoções está coberta por várias camadas de revisão e reavaliação aplicadas ao longo dos anos. Ela provavelmente reflete mais o que a gente pensa agora do que aquilo que sentimos no momento da experiência original. Como eram as discussões com os seus pais aos 14 anos? Como você realmente se sentia em relação aos amigos no dia-a-dia? Como era estar apaixonado e sentir-se rejeitado ou querido? Quais as suas primeiras emoções articuladas em relação ao sexo? Ao pensar sobre isso, pisamos em cascalhos de lembranças. Não é um terreno sólido. Ter na mão um diário escrito aos 13 anos é dispor de um atalho para dentro do seu próprio coração, décadas atrás. Para usar uma imagem roubada do escritor israelense Amos Oz, um diário equivale na paleontologia das emoções a encontrar um dinossauro inteiro e preservado, em vez de reconstruir o que ele teria sido a partir de míseros pedaços de esqueleto petrificado. Digo isso para enfatizar o óbvio: se eu tivesse um diário poderia refletir sobre a experiência do primeiro beijo. Como o diário não existe, só posso recuperar. Lembro vagamente da surpresa de sentir a textura de outra língua na minha língua - sensação forte, que deve ter acompanhado toda a primeira série de beijos. Lembro de gosto de batom, cigarro e chiclete. Lembro do toque metálico de um aparelho ortodôntico. Lembro da aflição de estar resfriado, com nariz entupido, e não querer interromper o beijo tão arduamente conquistado. Lembro da sensação de transgressão, aventura e virilidade recém-adquirida que tudo isso implicava. Lembro do romance por trás da saliva, do amor asfixiante que embalava algumas dessas experiências. Lembro vagamente de ser feliz e saber que era feliz, precisamente entre os 13 e 14 anos. Lembro de um monte de coisas, mas não me lembro do primeiro beijo. E não há como recuperá-lo. Por isso, gostaria de encerrar com duas coisas. A primeira é um conselho: anotem o que parecer importante. Não confiem na memória. Registrem os sentimentos e os eventos do mundo ao redor. Em 10 anos, assim como as fotografias, suas anotações ganharão um brilho insuspeitado. Não importa se você tem 20, 30, 40 ou 50. Comece hoje. O futuro é enorme e está louco pelas suas lembranças. A segunda é um convite: se o seu primeiro beijo vale ser contado, conte aqui, no espaço dos comentários. Na semana que vem eu vou escolher algumas histórias bacanas e publicar junto com a coluna. (Ivan Martins escreve às quartas-feiras) LSV26: - "Eu fiz o parto do meu filho, não o médico" Eliane Brum- blog de Época Sempre quis entender por que uma mulher prefere passar por uma cirurgia que exige um corte transversal de 10 a 15 centímetros e atravessa sete camadas de tecido do que ajudar seu filho a nascer da forma mais natural. Segundo a Organização Mundial da Saúde, apenas 15% dos partos têm indicação de cesariana. Mas, no Brasil, oito de cada 10 partos na rede privada são cirúrgicos. E, assim, os bebês brasileiros cujas mães têm plano de saúde nascem em horário comercial e o que era natural virou exceção. Por quê? E para o benefício de quem? Já ouvi dezenas de vezes a justificativa de que a cesariana "é mais prática, cômoda e indolor". Prática, cômoda e indolor para quem? Talvez seja mais prática, cômoda e indolor para o médico, que não vai ser acordado no meio da noite nem ter de desmarcar compromissos e consultas para acompanhar um processo natural durante horas. Mas, para a mulher, os fatos provam que não. Ainda que o parto natural leve mais tempo, assim que a criança nasce não há mais dor. Já a recuperação da cesariana pode levar semanas e até meses, quando tudo dá certo. Sem contar os riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte. Há poucos dias, ao visitar uma amiga que acabou de ter seu segundo filho por cesariana, ela me disse: "A dor que senti ao tentar levantar depois da cesárea foi muito maior do que todas as dores do parto natural do meu primeiro filho. Não entendo como alguém pode achar que isso é melhor". Também já perguntei a alguns obstetras por que fazem tantas cesarianas. E a resposta de todos foi: "Porque nenhuma das minhas pacientes quer ter parto natural". Será? Sempre desconfiei que parte dos médicos não sabe fazer parto natural. E, além de ser mais prático para eles, escolhem a cesariana porque também têm medo. Em uma reportagem sobre mortalidade materna publicada na Época em 2008, o obstetra Nelson Sass, professor da USP, afirmava exatamente isso: "Os estudantes de Medicina das melhores faculdades quase não têm contato com parto natural. É uma deformação das escolas. Como os casos mais complicados são encaminhados aos hospitais universitários e resolvidos com cesáreas, os alunos não treinam o parto natural". Este obstetra, que não foi treinado para o mais fácil e mais natural, vai convencer aquela gestante que, no caso dela, uma cesariana é a melhor opção. Quando uma mulher está com um filho na barriga e um médico diz que é necessário cortá-la para que ele saia, dificilmente ela vai desafiar a autoridade do médico e contestá-lo. Se o médico diz que é mais seguro, como ela vai discutir e correr o risco de comprometer a vida do seu filho? Nesses casos, mesmo mães que desejaram e se prepararam para um parto natural recuam diante da autoridade daquele que sabe. Mas, às vezes, aquele que sabe só tem medo. Ou, pior, tem um compromisso social em seguida ou apenas quer ganhar mais. Quando uma mulher engravida e a barriga começa a crescer, dá medo, às vezes até pânico, saber que aquele bebê que está dentro dela vai ter de sair. E é ela quem vai ajudá-lo nisso. E que esse processo inclui dor. É natural ter medo. Isso não significa que essa mulher não possa lidar com esse medo e com todas as fantasias a respeito desse momento e, mesmo assim, viver o que tem para viver. A maior fantasia - e a que mais atrapalha todas as mulheres - é justamente a ideia de que a maternidade é sagrada e só envolve bons sentimentos. Então, para ser uma boa mãe, supostamente uma mulher teria de achar tudo lindo e elevado. Poucas crenças são mais perniciosas para as mulheres - e depois para os seus filhos - do que o mito da maternidade feliz. A escritora francesa Colette Audry disse uma frase genial sobre o que é um filho: "Uma nova pessoa que entrou na sua casa sem vir de fora". Como não ter medo e sentimentos conflitantes a respeito de algo assim? Engravidar e parir dá medo mesmo. E uma mulher não vai amar menos aquele bebê por sentir pavor, raiva e sentimentos supostamente menos nobres - ou supostamente proibidos. Ao contrário. Ela pode ser uma pessoa pior e uma mãe pior se sufocar esses sentimentos em vez de aceitá-los e lidar com eles. O que também implica lidar com o medo da dor do parto e da responsabilidade de ajudar o filho a nascer. É claro que auxilia bastante encontrar um obstetra responsável que converse com ela sobre seus sentimentos - em vez de abrir a agenda para marcar a cesariana. É por medo de viver e porque ninguém as ajuda a lidar com seus piores pesadelos que muitas mulheres preferem não sentir - literalmente - um dos momentos imperdíveis da vida que é o parto de um filho. Acredito que a saída para esse medo não é ser anestesiada e cortada em data previamente marcada. E, principalmente, sem necessidade. Como me disse uma grávida um dia: "Prefiro a cesariana porque aí não tenho de passar por isso. Eu fico ali, sem sentir nada, e de repente meu filho já está do lado de fora". Essa mulher nunca soube o que perdeu, porque perdeu. Hoje há um movimento forte em defesa do parto natural e há crianças nascendo em salas humanizadas de hospitais e mesmo dentro de casa nas grandes cidades, como São Paulo, enquanto lá fora o trânsito para e os carros buzinam. Existem grupos semanais onde as mulheres e também os homens podem falar abertamente sobre todos os medos e trocar experiências sobre parto e amamentação. E poder falar sobre isso e dizer que eventualmente está apavorada faz bem para todo mundo e também para o bebê que vai ter uma mãe que consegue falar de seus sentimentos. E falar do que sentimos e do que não sentimos, por pior que nos pareça sentir o que não queríamos sentir - ou não sentir o que achamos que deveríamos sentir -, nos ajuda a amar melhor. Algumas ressalvas, porém. A luta pela volta do parto natural é um bom combate. Mas é preciso não cair no outro extremo e virar xiita, já que dogmas não fazem bem à vida. Às vezes percebo com pena esse traço em alguns movimentos que poderiam ser melhores se deixassem a soberba de lado. A cesariana é uma ótima saída nos casos em que é indicada e pode salvar a vida da mãe e do bebê. O problema não é optar por ela quando claramente é a melhor alternativa diante de uma complicação - e sim fazer a cirurgia sem necessidade, um comportamento epidêmico no Brasil. Nenhuma mulher é menos mãe ou menos mulher porque não conseguiu ter um parto natural. Assim como nenhuma mulher é menos mulher porque decidiu que não quer ser mãe. Já testemunhei mães orgulhosas de seu parto natural esmagar com sua suposta superioridade uma outra que precisou de cesariana. Este é um comportamento lamentável, quando não ridículo. Nesses casos, além de ter sido submetida a uma cirurgia e estar cheia de dores e pontos, a mulher é punida porque não foi uma superfêmea. Como se ter de fazer uma cesariana fosse uma nova modalidade de fracasso. Superfêmeas, assim como supermães, para o bem da humanidade é melhor que não existam. As mulheres mais bacanas e as que possivelmente serão melhores mães são as que assumem seus medos e não punem o medo das outras. E compreendem que na vida, assim como no parto, a gente tenta fazer o melhor possível. E o melhor possível tem de ser o suficiente. Para nos ajudar a pensar sobre tudo isso, entrevistei uma amiga que teve seu primeiro filho há uns poucos meses, perto dos 40 anos. Eu a escolhi porque ela desejou muito um parto natural. E se preparou muito para o nascimento do seu filho. E conseguiu o seu parto. Mas, para isso, passou por um tremendo estresse desnecessário em seu embate com a cultura predominante da cesariana e o medo de que os profissionais escolhessem por ela ao longo do trabalho de parto. Quando fui visitá-la no hospital, no dia seguinte ao nascimento do bebê, ela tinha necessidade de contar sobre o pavor vivido não por causa das dores do parto, mas pelo medo de que roubassem dela esse momento. Seu bebê era saudável, ela ajudava a dar nele o primeiro banho e amamentava-o sem nenhum incômodo. Mas o embate com a equipe de saúde a tinha marcado. E teria sido melhor se ela tivesse a certeza de que sua decisão seria respeitada - e uma cesariana só seria feita se realmente houvesse necessidade. Há cerca de um ano ela deu outra entrevista para esta coluna, sobre seu desejo e suas dificuldades de engravidar, e os mitos de fertilidade que atrapalham a vida das mulheres. Agora, ela nos conta o capítulo seguinte. A experiência de cada mulher é única. Esta é a da minha amiga. Nem certa nem errada, nem melhor nem pior, apenas a dela. ÉPOCA - Você queria muito ter parto natural. Por quê? Me parecia uma experiência mais completa do que uma cesariana, mais natural e menos passiva. Queria fazer força, ajudar meu filho a vir ao mundo. Não queria alguém tirando ele com um bisturi sem que eu visse, por trás de uma cortininha hospitalar, em 10, 15 minutos. A cena tinha de ser maior, mais demorada e curtida. Me via puxando/empurrando meu filho pra vida. A gente tomava fôlego de vez em quando e ele continuava a sair. Algo pra se ir absorvendo aos poucos. Ao longo da gravidez, também fui construindo em mim a ideia de que um parto normal seria algo mais meu, sobre o qual eu teria mais controle do que uma cirurgia. Eu faria o parto - não o médico. ÉPOCA - - Este desejo, que é natural, afinal é assim que as crianças nascem ou deveriam nascer quando não há nenhuma complicação, acabou sendo difícil de botar em prática, porque toda a cultura ao redor empurrava você para uma cesariana. E isso deu a você uma carga extra de tensão. Como foi? - Eu tive de fazer uma verdadeira maratona para conseguir meu parto. Sabia que as cesarianas eram regra, mas não que era tanto assim. Os médicos te dizem: "Vamos tentar um parto normal", como se fosse o mais difícil, como se exigisse condições. Ora, o "normal" não é ser normal e a cirurgia só acontecer se algo der errado? O fato é que eu tive de convencer, barganhar, ameaçar trocar de médico para conseguir que fosse normal. Percebi que precisaria me informar horrores, me apropriar do processo, para que quando chegasse o momento ninguém pudesse me enrolar com desculpas como as que eu ouvia de amigas justificando cesáreas. E nesta viagem eu aprendi muitas coisas sobre parto. Tantas que teria sido capaz de fazer o meu sozinha. Descobri que bastava amparar meu filho na saída e secá-lo. Não existe nenhum procedimento imprescindível nem durante o parto, nem no nascimento - quando tudo está bem, é claro. Não deixa de ser um absurdo ter de descobrir como funciona algo tão ancestral e natural como um parto. Este processo parece que foi transformado em um mistério pela medicina moderna - um mistério até para as mulheres. ÉPOCA - - Por que você acha que a medicina tornou o parto um mistério? E por que você acha que as mulheres preferem cesarianas? Do que elas têm tanto medo, afinal? Primeiro, por falta de informação. Os médicos dão pouca informação. Chegam a perguntar o que a mulher prefere, em vez de irem direto para o normal e partirem para a cesárea apenas quando necessário. Já ouvi de um médico que cesariana era mais "prático". O ponto de partida é que já está errado. Se os médicos não esclarecem, as possibilidades de parto normal já ficam reduzidas. Por exemplo, o parto normal dói, mas tem a opção da anestesia no momento em que a paciente quiser, embora o ideal seja mais para o final. Acho que se as mulheres conhecessem melhor o processo, optariam menos por cesarianas. Há vários mitos envolvidos. Acho que algumas mulheres consideram o parto normal algo pouco civilizado, pouco moderno. Muitas têm medo de ficar com a vagina alargada depois que passar um bebê. Tem também a questão da falsa praticidade, de poder marcar o parto. Digo falsa porque não é nada prático ficar com pontos na barriga de uma cirurgia considerada de porte, fora o risco de ter um bebê nascido antes do tempo, antes de ficar pronto. Há mulheres que querem acabar logo com o processo do nascimento, como se ele não pudesse ser demorado e maravilhoso, sentido, como se esta demora não tivesse também as suas delícias. É como sexo: você sua, se esforça, quanto mais demora, melhor. Não combina ser asséptico, rápido, cirúrgico. O parto também não. Mas acho que o que mais pega é o medo da dor. Nosso mundo tem medo da dor. Mesmo a inevitável, a necessária, a que ajuda a trazer um filho pra vida. A dor de parto não é como outras dores. Não é como uma dor de ouvido, por exemplo. Ela vem aos poucos, para que a mulher se recupere nos intervalos. É forte, mas é uma dor de vida, não de morte. Vai trazer uma coisa boa. Isso te ajuda a suportar. Se não, tem a possibilidade de analgesia. Prefiro dizer que não são dores de parto, mas contrações, movimentos. ÉPOCA - - O que você aprendeu em sua busca de conhecimento, quase se armando para que não roubassem de você um dos grandes momentos da sua vida? No fim, aprendi que havia vários tipos de parto normal - natural, normal, induzido, humanizado... E percebi que eu não queria apenas um parto "vaginal". Queria um parto com o mínimo de intervenções, o mais natural possível. Nos últimos anos (ou décadas) foram estabelecidas tantas intervenções como rotina que, na maioria dos partos normais urbanos, de classe média, você toma uma superanestesia e fica inepta pra ajudar seu filho a nascer. Então tem de tomar hormônio pra estimular as contrações reduzidas pela anestesia. Na hora H alguém empurra sua barriga com uma manobra horripilante e desnecessária para que o bebê saia. E, no fim, quase que obrigatoriamente, cortam a entrada da sua vagina para ajudar o bebê a sair, mesmo que não precise. Eu não queria nada disso. Queria um parto meu, comandado pelo poder de dar à luz que a natureza me deu, apenas assistido pelos profissionais de saúde. ÉPOCA - Em sua incursão pelo mundo da militância do parto natural, você participou de grupos e ouviu histórias de todo tipo. Quais foram essas narrativas e como elas ajudaram a construir a sua? Eu tinha guardado na memória o relato especial de uma amiga que teve a filha ainda adolescente no hospital, mas sem anestesia, sentindo as dores do parto. Era minha história inspiradora de nascimento. Descobri na internet um grupo para grávidas, o Gama (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa), para ajudar as mulheres a ter experiências assim. Frequentei esse grupo semanalmente com meu marido. Lá ouvi outros relatos de partos naturais, ou seja, sem anestesia nem intervenções, muitos ocorridos em casa. Quase todo dia tinha uma história incrível de uma mulher que tinha dado à luz deitada em sua própria cama, usando os lençóis guardados no armário, comovendo os vizinhos com o choro de bebê novo que de repente interrompia os gemidos do parto como se estivessem todos num século remoto, muitas vezes escandalizando a família com sua escolha "precária". Não me lembro de um relato exato porque eles se pareciam muito, mas de detalhes misturados de nascimentos em apartamentos apertados no caos de São Paulo. Um casal contou que teve o filho num cômodo sem janela, na parede apenas o quadro pintado por um amigo imitava a paisagem de fora. Que loucura alguém parir sem janela, pensei. Eu adorava esses detalhes curiosos e muito humanos. Teve o marido assustado que se refugiou na cozinha para fazer comida enquanto a mulher se contorcia pra dar à luz no quarto, como se nada de extraordinário estivesse acontecendo na casa enquanto ele cozinhava. Teve a história da mulher que berrou no meio de uma contração para o marido não entregar pra parteira as toalhas de banho brancas, e sim as estampadas, se não estragaria o enxoval dela. Teve o caso de uma que ficou muito brava com o companheiro porque ele ficava contando os intervalos das contrações e isso a deixava nervosa. Ela pedia que ele parasse e ele continuava contando. Teve a que achou que tinha defecado no parto, mas era só a placenta saindo depois do bebê. E teve uma que de fato defecou. Nunca tinha imaginado que coisas assim pudessem acontecer. Além dessas histórias do grupo, fui também buscar histórias mais próximas. Uma amiga contou que teve o bebê quase no saguão do hospital, antes de a médica chegar, porque o marido não acreditou que o trabalho de parto estivesse tão avançado. A filha nasceu enquanto ele estacionava. Essa história me fez pensar que eu deveria conhecer bem os estágios do parto, para o caso de uma emergência. Outra me contou como se sentiu traída ao final de um trabalho de parto normal e tranquilo, quando o anestesista a agulhou pelas costas sem que ela quisesse, apenas para justificar