Introdução Os países europeus, com o objetivo de enfrentar a economia americana e aprofundar seus laços de união, criaram em 1957 a Comunidade Européia (CE). A União Européia é uma organização supranacional européia dedicada a incrementar a integração econômica e a reforçar a cooperação entre seus estados membros. A União Européia nasceu no dia 1º de novembro de 1993, quando os doze membros da Comunidade Européia (CE) — Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Espanha — ratificaram o Tratado da União Européia ou Tratado de Maastricht. Em 1995, ela foi ampliada com a entrada da Finlândia, da Áustria e da Noruega. Com o Tratado da União Européia, é outorgada a cidadania européia aos cidadãos de todos os estados membros. São intensificados os acordos aduaneiros e sobre imigração com o objetivo de permitir aos cidadãos europeus uma maior liberdade para viver, trabalhar ou estudar em qualquer um dos países membros e, dessa forma, diminuir o controle nas fronteiras. Expansão da CEE Em março de 1957, os mesmos Estados fundadores da Ceca firmaram em Roma um tratado de associação que deu lugar ao nascimento da CEE, a Comunidade Econômica Européia, ou seja, o Mercado Comum Europeu. O tratado priorizava os objetivos econômicos como um primeiro passo para conseguir a verdadeira união política. Os objetivos da Comunidade eram: Europa dos Dez: Até o começo dos anos de 1970, os objetivos políticos estiveram em compasso de espera, pois a CEE teve de superar importantes problemas internos até iniciar sua primeira expansão. Em 22 de janeiro de 1972 quatro novos membros (Dinamarca, Reino Unido, Irlanda e Noruega) firmaram em Bruxelas os tratados de adesão à CEE. Entretanto, a Europa dos Dez não pôde se concretizar: em um referendo celebrado em setembro de 1972 os noruegueses decidiram não aderir à CEE. Nova fase: Uma nova fase de expansão corresponde aos anos de 1980. Em 1º de janeiro de 1981, a Grécia passou a fazer parte da CEE e na mesma data, no ano de 1986, Portugal e Espanha seguiram o mesmo caminho. As mudanças políticas dos primeiros anos da década de 1990 aceleraram a incorporação de novos membros. Em 1º de janeiro de 1995, a Áustria, a Finlândia e a Suécia integraram-se à União Européia. Os noruegueses rejeitaram em referendo pela segunda vez a adesão à UE. As Origens da UE Desde o final da década de 1940 multiplicaram-se as iniciativas européias de cooperação, tanto no âmbito econômico - social quanto no político - militar. Essas eram fruto da necessidade de reconstruir o espaço europeu devastado por seis anos de guerra, mas também da convicção de que o momento histórico dos Estados europeus individuais já havia passado. Nenhum país poderia competir com as grandes potências daquele momento – Estados Unidos e União Soviética. As primeiras manifestações de caráter político logo permitiram a cooperação econômica. Em 18 de abril de 1951, seis países – França, Itália, República Federal da Alemanha, Holanda, Bélgica e Luxemburgo – firmaram em Paris um tratado que detonava a Ceca (Comunidade Européia do Carvão e do Aço). Em muito pouco tempo a Ceca converteu-se no laboratório da integração européia. Antecedentes Antes de novembro de 1993, a União Européia era chamada de Comunidade Econômica Européia. A CEE foi formada a partir de três organizações independentes: a Comunidade Econômica do Carvão e do Aço (CECA), criada em 1951, a Comunidade Econômica Européia (CEE, também chamada de Mercado Comum) e a Comissão Européia de Energia Atômica (Euratom), ambas fundadas em 1957. As três instituições foram unificadas em 1967, dando origem à CE, cuja sede é em Bruxelas, Bélgica. Estabeleceu uma política exterior e monetária comuns e projetou a criação de um banco central para o ano de 1999; iniciou também políticas comuns de defesa, de cidadania e de proteção do meio ambiente. Histórico 1944- Criação do Benelux formado por Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. 1952- Criação do CECA (Comunidade Européia do carvão e do aço) formado pelos países do Benelux, Alemanha Ocidental, França e Itália. 1957- Assinatura do Tratado de Roma, que instituiu o MCE (Mercado Comum Europeu) ou CEE (Comunidade Econômica Européia). 1973- Aderiram ao MCE o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca. 1981- Aderiu a MCE, a Grécia, que acabava de reconquistar a democracia. 1986- Entrada da Espanha e de Portugal. "Europa dos Doze". 1986- Assinatura do Ato Único 1990- Reunificação da Alemanha. 1991- Assinatura do Tratado de Maastrich 1993- Entrada em funcionamento do mercado Unificado. 1995- Aderiram MCE, a Finlândia, Suécia e a Áustria. 1999- Entrada em vigor da moeda única européia, chamada Euro. Criação de uma política externa e de defesa comum e modificando o nome da organização para União Européia (EU). Países Membros Alemanha República federal localizada na Europa Central. Limita-se ao norte com o mar do Norte, a Dinamarca e o mar Báltico; ao leste com a Polônia e a República Tcheca; ao sul com a Áustria e a Suíça, e ao oeste com a França, Luxemburgo, Bélgica e os Países Baixos. É conhecida oficialmente como República Federal Alemã (RFA). Berlim é a capital e a cidade mais importante. Território e recursos: Possui três grandes regiões fisiográficas: as terras baixas que conformam a planície do norte, com numerosos vales fluviais; a região das mesetas centrais que abrange um território de suaves montanhas, vales fluviais, rios e vales bem definidos; e as cadeias montanhosas que incluem as cordilheiras Eifel e Hunsrück, Taunus, Spessart e Fichtelgebirge. Os contrafortes do Jura e um grande bosque, a Selva Negra, estão no sudoeste. No extremo sul estão os Alpes bávaros. A maioria dos grandes rios alemães estão na região ocidental. O mais importante é o Reno e seus afluentes, Neckar e Ruhr. Outros rios importantes são Elba, Danúbio, Oder e Neisse. Dos poucos grandes lagos destaca-se o Constança. Possui um clima temperado, com uma temperatura média anual de 9 °C. As terras baixas do norte têm um clima um pouco mais quente que as regiões centrais e do sul. A precipitação é maior no sul, onde alcança cerca de 1.980 mm ao ano, a maioria em forma de neve. Aproximadamente 30% do território é formado por bosques compostos de pinheiros e outras coníferas e espécies de folhas caducas. População e governo: A população possui dois grupos de raça caucásica: o alpino e o teutônico. Possui (1993) cerca de 80.767.591 habitantes, com uma densidade de 226 hab/km2. A capital da Alemanha, Berlim, possui uma população (1992) de 3.454.200 habitantes. Outras cidades importantes são: Bonn, Hamburgo, Munique, Colônia, Frankfurt am Main e Essen. O alemão é o idioma oficial e existem vários dialetos regionais. Cerca de 45% dos alemães são protestantes, em sua maioria luteranos. 40% são católicos e 2% muçulmanos. Aproximadamente 30.000 judeus vivem hoje na Alemanha. O governo é baseado em uma Lei Fundamental promulgada em 1949 para a antiga RFA (Alemanha Ocidental), emendada em várias ocasiões. É um Estado federal democrático. De 1968 a 1989, a Alemanha Oriental se definia em sua constituição como um Estado socialista soberano. O poder residia no Partido da Unidade Socialista da Alemanha (SED). Com a unificação em 1990, a Lei Fundamental da RFA se ampliou ao novo Estado. Economia: Apesar da grande destruição sofrida durante a II Guerra Mundial, a Alemanha ressurgiu na década de 1960. A reunificação foi um golpe muito duro; a Alemanha Ocidental tem suportado as custas das melhorias na infra-estrutura, no meio ambiente e na indústria da parte oriental, embora muitas empresas do Este tenham quebrado, a Alemanha continua sendo uma potência na economia mundial devido à forte competência da Alemanha Ocidental. A agricultura representa um papel pouco importante. Quase um terço dos alimentos consumidos são importados. As melhores terras para o cultivo se localizam no extremo sul das planícies setentrionais. Os principais cultivos são açúcar de beterraba, batatas e cereais. A Alemanha possui importantes indústrias relacionadas como a silvicultura e a pesca. Os bosques de coníferas tem sofrido os efeitos da chuva ácida. A Alemanha é o principal produtor de linhito do mundo e vários minerais são produzidos em quantidades importantes. O setor industrial domina a economia e produz uma grande variedade de artigos como: alimentos processados, maquinaria, produtos químicos, aparatos eletrônicos e equipamentos de transporte. A unidade monetária é o marco alemão. Em 1990 as moedas das duas Alemanhas se uniram. História: A Alemanha, a partir de 1942, começou a ser bombardeada de forma intensiva, mas Hitler recusou render-se. As forças britânicas e americanas desembarcaram na Normandia em 1944 e avançaram para a fronteira alemã, enquanto os soviéticos faziam o mesmo na frente oriental. Hitler se suicidou antes dos tanques soviéticos entrarem em abril de 1945 em Berlim. A Alemanha foi dividida em quatro zonas de ocupação, mas como a política dos aliados divergiam, a Alemanha praticamente foi dividida em duas partes. Em 1948, Grã-Bretanha, Estados Unidos e França uniram suas zonas de ocupação e encorajaram aos alemães a formar um governo democrático. A URSS, por sua vez, criou outro Estado. Em 1949 foram formados dois Estados alemães: a República Federal Alemã, ou Alemanha Ocidental e a República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental. O governo da Alemanha Oriental caiu em 1989. Com a derrubada do muro de Berlim e outras barreiras migratórias mais de 200.000 alemães orientais entraram na Alemanha Ocidental. Ambas Alemanhas realizaram a união econômica e monetária em julho de 1990, e em outubro foi dissolvida a República Democrática Alemã: todos seus cidadãos se converteram em súditos da República Federal Alemã. A coalizão dirigida por Helmut Kohl conseguiu a vitória nas eleições de 1990. Com a dissolução da antiga URSS e a evolução política européia, os Estados Unidos começaram a reduzir suas forças militares na Alemanha. Áustria República federal no centro da Europa. Limita-se ao norte com a República Tcheca, a nordeste com a Eslováquia, a leste com a Hungria, ao sul com a Eslovênia, Itália e Suíça e a oeste com Liechtenstein, a Suíça e a Alemanha. Tem 83.859 km2 de superfície. Viena é a capital. Território e recursos: A Áustria é um país montanhoso, com cerca de 910 m de altitude média. Ao norte estão os Alpes do Tirol do Norte e os Alpes de Salzburgo. Ao sul localizam-se os Alpes de Ötztal, de Zillertal, de Catarina e as montanhas Karawanken. As áreas que não fazem parte dos Alpes são: no norte, uma cordilheira de montanhas com ondulações e a leste, parte da bacia do Danúbio. Os rios principais são o Danúbio, com seu afluente o Inn, o Mur e o Mürz. Há também inúmeros lagos, como o Constança e o Neusiedler. O clima varia de acordo com a altitude. As regiões montanhosas, que estão submetidas a fluxos atlânticos moderados, recebem mais chuvas que as terras baixas do leste, que estão sujeitas a influências continentais. A vegetação é alpina, com árvores de folhas caducas nas regiões de menor altura e de coníferas nos níveis superiores. População e governo: Em sua maioria são alemães, embora exista uma grande mistura étnica como croatas, magiares, eslovenos, tchecos e pequenos grupos de italianos, sérvios, romenos e turcos. Em 1993 a população era de 7.915.145 habitantes, com uma densidade de 94 hab/km2. As maiores cidades são: Viena, Graz, Linz, Salzburgo e Innsbruck. O catolicismo é praticado por 78% da população, o protestantismo por 5%, há também 1% de muçulmanos e uma pequena minoria de judeus. O alemão é a língua oficial do país. A Áustria é uma república federal e democrática governada segundo a Constituição de 1920. O poder executivo é comandado pelo presidente, que por sua vez é eleito por sufrágio universal. Um chanceler, designado pelo presidente, lidera o Conselho de Ministros. Economia: A economia se caracteriza por seu caráter de mercado. Desde 1946, nacionalizaram-se indústrias de energia, os maiores bancos comerciais, as principais companhias de transporte e as indústrias básicas. O produto interno bruto em 1994 era de 196,5 bilhões de dólares, o que eqüivale a 20.380 dólares per capita. As terras para cultivo são escassas e suas principais produções são: beterraba, batatas, cereais e leite. A indústria pecuária está muito desenvolvida. Possui também importantes jazidas de ferro, linhito, magnesita, grafite, petróleo e gás natural. Uma importante indústria manufatureira tradicional de artesanato produz artigos de vidro, madeira, tecidos e cerâmica, embora a principal indústria seja a metalúrgica. Conta também com indústrias de produção de alimentos, indústria química, de materiais de construção, papéis e tecidos, esta última baseia-se especialmente na produção de lã. O turismo tem grande importância na economia. A moeda nacional é o xelim. História: Durante a II Guerra Mundial, em outubro de 1943, a Grã Bretanha, os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) assinaram a declaração de Moscou, que proclamava o estabelecimento de uma Áustria independente como objetivo de guerra dos aliados. Em 1945, as potências