Os Vikings Os Vikings Um dos maiores rios da Europa é o rio Reno. 400 anos depois de Cristo um forte inverno invadiu a Europa e o rio foi congelado. Esse rio separava as regiões da Germânia das terras dos povos do norte europeu, livres e independentes. Vendo a oportunidade, o povo germânico cruzou o rio e avançou sobre as províncias norte-ocidentais do Império romano. Por onde passavam deixavam um grande rastro de destruição. Durante dois anos os invasores saquearam as províncias. Eram formados basicamente pelos povos suevos, vândalos e alanos. Andarilhos, chegaram até a Península Ibérica e terminaram mesmo por cruzar a Europa, chegando ao continente africano. Em 455, chegaram em Roma e a saquearam totalmente. São conhecidos os pensamentos de Santo Agostinho e de Salviano de Marselha, ambos clérigos cristãos, sobre a invasão. O primeiro temia "o rumor que atribuía a queda do domínio romano ao abandono dos deuses pagãos". O outro achava que a vitória bárbara poderia ser atribuída à própria sociedade romana, cada vez mais dominada por uma minoria rica e poderosa. Uma frase de Salviano sobre essa questão é célebre: (muitos romanos preferem) "buscar a humanidade romana entre os bárbaros porque já não suportam a inumanidade bárbara dos romanos". Apesar das invasões bárbaras sobre Roma, as informações que temos sobre os deuses germânicos vêm de coleções de mitologia viking compiladas na Idade Média. O documento mais famoso sobre essa assunto é certamente do islandês Snorri Sturluson (1179-1241), o valioso Edda prosaica. "O período viking durou de 750 a 1050, durante o qual se desenvolveu um matizado conjunto de mitos que giram em volta das façanhas de Odin, Thor e as deidades irmão e irmã Freyr e Freyja. Somente no século XI os vikings se convertem ao cristianismo". Os noruegueses, suecos e dinamarqueses eram os chamados vikings, palavra que significa "invasores". Eram caracterizado pela bravura em relação ao perigo e ao desprezo por aqueles que não suportavam dificuldades, quaisquer que fossem elas. Essas características vão se refletir no fatalismo presente nos mitos nórdicos. A morte durante uma batalha era vista com felicidade pois as Valquírias levavam os que morriam gloriosamente para o próprio palácio de Odin, o Valacha. Uma vez lá, os heróis mortos festejavam durante a noite e durante o dia simulavam batalhas, pois deviam preparar-se para o Ragnarök, a batalha final. De acordo com a obra de Snorri Sturluson, dos restos do Ragnarök surgiria uma terra nova, "verde e fresca, com trigais que crescem sem ser semeados". Deuses como Balder e seu irmão cego, Hod, regressariam do mundo dos mortos e repovoariam a terra. "O valor e a astúcia dos vikings se refletem nas aventuras de seus deuses. A violência imprevisível do mundo viking fica manifestada, sobretudo, noa atos de Loki, chefe dos gigantes e monstros na batalha final contra os deuses e os heróis. Sturluson descreve esta deidade travessa como "atrativo e elegante, embora a sua disposição seja para o mal e o seu estado de ânimo muito vacilante. Sempre engana e constantemente mete os Aesir em graves dificuldades, embora freqüentemente também os ajuda com a sua astúcia"". É no mito de Balder, porém, que Loki é visto em sua forma mais sinistra. Lá ficamos sabendo que tem três filhos tão crueis quanto ele: a serpente do mundo Jormungandr, o lobo Fenrir e Hel, a deusa da morte. "Loki era membro dos Aesir, os deuses guerreiros que viviam em Asgard. De acordo com Sturluson, a palavra "Aesir" deriva de "Ásia". este fato o levou a acreditar que Thor era neto de Príamo de Tróia e Odin seu descendente em vigésima geração. Embora pareça improvável, existe a possibilidade de que os Vanir - grupo secundário de deidades, encabeçados por Freyr e Freyja - se transladassem para o oeste em data posterior". "Os Aesir e os Vanir combateram até que, ao perceberem que nenhum dos grupos obteria a vitória definitiva, juntaram as suas forças e realizaram uma guerra constante contra os gigantes do gelo, descendentes de Ymir. Esse ser primordial surgiu das ondas geladas e foi relacionado com o frio entumecedor, que os vikings conheciam perfeitamente pelas suas expedições através das águas glaciais. Acreditavam que o corpo de Ymir proporcionou a matéria-prima a partir da qual Odin criou o mundo com Vili e Ve. << Voltar