sua ida ao hospital numa antevéspera de ano novo. E de como ela se sentiu dolorida nos dias seguintes por causa da peridural e da traição. Me fez pensar em como era importante eu deixar claro meus desejos e manter em minhas mãos o comando da situação. E também a importância de deixar claro para o meu marido o que eu queria - e não queria. Ouvi também um relato triste da minha irmã, que sempre quis parto normal e acabou levada a uma cesárea que ela acreditava desnecessária. Ela não viu os filhos saírem, não sentiu nada. E quando fui resgatar essa história, senti como isso tinha deixado nela uma ferida aberta. Uma ferida que eu não queria aberta em mim. Fui escutando essas histórias para ver como era, saber o que eu queria, o que eu não queria, e para tentar aceitar o que talvez estivesse além do meu querer. ÉPOCA - Quando seu filho nasceu, você disse que ficou muito tensa durante o processo porque a todo momento tinha medo de que os médicos pudessem dar uma anestesia, fazer algum procedimento ou mesmo uma cesariana contra a sua vontade. Como foi isso? Ao longo da gravidez, fui decidindo o que eu queria e o que não queria pra mim e para o bebê. Coisas muito importantes, pelas quais eu e meu marido faríamos todo o possível, e outras que nos importaríamos menos se escapassem do planejado. Meu maior terror era passar por uma cesariana. Ainda mais se fosse desnecessária. Não sei em que pedaço de mim isso pegava, mas pegava. Nas últimas semanas, minha obstetra falou: "Querida, se rolar cesariana serão dez anos de terapia pra você, não é?". Eu disse: "Exatamente. Você entendeu o tamanho da coisa". ÉPOCA - Por que tanto horror à cesariana? Embora exista um abuso de cesarianas no Brasil, boa parte delas desnecessária, há casos em que pode ser a melhor escolha e mesmo fundamental para salvar a vida da mãe e do bebê. Se fosse este o caso, não estaria tudo bem para você? Acho que se fosse o último recurso, tudo bem. Mas eu gostaria de ter certeza de que era realmente necessário e não uma conveniência ou inabilidade do médico, coisa que ficou muito difícil identificar hoje em dia. Acho que eu também mitifiquei o parto normal. Eu nasci de cesárea. E estou aqui, viva, sem traumas. Não tenho problemas com isso. Mas era um desejo meu ter o filho naturalmente. Só aceitaria a cesárea se tivesse muita clareza da necessidade. ÉPOCA - Então conta como foi seu processo nessa luta com os profissionais de saúde ao longo do trabalho de parto... Meu trabalhou de parto ativo durou 13 horas. Isso é considerado normal, mas as pessoas se assustam. Muitos médicos se assustam, inclusive. Meu pavor, quando eu via o relógio andando depressa demais, era que eles se cansassem e dissessem: "Bom, vai ter de ser cesárea". E me empurrassem uma desculpa qualquer goela abaixo, com o poder da autoridade deles. Eu cheguei ao hospital com contrações fortes e ritmadas, num bom intervalo. Mas a dilatação era frustrantemente pequena ainda. Meu filho estava com a cabeça defletida, ou seja, virada pra cima, mirando o céu, então não descia. E minha vagina tinha uma reborda, uma espécie de dobra que se forma muitas vezes e também dificulta a saída. Eu sabia que nenhuma das duas coisas era motivo para cesárea, mas podiam tentar usá-las para fazer uma. Eu tinha chamado uma doula, uma acompanhante de parto, que na hora me ajudou com exercícios, posições e apoio emocional. Mas, depois de oito horas, acabei pedindo uma analgesia porque não aguentei a dor, estava dobrada, apagando nos intervalos das contrações. Tive medo que isso animasse os médicos a fazer cesárea, afinal, eu já estava anestesiada, ainda que de leve. Chorei muito porque não imaginava que a dor fosse maior do que eu. E chorei de medo. Lá pelas tantas entrou uma obstetra na sala e começou a conversar com minha médica. Ela dizia que o parto que ela fazia na sala ao lado estava demorando muito então ia virar uma cesárea porque ela já estava cansada. Entrei em pânico e comentei com a doula que não queria que todos se cansassem daquele momento meu e quisessem ir embora inventando uma cesárea. Minha médica ouviu e disse: "Temos todo o tempo do mundo para esperar". Era verdade. Ela começou a me pedir pra fazer certas posições, me virava na cama, com muita delicadeza, até que o bebê se acertou e começou a sair. Nessa hora, de novo entrei em pânico, fiquei selvagem porque começaram a montar uma mesa de instrumentos e eu temi de novo uma cesárea. Pra que tudo aquilo? A pediatra, acostumada com partos humanizados, naturais, me disse que era normal, uma prevenção em caso de ocorrer uma emergência. Mas a cada barulhinho de metais mexendo eu gritava, perguntando o que iam fazer. Felizmente, o que fizeram foi apenas esperar meu filho sair, naturalmente, sem cortes, inteiros nós dois. ÉPOCA - Qual foi o sentimento quando seu filho nasceu? Eu parecia um bicho. Estava meio agressiva, assustada e ao mesmo tempo me sentindo a dona da cena. Queimava tudo quando ele estava saindo. Parecia que as tripas iam sair por baixo, apesar da analgesia, que era leve justamente pra eu sentir. Daí ele saiu, roxinho, com o cordão enrolado no pescoço e na mão, sem nenhum problema. Veja que os cesaristas adoram dizer que isso é motivo pra cortar uma mulher. Alguém que estava perto da vagina esticou os braços me entregando aquele pacotinho. Me escapou um: "O que eu faço com isso?". Mas imediatamente eu soube e puxei ele pra mim, pro meu peito. Veio a pediatra e ajeitou-o pra mamar. E ele mamou. Eu chorava, chorava. Chorava e sorria. Parecia que não existia nada além dali. Que o momento era aquele. Que a vida começava e terminava naquela sala. Que ali dentro estava tudo que me importava. Senti orgulho de mim, do meu filho. Me senti poderosa, cheia de muita coisa boa. Talvez algumas mulheres se assustem com a intensidade de dor e de medo no relato do parto do meu filho e achem que não vale a pena. Primeiro, eu acredito que as coisas importantes não são necessariamente leves e indolores. Nem que as coisas boas só são boas se forem leves, rápidas e indolores. Meu parto foi forte. Em alguns momentos foi tenso e doloroso. Em alguns momentos tive medo. E, mesmo assim, foi uma delícia. Mesmo assim, tive um prazer indescritível. Tudo junto, como a vida é. Não trocaria isso por nada. Poucas vezes me senti tão viva. Poucas vezes estive tão viva. E completa. ÉPOCA - Como é ser mãe? Fico observando você e percebo que, embora existam as angústias, e elas são muitas nesse início da vida de um filho, você parece estar sempre numa espécie de estado de completude. Volta e meia olha para o seu filho e chora de alegria... Eu estou em estado de graça desde o momento em que meu filho nasceu. Eu tinha um medo, que para algumas pessoas pode parecer idiota, de ter um filho feio e burro. Bem, ele é lindíssimo. Meu bebê nasceu lindíssimo, como eu jamais poderia imaginar que seria. Tem orelhas perfeitas, nariz lindo. Ele é todo bonito. Tudo nele é bom. Senti algo indescritível quando saí da maternidade com ele nos braços, apresentando a rua lá fora, o sol, os carros, o barulho, as pessoas, a vida. Me senti a pessoa mais importante do mundo. Chorei quase todos os dias do primeiro mês de vida dele. De alegria, de plenitude. Chorei de ver que era tudo verdade, que ele estava ali. E ainda choro. A maternidade está além da minha maior expectativa. ÉPOCA - Me parece, pela minha própria experiência e pela de outras mulheres que escuto por aí, que o afeto e o amor pelo filho não é algo dado, mas construído. De repente, há uma pessoinha nova fora da gente, na casa da gente, exigindo coisas com o seu choro. Mesmo que a gente a carregue por nove meses, fora do nosso corpo é outra história. Me parece que amamos aos poucos, num afeto que vai se construindo e se fortalecendo ao longo dos dias, até se tornar a ligação mais forte e profunda da nossa vida. E não como um amor que vem do além e cai como um raio na hora em que o bebê nasce, como somos ensinadas a acreditar que é o certo. Como foi para você? É interessante porque, embora a maternidade seja atávica, o afeto não é automático, imediato. Eu não senti assim, pelo menos. Fui me apaixonando pelo meu filho. É algo que é construído da rotina com o bebê, que é uma das coisas mais intensas que alguém pode viver. Um dia aparece um serzinho estranho de dentro de você para você cuidar. Invade seu mundo, sua vida, com um cheiro novo, barulhos novos, hábitos novos. Surge um novo prolongamento de você, algo que não existia antes e que precisa de você para existir. No começo é ternura, curiosidade, encantamento. Acho que a natureza faz bebês fofos para a gente se encantar e cuidar deles. Aos poucos vai virando amor, delícia, intimidade. Você ama "aquele" bebê. Eu comecei a ficar mais mãe aos poucos. E acho que vou ser cada vez mais mãe, conforme o tempo passar. ÉPOCA - - Um de seus conflitos é a aproximação do momento de voltar ao trabalho, depois da licença-maternidade. Por um lado você tem vontade de largar seu emprego e virar mãe em tempo integral. Por outro, tem sonhos de que está trabalhando em grandes projetos. Não é fácil ser mulher, não é? Como você está se virando? Não gosto nem de imaginar a volta ao trabalho. Parece que ele vai precisar de mim e não vou estar. Dizem que quem mais sente a dor dessa primeira separação é a mãe. Eu não consigo imaginar meu filho desamparado. Uma neura de que não cuidarão tão bem dele, de que eu não estarei lá vendo cada sorriso ou respiro. Acho que ainda sinto que ele é um pedaço de mim que ficaria pra trás algumas horas, doendo. Tenho um trabalho flexível, que me permitiria estar com ele em vários intervalos do dia. Ao mesmo tempo, já fiz as contas pra ver quanto tempo eu poderia ficar em casa só acompanhando ele crescer, mudar. Provavelmente, voltarei a trabalhar. Acho que ficaria tensa de não ter segurança financeira e talvez me cansasse, com o tempo, de ficar apenas em casa. Afinal, é uma rotina desgastante. Meu plano ideal seria que me dessem uma licença de um ano ou que meu emprego me liberasse e estivesse lá quando eu voltasse. Pra mim, seria o tempo ideal pra eu me dedicar ao meu filho, curtir cada minutinho, cheirar ele o dia inteiro. É importante trabalhar, mas é melhor ser mãe, ao menos nesse momento. Acho que o modo como as coisas são estruturadas no nosso mundo, no nosso universo brasileiro, não facilita muito a vivência dessas coisas. Poderíamos ter a opção de voltar logo ou não ao trabalho. Eu queria muito ficar mais. Mas dá medo chutar tudo e viver de economias. Eu não gosto de pensar nisso. Me incomoda, estraga meu dia. Meu filho fez parar meu tempo. Mas as coisas fora de nós não pararam. Não sei como resolver. ÉPOCA - Quais são as alegrias e os conflitos desse momento muito particular que você está vivendo? As alegrias são todas. O sorriso dele quando acorda, as dobrinhas, o cocô sem cheiro. Os gemidos, o choro, o beicinho, a respiração, o espirro. Mas a maior felicidade é ele mamar no meu peito. Ele se alimentar de mim. Isso é uma loucura. E eu me alimento de olhar ele mamando, toda torta, querendo chorar de alegria. A mãozinha no meu peito. Algo indescritível. Não tenho muito tempo pra mim, o que me angustia, mas só um pouquinho. Me sinto bonita, forte, poderosa, e tenho conseguido administrar as dificuldades porque tenho uma boa rede de apoio - marido superparticipativo, empregada, família, grana. Talvez eu não seja a melhor referência, porque a maternidade nem sempre é fácil. E pra mim está sendo uma delícia. Meu maior conflito é querer às vezes ficar só eu, meu filho e o pai dele juntos, feito bichos, num ninho, nos lambendo. Mas o planeta não é vazio como eu queria que fosse agora. O que também tem um lado bom: muita gente pra eu mostrar a coisa mais linda que eu já vi. ÉPOCA - Hoje, olhando para trás, o que o parto natural deu a você? O meu não foi 100% natural porque eu tomei analgesia. Meu parto normal me deu a maior lembrança da minha vida. Uma longa cena que me mudou completamente. Me sinto uma mulher completa agora. Me sinto uma mulher feita. Acho que, por ter sido um parto normal, me sinto mais do que se fosse de outra forma. ÉPOCA - Você tem medo do futuro? De seu filho estar aqui, de ter de educá-lo com um mundo inóspito lá fora... Tenho todos os medos, os mais absurdos. De ele sofrer, de não ser feliz. Medos que eu sempre tive da vida, como todo mundo. Mas meus olhos estão tão cheios da visão linda do meu filho e meu coração transborda de uma alegria tão grande que não cabe mais nada. Essas visões ruins de futuro se apagam rapidamente. Uma ternura louca espanta os medos, tão logo eles chegam. E me enche de esperança a idéia de criar um ser humano lindo e feliz. De apresentá-lo ao mundo e o mundo a ele. ÉPOCA - O que é ser mãe, afinal? Para mim, ser mãe é me sentir completamente mulher, fêmea, em todas as possibilidades. Já li que não é a maternidade que te faz uma mulher. Mas há uma dimensão que a gente só conhece sendo mãe. É mais para sentir do que explicar. Me sinto maior do que eu era antes. Bem maior. (Eliane Brum escreve às segundas-feiras.) LSV27: - Voz Própria Serafina- revista da Folha Com quase 80 anos, 48 se mostrando na televisão, acionista em 34 empresas, uma dívida de 2,5 bilhões de reais, mulher e seis filhas, nada consegue deixar Silvio Santos tenso. Pelo contrário, o dono do SBT tem tempo suficiente para assistir a um filme por dia, seu passatempo predileto. No dia 18 de novembro, nove dias após vir à tona o rombo em seu banco, logo no início da manhã, Silvio Santos se mostrava feliz e falante, andando pelos corredores do SBT. Mas seu dia "comum" estava apenas começando: logo após gravar dois programas em sua emissora, foi anunciado o novo diretor de seu grupo de empresas. Pediu demissão, depois de 40 anos, o então fiel escudeiro Luiz Sandoval e assumiu o cargo de extrema confiança o seu sobrinho e chapa Guilherme Stoliar, com a missão de ajudar a sanar a dívida bilionária até 2023. Mas como um dia na vida de Silvio parece um filme que não tem hora para acabar, à 1h da madrugada soou o alarme de roubo em sua casa no Morumbi. Vestindo um pijama, ele acalmou a mulher e as filhas e levou-as para um quarto blindado. A partir daí foram cenas de filme policial. trinta militares cercaram sua casa, um helicóptero da polícia sobrevoou o local e logo uma pequena multidão se posicionou em frente à sua casa. Por sorte o "invasor" era um galho de árvore que caiu na cerca eletrificada. A vida de Silvio parece mesmo um roteiro daqueles cheios de mudanças inesperadas, com bastante troca-troca de personagem. Talvez por conta disso a sua maior diversão seja assistir filmes em DVD. Adora falar sobre personagens que não fazem parte de seu dia a dia real e essa parece ser a sua grande válvula de escape. Outra de suas diversões tem sido bolar as brincadeiras de um quadro em que faz um jogo de palavras para seu dominical Programa Silvio Santos, do SBT. Silvio completa 80 anos no próximo dia 12. Irá comemorar a data com a mulher autora de novelas Íris, suas seis filhas e alguns outros membros da família na casa dele, em um condomínio em Orlando, nos Estados Unidos. Com a idade que tem, ele impressiona por sua vitalidade e disciplina. Costuma manter a forma com uma série de exercícios matinais, o andar ereto e sua frugalidade. Muitas vezes chega a gravar até cinco horas apenas com o café da manhã que inclui um bife, torradas e um copo de café com leite. Para deixar os neurônios tinindo, costumar ler diariamente jornais, revistas semanais, relatórios de suas empresas, custos de cada programa do SBT. Quanto aos assuntos da emissora, é ele mesmo quem liga para negociar o contrato de seus principais funcionários. Vaidoso, sua preocupação com a imagem parece ser maior nos últimos meses. Costuma brincar dizendo que é adepto da "igreja da nossa senhora da plástica" e que vai "puxar aqui e ali", apontando para a boca e o papo. Quando grava seus programas, vai ao salão do seu melhor amigo e confidente Jassa, cabeleireiro que está com ele desde 1976. Lá ele se penteia e, de tempos em tempos, pinta os cabelos, que seriam branquinhos se não colorisse. Na emissora, é ele quem continua mudando sua grade de programação, mas de forma mais moderada. Tem escutado sua filha e diretora Daniela Beyrute, que deverá sucedê-lo no comando do SBT. Para o próximo ano, como dono, ele está disposto a fazer somente mudanças precisas em sua grade. A idéia é dar tranquilidade ao mercado publicitário com atrações rentáveis. Também deverá negociar salários e administrar os gastos da emissora e do grupo com maior rigor. Para tanto, centralizou o poder e trouxe a sede do Grupo Silvio Santos para dentro do SBT, na rodovia Anhanguera. Ao se propor a pagar a gigantesca dívida e colocar seus bens como garantia, Silvio Santos se tornou um case no mercado financeiro. Para ele e sua família isso tem sido motivo de orgulho e servido de suporte para diminuir o baque que sentiu quando foi informado que poderia estar quebrado. Com suas empresas dependendo mais ainda de sua imagem de apresentador, Silvio sabe que a aposentadoria aos 80 terá de ser adiada. Sua meta agora é manter a sua principal ferramenta de trabalho funcionando 100%: o famoso vozeirão. Para isso ele tem feito exercícios diários a mando de sua fonoaudióloga. Começa a se preparar pouco antes da gravação dos programas com exercícios com a boca, língua e sons que o deixam fazendo caretas por um bom tempo. Mas os exercícios de voz não têm hora para acontecer -por exemplo quando sai dirigindo o próprio carro, um Passat alemão blindado 2006, de sua casa no Morumbi em direção ao SBT, aproveita para praticá-los. Coloca a língua perto do nariz, dobrando-a com sua mão e fazendo sons esquisitos. Imagine o sujeito que o vê fazendo essas caretas quando passa ao lado de seu carro na Marginal Pinheiros. Cena rara e inusitada para um senhor de quase 80 anos. Muitos acreditariam se tratar de uma pegadinha do seu programa "Topa Tudo por Dinheiro". Mas, em se tratando do mundo particular de Silvio Santos, tudo é possível, até mesmo a volta por cima. LSV28: - Mulher que não sente medo pode ajudar cientistas a tratar fobias BBC Brasil- Mulher que não sente medo pode ajudar cientistas a tratar fobias SM, uma mãe de dois filhos e 44 anos que permanece anônima, serviu de "cobaia" para pesquisadores da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, estudarem os efeitos da ausência de uma estrutura cerebral responsável pelas emoções. Em um raro caso, a paciente teve as chamadas amígdalas cerebrais destruídas por uma doença. Essas estruturas em forma de amêndoa, uma de cada lado do cérebro, são conhecidas dos cientistas por estar associadas à geração de medo em animais, de ratos a macacos. Em um estudo publicado na revista científica Current Biology, os pesquisadores afirmam que, pela primeira vez, é possível confirmar cientificamente que a ausência da amígdala também impede a experiência do medo em humanos. "Para provocar medo, expusemos SM a serpentes e aranhas