ocidentais reconheceram um governo provisório, liderado pelo socialista Karl Renner, quem posteriormente ganhou as eleições e foi eleito presidente da república. A Áustria dividiu-se em quatro zonas de ocupação, controladas pelos Estados Unidos, França, Grã Bretanha e URSS, e Viena foi dividida de maneira parecida. A guerra tinha destruído as indústrias e o sistema de comunicação e transporte. Houve uma grande imigração, principalmente para a América. A recuperação econômica foi beneficiada pelo Plano Marshall concedido pelos Estados Unidos. Os quatro aliados e a Áustria firmaram o Tratado do Estado em 1955, restabelecendo a república. Em 1961, a Áustria terminou de pagar o que devia à URSS, em função das possessões alemãs. Desde 1945 até 1966, Áustria foi governada por uma coalizão dos partidos Socialista e Popular que desenvolveram uma economia mista de mercado. Em 1966, foi criado o primeiro governo do Partido Popular na II República e, em 1970, os socialistas foram pela primeira vez o partido majoritário. A era do chanceler Kreiski (até 1983) foi marcada pela modernização e pelo crescimento do nível de vida. O novo chanceler socialista Fred Sindwatz formou uma coalizão com o Partido Liberal que terminou em 1986, ano em que se uniu ao Partido Popular. Em 1992, Thomas Klestil, candidato do Partido Popular, foi eleito presidente. A Áustria incorporou-se à UE em 1995. Bélgica Monarquia constitucional a noroeste da Europa. Limita-se ao norte com a Holanda e o mar do Norte, a leste com a Alemanha e Luxemburgo e ao sul e sudoeste com a França. Tem uma extensão de 30.528 km2. Bruxelas é a capital e a cidade mais importante. Território e recursos: O país tem três regiões fisiográficas principais: a planície costeira formada por dunas e pôlderes, o planalto central atravessado por inúmeros rios e as terras altas das Ardenas. Ao longo da costa do Norte existe uma área de terrenos protegidos por diques, construídos entre os séculos XIII e XV. Os rios principais são o Schelde e o Meuse, que nascem na França e são navegáveis na passagem pela Bélgica. O clima perto do mar é úmido e temperado. No interior, longe do mar, é mais rigoroso. As chuvas atingem por ano a média de 699 mm e a temperatura média é de 8,3 ºC. Os bosques mais importantes são os de carvalho, faia e olmo. A área foi reflorestada com pinheirais. População e governo: A população é composta por dois grupos étnicos. Os flamengos, de origem germânica, que habitam a metade norte da Bélgica, denominada Flandres e que falam flamengo ou holandês, e os valões, de origem celta, que falam francês e habitam a metade sul, denominada Valônia. Há uma minoria de alemães que habitam o leste do país. A Bélgica tinha uma população em 1993, de 10.100.631 habitantes e uma densidade de 330 hab/ km2, sendo uma das mais altas da Europa. As principais cidades são: Bruxelas, Antuérpia e Gand. Cerca de 90% da população é católica, apesar do culto estar em declínio. Outras religiões são o protestantismo e o judaísmo. Em 1963, uma lei estabeleceu três línguas oficiais: o flamengo no norte, o francês no sul e o alemão na zona oriental. Na cidade e nos arredores de Bruxelas o francês e o flamengo são reconhecidos oficialmente. A Bélgica é uma monarquia constitucional. O atual soberano é o rei Alberto II. A Constituição Belga foi proclamada em 1831, com posteriores modificações visando a formação de um Estado federal. O monarca designa os ministros e os juizes. O parlamento é composto pelo Senado e pela Câmara dos Representantes. Economia: A Bélgica é uma das nações européias mais industrializadas. Seu produto interno bruto, em 1994, era de 227,9 bilhões de dólares, equivalente a 19.000 dólares de renda per capita. A Bélgica não é totalmente auto-suficiente em produtos agrícolas, entretanto é na pecuária. A terra é explorada de forma intensiva. O gado e os cultivos de consumo diário são as principais atividades. Historicamente foi o carvão o principal recurso do país, mas atualmente suas reservas se esgotaram e a produção caiu a partir de 1980. Muitas minas fecharam. A Bélgica está entre os maiores produtores de ferro e de aço. A indústria pesada baseia-se na produção de aço, carvão, produtos químicos e petróleo, controladas por seis trustes. A indústria têxtil, que data da Idade Média, produz algodão, lã, linho, e tecidos sintéticos e sua indústria química é líder mundial. Outras indústrias importantes são a naval e a de construção de equipamentos ferroviários. A lapidação de diamantes é uma das mais importantes do mundo. A moeda nacional é o franco belga. História: Uma semana após ter sido deflagrada a I Guerra Mundial, as tropas alemãs atravessaram a fronteira da Bélgica, ignorando sua neutralidade. O governo resistiu à invasão e solicitou ajuda da França, Grã-Bretanha e Rússia. Um milhão de belgas fugiram do país e mais de 80 mil morreram. A ofensiva dos aliados de setembro de 1918 libertou a costa do país. Pelo Tratado de Versalhes de 1919, a Bélgica incorporou 989,3 km2 de território e 64.500 habitantes. Apesar dos enormes prejuízos causados pela guerra, a Bélgica alcançou uma notável recuperação. O voto para os homens foi introduzido no país, a neutralidade foi abandonada e, em 1920, foi assinada uma aliança militar com a França. Em 1936, Bélgica voltou à neutralidade, sendo atacada pela segunda vez pela Alemanha, em maio de 1940. As tropas francesas e britânicas ajudaram-na mas foram derrotadas devido à superioridade das forças invasoras. Leopoldo III rendeu-se e foi preso. O gabinete belga, exilado em Paris, se negou a reconhecer a derrota, destituindo o rei dos seus direitos de governo. Após a queda da França, o governo belga que estava no exílio transferiu-se para Londres. Em 1944, retornou à Bélgica após a desocupação alemã e o Parlamento elegeu o príncipe Carlos como presidente. A Bélgica ficou politicamente desorganizada por causa do enfrentamento entre o partido Social Cristão (católicos) e a coalizão de liberais, socialistas e comunistas, e a questão do regresso do rei Leopoldo. Em 1945, o Parlamento concordou em deixar Leopoldo fora do poder. A Bélgica voltou a recuperar sua anterior posição entre as grandes nações mercantis do mundo. Em 1950, foi convocado um plebiscito sobre o retorno do rei Leopoldo. Após obter a resposta afirmativa de 57,6% dos votantes, vários conflitos ocorreram, organizados pela oposição. Leopoldo concordou então em passar o poder para seu filho, o príncipe Balduíno. A Bélgica foi membro constituinte, em 1952, da Comunidade Européia do Carvão e do Aço e contribuiu para a fundação, em 1957, da Comunidade Econômica Européia (hoje União Européia). Em 1960, a Bélgica proclamou a independência da colônia do Congo Belga (Zaire, atual República Democrática do Congo). Em 1962, os administradores belgas da ONU, encarregados do território de Ruanda - Urundi, conseguiram a independência de Ruanda e Burundi. A rivalidade entre flamengos e valões gerou freqüentes distúrbios durante a década de 1960, provocando a queda de vários governos nos anos seguintes. Na década de 1980, os social - cristãos, formaram governos e, em 1989, o Parlamento aprovou um programa para transferir o poder às três regiões etnolingüísticas. A Bélgica ratificou o Tratado de Maastricht sobre a União Européia em 1992. Em maio de 1993, a Bélgica tornou-se um país federal. Quando o rei Balduíno morreu sem deixar descendentes, foi sucedido por seu irmão Alberto II, em 1993. Dinamarca Monarquia constitucional do norte da Europa, é o mais meridional dos países escandinavos. Limita-se ao norte com o estreito de Skagerrak; a leste com o estreito de Kattegat e o estreito de Oresund que une o Kattegat e o Mar Báltico; ao sul com o Mar Báltico, o estreito de Fehmarn e o estado alemão de Schleswig-Holstein; e a oeste com o Mar do Norte. A Dinamarca compreende a maior parte da península de Jutlândia, mais de 400 ilhas no Mar Báltico e no Mar do Norte; Sjaelland ou Seelandia é a maior, seguida por Fyn, Lolland, Falster, Langeland e Mon. Aproximadamente a 230 km a leste de Sjaelland, no Mar Báltico, está a ilha de Bornholm. A Dinamarca tem dois territórios externos que se localizam ao norte do Oceano Atlântico: as ilhas Feroe e Groenlândia, que gozam de plena autonomia em questões internas. Excluídos estes territórios, tem uma superfície de 43.080 km². A capital é Copenhague. Território: É uma superfície plana de terras baixas. A altitude média é de apenas 30 m. A paisagem natural está configurada em grande parte por fenômenos de origem glacial. As calotas geladas do norte da Europa, no final dos períodos glaciais, alcançaram seu limite meridional no país, o que se refletiu por uma morrena final que se desdobra desde o fiorde de Nissum até Viborg, no centro. Esta morrena estabelece a fronteira entre as paisagens nitidamente contrastadas: a leste, uma superfície de planícies férteis, suaves colinas e numeroso lagos; e a oeste, uma superfície plana formada por depósitos de areia e cascalho em razão da fusão glacial. A costa leste está cortada por uma série de fiordes que penetram até o interior. O clima é temperado e úmido, com verões moderados e invernos chuvosos. A precipitação média anual é de 610mm, da qual aproximadamente 10% é na forma de neve. População e governo: A população é extremamente homogênea; 96% são de origem danesa e estão muito relacionados com outros povos escandinavos. Há uma pequena população imigrante. Excluindo-se as ilhas Feroe e Groenlândia, tem uma população de 5.192.642 habitantes, com uma densidade de 120 hab/km². A Groenlândia tem 55.419 habitantes e as ilhas Feroe (1994) têm 43 mil habitantes. As principais cidades são: Copenhague (compreende Copenhague e as municipalidades de Gentofte e Frederiksberg), Arhus, Odense e Alborg. O luteranismo é a religião de 90% dos dinamarqueses. O monarca deve ser membro da Igreja, para o resto da população há liberdade religiosa. É uma monarquia constitucional e hereditária, governada segundo a Constituição de 1953. O poder executivo está nominalmente no soberano, porém na prática é exercido por um gabinete dirigido pelo primeiro ministro. O poder legislativo é exercido conjuntamente pelo soberano e pelo Parlamento. Economia: Tradicionalmente foi um país agrário e a agricultura é, devido a isso, um setor econômico chave. Desde o final da II Guerra Mundial, sem dúvida, a indústria e os serviços têm ganhado importância. O produto interno bruto (1991) é de 121.650 milhões de dólares, com 23.660 dólares per capita, um dos mais altos do mundo. Cerca de 60% das terras cultivadas o são com cereais; o resto é forragem e outros cultivos, como o linho, o cânhamo, lúpulo e tabaco. É o primeiro produtor mundial de produtos de gado suíno. Tem um importante movimento cooperativo que se dedica especialmente aos produtos de consumo diário e derivados do porco. A grande frota pesqueira (superior a 3.200 embarcações) desempenha um papel importante na economia. As capturas mais importantes são o arenque, salmão e bacalhau. Todos os recursos subterrâneos são propriedade do Estado. O gás natural e o petróleo são os mais importantes. As principais indústrias se dedicam ao processamento de alimentos, à produção de aços e metais, e à fabricação de produtos químicos e farmacêuticos. A unidade monetária é a coroa dinamarquesa. História: Depois de 1880 o Partido Social democrata desempenhou um importante papel no movimento operário e na luta por uma constituição democrática. Em 1901 o princípio do governo parlamentarista foi afinal reconhecido. Em 1918 entrou em vigor o sufrágio universal e a Dinamarca reconheceu a independência da Islândia que, em 1944, depois de um referendum nacional, se proclamou república soberana. Em 1953 se adotou uma nova constituição que instituiu o Parlamento como o parlamentarismo unicameral e converteu a Groenlândia em província dinamarquesa, autônoma desde 1979. Quatro décadas de domínio da política dinamarquesa por parte do Partido Social - democrata finalizaram as eleições de 1968. Hilmar Baunsgaard, dirigente do Partido Liberal Radical, formou uma coalizão de governo que durou até 1971, quando Jens Otto Krag, social - democrata, retornou ao cargo. O rei Frederico IX foi sucedido por sua filha Margarida II em 1972. Desde então tem se sucedido governos social - democratas e conservadores dentro do marco constitucional. Espanha Monarquia constitucional da Europa sul-ocidental que ocupa a maior parte da península Ibérica; faz fronteira ao norte com o mar Cantábrico, França e Andorra; a leste com o mar Mediterrâneo; ao sul com o Mediterrâneo e o oceano Atlântico e a oeste com Portugal e o oceano Atlântico. A dependência britânica de Gibraltar está situada no extremo meridional. As Ilhas Baleares no Mediterrâneo e as Ilhas Canárias no Atlântico são duas comunidades insulares. Também pertencem ao país, embora estejam situadas em território africano, as cidades autônomas de Ceuta e Melilla, bem como o Peñón de Vélez de la Gomera e as ilhas de Alhucemas e Chafarinas. A extensão é de 504.782 km2. Madri é a capital. Território: A cadeia montanhosa dos Pirineus faz fronteira com a França, ao norte; no extremo sul, o estreito