Bênçãos em gotas Se existe um vazio dentro de nós é por que não aprendemos ainda a preenchê-lo. Esperamos pelo amor, por uma resposta, por bênçãos que nosso coração pede a Deus em segredo ou clama em alta voz. Concentramos nossos pensamentos, nossa força, nossa vontade ao que possivelmente virá e nos desgastamos na espera. Murmuramos. Lamentamos. As coisas sempre parecem chegar mais rápido para os outros, mesmo se nosso coração ignora o tempo que esperaram e mesmo se aquilo lhes satisfaz. Vemos a vida dos outros com uma lupa, estabelecendo comparações não com o que possuímos, mas com o que nos falta. E o vazio que sentimos aumenta e aumenta... Ah! Recebemos tanto da vida! O maná nos é dado diariamente de várias formas, em pequenas gotas que deveriam encher nossa alma o suficiente para que possamos viver uma vida de ação de graças. Uma casa é sempre construída tijolo por tijolo e os mais lindos palácios também. As coisas que nos caem nas mãos todo feitas têm sabor diferente do que aquelas que aprendemos a conquistar. Saber valorizar o que já possuímos é a base da sabedoria que Deus pede de nós. E é também o primeiro passo na conquista daquilo que Ele nos prometeu. Aqui vai nosso texto para hoje e se há algo que eu possa desejar a vocês é a felicidade de contentarem-se com o que têm, não com a acomodação dos que não esperam mais nada, mas com a alegria de saber que se hoje temos, amanhã não nos faltará. Bênçãos em gotas (c) Letícia Thompson Eu gostaria de saber onde está a origem da nossa insatisfação. Buscamos grandes coisas, esperamos grandes coisas, aquelas que possam fazer com que nosso dia fuja do extraordinário. Viver nunca nos parece suficiente, esperamos sempre mais e quanto mais temos, mais desejamos. Olhamos as pessoas à nossa volta, cremos que são felizes, achamos que a vida parece bem mais simples pra elas, que o melhor sempre vem para os outros. Não nos basta ter uma terra prometida, queremos que seja a mais vistosa de todas. Mas nenhum castelo será bonito o suficiente para nos satisfazer, se não aprendermos a nos bastar com pouco que recebemos da vida. Ansiamos por grandes chuvas e nos esquecemos de nos contentar com o sereno da madrugada, suave e refrescante. Há bênçãos que tardam a vir e não compreendemos o porquê. Enquanto isso, ao invés de aproveitar as gotículas que recebemos a cada dia, nos perdemos em murmurações. É muito mais fácil reclamar do que não temos do que reconhecer que o que possuímos são tesouros em pequenas e diversas pedras que se incrustam no nosso dia-a-dia: a saúde, os filhos, os amigos, um abrigo, o fato de termos o que comer, vestir e ainda, como coroa, esse imenso quadro da natureza que o Senhor pintou e deu vida para nosso deleite. Viver do contentamento de ser o que somos, de ter o que temos é agradar ao coração de Jesus, que nada possuía quando veio, mas nem por isso era menos rei. Somos o que somos e o Senhor nos dá o bastante para nossa felicidade. Ansiar por mais é fechar as portas aos pedacinhos de bem-viver com os quais Ele nos presenteia. Peço ao Senhor que preencha a vida de cada um de vocês com as bênçãos diárias!