vivas, a levamos para um passeio em uma casa assombrada e lhe mostramos filmes de grande apelo emocional. Em nenhum momento ela manifestou medo, e nunca disse ter sentido senão níveis mínimos de medo", escreveram os cientistas. "Da mesma forma, ao longo de uma bateria de questionários de perguntas e respostas (avaliando o receio dela de morrer ou falar em público, por exemplo), três meses de amostras de experiências na vida real e uma história de vida repleta de eventos traumáticos, SM repetidamente demonstrou ausência de manifestações abertas de medo, e pouca experiência geral de medo." Os pesquisadores disseram ter ficado especialmente impressionados com a reação dela às cobras e serpentes vivas. Levada para uma loja de animais de estimação, SM começou a tocá-los imediatamente, "de curiosidade". Além disso, SM declarou ter passado por situações violentas potencialmente traumáticas - ela teria sido ameaçada com faca e arma de fogo, por exemplo -, sem manifestar nenhum temor. "Sem a amígdala, o alarme no cérebro que nos impede de evitar perigo fica ausente", sintetizou o coordenador do estudo, Justin Feinstein. "A paciente se aproxima exatamente das coisas que ela deveria evitar. Ao mesmo tempo, surpreendentemente, ela tem consciência do fato de que deveria evitá-las. É bem impressionante que ela ainda esteja viva." Apesar de sua falta de medo, SM é capaz de manifestar outras formas de emoções básicas e experimentar os sentimentos respectivos, disseram os cientistas. Eles acreditam que as conclusões do estudo podem ajudar a direcionar o tratamento de pacientes com fobias extremas ou transtornos de estresse pós-traumático. "No último ano, tenho tratado veteranos de guerra retornando do Iraque e do Afeganistão que sofrem com estresse pós-traumático. As vidas dessas pessoas são impregnadas de medo, às vezes eles não conseguem sequer sair de casa devido ao sentimento onipresente de perigo", disse Feinstein. Para o co-autor do estudo, Daniel Tranel, "psicoterapia e medicação são as opções existentes de tratamento de estresse pós-traumático, que poderiam ser refinadas e desenvolvidas com o objetivo de visar à amígdala". LSV29: - Pensamento chicletoso Antonio Prata - 30-11-2010 Na maior parte das vezes é um trecho de música, mas pode ser também fala de filme, verso de poesia ou uma frase solta, sem qualquer sentido aparente - é o que, na falta de nome melhor, chamo de pensamento chicletoso. Ele chega sorrateiro, você nem percebe: quando se dá conta, já está lá, instalado no trapézio da consciência como um cunhado na poltrona da sua casa, numa tarde de domingo, grudado aos seus neurônios como chiclete na sola do sapato. Anteontem, por exemplo, acordei de ressaca, entrei numa ducha fria e, assim que a água bateu na testa, revolvendo ideias há muito adormecidas nas catacumbas da memória, vi-me repetindo, inteirinha, a fala do vilão de um dos piores desenhos animados que já existiram, Thundercats: "Antigos espíritos do mal, transformem essa forma decadente em Mumm-Ra! [Pausa] O de vida eternaaaaa!". Faz quase quarenta e oito horas que, a cada vinte minutos, mais ou menos, minha vida é interrompida pela evocação maligna de "Mumm-Ra [pausa] o de vida eternaaaa!". É como um vício: cigarro mental ao qual volto inúmeras vezes, do momento em que abro os olhos até a hora de fechá-los novamente. Há pensamentos chicletosos que somem depois de um tempo, mas outros ficam para sempre, agarrados aos rabinhos dos neurônios como os sacis à crina dos cavalos. É o caso, por exemplo, de um trecho da trilha sonora de Pulp Fiction, que contraí ao assistir o filme, numa remota noite do século passado e, desde então, vai e volta das trevas para a consciência, da consciência para as trevas, ao seu bel prazer: "Get Down, get down! Jungle booggie. Tananananã!". (O tananananã é a parte instrumental). Faz mais de dez anos. Estou cansado. No meio de uma reunião de trabalho: "Get Down, get down!"; enquanto espero o troco no posto: "Jungle Booggie!"; com a cabeça no travesseiro: "tananananã". De todos os exus mnemônicos com quem convivo, contudo, os piores são as músicas infantis. Minha mulher não sabe, mas no almoço de ontem, enquanto discutíamos uns pormenores sobre o vazamento no box do chuveiro, meu ar de cansaço nada tinha a ver com a preguiça de resolver os perrengues domésticos: era o resultado de uma manhã inteira ouvindo, ininterruptamente, "serra, serra, serrador, serra o papo do vovô", no maldito rádio instalado dentro do meu cérebro. "Atirei o pau no gato" eu canto tanto, mas tanto, que já não me basta o português. "Atiré el palo en el gato..." ou "I threw the stick on the cat" são a música de fundo de boa parte dos momentos que passo sobre a Terra. Outro dia, tive a mórbida alegria de descobrir que meu ídolo, Julio Cortázar, também sofria de acessos semelhantes. Numa crônica do livro Um tal Lucas, o escritor argentino conta que, no meio de um banho, pegou-se dizendo, com "visível prazer vingativo: Now shut up your distasteful Adberkunkus!" (Agora cale-se, seu intragável Adberkunkus). Só no fim da chuveirada, depois de repetir a admoestação várias vezes, foi se perguntar quem, ou o que, seria um Adberkunkus, por que o estava mandando calar-se e, mais ainda, qual a razão de fazê-lo em inglês? Questões essas que o deixaram acordado a noite toda e permaneceram sem solução, enquanto, de tempos em tempos, continuava demandando ao Adberkunkus que calasse a boca - ou o bico, a tromba: vai saber por onde sai o som de tal ser. A alegria por saber que minha loucura era compartilhada pelo ilustre escritor, contudo, durou pouco: mal fechei o livro e abri a geladeira para pegar uma coca, me vi gritando, mentalmente: "Agora cale-se, seu intragável Adberkunkus!" - em português, inglês e espanhol. Já desisti de me curar. Encaro como uma doença crônica, que vem e vai. Podia ser asma, sinusite, malária, é o pensamento chicletoso: de tempos em tempos ele vem, me aporrinha, depois some, fazer o que? O negócio e tocar pra frente - "get down, get down!" -, aproveitar bem os intervalos - "serra o papo do vovô" - e tentar ser feliz assim mesmo - "jungle boogie"-, sabendo que certas coisas não se calam, por mais intragáveis que sejam, e por mais que imploremos em todas as línguas, conhecidas ou inventadas - "tananananã." LSV30: - Tipos brasileiros, O taxista carioca Marcos Caetano. (Revista Piauí, janeiro 2011) Armando Japiassú dirige com o cotovelo para fora, finge que o ar-condicionado quebrou agorinha mesmo e definitivamente não acredita que a reta seja o caminho mais curto entre dois pontos Por: Marcos Caetano Meu nome é Armando Japiassú, sou carioca de Rocha Miranda, tenho 52 anos e plena consciência da minha condição de representante de um dos mais temidos estratos da sociedade brasileira: o dos taxistas cariocas. Devo esclarecer que reúno algumas características pessoais que, embora não me excluam do grupo, impedem que eu seja considerado um herói tutelar da classe. A mais visível de todas, como o leitor mais atento já percebeu, é minha capacidade de escrever direitinho. A explicação não chega a causar espanto. Se existem taxistas professores, engenheiros, jornalistas, ex-jogadores de futebol, advogados, policiais e bandidos, por que não haveria de existir um taxista formado em letras? Ao receber o canudo, olhei para a minha tese - "Recortes da sociabilidade urbana na obra de juventude de Cornélio Pena" - e suspeitei que minhas perspectivas profissionais não eram particularmente promissoras. Tenho ótima intuição. Alguém pode estar imaginando que, por causa da formação acadêmica, eu seja uma espécie de dândi das ruas do Rio. E estará imaginando errado. Ninguém com um pingo de verniz social conseguiria sobreviver seis meses na praça carioca. Eu estou rodando há mais de trinta anos e - tenho orgulho de dizer - sempre com o mesmo carro: um Dodge Polara 1978, que jamais me deixou na mão. Já deixou um ou outro passageiro na mão, é verdade, mas, a mim, nunca. (Não consigo tirar da cabeça aquela senhora sob a qual o banco cedeu, lá pelos idos de 1987. Se não fosse ela agarrar a minha nuca, tinha atravessado o chão e ficado no meio da avenida Brasil. Eu não cobrei a corrida, só o colete ortopédico.) Quando boto o Houaiss (apelido carinhoso do meu Dodginho) para rodar, eu sou mais taxista do que qualquer outro na praça. Posso dizer, estufando o peito, que nesses trinta anos de asfalto jamais pus o cinto de segurança, que fica estrategicamente largado sobre as minhas vergonhas. E só uma vez, ainda assim para evitar uma capotagem feia na Curva do Calombo, encostei a mão esquerda no volante. O Houaiss é equipado com todos os itens essenciais ao bom exercício da profissão. A alavanca de câmbio tem aquele siri dentro da bolota de plástico. Colado no painel, o passageiro verá o ímã com fotos esmaecidas dos meus dois filhos, na época um casalzinho, Aurélio e Clarice, e a inscrição famosa; "Não corra, papai", que eu já obedeci pelo menos sete vezes. Dependurado no retrovisor, aquele pinheirinho indefectível, que um dia já foi cheiroso e hoje serve apenas para marcar as datas das trocas de óleo. No para-brisas dianteiro, tenho um escudão do Glorioso. No vidro traseiro, aquela clássica imagem de um torcedor do Fogão sentando numa cadeira de engraxate, enquanto um negrinho torcedor do - com o perdão da má palavra - Flamengo engraxa-lhe as botas. O conjunto é completado por um decalque do Brizola e um plástico anti-Collor, "Nelle não!". Eu tinha também um adesivo do Sujismundo, com o bordão "Povo desenvolvido é povo limpo", mas esse eu arranquei porque o passageiro entrava no táxi, olhava em volta e caía na gargalhada. Gosto particularmente do cachorro de pelúcia com cabeça de mola, que, deitadão lá no fundo do carro, vai fazendo meneios de cabeça para os passantes. E já que falei em mola, tem uma saltada no estofamento do banco traseiro que está perto de despachar o milésimo passageiro para a emergência do Miguel Couto. Como só dois deles contraíram tétano, a média é ótima e prova que venho respeitando as normas da Anvisa. Eu já pensei em consertar, mas a verdade é que a mola fica num lugar estratégico, obrigando as passageiras a entrar na mira do espelhinho que instalei perto da saída do ar-condicionado. Nas minhas contas, a eventual espetadinha é um preço justo a pagar pela visão de certas coxas. Claro que quando falei em ar-condicionado foi por força de expressão. O Dodginho jamais teve refrigeração. Eu comprei uns botões de ar-condicionado de Monza e preguei no painel. Quando alguém pede para ligar, eu digo que o fluido acabou justo na corrida anterior. Passo a alavanca para o sujeito descer o vidro, peço para ele tomar cuidado com a mola e acelero, que é para o vento circular mais. Aproveito a ocasião para imprecar contra o avanço das paulistices na praça carioca. Não bastasse o ar, o vidro elétrico e a trava elétrica, agora é carro com tevê, com DVD, com GPS... Ora, pelo amor de Deus! Onde é que estamos que o sindicato não faz nada? Como eles esperam que a gente vá ganhar o pão? Caramba, eu passei a vida levando QSAs[1] do Leblon para Copacabana via Laranjeiras. Uma beleza de corrida! Pois agora vêm uns idiotas e colocam um troço no carro que fica gritando: "Desvio da rota, desvio da rota!" Nunca entendi o escândalo. Na praça, desvio de rota é como ultrapassar pela direita, falar mal de mulher no volante ou trancar cruzamento: só não faz quem não é daqui. Aviso logo: os gringos que quiserem ver a Olimpíada terão que aprender que, comigo, se vai da Zona Sul ao Maracanã pela Região dos Lagos. Eu não poderia encerrar esse ensaio sem revelar como foi que descobri minha vocação. Todo taxista é, no fundo, um voyeur. Eu, no caso, gosto de ouvir conversa alheia. Como faço ponto no aeroporto do Galeão, e a literatura me deu rudimentos de várias línguas, tenho à minha disposição conversas do mundo inteiro. Aprendi a dar golpe de internet ouvindo dois nigerianos. Descobri que trocar a foto dos filhos pela de três vira-latas esquálidos faz o maior sucesso com americanos - na minha experiência, a caminho de Copacabana, antes mesmo de chegar a Duque de Caxias um deles já estará convencendo o outro a caprichar na gorjeta porque eu tenho alma de são Francisco. Escandinavos são ótimos para aplicar o golpe dos nigerianos, basta que a mensagem de socorro seja assinada por uma ONG com trabalho social em favela. A verdade é que, fora uma ou outra desilusão menor - como um Zé Ruela que um dia pediu para eu dar uns 3 reais de marcha a ré porque não tinha grana para pagar uma corrida mais tortuosa -, a vida de taxista é boa. Exemplo: a grana tá curta? Liga a bandeira dois. Para o passageiro comum, as normas que regem o uso da bandeira dois são mais misteriosas do que a obra de Derrida (davam na faculdade...). Se o QSA desconfiar, invente: "Decreto 6781, dia do taxista." Ou: "Emenda Garotinho: os termômetros estão acima de 40º." Ou ainda: "Lei Municipal das Vias Carroçáveis à Beira-Mar. Se o senhor não estiver com muita pressa, posso sair da Atlântica e pegar a Nossa Senhora de Copacabana." Em tempo: como escrevi estas mal traçadas entre 13h e 14h30 nas imediações do Maracanã, aviso aos editores que cobrarei pelo texto em bandeira dois. [1]* Nota da Redação: passageiros. LSV31: - O universo de Cora Coralina em versos, sons e cheiros Suzana Velasco Cora Coralina não tinha dinheiro nem fama quando voltou de São Paulo para sua cidade natal, Goiás, aos 57 anos. No quintal de casa, recolhia as frutas para cozinhar doces cristalizados e vendê-los para sustentar os filhos. E continuou escrevendo até conseguir, quase dez anos depois, publicar seu primeiro livro de poesia, "Poemas dos becos de Goiás e estórias mais" (1965). Mas seu nome só ganhou o país depois que o poeta Carlos Drummond de Andrade publicou um artigo no "Jornal do Brasil", em 1980, louvando a "velhinha sem posses, rica apenas de sua poesia, de sua invenção". A escritora morreu cinco anos depois, livros e mais livros póstumos foram publicados, e uma vida passada em intermináveis cadernos, que misturavam versos, receitas e cálculos de despesas, ficou guardada em Goiás, na casa onde ela viveu e hoje funciona o Museu Casa de Cora Coralina, existente desde 1989, ano de seu centenário. Alguns desses escritos e um tanto das histórias que os circundaram poderão ser vistos na exposição "Cora Coralina - Coração do Brasil", no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. Com curadoria de Júlia Peregrino é cenografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara, a mostra não apenas expõe documentos e fotos, mas cria ambientes que remetem ao universo da escritora, numa versão ampliada da exposição que esteve em 2009 no Museu da Língua, em São Paulo. Numa sala escura, os visitantes poderão se sentar em cadeiras presas ao chão, sob as quais vão soar vozes falando poesias de Cora Coralina, que, nascida Ana Lins dos Guimarães Peixoto, inventou um nome para si mesma. Numa das paredes será projetada a imagem de um riacho,uma referência ao Rio Vermelho que passava em frente à sua casa, e que ela pôs no papel. No lado oposto, um doce de abóbora vai ser cozinhado permanentemente num tacho de cobre, exalando o cheiro de uma de suas sobremesas açucaradas. - Para manter a casa, ela fazia doces cristalizados, usando figo, laranja e mamão do quintal . Eram maravilhosos - conta a diretora do museu, Marlene Velasco, que até hoje mora na mesma rua de Cora Coralina e, adolescente, começou a datilografar seus textos. - Ela escrevia muito à noite, tinha sempre um caderninho e uma vela ao lado da cama. Ela cantou a cidade de Goiás, em seus versos dá para localizar cada rua, cada beco. A referência à cidade estará ainda na cenografia, numa estrutura que remete às janelas da casa da escritora, do século XVIII - e restaurada antes de ser transformada em museu -, e ao balaústre da ponte que a ligava ao outro lado do rio. No interior da estrutura vazada, vitrines vão expor manuscritos de poemas e livros, reportagens de jornais e revistas e documentos históricos, como o cartão que Drummond enviou em 1979 à Universidade Federal de Goiás, porque não sabia o endereço de Cora Coralina. Há ainda as primeiras edições de seus três livros publicados em vida - ela lançou ainda "Meu livro de cordel" (1976) e "Vintém de cobre: meias confissões de Aninha" (1983) - e páginas com definições que copiava de dicionários, companheiros frequentes de uma mulher que só passou dois anos na escola. - Ela ficava estudando, escrevia e reescrevia os poemas várias vezes - diz a curadora, que editou trechos de entrevistas da escritora à antiga TVE e à TV Cultura, para projetá-los na terceira sala da mostra. - Ela fala de tudo, de como se tornou escritora, da vida pessoal, de política. Ela foi muito atuante em São Paulo, até se candidatou a vereadora, mas não foi eleita. Júlia passou dez dias enfurnada no museu, com acesso a um material em grande parte restrito a pesquisadores, e, com o fotógrafo César Barreto, fez 168 imagens em Goiás, que estarão na mostra. De volta à cidade da escritora para ampliar a exposição no Rio, encontrou o texto inédito, reproduzido no catálogo. Em "Meu Rio de Janeiro", Cora Coralina relembra a cidade em 1912, quando, aos 23 anos, a mulher da roça se encantou com o Pão de Açúcar e se impressionou com os ousados chapéus das cariocas do século XX. - Trecho de 'Meu Rio de Janeiro', texto inédito de Cora Coralina "Os bilontras da cidade pelos cafés, estudantes tomando suas médias pela manhã, pão com manteiga 1.000 réis, tascas e botequins (...) e empadinhas de carne, 200 réis cada uma, quentinha desmanchando. A Colombo... Mercado de flores... tantas, tantas, só não as flores de Goiás, (...) um cheiro intenso, agressivo, demasiado, poluindo as proximidades, acentuado - dores de cabeça na certa para os neófilos, gente roceira como eu." LSV32: - Crianças superm psíquicas Repassando. Está acontecendo, mas não é noticiado leia com muita atenção e envie energias positivas para que essas consciências cumpram o que aqui vieram fazer trazer: AMOR , FRATERNIDADE E PAZ. E uma maravilha do novo milênio. Nos cursos e palestras que assisti ao longo da minha vida, se falava da mudança do DNA e de crianças especiais que virão para fazer a grande mudança consciencial. Aí estão. É maravilhoso e emociona. As Crianças Super Psíquicas Essa última categoria, as Crianças Super Psíquicas, é a mais incrível de todas. Algumas pessoas acreditam que este grupo e as Crianças Índigo são os mesmos. Mas não estou convencido. Na verdade, vejo uma enorme diferença entre eles. Só as crianças super psíquicas podem ver com partes de seus corpos que não sejam seus olhos. Este parece ser o seu traço mais consistente, um que as Crianças Índigo não são capazes de demonstrar. Por outro lado, muitas dessas crianças estão em programas de treinamento onde são sucesso de aprendizagem em habilidades super-psíquica, mesmo aquelas que não nasceram com elas. Em números crescentes a cada ano, "Novas