de Gibraltar separa a Espanha do norte da África. A característica topográfica mais importante é a grande planície central, chamada de Meseta, com uma altura média de 610 m. A Meseta é dividida em uma seção norte e outra sul por cadeias montanhosas irregulares (serra de Guadarrama, serra de Gredos, montes de Toledo). A planície costeira é estreita e em muitas áreas é interrompida por montanhas que descem até o mar para formar promontórios rochosos. Os principais rios são: Douro, Minho, Tejo e Guadiana, que nascem no território espanhol e cortam o território de Portugal para desembocar no Atlântico; o Guadalquivir, que é o mais profundo e tem grande parte do seu percurso navegável; e o Ebro, no no leste, que desemboca no mar Mediterrâneo. O clima é mediterrâneo com temperaturas extremas exceto no norte, onde as precipitações em geral são insuficientes; as diferenças fisiográficas determinam importantes diferenças climáticas. População e governo: O povo espanhol é uma mistura dos povos indígenas da península com os que foram conquistando sucessivamente o seu território: os romanos, um povo mediterrâneo; os suevos, os vândalos e os visigodos, povos germânicos, e elementos semíticos, em especial de origem árabe e judaica. Os ciganos formam uma importante etnia. A população (1995) é de 40.460.055 habitantes, com uma densidade demográfica de 80 hab/km2. As cidades importantes são: a capital Madri, Barcelona, o maior porto e centro comercial, Valência, Sevilha, Zaragoza e Bilbao. A população é maioritariamente católica, embora a Constituição de 1978 tenha criado um Estado sem preferências religiosas, no qual é total a liberdade de crenças. Há pequenas comunidades de protestantes, judeus e muçulmanos. O espanhol é o idioma oficial; além dele, são línguas cooficiais, em suas respectivas comunidades autônomas, o basco (euskera, língua pré-indo-européia), galego, catalão e valenciano. É uma monarquia parlamentar regida pela Constituição de 1978. O chefe de Estado é um monarca hereditário; o poder executivo está nas mãos do chefe de Governo e o legislativo, de um Parlamento bicameral. Economia: Historicamente, a Espanha sempre foi um país agrícola e ainda é um dos maiores produtores agrícolas da Europa Ocidental, mas a indústria começou a crescer rapidamente a partir da década de 1950. As divisas obtidas com o turismo garante o equilíbrio da balança comercial. O produto nacional bruto em 1993 era de 533.986 bilhões de dólares, que eqüivalem a 14.130 dólares per capita. O país produz cereais, cítricos, uvas e olivas. A pecuária, em especial o gado ovino e caprino, tem uma grande importância econômica. A cortiça é o principal recurso florestal. A pesca é importante para a economia; entre as espécies mais encontrados em seu litoral, estão o atum, as lulas, o polvo, a merluza, as sardinhas, as anchovas, a cavala, a pescadinha e os mexilhões. A riqueza mineral é considerável. Os principais recursos são: carbono, linhito, ferro, zinco, chumbo, mercúrio, gesso e petróleo. Entre os principais artigos produzidos, destacam-se o ferro e o aço, bens de consumo, barcos, petróleo refinado e cimento; além disso, trata-se de um dos maiores produtores mundiais de vinho. A unidade monetária é a peseta. História: O curso da história contemporânea traçou um caminho irregular devido ao fato de o processo de consolidação da nova ordem, a partir do segundo terço do século XIX, ter se chocado com múltiplas resistências emanadas de distintos flancos (Guerras Carlistas, poderes factuais, velhas classes privilegiadas). As interferências entre os poderes civil, militar e religioso se traduzem ao longo do século supracitado em uma cadeia de desencontros e tensas relações entre a Igreja e o Estado, unidos a intermitentes pronunciamentos militares de matiz conservadora ou progressista, artífices das trocas de governo e das sucessivas idas e vindas constitucionais. Fracassada a experiência democrática do Sexênio Revolucionário (1868-1874), o regime oligárquico da Restauração introduziu a Espanha no século XX sem assentar um sistema de partidos, fundamental para a reclamada estabilidade na vida pública. A fragilidade das instituições, junto com os visíveis reveses extrapeninsulares ocorridos nas últimas décadas, a perda colonial de 1898, o desastre de Annual e outros fracassos na guerra de Marrocos, provocou uma paulatina militarização da monarquia de Afonso XIII até desembocar na ditadura de Primo de Rivera (1923-1930). O pretorianismo militar patente no século XX, impondo o regime democrático republicano mediante uma cruenta Guerra Civil (1936-1939), conheceu o seu ápice com a ditadura do general Franco, que se manteve no poder durante quatro décadas até sua morte, em novembro de 1975. Morto Franco, a Espanha conheceu um período de transição de um regime autoritário para uma monarquia democrática desde a legalidade corporativa franquista. Autodissolvidas as velhas Cortes e tendo o monarca dominado a nova situação, teve início o longo e complexo período da transição política. A via escolhida para tal fim foi a reforma, em lugar de outras mais radicais (ruptura, revolução), principalmente com a constatação da rede de interesses ligados ao regime anterior e aos esforços necessários para materializar sem violência a alentadora promessa de Juan Carlos I de ser o "rei de todos os espanhóis". Em 1976, a designação de Adolfo Suárez como presidente do governo em substituição de Carlos Arias Navarro facilitou a realização de um projeto de reforma que, em um ano e com a estimável ajuda de Torcuato Fernández-Miranda, desembocaria em eleições gerais, uma prática esquecida desde a etapa republicana. A Constituição promulgada em 1978, fruto do consenso da pluralidade de forças políticas, define a Espanha como um Estado de direito, democrático e social. Esse terceira tentativa de democratizar o país foi marcada por uma série de problemas: os setores contrários à mudança se escandalizaram-se com ‘provocações’ como a legalização do Partido Comunista, a reforma autonômica, a laicização e a crise econômica. Não foi à toa a tentativa de golpe de 23 de fevereiro de 1981. A vitória socialista obtida nas eleições de 1982 por maioria absoluta simbolizou a reconciliação nacional e a normalização da vida pública. A liderança exercida por Felipe González, chefe de governo durante treze anos, tinha um compromisso com uma declarada vocação européia e com a modernização do Estado. Depois das eleições gerais de 1996, o Partido Popular formou o governo depois de fazer uma coalizão com os nacionalistas bascos e catalães. A alternância democrática está garantida, mas o governo de José María Aznar tem importantes desafios pela frente, em especial o cumprimento dos acordos de Maastricht e a convergência com a Europa. Finlândia República situada na Europa setentrional, limita-se ao norte com a Noruega, a leste com a Rússia, ao sul com a Rússia e o golfo de Finlândia, a sudoeste com o mar Báltico e a oeste com o golfo de Botnia e Suécia. Aproximadamente um terço do país localiza-se ao norte do Círculo Polar Ártico. A superfície é de 338.145 km². A capital é Helsinki. Território: Possui cerca de 60.000 lagos, dos quais o maior é o Saimaa. No mar Báltico encontra-se o arquipélago das ilhas Aland, constituído por aproximadamente 6.500 ilhas. O país é em sua maioria uma planície com alturas médias de 120 a 180 metros. A área mais setentrional, dentro do Círculo Polar Ártico, é conhecida pelo nome de Lapônia. Devido à influência moderadora das massas de água que rodeiam a Finlândia, seu clima é consideravelmente menos rigoroso do que o correspondente à sua latitude. A neve cobre o solo de quatro a cinco meses do ano no sul e cerca de sete meses no norte. População e governo: A população é de origem escandinava - báltica. Mais de 93% da população fala o finlandês e 6% o sueco, principalmente nas ilhas Aland. O extremo norte é habitado por cerca de 2.500 samis; outros grupos minoritários compreendem menos de 1% da população. O finlandês e o sueco são os idiomas oficiais. O sami ou lapão é considerado um dialeto do finlandês. A Igreja Evangélica Luterana da Finlândia é a principal confissão, englobando 90% da população. A Igreja Ortodoxa, todavia considerada como culto nacional, sofreu uma forte diminuição de seus membros desde finais da II Guerra Mundial. Em 1993, a população era de 5.054.982 habitantes, com uma densidade de algo menos que 15 hab/km². As cidades mais importantes são: Helsinki, Tampere e Turku. Segundo a Constituição de 1919, é uma república governada por um presidente, eleito por votação popular direta. Economia: Em 1991, o produto interno bruto era de 122,0 bilhões de dólares, com 24.400 dólares de renda per capita. A agricultura está limitada às regiões costeiras. Os principais cultivos são: cevada, beterraba açucareira, aveia, batatas e trigo. A silvicultura é muito importante. Em princípios da década de 90, o corte de madeira alcançou os 35 milhões de m³. É um produtor significativo de cobre, zinco, cromo, chumbo, níquel e ouro. As indústrias produtoras de polpa de papel, as papeleiras e as madeireiras dominam o setor industrial. A unidade monetária é o markka. História: De 1809 até 1863 a Finlândia foi dirigida por um governador general russo. Até o final do século produziu-se uma troca na política russa que tendia frear o crescente nacionalismo. A Guerra Russo - Japonesa de 1904-1905 atenuou o processo de russificação. Criou-se o Parlamento unicameral, e estabeleceu-se o direito ao voto para os homens e mulheres maiores de 25 anos; fazendo da Finlândia o sistema parlamentarista mais moderno da Europa. Durante a Revolução Russa de 1917, um parlamento finlandês recém eleito aproveitou a situação e assumiu "todos os poderes que antigamente possuía o czar grão-duque". Os finlandeses votaram a favor de um república independente. A população estava dividida entre o socialismo bolchevique e o governo conservador; criaram-se no país dois exércitos, a Guarda Vermelha e a Guarda Branca. O conflito armado eclodiu em 1918; a Guarda Vermelha reagiu contra o governo, com o fim de expulsar a todas as tropas russas. O general Carl Gustaf Emil von Mannerheim encabeçou a Guarda Branca e, ajudados por tropas alemãs, tomaram Helsinki. Em 1919 o Parlamento adotou uma nova constituição republicana. O liberal Kaarlo j. Stahlberg foi eleito presidente. Ao explodir a II Guerra Mundial, a Finlândia se declarou neutra. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), invadiu a Finlândia em 1939, começando assim a Guerra de Inverno. O superior poderio militar soviético obrigou os finlandeses a firmar a paz. Ver Guerra Russo-finlandesa. Quando os alemães atacaram a URSS em 1941, os finlandeses proclamaram de novo sua neutralidade, ainda que soldados alemães operassem do norte da Finlândia, o que deu base à URSS para bombardear várias cidades até que a Finlândia declarasse de novo guerra a URSS, deixando claro que o país não era aliado dos alemães, senão simplesmente um co - beligerante. O tratado de paz final com a URSS foi firmado em 1947. A orientação da política exterior finlandesa até o final da hegemonia soviética no leste da Europa, a princípios da década de 90, centrou-se na estrita neutralidade internacional e em relações amistosas com a URSS. Essa política, também denominada Linha Paasikivi-Kekkonen, foi chamada assim em homenagem a seu iniciador, o presidente Julho K. Paasikivi, e a seu sucessor, Urho K. Kekkonen. A maioria dos governos de pós-guerra foram encabeçados por dirigentes centristas e social - democratas. As eleições de 1987 obrigaram os social - democratas a criar uma coalizão governamental com os partidos conservadores. O descontentamento popular ante a má situação econômica e a falta de emprego levaram à eleição como presidente, em 1994, o candidato social - democrata Martti Ahtisaari. França País da Europa ocidental, limitado ao norte pelo canal da Mancha, o estreito de Dover e o mar do Norte; a nordeste pela Bélgica, Luxemburgo e Alemanha; a leste pela Alemanha, Suíça e Itália; a sudeste pelo mar Mediterrâneo; ao sul pela Espanha; e a oeste pelo oceano Atlântico. Paris é a capital. A República da França compreende dez possessões de ultramar: Guiana Francesa, na América do Sul, Martinica e Guadalupe, no Caribe, Reunião, no oceano Índico, Saint-Pierre-et-Miquelon, Mayotte, Nova Caledônia, Polinésia Francesa, os Territórios do Sul e da Antártida e as ilhas Wallis e Futuna. A superfície total da França metropolitana é de 543.965 km2, incluindo a ilha da Córsega, no mar Mediterrâneo. Território: Os principais traços fisiográficos da França são os que constituem suas fronteiras naturais orientais e meridionais, além de uma meseta central meridional e, contígua a ela, uma vasta região de planícies onduladas. Os Alpes e o Jura formam os limites naturais com a Itália e com a Suíça; as montanhas dos Vosges dominam a região entre o rio Mosel e o Reno; os Pirineus, que se situam ao longo da fronteira franco - espanhola, do mar Mediterrâneo até o golfo de Biscaia, formam a outra fronteira montanhosa. A meseta central meridional, denominada Maciço Central, possui