Crianças" estão nascendo em todo o mundo. Elas têm visão de "raios-X”, movem objetos no ar com suas mentes, e sabem o futuro. E essas habilidades são apenas a ponta do iceberg! As novas crianças são capazes de mover objetos sólidos através de materiais sólidos, lerem bolas de papéis colocados nas suas orelhas, entortar colheres apenas com a intenção, comunicar-se telepaticamente, e "ler" com partes de seus corpos que não sejam seus olhos! Algumas das habilidades dessas crianças se assemelham às manifestações da consciência de que falamos sobre a mudança dimensional. O que você pensa é o que você tem! Estas crianças são capazes de demonstrar que o que elas pensam se torna realidade. Paul Dong & Thomas E. Raffill escreveu “Super Videntes Chineses”, onde relatam o que transpirou na China em torno destas novas crianças psíquicas que começaram a emergir desde 1974, com o menino que podia ver com os ouvidos. Na verdade, o governo chinês afirma que estas crianças, quando os olhos são vendados, podem ver com as suas orelhas, nariz, boca, língua, axilas, mãos ou pés. Cada criança é diferente e suas visões dessas áreas não-vistas são perfeitas. Eles eram impecáveis. Numa entrevista com Inge Bardor, 19 anos, uma Super Psíquica que, além de sua clarividência total, pode mover objetos no ar com sua mente, ver com as mãos e pés, e conhecer o futuro à vontade. Ela nos diz o que é crescer, sendo uma criança assim, em um mundo comum – e que seus sonhos são para o uso futuro de suas surpreendentes habilidades. Arthur C. Clarke, em seu livro Childhood's End, predisse o nascimento de uma nova raça de crianças super-psíquicas. Através de um elo mental em todo o mundo com os outros, essas crianças seriam capazes de fazer alterações em todo o planeta em todos os sistemas físicos. As crianças super psíquicas são, talvez, a raça mais incomum e carismática nascendo hoje. Suas habilidades dramáticas distinguem das outras duas raças com suas demonstrações sensacionais. Estas crianças são capazes de fazer coisas que muita gente pensou que podia ser feito apenas em filmes de computação gráfica. O que é tão impressionante de tudo é que é real. Se estas crianças não mudarem o nosso mundo, nada mudará. Na Cidade do México nós encontramos exatamente a mesma coisa. Novos traços humanos emergiam nas crianças de lá. Pode haver mais, mas nós encontramos mais de 1.000 crianças capazes de ver com várias partes de seus corpos. O que é notável é que estas crianças mexicanas podem ver com as mesmas partes do corpo como as crianças chinesas fazem. Parece que esta mutação no DNA saltou através do oceano assim como no fenômeno do centésimo macaco. De acordo com Paul Dong em "China's Super Psychics, ver com várias partes do corpo foi a habilidade psíquica que chamou a atenção do governo chinês, mas esta habilidade foi rapidamente entendida como apenas a ponta do iceberg. Estas crianças começaram a demonstrar outras habilidades psíquicas que são verdadeiramente difíceis de aceitar dentro desta realidade''normal''. Sr. Dong fala também de como mais de 5000 crianças demonstraram talento em outro público surpreendente. Perceba aqui que o governo chinês tem cuidadosamente testado essas crianças para ver se o que estou a dizer é real ou não. O governo está convencido de que é verdade. Uma criança levaria uma garrafa fechada de comprimidos de uma prateleira de forma aleatória, como pílulas de vitaminas, por exemplo. A garrafa seria selada com o plástico original com um metal bem parafusado ou tampa de plástico. O frasco era então colocado no centro de uma grande mesa nua. Em seguida, uma câmera de vídeo observa o que aconteceu em seguida. A criança dizia à platéia que ele estava começando, mas nada era visível para o público. De repente, as pílulas dentro do frasco selado passaria através do vidro e apareciam na mesa. Em muitos casos, a criança, então, tomou outro objeto, como uma moeda, colocou sobre a mesa, e que iria passar para o frasco fechado. Esta demonstração e outros como ele são, definitivamente, aproximando o que eu chamaria de consciência quadridimensional. O que você pensa e o que acontece são conectados. Desde 1974 o governo chinês descobriu mais de 100.000 crianças com extraordinários poderes psíquicos. Essas crianças, quando os olhos são vendados, podem "ver" com qualquer de suas orelhas, nariz, boca, língua, axilas, mãos ou pés. Em um teste realizado pela revista Omni, pesquisadores, aleatoriamente rasgaram pilhas de páginas de um livro. A página amassada foi, em seguida, colocada na axila de uma criança chinesa que, em seguida, leu perfeitamente cada palavra que estava no pedaço de papel enrolado. Crianças chinesas também puderam ler a mesma bola amassada colocada sob seus pés, nas orelhas, e até mesmo mastigando-a! Existem várias outras faculdades psíquicas que têm sido demonstradas na China, de acordo com este livro. Se você estiver interessado, leia o que foi relatado. Você pode pensar que este é apenas truques de magia, mas quando você vê essas coisas pessoalmente, é muito difícil de explicar. Nos primeiros dez anos, o governo chinês não quer acreditar, até que um número dessas crianças pudesse fazer essas coisas continuarem a crescer. Até o momento Super China Psychics foi lançado em 1997, o governo chinês tinha identificado mais de 100.000 dessas crianças. De fato, por volta de 1985, o governo e a comunidade científica chinesa simplesmente teve que admitir que fosse verdade. Um jovem chamado Yong Li pode remover cigarros de dentro de uma caixa de papelão sem tocar na caixa. Um menino pode controlar relógios mecânicos, fazendo-os correr rápido ou lento. Outra pessoa pode fazer ponteiros do relógio se moverem rapidamente ao redor do relógio, sem tocá-los. Visão Natural de Raios-X Uma menina de 12 anos de idade, Hu Lian, pode ver dentro do corpo de uma pessoa. Hu viu um pedaço de estilhaços deixados no interior do corpo de um homem e desenhou com precisão a sua forma. Outras crianças foram testadas em hospitais em sua precisão nos diagnósticos médicos. De 75 casos, as crianças foram completamente precisas em 80% dos casos. Nos ensaios de visualização da posição fetal, eles estavam corretos 84% do tempo. Invocando Rosas a desabrochar Uma jovem chinesa tem demonstrado sua capacidade de influenciar botões de rosas ao vivo numa audiência de mais de 1.000 pessoas que os estavam segurando em suas mãos. Com uma onda silenciosa de sua mão, os mil botões de rosas se abriram lentamente, desabrochando as rosas plenamente, perante os olhos da platéia atônita. E sob a disciplina rígida dos controles de investigação científica, o governo chinês observou estas mesmas crianças mudando as moléculas de DNA humano em um prato de petri. Como perceberam o que isto poderia significar, o governo criou escolas de formação para ajudar essas crianças em suas habilidades psíquicas. Sempre que uma criança psíquica é encontrada agora, ele ou ela é enviado para uma destas escolas. Importante é o fato de que eles descobriram que eles podem até mesmo levar as crianças que não são conhecidas por terem esses poderes e que na presença das crianças naturalmente psíquicas, as crianças treinadas podem realizar os mesmos feitos maravilhosos. Milagres Mexicanos Mais de 1.000 crianças foram encontradas na Cidade do México que eram capazes de "ver" as mesmas partes do corpo exatamente como as crianças da China. Vendada, uma menina de 18 anos, mexicana, Inge Bardor, pode exatamente saber tudo sobre a pessoa ou lugar em uma foto simplesmente tocando a foto. Inge também pode descrever a pessoa que tirou a foto e que o fotógrafo estava usando naquele dia. Em uma foto do interior de uma casa, Inge entrou psiquicamente na casa e descreveu exatamente o que estava abaixo de um corredor que não foi mostrado na foto! Foi testada sua capacidade de ler com os pés, e com os olhos vendados, foi dado a ela um jornal que ela leu perfeitamente. Uri Geller Na década de 70, Uri Geller poderia dobrar um objeto de metal objeto apenas olhando para eles, o que foi comprovado por cientistas do Instituto de Pesquisas da Universidade de Stanford. Demonstrando sua força psíquica na TV em toda a Europa, uma vez Geller pediu às pessoas a colocar facas, colheres e garfos na frente de seus televisores. Com milhões de testemunhas, Geller dobrava talheres em estúdio perante os seus olhos na TV e os talheres se dobravam nas casas dos europeus que assistiam ao show. Este único ato teve um efeito colateral interessante. Pelos telefonemas depois do show, descobriu-se que mais de 1.500 crianças foram capazes de absorver a mesma capacidade de dobrar as colheres apenas observando o que aconteceu uma vez na TV! Eles poderiam dobrar todos os utensílios de mesa de metal com suas mentes. As pessoas, especialmente cientistas, estavam convencidos de que o Sr. Geller era um mágico e que tudo que ele fazia era um truque de algum tipo. O Instituto de Pesquisas da Universidade de Stanford pediu a ele para apresentar sua magia ao escrutínio científico. Geller concordou. Durante um período de tempo Geller fez o que foi pedido e provar de uma vez por todas que sua habilidade psíquica não era um truque. Só para lhe dar uma idéia do quão apertado foi o teste para Geller. Ele foi colocado em um quarto fechado de aço, que era também uma gaiola de Faraday (uma sala onde os campos electromagnéticos, como as ondas de rádio e ondas de até mesmo o cérebro ou pensamentos, não podia passar através das paredes). Ele foi selado. Então, disseram o Sr. Geller dobrá-lo. Com todos os seus instrumentos científicos e a gravação do teste, os cientistas de Stanford assistiram com espanto total, o pedaço de metal super duro ser dobrado como se fosse gelatina. Geller não poderia de forma alguma ter enganado. O que é impressionante é que além de Geller, haviam cerca de 15 crianças na Europa que também poderiam fazer estas coisas, e elas foram testadas junto com ele. Todos os testes que Stanford fez para Geller, fez também com as crianças, e essas crianças poderiam fazer tudo o que ele podia fazer. Assim, se este era um truque, então as 15 crianças eram também ''mágicos'' avançados, e o Instituto de Pesquisa Stanford, com toda a sua magia científica, não conseguiu detectar a fraude. Este teste e o restante da investigação de Stanford foi impresso na revista Nature em sua edição outubro 1974. “The New York Times logo saiu com um editorial que dizia: ‘‘A comunidade científica tem noticiado de ‘que existe algo digno de sua atenção e controle” nas possibilidades de percepção extra-sensorial’. No entanto, aqui estamos próximo ao novo milênio, e a ciência ainda não admitiu seriamente que o potencial humano para habilidades psíquicas é real. Acredito que estas novas crianças aparecendo ao redor do mundo, em breve forçarão a ciência a aceitar o que sempre foi verdade. O velho paradigma tem para onde ir e deve se dissolver. Em Denver, Colorado, em Julho de 1999, foi solicitado a uma jovem mulher chamada Inge Bardor do México para demonstrar diretamente a este público a sua capacidade de ver com as mãos e os pés. Naquela época ela tinha 18 anos. Por cerca de uma hora, Inge, vendada em torno dos olhos, recebia, aleatoriamente, fotos do público. Ela segurava a fotografia e tocava levemente com as pontas dos dedos da outra mão. Primeiro, ela descrevia a imagem perfeitamente, como se ela estivesse olhando para ela, mas depois ela se tornaria mais específica, dando informações que seriam impossíveis para ela para saber mesmo de uma foto. Ela poderia dizer tudo sobre o povo ou o local da foto. Ela poderia dizer exatamente onde a foto foi tirada e que estava ao redor da área fora da vista, como um lago ou edifícios. Inge poderia até descrever a pessoa que tirou a fotografia e o que ele / ela estava usando naquele dia. Ela poderia dizer o que todos na foto estavam pensando no momento em que a fotografia foi tirada. Em uma foto do interior de uma casa, Inge entrou na casa e psiquicamente descreveu exatamente o que estava no corredor. Ela ainda descreveu o que havia sobre a mesa de cabeceira. Finalmente alguém colocou um jornal debaixo dos pés Inge, e com seus sapatos de salto alto, ela foi capaz de ler o jornal como se estivesse em suas mãos e ela não estava com os olhos vendados. Sob a rígida disciplina da investigação científica, o governo chinês observou estas crianças mudando a molécula de DNA humano em um prato de petri diante das câmeras e equipamentos científicos necessários para registrar esse feito supostamente impossível. Se isso for verdade, disse o Governo chinês, não seremos capazes de mudar o nosso próprio DNA apenas com a compreensão correta? Acho que sim. Basta seguir as crianças. Crianças lembram-se de Vidas Passadas A Universidade da Virginia vem fazendo estudos sobre as crianças que se lembram de vidas passadas. Estas crianças dizem coisas como: "Eu tenho outro pai”, “Quando eu era grande, eu costumava ter um carro", “Que aconteceu antes de eu estar na barriga da mamãe”. Assim como os seus homólogos em todo o mundo, algumas dessas crianças podem ver o futuro e mover objetos com a intenção focada. Experiências de quase-morte despertam poderes P.M.H. Atwater, autor de "Children of the New Millennium", escreve sobre os efeitos posteriores das crianças que têm experiências de quase-morte. Estas crianças prevêem o futuro, possuem excelente capacidade sensorial e empática, não tenho medo da morte, e vêem e falam com as pessoas que já morreram. Atwater não está sozinho em sua sensação de que essas crianças são o início de uma nova raça de pessoas na Terra. "As Novas Crianças" são muito inteligentes A revista Newsweek relata que o aumento do QI em todo o mundo desenvolvido "é tão agudo que implica que a criança na escola média hoje é tão brilhante como os quase-gênios do passado." Uma capacidade que especialmente se destaca, é o aumento nos miúdos de uma "inteligência não-verbal", a capacidade de saber ou intuir informação. As Novas Crianças são solucionadores criativos naturais de problemas. Médicos pesquisadores da UCLA estão descobrindo alguns jovens com um padrão de DNA único que ninguém mais tem. Eles têm 24 códons de DNA ativo. As pessoas normalmente têm apenas 20 códons ativos. Estas crianças têm uma notável resistência à doença e parece estar imune a todas as doenças. O “Super Psíquicos" da China, foram reconhecidos e alimentada por seu governo nos últimos 25 anos. Correspondente ao período dos Índigos, e reconhecido por Nancy Ann Tappe em sua pesquisa inicial, como os fenômenos da China que atingiram um ponto crítico. Paul Dong e Thomas E Raffill, os autores do Super Paranormais da China, afirmam que milhões de dólares foram gastos pesquisando EHF, ou “Funções Extra Humanas” nessas crianças. Escolas e centros de investigação são difundidos em todo o país. Em 1997, 100 mil dessas crianças foram reconhecidas. Nenhuma pesquisa revelou os números no momento, mas é claro os números estão aumentando rapidamente. Como é possível que 60 milhões de pessoas no mundo já tenham mudado seu DNA para melhorar drasticamente o seu sistema imunológico contra a infecção pelo HIV, através de mutação genética espontânea. Rede de crianças telepáticas no mundo inteiro James Twyman, autor de "Emissary of Love: The Psychic Children Speak to the World", compartilha profunda comunicação telepática com muitas crianças psíquicas. Um menino, Thomas, fala sobre uma rede mundial de crianças psíquicas que se lembram dos seus “propósitos de alma" - que é ensinar as pessoas como trazer amor e paz para o mundo. Estas crianças telepáticas são tecnologicamente orientadas, enquanto, ao mesmo tempo altamente intuitivas e criativas. Elas estão confiantes, fortes e de mente afiada. As Novas Crianças estão aqui para nos acordar As "Novas Crianças" vêm à Terra com um propósito claro. Estes miúdos sabem quem são e porque estão aqui. Eles carregam uma vibração nova e vieram para transformar a consciência da humanidade. Eles estão aqui para vibrar uma energia de amor e paz para a Terra. Enquanto eles vibram e visualizam luz nos lugares que estão escuros, eles estão mudando a consciência humana. Sua energia fornece uma perspectiva fresca, inocente, forte e tônica para as pessoas que estão à procura de novas soluções mais viáveis para os problemas e desafios da sociedade. Este é um grande momento na história da Terra - e você está vivo para experimentar essa mudança extraordinária! Fonte: O Antigo Segredo da Flor da Vida, Vol.II, Drunvalo Melchizedek LSV33: - AUDIODESCRIÇÃO O que eu preciso para assistir TV com audiodescrição? Publicado em 11/09/2011 por Ricardo De Melo Desde o dia 1º de julho de 2011 as emissoras de televisão estão obrigadas a transmitir pelo menos 2 horas de programação audiodescrita, certo? Pois bem, já sabemos disso (ou deveríamos saber) e por consequência sabemos o que é audiodescrição. No entanto a dúvida maior da galera com deficiência visual é saber como receber essa programação, quais os aparelhos e como configurar a TV para este recurso. Estou escrevendo este artigo em um sábado pela manhã e resolvi dar uma zapeada nos canais de televisão para ver se tem algum programa interessante que fique melhor ainda com audiodescrição. O resultado você já sabe, não tem nada decente na TV passando nesse horário ou em qualquer outro horário e dia. Se todos esses programas tivessem audiodescrição você teria noção real do quão ruim é nossa programação. Pô, desse jeito não estou animando ninguém a assistir TV com audiodescrição né? Bom, o que importa é ter os recursos necessários para habilitar a audiodescrição na TV da sua sala, e quanto a qualidade da programação, deixo por conta de cada um, afinal gosto não se discute. Qué pagá quanto? Pra começar você vai ter que fazer um investimento de aproximadamente R$ 1.500,00. Ficou mais desanimado ainda né meu querido? Calma, calma! Eu explico porque tu vai ter que meter a mão no bolso, ok? A audiodescrição, no caso de um conteúdo audiovisual, é um canal deáudio alternativo que pode ser executado em paralelo ao áudio original, podendo dessa forma ser ativado ou desativado ao gosto do telespectador. É obvio que há produções em que a audiodescrição está na mesma trilha do áudio original fazendo com que você não tenha a opção de ativá-la ou desativá-la. Você provavelmente já deve ter ouvido falar da tecla SAP no controle remoto da sua televisão não é? A sigla SAP quer dizer Second Audio Program (em português: Segundo Programa de Áudio). Pois bem, ao ativar a tecla SAP o programa ou o filme que você está vendo mudará o áudio principal, normalmente o áudio em português (dublado) para o áudio original, normalmente em inglês. Muito bom para aprender outra língua. Tente assistir Todo mundo odeia o Chris assim, a sensação de não estar vendo algo repetitivo é bem menor. Só que aí entra um problema, os televisores analógicos, conhecidos como tevês de tubo, suportam apenas 2 canais de áudio. Em um canal fica oáudio dublado e no outro o áudio original. Onde é então que o áudio da descrição vai ficar? É agora que você vai meter a mão no bolso e ir direto nas Casas Bahia comprar uma TV Digital! Nota do autor: Infelizmente as Casas Bahia não estão patrocinando este artigo. Porém segue um aviso: Não confunda TV Digital com televisão de LCD ou Plasma. Nem todas as televisões de LCD ou Plasma estão prontas para receber o sinal da TV Digital Brasileira. Pra não ficar muito técnico o que você precisa saber na hora da compra é que a TV precisa ser Full HD e ter o conversor (Set-top Box) embutido. Dessa maneira sua TV de LCD/Plasma receberá o sinal da TV digital sem problemas. Também há a opção de se comprar um Set-top box externo, que pode ser conectado tanto na TV de LCD/Plasma quanto em uma TV de tubo. É através do Set-top box que a televisão recebe o sinal da TV digital. Um conversor desse tipo custa entre R$ 400,00 e R$ 800,00. Você pode se perguntar agora: "Num entendi nada! Pra que eu vô querê TV digital se eu num enxergo nada?" Basicamente o sinal da TV digital Brasileira possui 4 canais de áudio possibilitando assim a inclusão do canal da audiodescrição. Então tá na hora de pegar sua bengala e seu óculos escuro e ir na loja e pedir ao vendedor uma televisão de LCD de 40 polegadas com alta definição, com conversor embutido e pelo menos 3 canais de áudio. Se o vendedor se recusar a vender e quiser te empurrar um rádio de pilha, chame o gerente! Quando sua tevê nova chegar, retire a tevê antiga da estante cuidadosamente e jogue-a na parede com toda força do mundo ou peça para um mecânico emprestar um machado para cuidadosamente dar umas boas machadadas nela. Quando a tevê antiga estiver toda despedaçada, coloque a sua tevê de LCD ou Plasma na estante, ligue-a. Lista de programas com audiodescrição Agora que temos uma televisão preparada para reproduzir conteúdo com audiodescrição, precisamos saber, quais os programas e os horários para assistirmos. A programação abaixo, foi retirada do blog Com Audiodescrição. Domingo às 14 horas na Globo: Temperatura Máxima; Segunda-feira às 22 horas na Globo: Tela Quente; Quarta-feira às 0:30 na MTV: Comédia MTV; Sexta-feira às 18 horas e Sábado às 6 horas no SBT: Chaves; Sábado às 22 horas e 15 minutos na MTV: Comédia MTV. Como podemos perceber, mesmo sob força de lei, muitas emissoras não disponibilizaram, ou pelo menos não divulgaram, nenhum programa com audiodescrição. Mas a tendência é que tenhamos em breve conteúdos mais diversificados e com qualidade melhor. Pra finalizar uma curiosidade: Você consegue assistir Chaves com audiodescrição mesmo em uma TV analógica e sem conversor, basta ativar a tecla SAP. Isso ocorre porque no Chaves não há o áudio original (Mexicano). Será que o SBT fez de propósito ou foi sem querer querendo? LSV34: - Copa, copo e corpo Cristovam Buarque No espaço de poucas horas, o mundo tomou conhecimento de dois fatos ocorridos no Brasil. Em outro tempo, não haveria repercussão, mas, em função da próxima Copa do Mundo, os fatos tiveram destaque internacional e podem trazer consequências graves para o País. Primeiro, a aprovação na Câmara dos Deputados de lei que autoriza a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa. Ao tomar conhecimento dessa decisão, que ainda passará pelo crivo do Senado, o mundo soube que o Brasil tinha uma lei que proibia essa venda. O mundo percebeu que estamos dispostos a abrir mão de um bom princípio, em nome de sediar os jogos, e até abrir mão da própria soberania, para submeter-se à vontade da Fifa e seus patrocinadores. Se a venda de bebidas fosse uma boa ideia, ela seria autorizada independentemente da Fifa, de forma autônoma e soberana, e se a venda de bebidas é nociva ela não deveria ter sido permitida. Além disso, em nenhuma hipótese deveríamos passar a ideia de submissão à vontade estrangeira. A Fifa tinha informação e quando decidiu pela Copa no Brasil sabia que a venda de cerveja já era proibida nos estádios. Portanto, ou a Fifa aceitava esta regra ou alguém assegurou, sem consultar o Congresso, que a lei seria modificada. Neste caso, além de falta de soberania, têm-se um gesto de desrespeito ao Poder Legislativo. Nossos representantes da Confederação Brasileira de Futebol ()CBF) deveriam ter proposto a mudança ao Congresso Nacional, antes de assinar qualquer compromisso. Agora, cria-se uma dificuldade: se o Congresso recusar a venda de bebidas, o governo atropelará a decisão do Congresso por intermédio de uma medida provisória na véspera da Copa, ou a Fifa retirará os jogos do Brasil? Além disso, a Câmara dos Deputados deixou aberta a possibilidade de cada Estado decidir se autoriza ou não a venda da bebida. O que acontecerá ao Estado onde a Assembleia Legislativa decidir pela proibição da venda de cerveja? A segunda notícia de repercussão internacional foi a decisão do Supremo Tribunal da Justiça (STJ) de que um estuprador não pode ser condenado como estuprador ao ter relações sexuais com "menor prostituta". O STJ considerou que no caso de "menor prostituta" o ato deve ser tratado como sexo consentido, mesmo com crianças de 12 anos de idade. O simples reconhecimento da existência de prostituição de menores já é um fato grave e negar a criminalidade do estupro, passa ao mundo a mensagem de que existe prostituição de menor e de que isso é sexo consentido, não é estupro. Se a decisão é resultado de interpretação pessoal de um juiz de Alta Corte, o fato é muito grave, mas, se ao invés de interpretação pessoal houve uma decisão de acordo com o que diz a Lei, a gravidade é ainda maior. Tratar-se-ia não de decisão de um juiz, mas de uma legalidade nacional que, ao não considerar o fato como estupro, aceitaria a exploração sexual de menores. Seria um ordenamento jurídico monstruoso que não protege a menor ou o menor. Também é grave o momento em que a decisão foi tomada, mandando recado aos que estão se programando para virem a Copa da Fifa. A conjugação de autorização de venda de cerveja e de descriminalização do estupro de menores em condição de prostituição acena aos turistas que o Brasil é um País da tolerância. Muitos poderão imaginar que o Brasil oferecerá aos turistas Copa, copo e corpo. Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF LSV35: - Desculpe, estou ocupado Dayse de Vasconcelos Mayer A frase é o paradigma da nossa época. Quem sabe, uma nova manifestação de enviesamento na forma de estar no mundo. As pessoas têm vergonha de dizer "estou disponível". A afirmação parece assumir o significado de desvalia. O Ocidente gerou o arquétipo do "excluído" social. Estar desocupado é algo que se assemelha à queda em desgraça financeira. Este modo de perceber não é original. Foi imaginado por um excluído (na concepção ocidental): Tuiávii, um chefe aborígene samoano da ilha de Upolu, que usou a palavra Papalagui. Os discursos que o aborígene escreveu acerca da forma de ver, sentir e pensar do homem europeu foram revelados pelo escritor ou romancista alemão Erich Scheurmann. Papalagui assume o sentido de homem branco, estrangeiro ou "civilizado". Há outra tradução literal: "aquele que furou o céu". Tiuávii, ao refletir acerca da vida do homem "civilizado", percebeu que ele empregava o tempo mais para as coisas materiais e menos para os semelhantes. Dificilmente dava atenção ao que era de fato relevante. O Papalagui gerou um refrão resultante do invento do relógio: "não tenho tempo". Esta pequena máquina é impressionante - revelou o aborígene. Contém o motor na barriga e é preso ao pulso. Calcula o tempo com o mecanismo de divisão: as horas, os minutos, os segundos. E com uma única finalidade: registrar o drama cotidiano da escassez temporal. Tuiávii aponta os paradoxos: as pessoas podem até perder algumas horas para a comemoração do aniversário que acontece depois de muitas luas e sóis. No interregno, contudo, a importância está centrada na profissão, atividade gerada pelo Ocidental e exercida até à fase de decadência do corpo e da cabeça. E sem preocupação alguma com a verdadeira felicidade: sentir o sol, sentir a natureza, andar de canoa no rio, conhecer mais profundamente as pessoas e o amor em especial. E sempre que escuta o barulho do relógio, o Papalagui raciocina: O tempo escorreu-me entre os dedos. Quando a idade provecta irrompe, o Papalagui arrasta o corpo carcomido pelo excesso de horas. Disfarçando, recusa a existência de fraqueza. Esquece, hipocritamente, os ossos duros, as articulações entrevadas e os músculos sem vitalidade e animação. A profissão - que sempre acena com coisas bonitas - foi responsável pela extração do seu sangue. Por isso o branco é cabeça ou cérebro. Pensa, mas é incapaz de sentir. Ainda que consiga andar, falar, sorrir, comer, dormir, "amar"... continua em sua clausura cerebral. Os sôfregos da nossa civilização devem rir com as ideias ingênuas ou pueris de um homem "não civilizado". Mas aqueles que não se perderam nos porões da máquina e na clausura das suas salas refrigeradas deverão ter a humildade de concordar com Tuiávii: a sabedoria é muito mais que erudição. Gilberto Freyre refletiu diferentes vezes sobre o tema. É na simplicidade das coisas que a verdadeira criatividade flui. Tuiávii trouxe à luz uma grande verdade encapotada em nós: o espetáculo de nós mesmos. Revela-nos o que é o verdadeiro sentido humano, que deveríamos haurir mas que se vai perdendo nas cortinas do tempo. Dayse de Vasconcelos Mayer é professora de direito LSV36: - Negócios da China? Não. Negócios do Paraguai. A outra História de ITAIPU Artigo especial do Diplomata Artur Oliveira que trata dos acordos diplomáticos e a análise geopolítica -------------------------------------------------------------------------------- Artigo especial do Diplomata Artur Oliveira que trata dos acordos diplomáticos e a análise geopolítica Nota DefesaNet - Leitura recomendada taipu inicia caminhada para romper a barreira dos 100 milhões de MWh ARTUR OLIVEIRA é diplomata de carreira e serviu em La Paz, Miami e Assunção. Todas as informações utilizadas na elaboração do artigo são de domínio público. O autor escreve a título pessoal e suas opiniões não necessariamente refletem a do Itamaraty. Na década de 1960, o Brasil começou a realizar estudos para o aproveitamento hidrelétrico na região das Sete Quedas, na divisa entre o Paraná e o estado do Mato Grosso. O Paraguai logo percebeu que a construção dessa hidrelétrica inviabilizaria outra mais a jusante, no trecho do rio que divide Paraguai e Brasil, porque não há desnível suficiente no rio Paraná para duas usinas. Para o Paraguai, que não tem reservas de hidrocarbonetos ou carvão e nem tampouco potencial hidrelétrico de monta, exceto no rio Paraná, na fronteira com Brasil e Argentina, isso seria um grande problema. Para impedir a construção da usina brasileira, somente havia uma saída: provar que parte do trecho que seria aproveitado pertencia ao Paraguai, o que não ocorria. Isso, no entanto, não foi um impedimento, e aquele país “inventou” uma questão de fronteira. Segundo o tratado de limites de 1872, jamais questionado pelo Paraguai, a fronteira entre os dois países passa pelo leito do rio Paraná desde a foz do rio Iguaçu até o Salto Grande das Sete Quedas, quando passa a correr “pelo mais alto da Serra de Maracaju”. O Paraguai, na época presidido pelo General Stroessner, passou a defender que o setor mais alto da serra seria sua vertente norte, que termina antes de chegar ao rio Paraná, a montante das Sete Quedas. Para o Brasil, o que valia era a vertente sul, que termina em frente ao Salto Grande. Sustentam a posição brasileira coordenadas geográficas do Salto Grande, jamais contestadas pelo Paraguai[1]. Consciente de que seria difícil refutar os argumentos brasileiros em discussão técnica, Stroessner apelou para outros meios e orquestrou virulenta campanha antibrasileira, apresentando o Brasil como expansionista e truculento. As negociações sobre a fronteira e o aproveitamento hidrelétrico foram difíceis e o impasse somente foi superado quando as duas partes chegaram à conclusão de que a construção de uma hidrelétrica na fronteira entre os dois países resolveria a questão ao submergir a zona contestada pelo Paraguai. O resultado da negociação foi a Ata das Cataratas, também conhecida como Ata do Iguaçu, firmada em 22 de junho de 1966, na qual se lê que “a energia elétrica eventualmente produzida pelos desníveis do rio Paraná, desde e inclusive o Salto Grande de Sete Quedas ou Salto de Guaíra até a Foz do rio Iguaçu, será dividida em partes iguais entre os dois países”, tendo cada país a preferência para adquirir a energia não utilizada pelo outro. Detalhe curioso: a Ata do Iguaçu foi assinada sem o conhecimento do presidente da Eletrobrás[2]. Apesar de o Chanceler Juracy Magalhães afirmar que o encontro terminou “com êxito”, até hoje não foi possível resolver a questão de limites. O lago de Itaipu, que deveria solucionar o problema, inundou apenas 10% da área disputada pelo Paraguai. A solução paliativa foi transformar o local em refúgio biológico, administrado pela empresa Itaipu Binacional desde 1984. O Brasil nega que haja um litígio, mas jamais conseguiu convencer os paraguaios a demarcar a fronteira na região. Para o Paraguai, a Ata das Cataratas foi uma vitória, mas ainda havia obstáculos a transpor. O principal era a oposição de vários setores no Brasil, que preferiam construir hidrelétricas inteiramente em território nacional. Já havia àquela época vários locais identificados para construção ou ampliação de usinas existentes, como Jupiá, Furnas, Estreito, Cubatão III, Cachoeira Dourada, Jaguará, Ilha Solteira, Três Irmãos, Ilha Grande, Itumbiara, Capim Branco, Igarapava, Canoas, Taquaruçu, Segredo, Santiago, Pinheiro, Itaúba e Dona Francisca, além de Ilha Grande e Porto Primavera, com capacidade total superior à de Itaipu[3]. Energia com Itaipu versus energia sem Itaipu O grande potencial hidrelétrico brasileiro é a maior resposta aos que afirmam que não havia alternativa à construção de Itaipu. Como se nota, o dilema nunca foi Itaipu x falta de energia, mas sim energia com Itaipu x energia sem Itaipu. A opção de construir várias hidrelétricas teria algumas vantagens. Teria sido possível distribuir as obras por todo o país, levando empregos e renda a vários estados, além de permitir uma “sintonia fina” que evitasse excesso de oferta, como ocorreu durante os primeiros anos de operação de Itaipu, quando o Brasil teve de adquirir energia daquela central em razão da chamada “lei de Itaipu”, sancionada pelo presidente Médici. Voltando aos que eram contra a construção de uma usina binacional, havia outro grupo que favorecia a opção nuclear, além dos que apontavam que o Paraguai não dispunha dos meios para financiar uma hidrelétrica cuja capacidade instalada original de 12,6 GW equivalia a 75% da capacidade de geração elétrica do Brasil em 1973. A título de comparação, a capacidade instalada do Brasil, em 2010, era de 112,4 GW. Setenta e cinco por cento de 112 é 84, o equivalente a seis Itaipus com a potência atual de 14 GW. O fato de que, do ponto de vista técnico, o local mais apropriado para a construção de uma hidrelétrica seria em águas na fronteira entre os dois países não influía nas críticas, uma vez que o fulcro da questão era que o Brasil arcaria com a totalidade dos custos e riscos, mas somente colheria metade dos resultados. Apesar das muitas críticas, os defensores de Itaipu conseguiram impor sua vontade, em razão de conjunção de fatores internos e externos. No front externo, pesou a disputa geopolítica travada com a Argentina e a questão da fronteira com o Paraguai. Outra justificativa seria a suposta dívida moral que o Brasil teria com o Paraguai em razão da guerra. E aqui cabe um pequeno parêntese. Não é objetivo deste artigo discutir a Guerra da Tríplice Aliança, abordada por Francisco Doratioto, Boris Fausto, Ricardo Salles, Vitor Izecksohn e outros. Convém, no entanto, esclarecer que a visão de que o Paraguai era um país progressista e que teria sido vítima de complô orquestrado pela Inglaterra é cada vez menos aceita. Não é verdade, por exemplo, que o Paraguai era uma sociedade igualitária. Apesar de uma lei de ventre livre haver sido promulgada em 1842, a escravidão no Paraguai somente foi extinta pela Constituição de 1870. O próprio Solano López era dono de escravos[4]. É comum atribuir-se ao Itamaraty a principal responsabilidade pela construção da usina. Segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, Itaipu foi "a única obra do setor hidrelétrico brasileiro que não foi concebida originalmente pela Eletrobrás nem pelos órgãos de planejamento do setor. Sua gênese está associada à resolução definitiva de uma disputa de fronteira entre Brasil e Paraguai, que se arrastava desde o período colonial. A ideia de construir Itaipu, como um instrumento de desenvolvimento e integração, foi arquitetada pelas chancelarias brasileira e paraguaia”[5]. Repete-se à exaustão que a decisão de construir Itaipu foi política. Tendo em vista a magnitude da obra, é difícil crer que fatores políticos tenham sido preponderantes. Por mais importante que fosse a disputa geopolítica com a Argentina ou a questão de fronteira com o Paraguai, nenhuma seria suficiente para levar o Brasil a construir usina com produção equivalente a 75% de toda a capacidade instalada do país. Principais motivos para a construção da usina Os dois principais motivos que levaram à construção de Itaipu foram deficiência de planejamento do governo federal e interesse das empreiteiras. Indício desse interesse encontra-se em pesquisa realizada pela revista Exame, em 1976, com três ministros e 12 empresários, na qual estes apontam Itaipu como primeira prioridade para o governo, enquanto os ministros defendiam a exploração de petróleo, cabendo à hidrelétrica o décimo lugar.