relevo e estrutura irregulares. A região das planícies, o setor mais extenso do território francês, consiste em terras baixas muito pouco onduladas, compostas pelos vales dos rios Sena, Loire e Garonne. Os principais afluentes do rio Sena são o Aude, o Marne, o Oise e o Yonne. O clima é temperado, com consideráveis contrastes regionais. Uma das peculiaridades meteorológicas do sul da França é o vento mistral. População e governo: A população (1994), era de 57.800.000 habitantes, com uma densidade de 106 hab/km2. As principais cidades (1990) são Paris, Marselha, Lyon, Toulouse, Nice, Estrasburgo, Nantes, Bordeaux e Montpellier. O catolicismo é a religião de 75% dos franceses. Seguem-no em importância o islã, o protestantismo e o judaísmo. O idioma oficial é o francês, mas além dele perduram línguas regionais como o bretão, a língua basca, o catalão, o provençal, o flamenco e o alsaciano. A França é uma República presidencial fundamentada na Constituição de 1958. O Parlamento consta de duas câmaras e a Assembléia Nacional possui a suprema autoridade legislativa. Economia: Em 1994, o produto interno bruto foi de 1,30 trilhões de dólares, aproximadamente 22.580 dólares per capita. A unidade monetária é o franco. Os principais cultivos são: videira, beterraba açucareira, trigo, batata, milho, cevada e frutas. O gado é também fonte chave de receita no setor agropecuário. No tocante à silvicultura, as resinas, a terebintina e a cortiça têm producão destacada. Possui ampla diversidade de recursos minerais. Os depósitos de mineral de ferro se encontram entre os mais ricos do mundo. São também importantes as produções de bauxita e carvão; existem pequenos depósitos de petróleo e de gás natural. Entre as indústrias (excluindo os metais), destaca-se a fabricação de veículos a motor, aviões, aparelhos eletrodomésticos, maquinaria não elétrica, equipamento eletrônico e produtos químicos. A indústria têxtil e de fibras é uma das maiores do mundo; outras importantes indústrias são as transformadoras de alimentos, destilarias e produtoras de artigos especializados e de luxo. História: Depois da derrota a Assembléia Nacional, estabelecida para poder firmar um tratado de paz, teve que resistir a um grave conflito interno. Os republicanos radicais de Paris se rebelaram e instauraram um governo municipal independente, a Comuna de Paris, em 1871. A maioria monarquista da Assembléia Nacional tentou restaurar a monarquia, mas não conseguiu resolver as diferenças entre os pretendentes dos Bourbon e dos Orléans ao trono, razão pela qual os republicanos conseguiram a aprovação de uma Constituição republicana em 1875. Após a Guerra Franco-prussiana, a segurança nacional foi uma preocupação constante. Seguindo as previsões de Bismarck, o governo francês orientou seus objetivos para a expansão ultramarina e estabeleceu um império colonial na África e na Ásia, o segundo em extensão depois do Império Britânico. Em 1894, a França e a Rússia firmaram uma aliança defensiva que estabelecia ajuda mútua contra ataques alemães ou austro-húngaros. Uma década mais tarde, o temor comum, a Alemanha, estimulou a França e a Grã-Bretanha a resolver suas diferenças coloniais e a iniciar negociações para unificar suas operações militares e navais na Europa. Em 1907, a Grã-Bretanha e a Rússia também haviam resolvido suas diferenças e, junto com a França, formaram a Tríplice Entente, como resposta à Tríplice Aliança, integrada pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. O assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro pelos nacionalistas sérvios em 1914 precipitou uma nova crise. Os interesses franceses não estavam implicados diretamente na disputa balcânica entre a Áustria - Hungria e a Rússia, mas o governo respaldou seu aliado russo. A Alemanha, apoiando a Áustria - Hungria, declarou guerra à Rússia e, após a negativa francesa de permanecer neutra, declarou guerra à França. Em 1918, a unificação das forças aliadas, a entrada dos Estados Unidos na guerra e o esgotamento da maquinaria de guerra alemã permitiram aos aliados desenvolver uma ofensiva que obrigou o governo alemão a pedir a paz. Em 11 de novembro de 1918, a recém estabelecida República de Weimar, na Alemanha, aceitou o armistício e firmou-se a paz no Tratado de Versalhes. O problema interno mais agudo depois da guerra foi a estabilização do franco. A desvalorização prejudicou duramente a burguesia, que havia sido núcleo de apoio social à República e que dependia de suas economias. Os últimos anos da década de 1920 e os primeiros de 1930 significaram um breve interlúdio de prosperidade e calma, que terminaram com a chegada à Europa dos efeitos da Grande Depressão e com o ressurgimento, depois de 1933, de uma Alemanha agressiva. Ao longo das décadas de 1920 e 1930, a segurança nacional continuou sendo a principal preocupação do governo. A Grã-Bretanha e os Estados Unidos não ofereceram garantias de evitar o rearmamento alemão, razão pela qual a França tentou conseguir certa segurança estabelecendo alianças com a Bélgica e com os estados da Europa oriental que poderiam ameaçar a Alemanha com uma guerra de duas frentes, caso a França fosse atacada. Adolf Hitler ascendeu ao poder na Alemanha em 1933 e começou o processo de rearmamento. Em setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polônia, e a França e a Grã-Bretanha declararam-lhe guerra, o que deu início à II Guerra Mundial. Terminada a guerra, o Comitê Francês de Libertação Nacional transformou-se em governo provisório da República francesa. Charles de Gaulle dominou o governo durante os 15 meses seguintes, mas cedeu seu cargo em 1946, quando a recém eleita Assembléia Constituinte se mostrou em desacordo com seus pontos de vista sobre a necessidade de um regime presidencialista unicameral. A IV República foi instituída após a promulgação de uma nova Constituição no final de 1946. As grandes conquistas do regime foram a reforma social e o desenvolvimento econômico. Em 1957, a França uniu-se a outros cinco países europeus ocidentais para fundar a Comunidade Econômica Européia. Os problemas coloniais (a perda da Indochina e a guerra de independência da Argélia) acabaram com a IV República. Em 1958, a Assembléia Nacional outorgou a De Gaulle plenos poderes para governar o país durante seis meses e para redigir a Constituição da V República, aprovada por referendum popular. Sob a nova Constituição francesa, as colônias conseguiram autonomia de governo dentro da Comunidade Francesa, mas os nacionalistas de cada enclave colonial ansiavam conseguir a independência e em 1960 revisou-se a Constituição, para permitir a separação amistosa da França das antigas colônias. Os acontecimentos do Maio francês, ocorridos em 1968, desembocaram na demissão de De Gaulle, em 1969. Nas eleições, Georges Pompidou foi escolhido presidente da República. O falecimento de Pompidou aconteceu repentinamente em 1974. Ganhou as eleições o candidato dos republicanos independentes, Valéry Giscard d'Estaing. Em 1981, após a vitória socialista nas urnas, François Mitterrand substituiu Giscard como presidente da República. O governo nacionalizou a maioria dos bancos e das firmas industriais, elevou os impostos e ampliou os benefícios sociais. Em 1982 e 1983, uma recessão econômica fez com que o governo impusesse medidas de austeridade. Como conseqüência, em 1986 Mitterrand teve que conviver com Jacques Chirac como primeiro ministro. Esta foi a primeira vez desde 1958 em que partidos opostos governaram juntos, no denominado governo de coabitação. Depois de várias mudanças de governo, as eleições presidenciais de 1995 levaram Jacques Chirac à presidência da República, ao mesmo tempo em que o socialista Alain Juppé assumia a chefia do governo. Grécia República do sudeste da Europa; ocupa a parte meridional da península dos Bálcãs e compreende numerosas ilhas. Faz fronteira a noroeste com a Albânia; ao norte com a antiga república iugoslava da Macedônia e com a Bulgária; a nordeste com a Turquia; a leste com o mar Egeu; ao sul com o Mediterrâneo e a oeste com o mar Jônico. Sua superfície é de 131.957 km2. A capital é Atenas. Entre as ilhas, destacam-se Euboea, Creta, as Espórades do norte, as Cíclades, o grupo do Dodecaneso e as ilhas Jônicas, Ikaria, Quios, Lemnos, Lesbos, Mitilini, Samos, Samotrácia e Thásos. Território e recursos: Em geral, o terreno é montanhoso e escarpado. Suas principais regiões geográficas são os montes centrais; a região do oeste, úmida e montanhosa; as planícies a leste de Tessália, Macedônia e Trácia; a Grécia central, que compreende a extensão sul-oriental, berço das cidades - estado da antigüidade e onde se encontra o monte Olimpo, o ponto mais alto do país (2.917 m); a região do Peloponeso, menos escarpada; e as ilhas do mar Egeu, que se destacam por sua importância histórica e estratégica. O extremo sul-oriental, a Ática, é dividido em numerosos vales e planícies, sendo a mais famosa a de Atenas. O clima é mediterrâneo. Nas terras baixas, os verões são secos e quentes e os invernos, chuvosos. A Grécia é dotada de recursos naturais de baixo valor econômico. No entanto, foram descobertas no mar Egeu, perto de Thásos, reservas de petróleo e gás natural. Possui jazidas de bauxita e ferro; além disso, tem pequenas reservas de cromo, níquel, cobre, urânio e manganês. População e governo: Cerca de 98% da população é grega; 1% é de origem turca. Há minorias de eslavos, albaneses e armênios. Tem (1993) 10.470.460 habitantes, com uma densidade demográfica de 79 hab/km2. A cidade mais importante é Atenas. Outras cidades são o Porto Pireus, Salônica e Patras. Cerca de 97% da população pertence à Igreja ortodoxa da Grécia. Os outros 3% se dividem entre muçulmanos, católicos, protestantes e monofisistas. A maioria da população fala grego. A língua vernácula do grego moderno e da literatura popular é a demótica, que é o idioma oficial. Segundo a Constituição de 1975, o presidente da Grécia é o chefe do Estado e comandante-em- chefe das Forças Armadas; eleito pelo Parlamento, é ele quem nomeia o primeiro-ministro. O Parlamento é um corpo unicameral de 300 membros. Economia: A agricultura desempenha um papel fundamental na economia da Grécia. A falta de combustíveis e de energia elétrica foi um grande empecilho para o desenvolvimento do setor industrial. Duas importantes fontes de renda são a construção naval e o turismo. Desde 1981, a Grécia é membro da Comunidade Econômica Européia (hoje União Européia). O tabaco é a principal cultura do país, mas também são importantes o trigo, o tomate, a laranja, o milho, a beterraba, a uva, a azeitona, a batata e o algodão. Há gados ovinos, caprinos, bovinos e suínos. A pesca é limitada e as esponjas são o principal produto marinho destinado à exportação. Na indústria, destaca-se a produção de metais básicos e seus derivados, alimentos, bebidas, cigarros, têxteis e confecção, cimento e vinho. A unidade monetária é o dracma. História: No começo da I Guerra Mundial, a Grécia se declarou neutra, mas o rei Constantino I, filho e sucessor de Jorge I, apoiou a Alemanha em 1913. A intervenção do primeiro-ministro Eleutherios Venizelos e das forças aliadas obrigou o rei a abdicar em favor de seu filho, Alexandre I, e a Grécia participou da guerra no lado aliado. Depois da Conferência de Paris, a Grécia recebeu a Trácia ocidental da Bulgária, a Trácia oriental da Turquia e a maioria das ilhas do mar Egeu, além de ter reivindicado a Esmirna (hoje Izmir, Turquia). Alexandre I morreu em 1920 e o rei Constantino regressou, reafirmado por um plebiscito popular. A expedição para a Esmirna foi derrotada; o Exército se sublevou, impôs uma ditadura militar e obrigou Constantino a abdicar em favor do seu filho, Jorge II. Em 1923, o rei teve que abandonar a Grécia e o Parlamento proclamou a República. Venizelos voltou para a cena política e o seu Partido Liberal obteve uma extraordinária vitória em 1928. A crise econômica provocou a sua derrota nas eleições de 1932. Os dirigentes militares monarquistas forçaram a renúncia do primeiro-ministro e o general Condylis assumiu poderes ditatoriais e restaurou a monarquia. Jorge II reassumiu o trono no final de 1935. A situação se complicou com o falecimento dos principais líderes políticos, o crescente mal-estar social e a aparição do movimento comunista. Em 1936, o general Ibánnis Metaxás deu um golpe de estado, proclamou a lei marcial e não aceitou nenhum tipo de oposição. Durante a II Guerra Mundial, tropas italianas procedentes da Albânia atacaram a Grécia em outubro de 1940. Embora em dois meses tenham conseguido expulsar os invasores do país, os soldados alemães venceram a resistência grega em 1941 e ocuparam Atenas. Estabeleceu-se então um governo nacional - socialista na capital e o rei fugiu para Creta e daí para Londres. Entre os grupos de resistência, destacaram-se a EAM (Frente Nacional de Libertação), com um exército próprio, o ELAS (Exército Nacional Popular de Libertação) e o EDES (Exército Nacional Democrático Grego). No final de 1943, ante a perspectiva da libertação da Grécia, começaram a lutar entre si pelo futuro controle do país, mas em 1944 conseguiram formar uma coalizão. O primeiro-ministro Georghios Papandreou pediu para que o ELAS, sem êxito, abandonasse as armas e se reintegrasse à vida social. Eclodiu a guerra civil e, graças à ajuda de forças britânicas, o exército governamental conseguiu se impor. Em 1944, o arcebispo Damaskinos tornou-se regente da Grécia, mas o futuro da monarquia viria a ser definido em um plebiscito. Em fevereiro de 1945, o ELAS aceitou a trégua. As primeiras eleições gerais ocorreram em 1946, com a vitória dos monarquistas populares. O plebiscito de setembro de 1946 devolveu a coroa para o rei Jorge II; depois de sua morte, assumiu o trono o seu irmão Paulo I. Depois da Conferência de Paz de Paris, realizada em 1946, a Grécia recebeu da Itália as ilhas do Dodecaneso e uma vultosa indenização da Bulgária. Em 1951, a OTAN aprovou a entrada em seu seio da Grécia e da Turquia. A instabilidade do governo dominou o panorama político interno até o final de 1952. Nas eleições desse ano, o partido conservador União Helênica obteve a maioria parlamentar; foi nomeado primeiro- ministro Alexandros Papagos e, depois de sua morte, o poder foi entregue a Konstantinos Karamanlis. Em 1956, Karamanlis anunciou a formação da União Nacional Radical (ERE). Durante a década de 1950, a Grécia respaldou o movimento enosis (união com a Grécia) na ilha de Chipre, domínio britânico desde 1878, também reclamada pela Turquia. Em 1959, os três governos chegaram a um acordo, segundo o qual o Chipre pôde proclamar sua independência em 1960. No final de 1961, foi fundada a União de Centro, da qual o grande expoente era Georghios Papandreou. Quando Karamanlis obteve a maioria legislativa nas eleições gerais, o novo partido se negou a reconhecer os resultados. Karamanlis renunciou e foram realizadas eleições em 1962 e em 1964, nas quais a União de Centro obteve uma maioria suficiente para governar sozinha. Papandreou tornou-se então primeiro- ministro. Depois da morte de Paulo I em 1964, a coroa foi entregue ao seu filho, que assumiu o trono com o nome de Constantino II. Em 1965, o novo monarca foi engolido por uma grande crise política que culminou com a destituição de Papandreou. Sucederam-se no poder vários primeiros-ministros até que, em 1967, um grupo de oficiais do Exército deu um golpe militar. Milhares de pessoas foram presas e as liberdades civis foram suprimidas. Depois de uma frustrada tentativa de derrubar a Junta Militar, o rei Constantino se exilou na Itália. A Junta criou um novo gabinete, liderado pelo coronel Georgios Papadopoulos. Em março de 1968, Papadopoulos apresentou o projeto de uma nova Constituição, mais tarde revisada e ratificada por referendum. A partir de então, o denominado ‘Regime dos Coronéis’ assumiu uma conduta autoritária, prendendo centenas de opositores. No início da década de 1970, o governo devolveu alguns direitos civis e em 1973 aboliu a monarquia, proclamou a República e entregou a presidência da mesma a Papadopoulos. As revoltas estudantis do outono de 1973 contra o governo trouxeram de novo a lei marcial. Os militares depuseram Papadopoulos, que não conseguira manter a ordem social, e nomearam o general Phaedon Ghizikis presidente. O golpe militar que expulsou o arcebispo Makarios da presidência do Chipre e a invasão turca da ilha levaram a Junta a se afastar em 1974. Karamanlis voltou do exílio e formou o primeiro governo civil depois de 1967. Depois das eleições de novembro, Karamanlis, à frente do partido Nova Democracia, formou um novo governo. O referendum para restaurar a monarquia resultou negativo e em 1975 foi aprovada uma nova Constituição republicana. Em 1977, o governo convocou eleições gerais, vencidas por uma pequena margem pelo partido Nova Democracia. Karamanlis abandonou o cargo em 1980, quando foi eleito presidente. As eleições parlamentares de 1982 consagraram o Movimento Socialista Pan-helênico (PASOK) e Andreas Papandreou tornou-se o primeiro chefe de um gabinete socialista do país. Em 1985, Khristos Sartzetakis, apoiado pelo PASOK, foi eleito para a presidência da República, tornando-se sucessor de Karamanlis. Papandreou perdeu a maioria parlamentar nas eleições de 1989 e Tzannis Tzannetakis, da Nova Democracia, tornou-se primeiro-ministro depois de formar uma coalizão com os comunistas. As eleições de 1990 tiveram como resultado uma maioria conservadora e deram o governo ao líder da Nova Democracia. Em outubro de 1993, Papandreou regressou ao poder. As eleições presidenciais de 1995 deram a vitória a Kostis Stefanopoulos, o candidato do PASOK. Depois da divisão da Iugoslávia, ocorrida em 1991, a república da Macedônia declarou sua independência e obteve o reconhecimento das Nações Unidas como Antiga República Iugoslava da Macedônia. A Grécia se opôs ao nome e aos símbolos do novo Estado, afirmando que os mesmos pertenciam ao histórico estado grego da Macedônia. A Grécia também se envolveu em disputas Albânia depois da queda do regime comunista nesse país. Irlanda A mais ocidental das Ilhas Britânicas, situada a oeste da Inglaterra. Dela está separada pelo mar da Irlanda, o canal do Norte e o canal de São George. Politicamente, a ilha se divide em Irlanda do Norte (pertencente ao Reino Unido) e República da Irlanda. Conhece-se muito pouco sobre seus habitantes antes do século IV d.C. (não fez parte do Império romano). Nessa época, as tribos irlandesas (escotos) assolaram a Inglaterra até a época do Loigare ou reinado do rei MacNeill (428-463), durante o qual São Patrício buscou converter os nativos ao cristianismo. A conquista anglo - normanda da ilha foi iniciada pelo rei Henrique II de Inglaterra como concessão do Papa Adriano IV (1155). A desagregação dos mosteiros começou em 1537, quando Henrique VIII procurou introduzir a Reforma na Irlanda. Sob o reinado de Elizabeth I e James I, o poder da Igreja anglicana estendeu-se até a Irlanda, como instrumento de controle político. A independência do Parlamento irlandês desapareceu com a criação, na Irlanda do Norte, de 40 novos municípios formados por pequenas aldeias. Essa manobra política assegurou à Coroa inglesa uma maioria permanente. Desde então a história da Irlanda transcorreria ligada à da Inglaterra, não sem resistência, principalmente do partido católico. A Irlanda foi um reino independente até 1800, quando o primeiro ministro britânico, William Pitt, projetou a união legislativa da Inglaterra e da Irlanda e induziu o Parlamento irlandês a aceitar a Ata de União. Depois da união começou a luta pela liberdade política e religiosa e pela separação da Inglaterra. Em 1823 foi fundada a Associação Católica, que reivindicou e, finalmente, conseguiu a completa emancipação católica na Irlanda. Superfície, 84.431 km2; população (1991), 5.103.555 habitantes. Itália República da Europa meridional; faz fronteira ao norte com a Suíça e com a Áustria, a leste com a Eslovênia e o mar Adriático, ao sul com os mares Jônico e o Mediterrâneo, a oeste com os mares Tirreno, da Ligúria e o Mediterrâneo e a noroeste com a França. Também pertencem à Itália as ilhas mediterrâneas de Elba, Sardenha e Sicília, bem como outras ilhas menores. Dentro da Itália, encontram- se os estados de San Marino e Vaticano. Possui 301.309 km2 de superfície. Roma é a capital do país. Território: Mais da metade do território corresponde à península italiana, um longo braço do continente europeu que adentra o mar Mediterrâneo. Na fronteira setentrional, encontram-se os Alpes e entre estes e os montes Apeninos estende-se a planície da Lombardia. A costa setentrional do Adriático é baixa, com praias arenosas e águas pouco profundas. A meridional apresenta um perfil irregular por causa dos prolongamentos dos Apeninos que chegam até o mar. A região ocidental possui numerosas baías e golfos, e a central apresenta três braços de terra baixa e pantanosa: a campanha de Roma, a planície Pontina e a Maremma. O sistema montanhoso dos Apeninos se estende até atravessar o estreito de Messina, acabando na ilha da Sicília, onde se encontra o vulcão Etna. Na ilha de Stromboli, que faz parte das ilhas Lípari ou Eolias, situadas a nordeste do estreito de Messina, existe outro vulcão ativo. Os principais rios são o Po, o Adige, o Arno, e o Tíber. Os lagos mais importantes são o Garda, o Maggiore, o Como e o Lugano. O clima é caracterizado pela sua diversidade, que oscila do frio glacial, nos cumes mais altos dos Alpes e dos Apeninos, ao clima semitropical das zonas costeiras do mar da Ligúria e das costas mais baixas da parte ocidental da península. População e governo: O país se divide na região do norte, mais urbana (ocupa a zona compreendida entre a fronteira setentrional e o porto de Ancona, na parte meridional de Roma), e a região do sul, mais rural. Quase toda a população fala o italiano, uma das línguas românicas derivada do indo-europeu. O alemão é falado nas áreas do norte, próximas da fronteira com a Áustria, e o francês no vale de Aosta. A população em 1993 era de 57.138.489 habitantes, com cerca de 189,6 hab/km2. A capital e principal cidade é Roma. Outras cidades importantes são Milão, Nápoles, Turim, Palermo, Gênova, Bolonha, Florença, Catânia, Bari e Veneza. A religião predominante é a católica, professada por mais de 80% da população. A Constituição garante a liberdade de culto às minorias religiosas, que é a protestante, a muçulmana e a judia. É uma república cujo presidente é eleito pelo Parlamento. O primeiro-ministro é o chefe do executivo, que por sua vez é eleito pelo presidente da república. O Parlamento bicameral é eleito por sufrágio universal. Economia: Possui um parque industrial diversificado, que é a base da atividade econômica. Em 1992, o produto interno bruto era de pouco mais de um bilhão de dólares, ou seja, possuía uma renda per capita de 12.857 dólares. A maior parte da atividade industrial está nas mãos do setor privado, embora o governo exerça uma ação de controle nas grandes empresas industriais e comerciais. A unidade monetária é a lira. Quase 60% da superfície da Itália é cultivada ou possui pastos. Encontra-se entre os primeiros produtores mundiais da uva e do vinho, da azeitona e do azeite de oliva. Outros importantes produtos agrícolas são: trigo, batata, tomate, beterraba, milho e arroz. A indústria leiteira é uma das que mais se sobressaem, chegando a produzir até cinqüenta tipos diferentes de queijos (gorgonzola, pecorino e parmesão, entre outros). As principais indústrias são a têxtil, a química e os setores automobilístico, metalúrgico, plástico, maquinaria pesada, elétrico (especialmente artigos de consumo doméstico) e alimentício, que gira fundamentalmente em torno do macarrão e da massa. História: A nomeação em 1933 de Adolf Hitler como chancelar da Alemanha foi recebida com cautela pela censurada imprensa italiana. Hitler, em troca, manifestou sua simpatia ao fascismo italiano. Não obstante, o eixo germano - italiano não se formou imediatamente. Em 1935, a Itália invadiu a Etiópia. A Sociedade das Nações acusou a Itália de violar os compromissos adquiridos e impôs sanções econômicas por sua agressão. Entretanto, a Sociedade das Nações foi incapaz de efetivar tais sanções, o que contribuiu para que Mussolini conseguisse seu propósito e ocupasse oficialmente a Etiópia, proclamando o rei Vítor Emanuel III imperador desse país. No prazo de um mês, junto com a Eritréia e a Somália italiana, a Etiópia formou a colônia da África Oriental Italiana. Em 1936, depois do reconhecimento alemão da conquista da Itália, Hitler e Mussolini firmaram um acordo de atuação conjunta com a finalidade de alcançar seus objetivos comuns. No decorrer das negociações do Pacto de Munique (1938), e a posterior invasão alemã dos Sudetes, Mussolini apoiou completamente as demandas de Hitler. Em maio de 1939, firmaram um pacto de ajuda militar. Na II Guerra Mundial, os êxitos da Alemanha durante o primeiro ano do conflito, fizeram com que Mussolini entrasse na guerra junto com a Alemanha e o Japão. Ver Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Depois do bombardeio aliado sobre Roma, o Conselho retirou sua confiança a Mussolini. O rei Vítor Emanuel III solicitou sua demissão e o colocou sob detenção militar. Além de encarregar o marechal Pietro Badoglio da formação de um novo governo, que, entre outras medidas, decretou a completa abolição das organizações fascistas na Itália. Depois da derrota fascista na guerra e a execução de Mussolini, o Comitê de Libertação Nacional decidiu nomear como primeiro-ministro Alcide de Gasperi, líder do Partido da Democracia Cristã, que assumiu o cargo em 1945. Em 1946, os eleitores foram partidários da república, e o rei Humberto abdicou. Os democrata-cristãos ganharam as eleições para a Assembléia Constituinte e se converteram no primeiro partido da Itália. Enrico de Nicola, do Partido Liberal, foi eleito presidente provisório da República. De Gasperi continuou como presidente do Conselho. A Conferência da Paz celebrada em Paris em julho de 1946 decidiu pela internacionalização de Trieste, pela cessão de vários territórios e o pagamento de reparações à URSS e a outras nações, e que a Grã-Bretanha fosse