[6] Seria ingênuo negar a influência das empreiteiras na definição de prioridades de investimento do governo brasileiro, especialmente quando atuam juntas. Citando Antonio Leite, Victorio Oxilia narra como houve um impasse logo na primeira licitação internacional, quando o lado brasileiro apontou a Andrade Gutierrez como vencedora e o paraguaio, a Camargo Corrêa. A solução encontrada foi “a formação de um consórcio com os cinco postulantes da licitação, com a sigla UNICON, que passou a ser o único executor de todas as obras civis, por parte do Brasil. Do lado paraguaio o executor foi o consórcio CONEMPA”[7]. Um dado que não é levado em conta pelos paraguaios que acusam seus negociadores de subserviência ante o Brasilé que o Paraguai soube se valer da disputa que Argentina e Brasil travavam pela liderança na região para obter vantagens. Stroessner exigiu, por exemplo, que o Paraguai não arcasse com qualquer custo, que tivesse igualdade de direitos e que não oferecesse garantia pelos empréstimos. Até os US$ 50 milhões da metade paraguaia do capital social da empresa Itaipu Binacional foram emprestados pelo Brasil com prazo de 58 anos, com oito de carência e juros de 6% ao ano[8], sendo que o Anexo C do Tratado estipulou a remuneração do capital em 12%, possibilitando a amortização do empréstimo com os dividendos obtidos do próprio empreendimento. Compensação pela cessão de energia Stroessner tampouco se contentou em esperar até que o investimento se amortizasse, recebendo apenas o pagamento de royalties, que em Itaipu são duas vezes e meia superiores à média dos pagos em hidrelétricas brasileiras[9]. No seu entender, como os royalties fariam parte do custo da energia a ser adquirida, não seria justo que o Paraguai pagasse pelos royalties ao comprar energia (ainda que isso fosse vantajoso para aquele país, que compra cerca de 10% da energia, mas recebe a metade dos royalties). Foi então criada a “compensação pela cessão de energia”, que é um custo adicional pago pelo Brasil diretamente ao Paraguai. Em linguagem leiga, é o equivalente a comprar um produto, pagar o seu preço e depois ainda pagar uma quantia extra ao vendedor por ele ter vendido a mercadoria. A situação, aparentemente esdrúxula, começa a fazer sentido quando se encara a compensação pela cessão de energia como uma maneira encontrada para transferir dinheiro diretamente do Brasil ao Paraguai, sem passar pela empresa Itaipu Binacional, uma vez que as rendas obtidas por aquela empresa se destinam aos dois donos em partes iguais. Não se deve confundir a compensação pela cessão de energia com o preço da energia como se faz deliberadamente no Paraguai. Em 2008, o Paraguai recebeu cerca de US$ 218 milhões por royalties (de Itaipu) e US$ 120 milhões por compensação pela cessão de energia (do Brasil), num total de aproximadamente US$ 338 milhões. Naquele ano, a receita operacional de Itaipu foi de US$ 3,4 bilhões, sendo 66% destinados para pagamento da dívida, 17% para royalties e encargos do anexo C, e 17% para despesas operacionais[10]. Não é correto afirmar que o Brasil pagou US$ 120 milhões de dólares pela energia que comprou. Na verdade, em 2008, o Brasil gastou US$ 3,244 bilhões para comprar energia de Itaipu a um custo médio de US$ 36,10/MWh, enquanto o custo médio da energia vendida ao Paraguai foi de US$ 23,14MW/h[11]. A compensação pela cessão de energia poderia ser vista como um prêmio pago pelo Brasil para que o Paraguai não vendesse sua energia a outros países. Essa possibilidade, presente na Ata das Cataratas, mas vedada no Tratado de Itaipu, é uma das principais queixas do Paraguai. Contudo, estudadas as condições em que foi negociado o tratado, percebe-se que a exigência não é draconiana, uma vez que a obrigação de venda ao Brasil está atada à obrigação de compra pelo Brasil. Sem a garantia do mercado consumidor brasileiro, teria sido praticamente impossível obter os recursos para a construção de Itaipu. Outro fator a ser ponderado quando se estuda o porquê de o Paraguai ser obrigado a vender a energia que não usa ao Brasil é que nosso país construiu Itaipu com o objetivo de garantir suprimento de energia para sua industrialização. O Brasil jamais teria aceito arcar com os custos da obra se não pudesse dispor da energia. A queixa paraguaia de que o tratado de Itaipu é injusto por impedir a venda de energia daquele país a terceiros pode ser questionada com um argumento simples: não existe mercado significativo para a energia paraguaia de Itaipu que não o Brasil. Em 2008, Itaipu produziu 94,68 milhões de MWh. Segundo o “World Fact Book” da CIA, naquele ano o consumo estimado da Argentina foi de 104,7 milhões de MWh, o do Chile 56,35 milhões e o do Uruguai 7,57 milhões (em 2010). Ou seja, a metade paraguaia de Itaipu equivalia a 45% do consumo anual argentino, 84% do chileno e 625% do uruguaio. O Paraguai, que consume 8,5 milhões de MWh, também é dono de metade de Yacyretá que, em 2011, produziu 20,86 milhões de MWh, dos quais 18,69 milhões foram exportados à Argentina. Outro fator a ser levado em consideração é que o excedente exportável paraguaio diminuirá à medida que o consumo interno aumente. Para vender a chilenos e uruguaios, existe o complicador adicional de que a energia teria de passar pela Argentina, país que já cortou o fornecimento de gás ao Chile, atrapalhou o financiamento de linha de transmissão entre Brasil e Uruguai pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul e tem colocado obstáculos para a exportação de energia da hidrelétrica paraguaia de Acaray ao Uruguai. Esse pode ser problema maior do que a ausência de linhas de transmissão para levar a energia paraguaia de Itaipu a outros mercados, obra jamais empreendida pelo Paraguai. O Tratado de Itaipu foi assinado seis anos após a Ata das Cataratas, em 26 de abril de 1973, e a primeira turbina entrou em operação em 1984. Em 1991 entrou em operação a 18ª e última das previstas inicialmente e em 2005 formam acrescentadas duas mais, elevando a potência da usina para 14 GW. Essa potência é alcançada graças à gestão de reservatórios de mais de 40 represas situadas em território brasileiro, que garantem uma vazão superior a 8000 m³/s, durante 90% do tempo e fazem com que Itaipu seja considerada usina a fio d'água[12]e possa manter produção anual de energia superior à da usina de Três Gargantas, na China, com capacidade instalada de 18.200 MW. A análise das negociações sobre Itaipu faz com que alguns estudiosos, geralmente brasileiros, pensem como Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética do Ministério das Minas e Energia, e defendam que "o Paraguai nesse processo entrou apenas com a água."[13]. Esse tipo de observação, que ofende os paraguaios, talvez preste tributo aos negociadores guaranis. Custo da usina e razão do Crescimento exponencial da dívida O investimento físico para a construção de Itaipu foi US$ 12 bilhões e as captações de empréstimos alcançaram US$ 27 bilhões. Os pagamentos já realizados somam US$ 47 bilhões, com saldo de US$ 19 bilhões e pagamentos a fazer de US$ 28 bilhões[14].A estrutura financeira que viabilizou a construção de Itaipu foi muito "alavancada", produzindo endividamento que atingiu 99,2% do investimento direto[15]. O Paraguai afirma que grande parte do passivo da empresa deve-se a que, em 1986, o Brasil conseguiu que o preço pago pela energia baixasse de US$ 16,50 KW/mês para US$ 10,00 KW/m, indo de encontro ao Anexo C do Tratado, que estipula que o preço da energia tem de ser igual a seu preço de custo. O barateamento da energia teria gerado uma dívida adicional de US$ 4,194 bilhões, que foi encampada pela empresa Itaipu Binacional na renegociação promovida em 1997. Segundo os paraguaios, ao somar-se a essa quantia os juros chega-se a total de US$ 17 bilhões de “dívida espúria”[16]. Em depoimento ao Senado do Brasil, o diretor-geral brasileiro reconheceu que “o crescimento exponencial da dívida resultou da combinação de dois fatores adversos: a escalada dos juros internacionais, durante o auge da construção, e a geração insuficiente de caixa líquido para o pagamento dos juros e amortizações dos empréstimos até o início dos anos 1990, obrigando a empresa a recorrer a novas captações para rolagem da dívida e pagamento de encargos financeiros”[17]. Samek afirma que a dívida, de US$ 4.193,6 milhões, em 31/12/1996, já teria sido quitada integralmente em setembro de 2001, com juros de 4,4% ao ano mais inflação norte-americana, num total de cerca de US$ 4,7 bilhões. O diretor-geral brasileiro também toca num ponto crucial: o consumidor brasileiro arcou com 94,6% dessa quantia, uma vez que o Brasil compra a maior parte da energia. A dívida de Itaipu foi renegociada em 1997 e adotou taxa fixa de juros indexada à inflação dos EUA, em substituição ao índice anterior, o IGP-M da FGV, que era superior. A dolarização da dívida unificou a contabilidade da empresa, que até então tinha receitas em dólares e despesas em moeda brasileira, o que ocasionava uma série de inconvenientes. No período entre julho de 1994 e novembro de 1995, por exemplo, a variação do dólar foi de 3,32%, enquanto a do IGP-M foi de 102,11%[18]. Essa renegociação foi conduzida pelos governos eleitos de Juan Carlos Wasmosy e Fernando Henrique Cardoso. Com isso, a crítica feita por alguns paraguaios de que o Tratado de Itaipu seria ilegítimo por ter sido assinado pelas ditaduras de Stroessner e Médici não se aplica à renegociação de 1997. Com o aumento da inflação norte-americana, o Paraguai começou a reclamar do que chamava de “dupla indexação”, que consistia na soma da taxa de juros de 7,5% ao ano mais a inflação dos EUA, que podia chegar a 6%. O Brasil então concordou em eliminar a indexação da dívida paraguaia de Itaipu. O consumidor brasileiro, no entanto, não foi contemplado com a benesse e continua a arcar com os custos na sua conta de luz. O Paraguai também se queixa de que as reduções obtidas na dívida externa brasileira no Plano Brady e em outras negociações não teriam sido repassadas à dívida de Itaipu. Portanto, o Tesouro brasileiro, principal credor da empresa, estaria embolsando a diferença entre a dívida original e o que cobra de Itaipu. A empresa, por sinal, é a maior contribuinte individual para o superávit primário do Tesouro brasileiro, depois que a Petrobras foi excluída do cálculo. Pela proposta de orçamento de 2011, Itaipu deveria contribuir para o superávit das estatais com R$ 5,7 bilhões, 75% do total de R$ 7,6 bilhões[19], sendo elemento essencial para o governo alcançar a meta nas contas públicas. Caso a alegação paraguaia seja verdadeira, as consequências são distintas para o Paraguai e o Brasil. Para o Paraguai, significa esperar mais alguns anos até poder embolsar o valor integral da venda de energia. Para o consumidor brasileiro, significa que o governo descobriu outra maneira de arrecadar, onerando ainda mais as taxas pagas sobre energia elétrica, que representam quase 45% do total da conta de luz. Custo para a sociedade brasileira Aspecto importante de Itaipu que não é discutido foi seu custo para a sociedade brasileira. Uma boa maneira de se ter ideia aproximada desse custo é imaginar a construção de Itaipu nos dias de hoje. Imagine o leitor, por exemplo, que o Paraguai inventasse uma questão de fronteira e que o Brasil decidisse “afogar o problema” construindo seis Itaipus (75% da capacidade instalada brasileira atual) em Foz do Iguaçu, sendo que três pertenceriam ao Paraguai. Imagine que a maioria das obras fosse dada às principais empreiteiras brasileiras e paraguaias reunidas em consórcio. Imagine que isso se desse em regime de ditadura, sem imprensa livre ou órgão de controle para fiscalizar os gastos e falcatruas. Imagine que o Brasil importasse 90% de seu petróleo e que, durante a construção da usina, houvesse dois choques de preço, como houve em 1973 e 1979. Imagine que o Brasil tivesse uma grande dívida externa e que o FED subisse os juros para perto de 20%, como ocorreu. Imagine que nos primeiros anos de operação das usinas houvesse excesso de produção no Brasil, mas fosse obrigatório comprar energia dessas usinas, deixando as nacionais sem ter como vender sua produção. Imagine se seria possível construir Santo Antonio, Jirau, Estreito e Angra III, para citar apenas quatro usinas. Imagine quantas universidades, hospitais, ferrovias e portos em todo o país poderiam ser construídos com esse dinheiro. Imagine o efeito nas contas públicas. Pois isso aconteceu. E você, leitor, pagou a conta, e continuará a pagar até 2023, quando Itaipu estará paga e o Paraguai poderá dispor da sua metade de usina que vale US$ 60 bilhões[20] sem ter colocado um centavo para sua construção. Todo esse sacrifício não sensibiliza os paraguaios que, estimulados pela imprensa e sucessivos governos, em sua maioria acreditam que o Brasil tem sistematicamente explorado seu país. Lugo, que já se referiu à data de assinatura do Tratado de Itaipu como “dia negro” e “símbolo do entreguismo”[21], utilizou a hidrelétrica como um dos eixos de sua campanha eleitoral. Segundo o analista paraguaio Alfredo Boccia, “Fue el mayor acierto de su campaña electoral. Allí estaba una reivindicación colectiva atragantada por décadas”. Após a posse, Lugo imediatamente exigiu renegociar os valores recebidos de Itaipu. Em reunião dos ministros das Minas e Energia, Relações Exteriores e Fazenda dos dois países, em janeiro de 2009, o Brasil propôs a duplicação do pagamento pela compensação de energia, para cerca de US$ 240 milhões anuais; um crédito do BNDES de até US$ 1 bilhão, para construção de linha de transmissão até Assunção, e o estabelecimento de fundo de desenvolvimento de US$ 100 milhões. O Paraguai recusou as ofertas brasileiras e condicionou praticamente toda a agenda bilateral à questão de Itaipu. Foram congeladas as iniciativas de cooperação técnica. O depósito do instrumento de ratificação dos Acordos de Residência e Regularização Migratória do Mercosul, de grande relevância para a comunidade brasiguaia, foi engavetado. Houve ameaças de multilateralizar a questão e recorrer à Corte Internacional de Justiça, na Haia. Cresceu, igualmente, o tom das declarações à imprensa, com acusações duras de que o Brasil somente dava “espejitos” ao Paraguai. A escalada de tom repetiu, com as devidas proporções, o ocorrido na época de Stroessner, quando se negociavam a Ata das Cataratas e o Tratado de Itaipu. O Brasil dava sinais de que não flexibilizaria sua posição. Em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que “não há da nossa parte nenhuma disposição de negociar o Tratado de Itaipu”, que “foi realizado de forma absolutamente legal, correta e vigente”[22]. O Itamaraty afirmou que Lugo havia sido “mal assessorado” durante a campanha e que era "no mínimo injusto jogar em Itaipu a culpa pelos problemas internos do Paraguai"[23]. O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, também deram várias declarações à imprensa nessa linha. Em maio de 2009, o presidente Lula convocou reunião de ministros e técnicos do governo brasileiro para elaborar uma proposta a ser feita aos paraguaios. A ideia de estender o prazo final de quitação da dívida paraguaia, de 2023 para 2040, encontrou resistências no Ministério da Fazenda. Outra, que previa antecipar a compra da energia excedente de Itaipu, foi descartada. O governo reiterou, ainda, a inviabilidade de quaisquer alterações que exigissem a aprovação do Congresso[24]. No dia 7 de maio de 2009, Lugo visitou Brasília e não houve acordo. A cerimônia prevista para a assinatura de 14 convênios e acordos de cooperação foi cancelada. Lugo foi incisivo e declarou que “el Paraguay no ha renunciado a ninguna de sus reivindicaciones”. O jornalista paraguaio Cristian Cantero resumiu a situação: “Brasil es el principal socio comercial de Paraguay, así que a este país no le conviene que se lleven mal. Sin embargo, el reclamo de Itaipú ha sido la bandera de Lugo desde su campaña. En tanto, Brasil no quiere perder liderazgo en la región o aparecer como el malo de la película, pero Lula tiene mucha presión en su país para no ceder ante los reclamos de Paraguay"[25]. Lugo, intransigente Havia duas explicações para a atitude intransigente de Lugo. A primeira era a de que o presidente realmente apostava em um endurecimento nas negociações com o Brasil. Os defensores dessa linha apontavam a Bolívia como exemplo a ser seguido, tendo em vista a semelhança dos casos. Do mesmo modo que Evo Morales, Lugo era um governante “progressista” que negociava com uma empresa cujo controle estava nas mãos do governo brasileiro, sendo, portanto, mais suscetível a considerações ideológicas e políticas. Nem o discurso antibrasileiro de Morales havia impedido desfecho positivo nas negociações com o Brasil, que encarava as concessões que fazia como modo de promover a estabilidade e o progresso no entorno, mesmo que isso significasse prejuízo financeiro e a flexibilização da posição de que contratos devem ser respeitados. A segunda explicação para a atitude de Lugo era que não havia alternativa politicamente aceitável. Naquele momento, o escândalo de sua paternidade estava no auge. Três mulheres afirmavam ter tido filhos com o presidente, e havia especulação sobre vários outros. Sem condições de apresentar nenhuma grande realização na esfera econômica ou na política interna, o presidente estava na defensiva. Nessas condições, firmar um acordo com o Brasil muito distante das exigências iniciais paraguaias, mesmo que fizesse sentido do ponto de vista pragmático, seria visto como derrota, que seria explorada pela oposição. Lugo encontrava-se prisioneiro da armadilha que ele mesmo criara ao insistir em exigências elevadas. Último vagão do trem Brasil Após o fracasso da visita em maio de 2009, foi possível perceber que a divisão no lado paraguaio crescia. Algumas vozes mais pragmáticas e menos radicais defendiam projeto mais amplo, que transcendesse a questão de Itaipu e fosse capaz de transformar o Paraguai no “último vagão do trem Brasil”. Uma maneira de alcançar esse objetivo seria alterar o modelo econômico tradicional, forjado ainda na época de Stroessner, baseado no tripé i) exportações de commodities agrícolas (sobretudo soja e carne), ii) "triangulação comercial" ou "reexportação", e iii) rentismo proporcionado pela venda de energia. Essa transição poderia ser feita valendo-se das vantagens comparativas do país, que incluem energia abundante e barata, baixa carga tributária, proximidade com as áreas mais ricas e populosas de Argentina e Brasil, e agricultura competitiva em terras férteis e de baixa densidade demográfica. O setor moderado apostava num aprofundamento do relacionamento com o Brasil, que não deveria ser encarado como adversário, mas sim como parceiro. Entre maio e julho, data da Cúpula do Mercosul em Assunção, o setor radical paraguaio passou a segundo plano. Declarações de autoridades brasileiras não provocaram réplicas. As ameaças de recorrer à Corte Internacional de Justiça praticamente sumiram do noticiário. Aparentemente, parte do governo e da opinião pública paraguaia temia que o Brasil se mantivesse inflexível, o que poderia ser grave para o Paraguai. O grande trunfo paraguaio era Itaipu ser essencial para o Brasil. Contudo, não se cogitava da hipótese de simplesmente interromper o abastecimento de energia como forma de pressão, o que poderia provocar alguma retaliação, além de interromper o repasse de recursos ao governo paraguaio, que não pode abrir mão da renda proporcionada pelas hidrelétricas porque tem arrecadação da ordem de 11% do PIB. Também se levava em consideração que, à medida que se constroem novas usinas geradoras de energia no Brasil, a importância de Itaipu diminui. Se, em 2000, Itaipu respondeu por 25% do consumo brasileiro[26], hoje os 50% paraguaios são responsáveis por 8,2% do total[27]. O Brasil também promoveu a interligação de sua rede elétrica, tornando possível transferir excedentes de um ponto a outro do país. Enquanto isso, o Brasil também discutia que posição tomar. No dia 21 de julho de 2009, o chanceler Celso Amorim declarou que o governo brasileiro aceitava a proposta paraguaia de discutir a venda de energia diretamente ao mercado brasileiro. O Ministério de Minas e Energia, que sempre afirmara que a venda direta era impossível porque requereria uma alteração do Tratado de Itaipu, divulgou nota afirmando desconhecer qualquer nova proposta. Em Itaipu, a assessoria da hidrelétrica explicou que como a decisão era política, a empresa não iria se pronunciar[28]. Lula: decisão favorável ao Paraguai A área técnica, a exemplo do que já ocorrera durante as negociações da Ata das Cataratas e do Tratado de Itaipu, mostrava-se contrária a concessões que julgava excessivas, o que encareceria o custo da energia pago pelo consumidor no Brasil. A área responsável pela diplomacia acrescentava outras variáveis à equação. Os modos de raciocinar dos dois setores podem ser bem percebidos na questão da Corte Internacional de Justiça. A área técnica via com bons olhos a ameaça paraguaia de recorrer à Corte. Fundamentada na convicção de que o Tratado de Itaipu era instrumento jurídico perfeito, a área técnica enxergava na proposta saída conveniente, que transferiria para terceiro corpo o ônus da decisão, de modo a que não pairasse dúvida a respeito de um acordo distante das pretensões paraguaias. Já o setor a cargo da política externa era contrário à ideia, que cristalizaria situação de confronto no seio do Mercosul. A decisão final foi do presidente da República, que deixou de lado o aspecto técnico da questão e optou por dar seguimento à política de apoiar governos “progressistas” do entorno, o que poderia ser alcançado por meio do aumento da transferência de recursos de Itaipu. Os paraguaios reconheceram o papel do presidente Lula para o desfecho das negociações. O diretor-geral paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli, reconheceu que "se não tivesse saído de um político como Lula, que reconhece o efeito político de uma obra de infraestrutura, o problema não seria resolvido”[29]. A posição brasileira foi divulgada em Assunção, durante visita bilateral do presidente Lula, após a Cúpula do Mercosul de julho de 2009. O Brasil concordou em estudar a liberação gradual da venda da energia excedente do Paraguai no mercado brasileiro diretamente pela ANDE, a estatal paraguaia, e em triplicar a quantia paga como compensação pela cessão de energia, de uns US$ 100 milhões para US$ 300 milhões ao ano. Os números não são exatos porque dependem do consumo interno paraguaio, que ditará o disponível para ser exportado, e da produção anual de Itaipu, que sofre alterações em razão do volume de água disponível. O Brasil também concordou na construção, pela Itaipu Binacional e sem custo ao Paraguai, de linha de transmissão de energia de 500 kV, no valor aproximado de US$ 450 milhões, até Assunção. O acordo prevê, ainda, a construção de obras civis e eletromecânicas que ficaram pendentes do lado paraguaio da usina, como seccionamento de linhas de transmissão e uma torre turística com mirante e teleférico, estimadas entre US$ 80 milhões e US$ 90 milhões, e estudos para a construção de eclusas. O resultado das negociações, amplamente percebido como vitória de Lugo, não satisfez os paraguaios, que continuam a reclamar da “dívida espúria” e do baixo preço da energia. A decisão do presidente Lula não foi encarada como ato de generosidade, mas como reconhecimento tardio e parcial de injustiça histórica. O acordo também fortaleceu a ala radical do governo e fortaleceu a convicção de que a melhor maneira de negociar com o Brasil é radicalizando, inclusive valendo-se dos brasiguaios como instrumento de pressão, o que pode ter graves consequências para aquela comunidade. Um ponto a ser estudado é o porquê de Lugo ter obtido o que seu antecessor Nicanor Duarte, que governou durante cinco anos (2003-2008), tendo o presidente Lula como homólogo no Brasil, jamais obteve. A resposta pode ter sido dada na cerimônia de formatura da turma Zilda Arns, do Instituto Rio Branco, quando o presidente Lula afirmou que as diferenças com o Paraguai somente foram resolvidas “porque entrou um presidente de esquerda no Paraguai.” Sem questionar o senhor presidente da República, pode-se acrescentar que a atitude brasileira de ceder em pontos que, do ponto de vista técnico, não fazem sentido é parte de uma política de Estado, aceita por todo o espectro político, de promover o desenvolvimento e a estabilidade no entorno. O que poderá vir a ser questionado é se esse objetivo será alcançado aumentando as transferências de dinheiro ao Paraguai. Itaipu já custou US$ 47 bilhões. Benefícios para o Brasil? Itaipu já custou US$ 47 bilhões. Como o Paraguai é dono de metade do empreendimento, deduz-se que US$ 23,5 bilhões foram gastos com aquele país. Acrescentem-se a essa quantia os US$ 5 bilhões que o Paraguai já levou em royalties e compensação pela cessão de energia e chega-se à conclusão de que já foram gastos US$ 28,5 bilhões com o Paraguai. Pode-se então perguntar: que benefícios a sociedade brasileira obteve por ter deixado de investir esse dinheiro no Brasil, o que teria sido possível? Os seis milhões e meio de paraguaios representam um mercado atraente para nossa indústria? O contrabando diminuiu? O tráfico de drogas e armas foi efetivamente combatido? Os brasiguaios têm sido respeitados ou são vítimas de preconceito e xenofobia? A imagem do Brasil é de país amigo ou espoliador? E Lugo? Será diferente de seus antecessores? Vai procurar usar as vantagens comparativas do país para promover um novo modelo de desenvolvimento ou continuará a apostar no rentismo das hidrelétricas e na “triangulação comercial”? Tentará garantir a titularidade das terras dos brasiguaios ou continuará a utilizá-los como instrumento de barganha para arrancar mais concessões do Brasil? Vai abandonar a retórica xenófoba e deixar de culpar nosso país por males que são de responsabilidade dos próprios paraguaios? Isso somente o futuro dirá, se é que o presente já não está dizendo. É comum ler em textos brasileiros sobre Itaipu que a usina promoveu um “casamento indissolúvel” entre Brasil e Paraguai. O problema é que o casamento não é harmonioso. O Paraguai, seja por tática de negociação, pela conveniência de ter um bode expiatório para suas mazelas, ou por simples diferença de percepção, acusa o Brasil de agir de má fé. O que deveria unir separou e poderá separar ainda mais. Vide, por exemplo, a questão do preço da energia. O que ocorrerá em 2023, quando a empresa estiver amortizada? O custo da energia baixará para 40% do que é cobrado hoje? Essa é apenas uma das muitas diferenças que terão de ser resolvidas. Uma sugestão é que se acabe com a “compensação pela cessão de energia” e que eventuais lucros sejam auferidos apenas por meio da empresa Itaipu binacional, o que seria mais justo. O Paraguai já ganhou muito dinheiro com Itaipu e não há justificativa para que essa “compensação” continue a onerar a sociedade brasileira, que suporta carga tributária três vezes superior à paraguaia. Na verdade, o dinheiro de Itaipu não serviu para desenvolver o Paraguai, mas sim para reforçar a mentalidade rentista que, juntamente com a “triangulação comercial”, tem sido obstáculo à transformação do modelo de desenvolvimento daquele país. Eclusas podem ser marco de união Por sorte, há um aspecto de Itaipu que pode colaborar para que a empresa deixe de ser um foco de desentendimento para transformá-la num verdadeiro marco de união entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai: suas eclusas. O último estudo sobre o tema foi feito pelo Instituto de Logística e Supply Chain Management (Ilos), que apresentou conclusões preliminares em março de 2011. O estudo, ao qual o autor do artigo não teve acesso, analisou quatro cenários: sistema de eclusas na margem direita (do Paraguai) e esquerda (Brasil) e polos intermodais, também em ambas as margens do rio. Dos quatro cenários estudados, o que se mostrou mais próximo de um ponto de equilíbrio financeiro, com menor investimento inicial e menor restrição socioambiental, seria o sistema de eclusas na margem paraguaia, com custo de R$ 4,2 bilhões[30]. A construção das eclusas proporcionaria escoamento alternativo para grande parte da produção agrícola brasileira, aliviando o tráfego em ferrovias, rodovias e portos brasileiros saturados. A possibilidade de exportar via portos na Argentina ou Uruguai teria profundos efeitos no frete dentro do Brasil. Como os produtores agrícolas do Mato Grosso podem atestar, a existência de ferrovia não significa barateamento automático nos preços. Prova disso são as tentativas do governo brasileiro de introduzir o direito de passagem nos ramais ferroviários que foram privatizados na década de 1990. Exemplo da competitividade da hidrovia se vê no caso do álcool. Segundo o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, “o modal hidroviário gasta em torno de quatro litros de combustíveis para carregar uma tonelada do produto a cada mil quilômetros, enquanto por via férrea seriam seis litros, e por via rodoviária, 15 litros. Além disso, para transportar o mesmo volume de um comboio seriam necessários 86 vagões em um trem, ou 172 carretas de caminhão”[31]. As vantagens para a indústria automobilística, para citar outro exemplo, seriam imediatas e provocariam substancial diminuição no uso de caminhões cegonhas. Seria possível carregar numa só barcaça automóveis prontos, motores e peças, unificando o transporte, o que é impossível no momento. É bom também recordar que, em razão de desconfianças históricas, não há trânsito ferroviário entre Brasil e Argentina porque as bitolas são diferentes. Críticas pertinentes, como a de que obra financiada por Itaipu teria reflexos na conta de energia, podem ser matizadas quando se atenta para o fato de que 60% do preço da energia de Itaipu destina-se ao pagamento da dívida, que estará completamente amortizada em 2023. A empresa estaria em condições de absorver o custo extra da construção das eclusas, que poderiam, a exemplo da energia vendida, operar a preço de custo ou próximo dele. Para o Paraguai, a obra seria uma chance de reviver os períodos de construção de Itaipu e Yacyretá, com grande entrada de divisas e geração de empregos. Para o Brasil, seria uma oportunidade de promover o entorno sem o ônus de arcar com a transferência direta de recursos a governos estrangeiros. No tocante a custos, os RS$ 4,2 bilhões representam menos de 10 vezes o que se espera gastar com o trem bala, com custos estimados em até R$ 50 bilhões. Ao contrário do trem bala, que poupará algumas horas de viagem entre dois estados vizinhos já ligados por rodovia, ferrovia e ponte aérea, a hidrovia teria reflexos positivos em vários setores da economia em uma área muito mais extensa que inclui Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás, podendo ser instrumento poderosíssimo para baixar o “custo Brasil”, com consequências imediatas na geração de empregos e riqueza. Como se vê, é possível que Itaipu deixe de ser motivo de discórdia e passe a ser instrumento de progresso e desenvolvimento para milhões de pessoas nos quatro países do Mercosul. Caberá aos governos de Brasil e Paraguai mostrar que essa mudança é possível. ARTUR OLIVEIRA é diplomata de carreira e serviu em La Paz, Miami e Assunção. Todas as informações utilizadas na elaboração do artigo são de domínio público. O autor escreve a título pessoal e suas opiniões não necessariamente refletem a do Itamaraty. LSV37: - Nós, guaranis-kaiowás Estadão- Aliás Marina Silva Guarani-Kaiowá Nas assembleias estudantis e de movimentos sociais, nos anos 1970, 80 e 90, havia um ritual de "chamada" dos nomes dos que não estavam mais vivos e todos respondiam "presente!" como se todos ali fossem aquele que não estava mais. Geralmente tinham sido assassinados, em ação ou em sessões de tortura. A vida que havia se dado pela causa de todos era resgatada na vida de cada um e, coletivamente, com aquele gesto mostrávamos que aquela pessoa continuava a viver em nós. Nessa semana, com a tecnologia que nos permite o século 21, esse ritual de resgate foi reeditado no Facebook. Centenas de pessoas adicionaram, como sobrenome, o "guarani-kaiowá". E uma página chamada "Somos guarani-kaiowá" foi criada. Por sorte eles ainda estão vivos, por sorte a mensagem é sobre a continuidade dessa vida em nós que somos brasileiros. É uma afirmação, e não um resgate. Mas a necessidade da afirmação se deu por uma situação trágica. Uma tragédia superlativa porque crônica, já que vem de longe, muito longe no tempo, a luta dos guaranis-kaiowás pelas suas terras, pela sua cultura, pelo respeito a sua visão de mundo. Estudo recém-lançado pelo Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis do Repórter Brasil indica o ano de 1882 como o início da expulsão dos guaranis-kaiowás de suas terras - quando o governo federal arrendou a região para a companhia Matte Laranjeiras cultivar erva-mate. A partir daí, começaram a ser desalojados, expulsos de suas terras sagradas, tangidos para não lugares como são as faixas de beira de estrada, onde muitos grupos estão, áreas da União onde não se pode ter nenhuma atividade produtiva. Às crianças nossa "pátria mãe gentil" oferece a chance da desnutrição. Aos adultos alquebrados, dobrados pelo sofrimento, resta o alcoolismo. E aos jovens, na idade do sonho com o futuro, com a vida adulta de realizações, mostra-se o horizonte da escolha entre trabalhar em canaviais, em regime de semiescravidão, ou perambular mendigando nas ruas das cidades próximas. Muitos preferem o suicídio. A maioria dos 550 suicídios no período de 2000 a 2011, como registrado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, são de jovens entre 17 e 29 anos. Por fim, a toda a comunidade guarani-kaiowá se oferece o lugar de estorvo no caminho da expansão das culturas de cana e de soja, que valorizam as terras e elevam os ganhos de quem tem estoques de terras para sediar a expansão do negócio. Só a partir de 1970, quase 90 anos depois, os guaranis-kaiowás começaram a reagir organizada e sistematicamente. E então foram abraçados por um labirinto torturante que nossa cultura reserva aos que buscam as instituições jurídicas para pleitear reconhecimento de seus direitos. O trecho da carta divulgada na imprensa, na semana que passou, mostra que os guaranis-kaiowás chegaram à exaustão com a hipocrisia e querem que autoridades e fazendeiros contendores assumam que sabem das consequências do que lhes está acontecendo: "Pedimos ao governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui". Ainda é tempo de trilhar o rumo da justiça com esses brasileiros. A justiça não apenas dos tribunais, das sentenças judiciais, dos papéis assinados em gabinetes distantes da realidade em litígio. A justiça do reconhecimento. Do múltiplo reconhecimento nesse paradoxal estranhamento étnico em um país que tem como uma de suas raízes mais profundas a riqueza da diversidade cultural. É preciso reconhecer que não apenas os guaranis-kaiowás, mas os índios em geral sofrem com um olhar estagnado de colonizador que habita nossas percepções ainda hoje. Em uma manifestação que fiz sobre o filme Xingu, de Cao Hamburguer, disse que nós temos o hábito de eliminar o que não conhecemos e não compreendemos. Seria mais generoso, mais "civilizado", ser capaz de enxergar e respeitar outras visões de mundo, outras lógicas de pensamento, outras maneiras de viver, outras formas de ser e estar no mundo. É preciso reconhecer que em nosso país, com os mesmos direitos, vivem 305 povos indígenas que falam 274 línguas, conforme dados do Censo 2010 do IBGE. Não precisamos ser monoglotas, não deveríamos ser etnocêntricos. É preciso reconhecer que excluir de nossa nacionalidade essas etnias, bem como outros tantos povos tradicionais, é uma mutilação incompatível com a rica contribuição que essa singularidade de nossa nação pode dar à comunidade humana. É fincado em suas raízes que o Brasil pode pleitear, na comunidade das nações, o papel de liderança que lhe cabe no esforço da transição para um modelo de desenvolvimento justo, próspero, democrático e sustentável. O ideal de Brasil e o nome de brasileiro só serão legítimos se todos, todos mesmo, respondermos à chamada. - A autora: Marina Silva Guarani-Kaiowá - Ambientalista, ex-senadora, ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à Presidência da República em 2010. Incorporou neste artigo o nome das etnias em situação de risco no Mato Grosso do Sul atendendo a uma campanha no Facebook. LSV38: - Morro do Chapéu Morro do Chapéu é uma cidade da Bahia, da região da Chapada Diamantina, conhecida pela delícia de sua temperatura média, pela beleza da "Ferro Doido" e pelo Centro de Pesquisas Ufológicas de "seu" Alonso.* *Recentemente, outra façanha de "Morro" me encantou mais ainda: há cinco anos, um **empresário da cidade, Luciano da Casa do Pão**, resolveu dar uma pequena mostra de solidariedade para ajudar estudantes da rede pública no seu desempenho escolar.Começou **doando um computador para o aluno que tivesse o melhor aproveitamento ao longo do ano.** Isso já deixou a comunidade estudantil atenta e empenhada em ganhar o cobiçado prêmio. * *No ano seguinte, outros empresários e profissionais liberais juntaram-se a Luciano e ampliaram o leque das premiações: notebooks, motos, uma agência bancária local ofereceu uma poupança de R$ 2.000,00 (dois mil reais**),** a dentista do lugar entrou com tratamento ortodentário por um ano. Além disso, aos melhores das séries finais do fundamental e médio, garantiram cestas básicas por um ano,* *O movimento foi crescendo com a participação entusiasmada de mais pessoas da cidade. Hoje, **premiam,** principalmente, o **desempenho escolar (notas boas) e a assiduidade. * *Primeiro resultado:** existem **alunos, há dois anos, sem uma falta**sequer e as **"supermédias" chegam a atingir a nota 9,75**, levando em conta todas as matérias. * *Segundo resultado:** a **elevação da média do IDEB** dos alunos do município. * *A **entrega dos prêmios** é feita em **noite de gala**, com a comunidade presente, em clima de verdadeiro "**Oscar da Educação Morrense".* *Não à toa, num distrito de Morro do Chapéu chamado Fedegosos, conheci a **escola pública Edigar Dourado Lima**, que me fez parecer estar entrando em algum **colégio suíço, **dada a **organização, limpeza e alto padrão de civilidade entre professores, servidores e alunos. **O diretor, Professor Edinho, tem tratamento de pop-star pela sua comunidade.* *Pergunto à Bahia e ao Brasil: **será que só Morro do Chapéu consegue fazer isso? Que tal pegarmos esse extraordinário exemplo e espalharmos pelo restante do país?