encarregada do governo da África Oriental Italiana. Apesar dos protestos dos italianos, a Assembléia Constituinte o ratificou com a abstenção dos delegados comunistas e socialistas. No início de 1947, De Gasperi formou um novo governo de coalizão com comunistas e socialistas; entretanto, as relações entre os moderados e os radicais se deterioraram pouco tempo depois. No marco da Guerra fria, a extrema direita, formada em sua maior parte por antigos seguidores de Mussolini e monarquistas, tornou-se cada vez mais violenta. Imediatamente, começou a perseguição os membros dos partidos de esquerda que ocupavam cargos públicos de importância. A Assembléia Constituinte redigiu o rascunho da Constituição que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1948. A campanha eleitoral que se seguiu à aprovação da mesma, coincidindo com uma intensificação da Guerra fria, levou a Itália à beira da guerra civil. Em 1949, a Assembléia Geral da ONU adotou uma resolução na qual estabelecia a independência da Somália italiana depois de um período de dez anos de governo italiano sob a supervisão da organização. Além de aprovar a independência da Líbia para 1952 e o estudo por parte de uma comissão especial do caso da Eritréia. Em 1963, os elementos moderados do Partido Socialista Italiano (PSI) sob a direção de Nenni, concordaram em tomar parte de um governo de centro-esquerda, fato que não ocorria desde 1947. O democrata-cristão Aldo Moro formou então um governo de coalizão com a participação de quatro partidos e ele mesmo assumiu o cargo de primeiro-ministro. O final da década de 1960 e início da de 1970 se caracterizaram por uma sucessão de governos de coalizão de curta duração sob a direção dos democrata-cristãos. O agravamento da situação econômica e a onda de seqüestros e violência política que assolavam o país supuseram a perda de confiança no governo e o apoio ao Partido Comunista Italiano (PCI) e a seu secretário geral Enrico Berlinguer. A violência e a anarquia, que haviam açoitado à sociedade italiana durante a década de 1970, adquiriram tons mais virulentos até o final da mesma. Os terroristas de extrema esquerda, indignados com a decisão do PCI de aliar-se ao governo, iniciaram uma série de ataques. Ver Brigadas Vermelhas. Em 1981, Giovanni Spadolini, líder do Partido Republicano, converteu-se no primeiro-ministro democrata-cristão depois da II Guerra Mundial. As crises do governo de 1983 levaram à formação de um novo governo sob a direção de Bettino Craxi, o primeiro ministro socialista desde a guerra. Em 1984, sob sua direção, o governo firmou um acordo com o Vaticano com o qual a religião católica deixou de ser a oficial do país. Deste momento até 1994 se sucederam numerosos governos de curta duração. O início da década de 1990 foi caracterizado por uma série de fatores, tais como a recessão econômica, o alto índice de desemprego, o conhecimento de numerosos casos de corrupção política e a enorme influência exercida pela Máfia. Nas eleições de 1994 uma coalizão de direita, a Aliança Liberdade, tomou o poder. A Aliança Liberdade é formada pela Liga Norte (anteriormente chamada Liga Lombarda), a Aliança Nacional e o partido Força Itália, criado pelo magnata dos meios de comunicação Silvio Berlusconi, que ocupou o cargo de primeiro ministro. Nas eleições gerais celebradas no início de 1996 foi vencedora a coalizão de centro-esquerda O Olivo, que levou Romano Prodi à presidência do Conselho. Luxemburgo País da Europa ocidental. Faz fronteira ao norte e a oeste com a Bélgica, a leste com a Alemanha e ao sul com a França. Tem 2.586 km2 de superfície. Junto com a Bélgica e os Países Baixos, forma o Benelux. Território: O grão-ducado, cortado pelos rios Sûre e Alzette, se divide em duas regiões distintas: o Öesling, que faz parte das Ardenas e se caracteriza por ser um planalto recortado por profundos vales; e uma planície baixa e ondulada, a Boa Terra. Tem um clima temperado com invernos suaves. A temperatura média anual é de 10 °C e a precipitação média, de 815 mm. População e governo: A população é uma mistura dos povos celta, belga, romano e franco. Tem uma das densidades demográficas mais baixas da Europa, compensada pela imigração. A população (1992) é de 389.800 habitantes, com uma densidade de 151 hab/km2. Sua capital e maior cidade é Luxemburgo (1991), com 75.833 habitantes. Mais de 95% dos habitantes são católicos. Os três idiomas oficiais são o luxemburguês (dialeto alemão), o alemão e o francês. O Grã-Ducado de Luxemburgo é uma monarquia constitucional hereditária, com um governo democrático e um gabinete unicameral. Economia: É um dos países mais industrializados do mundo e o segundo maior em receita, vindo depois da Suíça. Em 1991, o produto nacional bruto foi de 11,7 bilhões de dólares, com uma renda per capita de cerca de 31.100 dólares. Uma espécie de paraíso fiscal, tornou-se um dos principais centros financeiros do mundo. Em 1921, iniciou a união econômica com a Bélgica; o franco belga é usado em ampla escala, mas a moeda oficial é o franco. Em 1960, entrou em vigor a União Econômica do Benelux. História: Em 1867, depois da tentativa francesa de adquirir o ducado, Luxemburgo passou a ser território neutro, garantido pelas grandes potências. A política interna luxemburguesa posterior à II Guerra Mundial se caracterizou por consensos, coalizões e longos mandatos. Pierre Werner foi o primeiro-ministro de 1959 a 1974, voltando ao poder político em 1979 depois de formar a coalizão com o Partido Democrático. Em 1984, uma coalizão entre o Partido Social Cristão e o Partido Operário Socialista assumiu o poder e o mantém até o presente. Noruega Monarquia constitucional na península Escandinava. Limita-se ao norte com o mar de Barents, a noroeste com a Finlândia e a Rússia, a leste com a Suécia, ao sul com o estreito de Skagerrak e o mar do Norte e a oeste com o oceano Atlântico. A costa, muito recortada por fiordes e ilhas, estende-se por 21.925 km de comprimento. Sua superfície é de 323.877 km2. Oslo é a capital. As possessões norueguesas no oceano Glacial Ártico são o arquipélago Svalbard e a ilha vulcânica de Jan Majen; a sudoeste do cabo da Boa Esperança, encontra-se a ilha Bouvet. A Noruega reclama ainda direitos sobre a ilha Peter I e a zona da Antártida conhecida como Terra da Rainha Maud. Território e recursos: O território norueguês é muito montanhoso com aproximadamente um terço situado ao norte do Círculo Polar Ártico. Sua linha costeira, em proporção com a sua área, é maior do que a de todos os outros grandes países do mundo. Divide-se em cinco grandes regiões: Vestlandet (país ocidental), Ostlandet (país oriental), Trøndelag (região de Trondeim), Nord Norge (Noruega do norte) e Sørlandet (país do sul). As maiores altitudes dos montes Escandinavos encontram-se no sul da Noruega e separam o Vestlandet do Ostlandet. O Vestlandet é uma zona caraterizada pela descida abrupta das montanhas em direção ao mar. Os fiordes se formaram durante as glaciações quaternárias, com o aprofundamento das massas de gelo nos antigos vales fluviais. Em Ostlandet, as encostas orientais das montanhas são mais suaves; é um território de vales e colinas, apropriado para a agricultura. Trondelag, que se encontra ao norte das montanhas mais altas, lembra Ostlandet. No centro, situa-se o grande fiorde de Trondheim, rodeado de terras agricultáveis muito produtivas. O Nord Norge, extensa região de fiordes e montanhas, é a denominada terra do sol da meia-noite. O arquipélago das Lofoten e as ilhas Vesterålen são formados pelos picos glaciais de uma cadeia montanhosa parcialmente submersa. O Glomma é o rio de maior curso e, com seus afluentes, drena um oitavo da superfície do país. Na Noruega, são numerosos os lagos de origem glacial; o maior deles é o Mjosa. O clima é muito mais temperado que o de outros territórios situados na mesma latitude, graças aos efeitos moderadores das águas quentes da derivação do Atlântico norte (uma extensão da corrente do Golfo). As ilhas e terras baixas têm clima marítimo. Os invernos são frescos e os verões apresentam em geral clima temperado. No interior, predomina um clima mais continental. Nas terras altas do Nord Norge, o clima é polar continental, mas as zonas costeiras dessa região têm clima marítimo moderado e a maior parte dos portos, inclusive no extremo norte, não sofre os efeitos do gelo no inverno. Os bosques cobrem um quarto da superfície da Noruega. Ao sul e a sudoeste, os bosques são de caducifólios como os carvalhos, freixos, aveleiras, olmos, bordos e tílias. Em direção ao leste e ao norte, aumenta o número de coníferas, bétulas, amieiros, salgueiros - chorões e sorveiras. No extremo norte e nas maiores altitudes, predomina a tundra. Com relação à fauna, na parte setentrional e nas montanhas mais elevadas são comuns as renas, as raposas polares, as lebres polares, os lobos e os lemingues. No sul e sudeste, vivem os alces, os cervos, as raposas, as nútrias e as martas. São abundantes os peixes de água doce e salgada. População e governo: A população é etnicamente homogênea. Os únicos grupos minoritários de certa importância são os sami e um povo de origem finlandesa que vive em Nord Norge. Em 1993, a população da Noruega era de 4.324.815 habitantes, com uma densidade de 13,3 hab/km2, a mais baixa da Europa. Oslo é o principal porto, a capital e o maior centro industrial, tendo uma população de 477.781 habitantes (1993). Outras cidades são Bergen, Trondheim e Stavanger. São reconhecidas oficialmente as duas formas da língua norueguesa: o bokmål (língua escrita), utilizado por 80% da população e o nynorsk (neo- norueguês), falado pelos 20% restantes. Os sami (lapões) falam uma língua uralo-altaica. Cerca de 89% da população pertence à igreja evangélica luterana da Noruega. Existem grupos pentecostais e de outras facções protestantes (11%). A Noruega é uma monarquia constitucional e parlamentarista de caráter hereditário. A Constituição foi promulgada em 1814. O rei detém o poder executivo, embora os seus poderes sejam nominais e as suas funções administrativas sejam exercidas pelo Conselho de Ministros. O rei faz todas as nomeações governamentais por indicação do partido que tem a maioria parlamentar. O Parlamento, denominado Storting, é a autoridade legislativa. Economia: Em 1994, o produto interno bruto era de 123,3 bilhões de dólares. Apesar de a economia norueguesa basear-se na livre empresa, o governo exerce um controle considerável. A Noruega tem um dos níveis de vida mais altos do mundo: a renda per capita em 1992 era de US$27.524. O peso da agricultura não é muito expressivo nem na população ativa nem no produto interno bruto. Em Østlandet e Trøndelag, cultivam-se cereais; as regiões de Vestlandet e Nord Norge são especializadas em pecuária bovina. A Noruega tem uma das indústrias pesqueiras mais importantes do mundo e desde o início da década de 1970 desenvolve atividades de piscicultura (sobretudo com salmão de rio e mar). Em 1993, a Noruega recusou-se a aceitar a proibição da pesca de baleias de 1988, argumentando que essa espécie não se encontrava ameaçada. Os principais recursos minerais da Noruega são o petróleo e o gás natural, extraídos das grandes reservas da plataforma continental do mar do Norte. São modestas os seus recursos minerais de ferro, cobre, zinco e carvão. As indústrias eletroquímicas e eletrometalúrgicas constituem o segmento mais importante do setor secundário. A construção naval, tradicionalmente importante, esvaziou-se de forma drástica a partir do final da década de 1970 devido a problemas financeiros. A unidade monetária é a coroa. História: Durante a I Guerra Mundial, a Suécia, a Noruega e a Dinamarca acordaram em declarar-se neutras, política que se prolongou depois da guerra. A depressão de 1929 afetou profundamente a Noruega. O Partido Trabalhista ganhou o poder em 1935 e continuou a política de moderação e liberalismo. Apesar de sua neutralidade no início da II Guerra Mundial, em 1940 as forças alemães invadiram a Noruega. Vidkun Quisling, dirigente da União Nacional, proclamou-se chefe do governo. O rei Haakom e seu conselho de ministros se retiraram para Londres. Os líderes políticos se negaram a cooperar com o comissário alemão Josef Terboven, que dissolveu todos os partidos e anunciou a abolição da monarquia. Essas e outras medidas enfrentaram a resistência maciça dos noruegueses. Em maio de 1945, as forças alemãs se renderam e Haakom regressou do exílio. Para castigar os colaboracionistas, restaurou-se a pena de morte, abolida desde 1876. O Partido Trabalhista obteve a maioria nas eleições gerais de 1945 e se manteve no poder durante os vinte anos seguintes. Sob sua administração, a Noruega consolidou-se como um dos estados cujo bem-estar social é um dos mais avançados do mundo. Foi membro fundador das Nações Unidas (ONU) e seu ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pressupôs o abandono de sua tradicional neutralidade. Em 1959, a Noruega assinou, como membro fundador, o acordo da Associação Européia de Livre Comércio (EFTA). Nas eleições de 1961, o Partido Trabalhista perdeu a maioria que mantinha desde 1935. Em 