* *Jorge Portugal - Educador e Poeta* Lsv. CONSUMIDOR PODE LIMPAR O NOME PELA INTERNET *A Serasa Experianlança o “Limpa Nome”, serviço gratuito que usa a internet para facilitar a comunicação entre consumidores com pendências financeiras em atraso e empresa credora. * *A* inovação permite que as empresas ofereçam no site da Serasa Experian descontos na dívida, condições de pagamento diferenciadas e até o boleto para o pagamento. As condições são de responsabilidade da credora. A Serasa vai apenas intermediar a comunicação. *O*s consumidores que possuírem dívidas em atraso com empresas que aderirem à novidade vão receber da Serasa cartas com aviso de negativação, contendo uma senha. Com ela e o número de seu CPF, o consumidor entrará no site http://www.serasaexperian.com.br/ e terá acesso à dívida e às condições oferecidas pela empresa que ofereceu o crédito. *S*e optar pela proposta do credor, o consumidor só terá que imprimir o boleto e fazer o pagamento diretamente à empresa credora. Caso contrário, poderá entrar em contato com ela e negociar. Para isso, o site conterá com todos os canais de relacionamento da credora, evitando os intermediários. *P*esquisas da Serasa Experian indicam que a maior parte das regularizações acontece entre o envio da carta, encaminhada ao consumidor antes do nome entrar na base de inadimplentes, com o aviso da pendência e a negativação do consumidor. A maioria deseja recuperar o crédito, mas um dos principais entraves para isso é justamente a comunicação com a empresa credora. - *O* objetivo do Limpa Nome on-line é aproximar as empresas e os consumidores. A internet vai proporcionar mais facilidade para o cliente, e as credoras poderão oferecer melhores condições de pagamento - afirma Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian e da Experian América Latina. *Extraído de: extra.globo.com/noticias – Fonte: Serasa LSV39: - Venezuela recebe reconhecimento pela erradicação da fome e da pobreza Quarta, 12 de dezembro de 2012 A Organização Mundial para a Agricultura e Alimentação (FAO) enviou, recentemente, um reconhecimento ao governo venezuelano pelas conquistas obtidas na erradicação da fome e da pobreza. É um dos países da região com os melhores indicadores. A reportagem é publicada no jornal Página/12, 11-12-2012. A tradução é do Cepat. O ministro de Alimentação da Venezuela, Carlos Osorio, no sábado passado, ressaltou que 98% dos venezuelanos tem acesso aos alimentos e podem realizar três ou quatro refeições diárias. Além disso, enfatizou que a Organização Mundial para a Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês) enviou ao governo venezuelano um reconhecimento pelas conquistas obtidas. “Mais de 80% da população tinha, em 2002, dificuldades para ter acesso aos alimentos e, dez anos depois, 98% da população ingere três ou quatro refeições diáriasâ€, lembrou o ministro. E se referiu aos 2% restante. “1,6% tem acesso a duas refeições diárias, quanto ao restante, 0,4%, temos a tarefa de melhorarâ€, disse num ato televisivo de compra e venda de alimentos a preços subsidiados pelo Estado. Osório explicou que há dez anos, no marco de uma greve geral, que durante 63 dias a oposição manteve para pressionar a renúncia do presidente Hugo Chávez, as grandes processadoras de alimentos paralisaram e as redes distribuidoras de alimentos trancaram suas portas para render o povo pela fome. Desde então, lembrou que o governo incentivou uma série de medidas. “Para que nunca mais os alimentos fossem utilizados como ferramenta política contra o povoâ€, aprofundou. Isto incluiu diversas iniciativas para aumentar e melhorar a produção, a produtividade e a distribuição. Sobre as importações de alimentos, em setembro, Chávez reconheceu que seu país, na atualidade, importa 37% da comida que seus concidadãos consomem. “Se nós excluirmos o trigo que importamos, estamos importando apenas 19% do que consumimos. Agora, incorporando o trigo, chegamos a 37%, quase 40%â€, enfatizou. Ele detalhou que o aparato produtivo nacional produz 100% do pescado, das hortaliças e das frutas ofertadas, além de 80% do frango e 70% da carne bovina consumidos no país. “Não falta muito para fazer, seremos a potência agrícola e exportadora de muitos destes alimentosâ€, explicou. O ministro relatou que a Organização Mundial para a Agricultura e Alimentação enviou, recentemente, um reconhecimento ao governo e povo venezuelano pelas conquistas obtidas na erradicação da fome e da pobreza, uma das Metas do Milênio acordadas na Organização das Nações Unidas (ONU). A FAO, que é um organismo especializado da ONU, em outubro, apresentou um novo relatório sobre a situação da alimentação no mundo. No texto, revelou que a América Latina e o Caribe reduziram a quantidade de pessoas que passam fome, de 65 milhões, entre 1990 e 1992, para 49 milhões de pessoas no período compreendido entre 2010 e 2012, e detalhou que a desnutrição nesta região baixou de 14,6% para 8,3%. No texto, denominado “O estado de insegurança alimentar no mundo – 2012†(SOFI, sigla em inglês), informou que aproximadamente 870 milhões de pessoas sofreram desnutrição crônica entre 2010 e 2012, e que a grande maioria das pessoas que passam fome – 852 milhões – vivem em países em desenvolvimento, próximo de 15% de sua população, enquanto que 16 milhões de pessoas estão subnutridas nos países desenvolvidos. Outro dado que o relatório aponta é que, entre 1990 e 2010, o rendimento real per capita cresceu de 1 a 2% por ano, em nível global, e que a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de reduzir para a metade a proporção de pessoas que passam fome no mundo em desenvolvimento, em 2015, estaria ao alcance se fossem adotadas medidas adequadas. “Se a redução média anual da fome, nos últimos vinte anos, continuar até o ano de 2015, a porcentagem de subnutrição nos países em desenvolvimento alcançaria 12,5%. Embora acima da meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, de 11,6%, estaria muito mais próximo do que se pensava anteriormenteâ€, detalhou o relatório. O organismo, por meio de seu texto, advertiu que o crescimento econômico é necessário, mas não é suficiente para acelerar a redução da fome e da desnutrição, e indicou que há muitas circunstâncias pelas quais os pobres não se beneficiam suficientemente do crescimento econômico. No texto, estima-se que isto pode acontecer porque o crescimento se origina em setores que não geram emprego suficiente para os pobres ou porque carecem de um acesso seguro e equitativo aos recursos produtivos, em particular a terra, a água ou o crédito. Para a FAO, principalmente na Europa Oriental e América Latina, onde o relatório considera que a pobreza é primariamente urbana, um maior setor de produção agrícola pode ajudar a limitar o aumento dos preços dos alimentos e melhorar o poder de compra dos pobres urbanos, que gastam uma grande porção de seus rendimentos em alimentos. LSV40: - Receitinhas Saborosas 01-Farofa de Coco para Sorvete - 1 coco ralado ou 100 g de coco ralado - a mesma medida de açúcar - 2 colheres de sopa de manteiga sem sal Mexer bem e levar ao fogo para dourar um pouco. Quando o açúcar estiver ligeiramente dourado, retirar do fogo e continuar a mexer pata açucarar sem empelotar. Esperar esfriar e guardar em um vidro bem fechado e lugar seco. Durabilidade: 6 meses 02-Farofa de Festa D. Zinha Ingredientes - 2 kg farinha de mandioca - 2 latas de ervilha - 2 latas de milho - 2 latas de seleta de legumes - 1/2 kg ameixa picadinha - 1/2 kg uva passas sem caroço - 1/2 kg azeitona verde picadinha - 1 kg cebola picadinha - 1 kg toucinho (torresmo) - 1/2 kg lingüiça de porco - 12 ovos cozidos e picados - 500 g margarina - 1 lata de azeite de 500ml - 1 a 2 pacotes de batata palha (seu gosto) Modo de Preparo Frite o torresmo e acrescente a lingüiça, a cebola, a ervilha, o milho, a seleta de legumes, a ameixa, as passas e os demais ingredientes. Por último, os ovos, a batata palha e a farinha. 03-Farofa Doce (STN) - 1 xícara de chá de ovomaltine tradicional - 1 xícara de chá de nozes trituradas - 1 xícara de chá de leite em pó - 1 xícara de chá de açúcar - 1 xícara de chá de biscoito champanhe ou maisena triturados - 4 colheres de sopa de manteiga sem sal à temperatura ambiente Misturar todos os ingredientes muito bem, com as mãos e levar à geladeira tampado. Dica: Pode trocar as nozes por amendoins, amêndoas ou o que você tiver à mão. STN quer dizer: Sem Trabalho Nenhum. 04-Docinho Fácil e Crocante - 9 colheres de sopa de farinha de trigo - 3 colheres de sopa de açúcar - 2 colheres de sopa de manteiga - 1 colher de sobremesa de fermento em pó - 1 ovo Misture bem todos os ingredientes. Enrole as bolinhas, passe no açúcar e asse até ficarem coradas. 05-Figos à la Luis - 1 vidro de figos em calda - 400 g de chocolate ao leite - chocolate granulado ou castanhas moídas - palitos de dente Retirar toda a calda do figo e lavá-los com água filtrada. Deixar secar os figos em uma peneira por 24 horas. Depois de bem secos e sem nenhuma calda, espetá-los em um palito de dente e secar um a um com papel toalha. Derreter o chocolate no microondas, fazer o resfriamento, pegar figo por figo e banhá-los no chocolate e em seguida decida passá-los ou no chocolate granulado ou nas castanhas moídas. Fica igualzinho ao da Kopenhagem!!! LSV41: - Algumas Piadinhas das Mió de Minas *Em Minas é assim...* *NUDEZ MINEIRA* Dois cumpadre de Beraba tavam bem sossegadim fumando seus respectivo cigarrim de paia e proseano. Conversa vai, conversa vem, eis que a certa altura um deles pergunta pro outro: - Cumpadre, u quê quiocê acha desse negóço de nudez? No que o outro respondeu: - Acho bão, sô! O outro ficou assim, pensativo, meditativo.. .e perguntou de novo: - Ocê acha bão purcaus diquê, cumpadre? E o outro: - Uai! É mió nudês do que nunósso, né mesmo? *SUTILEZA MINEIRA* O cumpadi, há muito tempo de olho na cumadi, aproveitô a ausência do cumpadi e resolveu fazer uma visitinha para ver se ela não carecia de arguma coisa... Chegando lá, os dois meio sem jeito, não estavam acostumados a ficar a sós....falaram sobre o tempo.... - Será qui chove? - Pois é..... Ficô um grande silêncio..... . Aí, o cumpadi se enche de corage e resorve quebrá o gelo: - Cumadi....qui qui ocê acha: trepemo ou tomemo um café? - Ah, cumpadi...cê mi pegô sem pó...... *TREM CAIPIRA * Uma mulher estava esperando o trem na estação ferroviária de Varginha, quando sentiu uma vontade de ir urgentemente ao banheiro. Foi...Quando voltou, o trem já tinha partido. Ela começou a chorar. Nesse momento, chegou um mineiro, compadeceu-se dela e perguntou: - Purcaus diquê qui a sinhora tá chorano? - É que eu fui urinar e o trem partiu... - Uai, dona! Por caus dissu num precisa chorá não..tenho certeza bissoluta qui a sinhora já nasceu com esse trem partido.... *CUNVERSA DE MINEIRIM* - Cumpadi, muié é bicho estranho, num é mêsss??? Num gosta di pescá.... Num gosta di futebor... Num sabi contá piada... Num toma umas pinguinha... . - Óia, cumpadi....si num tivesse piriquita, eu nem cumprimentava. *MUIÉ MINEIRA* Os dois cumpadres pitavam o cigarrim de paia e prosiavam. Um deles pergunta: - Ô cumpadre, cumé que chama mesmo aquela coisa que as muié tem (faz um sinal com as duas mãos), quentim, cabeludim, que a gente gosta, é vermeia e que come terra? - Uai...quentim. .. vermeia..? A gente gosta? Uái sô, só pode ser a piriquita. Mas eu num sabia que comia terra, sô!! O outro dá uma pitada no cigarro: - Pois come, cumpadre. Só di mim, cumeu treis fazenda. *DIPROMA* O velho fazendeiro do interior de Minas está em sua sala, proseando com um amigo, quando um menino passa correndo por ali. Ele chama: - Diproma, vai falar para sua avó trazer um cafèzinho aqui pra visita! E o amigo estranha: - Mas que nome engraçado tem esse menino!! É seu parente? - É meu neto! Eu chamo ele assim porque mandei a minha filha estudar em Belzonte e ela voltou com ele! *MINEIRIM NO RIDIJANEIRO* Um mineirim tava no Ridijaneiro, bismado cas praia, pé discarço. semcamisa, caquele carção samba canção, sem cueca pur dibacho. Os cariocas zombano, contano piada de mineiro. Alheio a tudo, o mineirim olhou pro marzão e num se güentô: correu a toda velocidade e deu um mergúio, deu cambaióta, pegô jacaré e tudo mais. Quando saiu, o carção de ticido finim tava transparente e grudadim na pele. Tudu mundo na praia tava oiano pro tamanho do 'amigão' que o mineirim tinha. O bicho ia até pertim do juêio...A turma nunca tinha visto coisa igual. As muié cum sorrisão, os homi roxo dinveja, só tinham olhos pro bicho. O mineirim intão percebeu a situação, ficou todo envergonhado e gritou: - Qui qui foi, uai? Seus bobãum.... vão dizê qui quando oceis pula na agua fria, o pintim doceis num incói tamém....? *TRAIÇÃO À MINEIRA* O amigo chega pro Carzeduardo e fala: - Carzeduardo, sua muié tá te traino co Arcide. - Magina!! Ela num trai eu não. Cê tá inganado, sô. - Carzeduardo! Toda veiz qui ocê sai pra trabaiá, o Arcide vai pra sua casa e prega ferro nela. - Duvido! Ele não teria corage.... - Mais teve! Pode confiri. Indignado com o que o amigo diz, o Carzeduardo finge que sai de casa, sesconde dentro do guarda-roupa e fica olhando pela fresta da porta. Logo vê sua mulher levando o Arcide para dentro do quarto pra começar a sacanage.. Mais tarde, ele encontra com o amigo, que lhe pergunta o que houve. E então, o Carzeduardo relata cabisbaixo: - Foi terrive di vê!!!... ele jogou ela na cama, tirou a brusa.... e os peito caiu....tirou a carcinha...e a barriga e a bunda dispencaro.. ..... tirou as meia...e apariceu aquelas varizaiada toda, as perna tudo cabiluda. E eu dentro do guarda roupa, cas mãos no rosto, pensava: 'Ai...qui vergonha que tô do Arcide!!!' *UAI SÔ* Um mineirinho bom de cama, passando por New York, pega uma americana e parte para os finalmentes. Durante a relação, a americana fica louca e começa a gritar: - Once more, once more, once more.....(traduçã o de once more: 'mais uma vez') E o mineirinho responde desesperado: - Beozonte, Beozonte, Beozonte.... . *O EMPRESÁRIO E O MINEIRIM* Num certo dia, um empresário viajava pelo interior de Minas. Ao ver um peão tocando umas vacas, parou para lhe fazer algumas perguntas: - Acha que você poderia me passar umas informações? - Claro, sô! - As vacas dão muito leite? - Qual que o senhor quer saber: as maiáda ou as marrom? - Pode ser as malhadas. - Dá uns 12 litro por dia! - E as marrons? - Tamém uns 12 litro por dia! O empresário pensou um pouco e logo tornou a perguntar: - Elas comem o quê? - Qual? As maiáda ou as marrom? - Sei lá, pode ser as marrons! - As marrom come pasto e sal. - Hum! E as malhadas? - Tamém come pasto e sal! O empresário, sem conseguir esconder a irritação: - Escuta aqui, meu amigo! Por quê toda vez que eu te pergunto alguma coisa sobre as vacas você me diz se quero saber das malhadas ou das marrons, sendo que é tudo a mesma resposta? E o matuto responde: - É que as maiáda são minha! - E as marrons? - Tamém! *INDO PARA A PESCARIA... * Os dois mineiros se encontram no ponto de ônibus em Cocalinho para uma pescaria. - Então cumpade, tá animado? pergunta o primeiro. - Eu tô, home! - Ô cumpade, pro mode quê tá levano esses dois embornal? - É que tô levano uma pingazinha, cumpade. - Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado que num ia bebê mais?! - Cumpade, é que pode aparece uma cobra e pica a gente. Aí nóis desinfeta com a pinga e toma uns gole que é pra mode num sinti a dô. - É... e na outra sacola, o que qui tá levano? - É a cobra, cumpade. Pode num tê lá... *MINEIRIM COMPRANDO PASSAGEM * O mineirin vai a uma estação ferroviária para comprar um bilhete.. - Quero uma passage para o Esbui - solicita ao atendente. - Não entendi; o senhor pode repetir? - Quero uma passage para o Esbui! - Sinto muito, senhor, não temos passagem para o Esbui. Aborrecido, o caipira se afasta do guichê, se aproxima do amigo que o estava aguardando e lamenta: - Olha, Esbui, o homem falou que prá ocê não tem passagem não! *A PESQUISADORA E O MINEIRIN* Uma pesquisadora do IBGE bate à porta de um sitiozinho perdido no interior de Minas. - Essa terra dá mandioca? - Não, senhora. - responde o roceiro. - Dá batata? - Também não, senhora! - Dá feijão? - Nunca deu! - Arroz? - De jeito nenhum! - Milho? - Nem brincando! - Quer dizer que por aqui não adianta plantar nada? - Ah! ... Se plantar é diferente. Lsv: - REVISTA VIRTUAL [LER SEM VER] - Considerações graças aos amigos que sempre nos enviam as matérias que são de grande interesse de nossa sociedade, Para o público que admira nosso serviço, estamos lançando a edição especial 021, ano 3 para nossos leitores. O certo é que agora muitas pessoas tem acesso a diversas informações em uma única fonte de notícias que engloba vários temas. Conheça a revista virtual Ler sem ver. É só baixar o seu exemplar, é (gratuito). Boa leitura à todos! Vale lembrar a todos que cada edição traz diversos assuntos, os quais espero ser de interesse dos nossos leitores. Prezado leitor, conto com seu apoio na divulgação deste trabalho, repassando para seus amigos de lista, assim outras pessoas terão acesso aos conteúdos aqui divulgados. .. Agradecimentos: É com grande carinho que agradeço as pessoas que enviam textos e artigos interessantes para ser incluídos nas edições de [Ler sem ver]. Sinceramente, obrigado a todos os que tem colaborado, enviando textos à redação. Também agradeço outros leitores que gentilmente mandam seus e-mails com notícias variadas, além de outras informações para serem divulgadas nas edições de [Ler sem ver]. Você também caro leitor, pode fazer o mesmo, mande seu artigo ou outros temas que pense ser interessante que outros tenham o conhecimento do mesmo, será um prazer divulgar seu conteúdo nesse espaço. É só enviar para o e-mail abaixo, os mesmos serão incluídos nas próximas edições da Revista Virtual - "Ler sem ver.". .. NOTAS DA [LSV]: Obs.: Você que tem algo e deseja que ele seja compartilhado com outras pessoas, envie para nós para que ele seja divulgado conforme seu pedido. Caso tiver algum texto ou mesmo experiência de vida e queira que seja colocado numa das edições, mande o mesmo com o nome que desejar que queira que seja publicado. Seguido do título coloque a sigla da revista que é: (LSV). Exemplo: Minha história (lsv); Ou, lsv divulgação. Gostaria que ao enviar uma matéria ou mesmo algo pessoal, como uma história de vida, por exemplo; por bondade seja colocado pelo menos: Nome do autor, cidade e estado onde reside. Assim fica mais transparente aquilo que stá sendo incluso nos conteúdos de cada edição. De preferência mande seu texto em anexo, assim facilita o nosso trabalho. Por fim, desejo saber de você se gostou dos conteúdos desta revista. Participe com seu apoio e colaboração. Direção e montagem: Clair Sergio Figueiredo. Participação e colaboração: Amigos internautas. Data de publicação: 11/01/2013. Sou grato por você existir e conto sempre com o seu brilhante apoio! Desde já fica aqui os meus sinceros agradecimentos... Conto com sua participação. Obrigado por sua colaboração. LER SEM VER É: - MENSAGEm, NOTÍCIAS, INFORMAÇÃO, CULTURA E MUITO MAIS! Ao enviar algo para ser publicado, queira por bondade encaminhar para o e-mail abaixo. Contatos: Lersemver@manancialvox.com Telefone Tim 42 99608089. Nosso site para outras pesquisas e informações: www.manancialvox.com