1965, foi derrotado nas eleições gerais, e o rei Olavo V, sucessor de Haakom VII, pediu ao chefe da coligação das forças conservadoras que formasse o governo. Mas a política econômica não sofreu grandes mudanças, e desde então coligações de partidos conservadores se alternam no poder. Em 1970, a Noruega solicitou o seu ingresso na Comunidade Européia (atual União Européia), o que criou forte dissensão entre os políticos. Os noruegueses, no referendo de 1972, não avalizaram esse pedido, forçando uma nova mudança de governo. O rei Olavo V morreu em janeiro de 1991 e foi sucedido por seu filho, Harald V. Em 1994, o Parlamento Europeu aprovou o ingresso da Noruega, da Suécia, da Finlândia e da Áustria na União Européia (UE), mas, em novo referendo, os noruegueses rejeitaram pela segunda vez a sua entrada na UE. Países Baixos Conhecido de modo extra-oficial como Holanda, limita-se ao norte e a oeste com o mar do Norte, a leste com a Alemanha e ao sul com a Bélgica. Com Luxemburgo e Bélgica formam o Benelux. As Antilhas Holandesas e Aruba também fazem parte do país que tem 41.526 km2 dos quais 6.500 km2 são de terra avançada sobre o mar. A capital é Amsterdã. Território e recursos: Grande parte do norte e do oeste do país encontra-se abaixo do nível do mar, chamada Holanda inferior. A leste e ao sul encontra-se a Holanda superior, onde poucas vezes a altitude ultrapassa 50m. As comportas, diques, canais e moinhos de vento fazem parte de um sistema de drenagem da época medieval. Sem um sistema de drenagem sistemático, a metade do país se inundaria. A linha costeira do mar do Norte é formada por dunas. No sudoeste, os estuários dos rios formam deltas com inúmeras ilhas e canais. Através do Plano Delta, lagos de água doce foram criados e algumas ilhas foram unidas. No norte, o mar dividiu as dunas criando as ilhas Frísias ocidentais e por detrás uma zona alagadiça chamada de Waddenzee. Muito além das dunas existe uma área abaixo do nível do mar, protegida por diques, que se mantém seca graças ao contínuo bombeamento mecânico. O antigo Zuiderzee, originariamente um estuário do rio Reno e posteriormente um mar interior, está sendo recuperado e uma parte se transformou num lago de água doce chamado Ijsselmeer. Os principais rios são o Reno e seus afluentes como o Waal e o Lek, o Maas (um braço do Meuse) e o Schelde. Quase todos os grandes lagos naturais foram secos. O clima é marítimo temperado. A temperatura média em janeiro atinge 1,7 ºC e em julho 17,2 ºC. As precipitações médias anuais são de 760 mm. A paisagem natural foi alterada pelo homem e as áreas de vegetação natural são muito limitadas. Os animais de maior porte desapareceram mas os bosques de carvalho, faia, freixo e pinheiro estão protegidos. População e governo: Os holandeses são, na sua maioria, descendentes dos francos, frísios e saxões. A recente imigração foi importante: asiáticos, turcos, marroquinos, habitantes de países europeus mediterrâneos e residentes do Suriname e das Antilhas Holandesas. Em 1994, sua população era de 15.385.000 habitantes, com uma densidade de 453 hab/km2 é uma das maiores do mundo. As principais cidades são: Amsterdã, a capital do país Roterdã e Haia. O idioma oficial é o holandês; em Friesland também se fala a língua frísia. Os católicos constituem 33% da população holandesa e os protestantes 23%. Cerca de 39% da população não pratica qualquer religião. A Holanda é uma monarquia constitucional e hereditária com um sistema de governo parlamentar. A Constituição de 1814 foi revista diversas vezes. Economia: Desde o século XVI, as expedições marítimas, a pesca, o comércio, e o sistema bancário formam os principais setores da economia do país, tendo sido criada uma base industrial muito diversificada. Em 1992, o produto interno bruto era de 320,4 bilhões de dólares, equivalente a 21.050 dólares de renda per capita. A agricultura é intensiva, altamente produtiva gerando muitas exportações. As pradarias e pastagens ocupam cerca do 50% da terra cultivável, 40% dedicadas ao cultivo e o restante à exploração comercial de bulbos e flores. A pesca é uma atividade comercial que continua sendo relevante. Durante as décadas de 1950 e 1960, grandes reservas de gás natural (produto exportável) foram descobertas. Há produção de petróleo e as indústrias químicas e eletrônicas lideraram o crescimento industrial desde 1945. A moeda do país é o florim. História: De 1880 a 1914, a Holanda desfrutou da prosperidade econômica que terminou com a I Guerra Mundial. O país permaneceu neutro mas sua economia sofreu um duro golpe. As conseqüências econômicas se viram agravadas pela depressão de 1930. Na II Guerra Mundial, a Holanda novamente proclamou sua neutralidade, mas os alemães invadiram o país em 1940. Houve grandes danos e o pós-guerra foi marcado pelos esforços para a reconstrução do país. A nação foi membro fundador em 1952, da Comunidade Européia do Carvão e do Aço participando de inúmeros organismos internacionais. Os últimos anos da década de 1940 e princípio da década de 1950 foram economicamente difíceis, com governos dominados pelo Partido Trabalhista. Em 1949, transferiram formalmente a soberania para o governo indonésio das Índias orientais, excluindo a Nova Guiné da Holanda, que permaneceu sob controle holandês até 1962. Em 1954, o Suriname e as Antilhas Holandesas se tornaram membros do Reino da Holanda. O Partido Popular Católico chegou ao poder em 1959, mantendo seu domínio na câmara dos deputados nas eleições de 1963 e 1967. Após o surgimento de uma coalizão conservadora que governou em 1972, constituiu-se um governo de transição e, em 1973, uma nova coalizão elegeu como primeiro-ministro o dirigente do Partido Trabalhista, Joop den Uyl. Quando o Suriname alcançou a independência em 1975, a afluência de imigrantes agravou os problemas econômicos. Nas eleições de 1977, Andreas van Agt, um democrata-cristão, foi eleito primeiro-ministro. Em 1980, a princesa Beatriz assumiu o trono após a abdicação de sua mãe, a rainha Juliana. Nas eleições parlamentares de 1982, venceu uma nova coalizão domocrata-cristã, que ficou no poder até 1994. Em 1983, foi acordado que Aruba se tornaria um território separado, dentro do Reino da Holanda, durante dez anos e que a partir de 1996 alcançaria a independência mas, em 1994, decidiu-se ampliar esse período. Nas eleições gerais de 1994, os democrata-cristãos perderam devido ao desemprego e aos cortes nos gastos sociais. O Partido Trabalhista teve maioria no parlamento e mesmo com a queda de votos, formou-se uma coalizão com o Partido Popular de direita e com o grupo de centro-esquerda, Democracia 66. As propostas da nova coalizão estabeleciam mais cortes nos gastos sociais e uma importante redução nos gastos com a defesa. Portugal República situada na parte oeste da península Ibérica, que limita ao norte e leste com a Espanha e ao sul e oeste com o oceano Atlântico. Sua capital é Lisboa. Território e recursos: O território português abrange uma parcela continental, com 88.705 Km2 e cerca de 10.500.000 habitantes (estimativas para 1995), e uma parte insular, cabendo à Região Autônoma dos Açores 2.335 km2 e cerca de 240.000 habitantes e à Região Autônoma da Madeira 796 km2 e cerca de 250.000 habitantes. O Portugal continental tem forma aproximadamente retangular, com 861 km de comprimento entre Melgaço (Minho) e o cabo de Santa Maria (Algarve) e 218 km de largura máxima entre a foz do rio Neiva e o rio Douro, ao nordeste de Miranda do Douro. No seu conjunto, 11,6% do território encontra-se acima dos 700 metros de altitude e 13,1% não chega a atingir os 200 metros (61,5% dessa parcela está ao sul do rio Tejo). Dois grandes rios atravessam Portugal no sentido geral leste-oeste, o Douro e o Tejo. Para norte do rio Douro, na parte noroeste, encontram-se as serras da Peneda (1.416 m), Soajo (1.415 m), Gerês (1.544 m) e Marão (1.415 m); para o leste destas serras ficam as áreas planálticas de Trás-os-Montes e Alto Douro. Entre o Douro e o Tejo, do noroeste para o sudoeste, estende-se a cordilheira montanhosa das serras da Estrela (1.991 m), Açor (1.339 m) e Lousã (1.204 m). Ao sul do rio Tejo estão situadas, no nordeste do Alentejo, a serra de São Mamede (1.027 m) e entre o Alentejo e o Algarve a serra de Monchique (902 m). Os maiores cursos de água em território português são o Douro (322 km), Tejo (275 km), Guadiana (260 km), Mondego (220 km), Zêzere (200 km), Sado (175 km), Vouga (136 km) e Mira (130 km). Das lagunas, as maiores são Castelo de Bode (3.500 ha), no Zêzere; Alto Rabagão (2.212 ha), no Rabagão; Santa Clara (1986 ha), no Mira. Das terras, 2.965.000 ha são aráveis, 586 mil ha de cultivo permanente, 530 mil ha de pastagens, 3.641.000 ha arborizadas, 44 mil ha cobertos de água e 1.443.000 ha com usos diversos. Portugal exporta têxteis, calçado, veículos de transporte e máquinas, pasta de papel, cortiça, madeiras, produtos químicos e alimentares (vinho, azeite e tomate); importa combustíveis e outros produtos minerais, produtos agrícolas e alimentares, químicos, papel e madeiras. Desde 1986 observa-se uma nítida melhoria da situação na infraestrutura e equipamentos de transportes e comunicações em Portugal. Mantêm-se contudo diferenças significativas face à média da União Européia, mesmo tendo em consideração que as características específicas do país determinam diferentes níveis de necessidades. Portugal possui um importante patrimônio natural e evidencia, ao longo do território, uma qualidade ambiental satisfatória comparada com a dos outros países da União Européia. Existem, porém situações pontuais de degradação, sobretudo nos domínios da gestão dos recursos hídricos e da conservação da natureza. As disponibilidades hídricas de Portugal atingem valores cerca de três vezes superiores à média européia. População e governo: Aos cerca de nove milhões e meio de habitantes que vivem em Portugal, devem somar-se três milhões de portugueses espalhados pelo mundo (cerca de 900.000 na França e 600.000 tanto na África do Sul como no Brasil). Dos portugueses, 89% são católicos. A taxa de população urbana é da ordem dos 55%. Principais centros populacionais: Lisboa, Porto, Amadora, Coimbra, Setúbal. Da população ativa, 10% dedica-se à agricultura, 30% à indústria, 10% à construção civil e obras públicas e 50% aos serviços. Evolução demográfica Estabilização demográfica, declínio da fecundidade e envelhecimento. Depois da intensa emigração para a Europa (anos 60) e do retorno da população das ex-colônias africanas (anos 70), a população acabou finalmente por consolidar-se durante o último decênio, registando 9.862.540 habitantes em 1991. A estabilização demográfica ficou a dever-se, em grande medida, a um acentuado declínio da fecundidade, estimando-se em apenas 1,44 crianças por mulher o valor do índice sintético de fecundidade referente a 1994. Em conseqüência deste fenômeno e do aumento da esperança média de vida acentuou-se também a tendência para o envelhecimento da população já iniciada nos anos 70. Retorno dos emigrantes e crescimento da imigração Outro traço saliente da evolução demográfica portuguesa nos anos 80 consistiu no fenômeno do retorno de emigrantes. A maioria destes teria fixado residência na sua região de origem. A estrutura tradicional do povoamento rural conheceu, por isso, importantes alterações, dentre as quais se pode destacar o aumento da superfície construída. Paralelamente, verificou-se também ao longo dos anos 80 um crescimento assinalável da imigração, tendo o número de estrangeiros residentes legalmente em Portugal passado de 70.594 em 1985 para 157.073 em 1994. É na área metropolitana de Lisboa e, em menor escala, na área metropolitana do Porto, bem como no Algarve, que as comunidades estrangeiras têm procurado estabelecer-se preferencialmente. Tendência para a concentração populacional Apesar da relativa estabilidade nos números globais da população residente em Portugal, o comportamento demográfico das diferentes parcelas do território revelou-se ainda bastante contrastado no passado recente. Em termos gerais, as alterações podem resumir-se aos seguintes pontos: diminuição da população residente na maior parte do interior, com exceção de alguns centros urbanos, e agravamento das condições de envelhecimento demográfico; reforço da concentração populacional no litoral, não só devido às taxas de crescimento natural mais elevadas, mas também ao fato de que correspondem às áreas de maior oferta de emprego e de destino preferencial dos movimentos migratórios internos e externos. Novos riscos de polarização social e desemprego O crescimento das classes médias assalariadas constituiu um dos reflexos mais importantes da recente evolução da economia portuguesa. O esforço de modernização e reestruturação produtiva tem sido acompanhado, contudo, pela acentuação de desigualdades na distribuição dos rendimentos, agravada pela crescente segmentação tanto entre emprego estável e precário, como entre economia formal e informal. Surgem, assim, novos riscos de polarização social entre setores estabilizados e protegidos, por um lado, e, pelo outro, setores precarizados e excluídos nos planos da economia e da proteção institucional. Entre as recentes dinâmicas socioeconômicas, destaca-se, ainda, o recente mas rápido crescimento do desemprego, que aumentou 74% entre 1992 e 1994, situando-se, todavia, em níveis relativamente baixos (7%) comparativamente com a média da União Européia. Do ponto de vista regional, o problema assume maior gravidade nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Um outro processo de grande relevância é o que tem a ver com a escolarização e com a dinâmica das qualificações profissionais. O aumento da escolaridade nas gerações mais novas fez-se acompanhar pelo crescimento do analfabetismo funcional e pelo reforço da marginalização dos indivíduos com insucesso escolar e sem qualificação profissional específica. Urbanização, cidade e novas formas de povoamento Portugal é o menos urbanizado dos países da UE, estimando-se em cerca de 49% o peso da população residente nas áreas metropolitanas e em lugares com mais de 2.000 habitantes (um pouco mais de 55% se considerarmos ainda a população dos concelhos onde é mais intensa a "urbanização difusa"). As transformações econômicas, demográficas e sociais ocorridas nos últimos 20 anos têm tido, contudo, importantes efeitos do ponto de vista da ocupação do território, tendo levado a um desenvolvimento urbano relativamente acelerado e com algumas características originais. A litoralização do povoamento português A estrutura do povoamento português reproduz, no essencial, as assimetrias regionais na distribuição da população e das atividades econômicas: é no Litoral, sobretudo nos territórios compreendidos entre o rio Cávado e a península de Setúbal, que se concentra cerca de 74% da população residente no território português e o essencial da atividade econômica, onde se encontram os mais importantes centros urbanos do país, bem como os fenômenos mais extensos e complexos de "urbanização difusa"; no interior, por seu lado, a ocupação humana é mais esparsa (com densidades geralmente inferiores a 50 habitantes/km2), concentrando-se a população em aglomerados rurais ou em centros urbanos de pequena dimensão. Uma rede urbana bipolarizada Para além destas assimetrias, a rede urbana portuguesa caracteriza-se ainda pela existência de importantes desequilíbrios de natureza funcional: as duas áreas metropolitanas bipolarizam a rede urbana portuguesa, concentrando em conjunto 37% do total da população residente no País e cerca de 67% da população urbana. Correspondem, além disso, aos dois principais centros econômicos do território nacional, gerando conjuntamente mais de metade do Produto Interno Bruto (PIB) nacional; o escalão urbano imediatamente inferior é constituído pelos centros urbanos do Funchal, Coimbra e Braga, rondando cada um os 100.000 habitantes. Faro, no Algarve, tende a formar uma conurbação com Olhão e Loulé, aproximando-se igualmente este conjunto dos 100.000 habitantes. Évora, embora de dimensão inferior (cerca de 45.000 habitantes), corresponde também a um centro urbano com alguns protagonismo à escala regional; para além daqueles, apenas 10 centros urbanos ultrapassam o limiar dos 40.000 habitantes (Viana do Castelo, Guimarães, Barcelos, Santo Tirso, Famalicão e S. João da Madeira, no Noroeste; Viseu e Leiria no Centro Litoral; e Portimão no Algarve; a maior parte dos restantes centros urbanos tem uma dimensão inferior a 20.000 habitantes e apresenta algum sub-equipamento, dispondo em geral de funções que apenas servem a população local. Governo: Segundo a Constituição de 1976, revisada em 1982, Portugal é uma república governada por um presidente eleito democraticamente para um período de cinco anos. O presidente nomeia um primeiro ministro, que é o chefe administrativo do país e preside um gabinete formado por 15 ministros. Normalmente o nomeado é o líder da maioria parlamentar. O Parlamento, unicameral, se chama Assembléia da República. Seus 230 membros, eleitos segundo um sistema de representação proporcional, ficam quatro anos no cargo. O poder judiciário é liderado pelo Tribunal Supremo, composto por seu presidente e 29 membros. Submetidos a ele estão os tribunais de apelação e os tribunais ordinários e especiais de distrito. As máximas autoridades em nivel local são os governadores de distrito e as assembléias legislativas distritais. O distrito se subdivide em concelhos, que por sua vez são integrados por um número variável de freguesías. Administrativamente, o país compreende as regiões autônomas dos Açores e da Madeira (com 30 concelhos e cerca de 200 freguesias) e 18 distritos (com 275 concelhos e cerca de 4.000 freguesias). Devem considerar-se ainda as situações de Macau - território chinês sob administração portuguesa, que passará para a soberania da China em 20.12.1999 -, e de Timor - Leste - território ocupado militarmente pela Indonésia em finais de 1975, e para o qual Portugal reclama o direito à autodeterminação do seu povo. Economia: Evolução macro-econômica A evolução da situação econômica em Portugal foi marcada, na última década, pela integração na União Européia e pela implementação de um vasto conjunto de reformas estruturais. Neste período, a economia portuguesa apresentou um desempenho globalmente positivo, beneficiando-se de uma conjuntura européia favorável, tendo conhecido uma fase de expansão que se prolongou desde 1985 a 1991 (taxa média de crescimento anual de 4,4%), ano em que a procura começou a desacelerar. Ao rápido crescimento do produto esteve associada uma intensificação do grau de abertura ao exterior da economia portuguesa. Papel de destaque coube ainda ao investimento público, dirigido sobretudo à construção de infra-estruturas, e aos projetos privados que se beneficiaram de apoios provenientes dos fundos comunitários. O "período pós-adesão" caracterizou-se também por um crescimento do consumo (5,7% ao ano, entre 1986 e 1990) e por uma alteração da estrutura das despesas das famílias, o que produziu efeitos assinaláveis na ocupação do território (fogos de maior dimensão, residências secundárias, equipamentos de lazer, rodovias e espaços de estacionamento, etc.). O declínio do setor primário, a industrialização difusa e o rápido aprofundamento da terciarização. As transformações ocorridas na economia portuguesa tiveram origens e impactos muito diferenciados do ponto de vista setorial. Assistiu-se, nomeadamente, a uma redução significativa do peso do setor primário no total do emprego e do PIB; a uma redução também do peso da indústria, embora tenha aumentado o significado do setor exportador da indústria, com destaque para o setor automobilístico; a um rápido aprofundamento da terciarização, em que se destacou o aumento das quotas dos serviços de apoio à produção (bancos, seguros e serviços prestados às empresas) e da hotelaria no total do PIB. A este conjunto de transformações associou-se o reforço do despovoamento rural e a continuação da tendência para a litoralização das atividades econômicas. Cerca de 80% da indústria transformadora localiza-se em territórios compreendidos entre o rio Cávado, ao norte, e a península de Setúbal, ao sul, onde se desenvolveram formas de industrialização difusa que se refletem na estruturação da rede urbana e dificultam o bom ordenamento de infra-estruturas, equipamentos e serviços. A evolução observada não permitiu, além disso, ultrapassar muitos dos problemas estruturais da economia portuguesa. A especialização nacional permanece ligada a setores maduros (particularmente têxtil e da madeira) e apoia-se ainda, nos setores tradicionais, nos baixos custos da mão-de-obra, características que num contexto de rápida liberalização do comércio internacional deixam Portugal numa posição algo fragilizada, face à capacidade competitiva das economias emergentes. Condições de vida e níveis de consumo O consumo é um fenômeno econômico, social e cultural que tem assumido um significado crescente na sociedade portuguesa, acompanhando a evolução registrada nos restantes países da comunidade. Para tal têm contribuído a elevação do nível médio do rendimento familiar, o progresso tecnológico e a mudança de hábitos e mentalidades. No contexto regional, verifica-se um significativo afastamento da região de Lisboa e Vale do Tejo relativamente ao padrão nacional, sendo de realçar quer o menor peso do consumo de produtos alimentares, bebidas e tabaco (30%) quer o maior peso dos consumos associados aos transportes e comunicações (18%), ao ensino, cultura e distrações (5%) e à aquisição de outros bens e serviços (15%). No que respeita às restantes regiões é de sublinhar que a região do Norte apresenta um comportamento muito distinto de Lisboa e Vale do Tejo; a região do Centro é a que melhor resume o padrão nacional; a região do Alentejo é também uma das que apresenta desvios significativos relativamente à média nacional, sendo de relevar a grande importância do consumo de produtos alimentares, bebidas e tabaco, de vestuário e calçado e de equipamentos domésticos; a região do Algarve é a que se aproxima mais do padrão de região de Lisboa e Vale do Tejo. Pode-se concluir que as variações regionais da estrutura do consumo familiar radicam não só nas assimetrias espaciais da distribuição do rendimento, mas igualmente nas diferenças sociais e culturais. História: Durante a década de 1950, Portugal fortaleceu suas relações com os Estados Unidos e em 1958 Salazar permitiu que um candidato da oposição, Humberto Delgado, concorresse à presidência, mas este seria vencido pelo candidato do governo, o contra-almirante Américo Deus Thomaz, que foi reeleito em 1965 e 1971. Na década de 1960, Portugal teve que enfrentar diversas revoltas em seus territórios ultramarinos; a Índia anexou Goa em 1961 e na África eclodiram várias rebeliões: em Angola no início de 1961, na Guiné no final de 1962 e em Moçambique no outono de 1964. A resposta do governo foi organizar campanhas militares repressivas contra estes levantamentos africanos, ao mesmo tempo que tomou medidas para melhorar as condições políticas e econômicas nesses territórios. Em conseqüência desta política, em 1961 Portugal estendeu a cidadania portuguesa aos habitantes de suas colônias africanas, mas continuaram os acirrados enfrentamentos ao longo de toda a década e da seguinte. Durante este período, as Nações Unidas condenaram Portugal por manter guerras coloniais (ver Colonialismo). A importância das colônias para a manutenção do regime ditatorial era fundamental no aspecto econômico, pois constituíam a principal fonte de divisas portuguesas. Em meados da década de 1970, vários empréstimos estrangeiros ajudaram a desenvolver vários projetos de irrigação e construção de obras públicas. Embora tenham ocorrido diversas manifestações de estudantes durante este período, a oposição política ao regime de Salazar não se organizou. Reformas democráticas Em 29 de setembro de 1968, Marcelo Caetano, um professor de direito e empresário durante muito tempo aliado de Salazar, se tornou primeiro ministro sucedendo Salazar, que tinha ficado incapacitado por causa de uma apoplexia. Embora fosse partidário de reformas, quando assumiu o cargo Marcelo Caetano continuo a política repressiva de Salazar, especialmente na África. Uma série de êxitos militares e políticos por parte dos movimentos de libertação africanos ameaçaram a estabilidade econômica de Portugal (já bastante frágil devido os elevados gastos militares para manter as guerras coloniais) e permitiram que um grupo de oficiais portugueses derrubasse o governo de Caetano em 25 de abril de 1974 com um movimento implacável, denominado Revolução dos Cravos. Uma junta de sete membros, dirigida pelo general Antônio de Spínola, assumiu o poder e prometeu estabelecer um sistema democrático em Portugal e a independência dos territórios africanos. Entre 1974 e 1975, Guiné-Bissau, Moçambique, as ilhas de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola se tornariam independentes, e em 1975-1976 o Exército indonésio ocupou o Timor. O regresso das tropas e dos colonos a Portugal oriundos das novas nações independentes agravou os problemas de desemprego e a inquietação política na metrópole. Em 30 de setembro de 1974 Spínola renunciou diante do crescimento da influência comunista. Foi substituído pelo general Francisco da Costa Gomes. Vasco Gonçalves, que tinha se tornado primeiro ministro em julho, permaneceu em seu cargo. No início de 1975 o Movimento das Forças Armadas (MFA) assumiu um papel formal no governo e deu-se início ao processo de reorganização das Forças Armadas. O governo provisório aprovou uma lei que autorizava o funcionamento dos sindicatos; deste modo começou a reformar da economia e da vida social portuguesa. Entre as primeiras ações implementadas estava a nacionalização de algumas indústrias pesadas e da banca, e a expropriação e redistribuição dos grandes holdings agrícolas. Em março foi sufocada uma tentativa de golpe de Estado por parte da direita, dirigida por Spínola. Em abril os socialistas triunfaram nas eleições para formar uma assembléia constituinte. Gonçalves formou um novo governo, mas se mostrou instável. Depois de uma série de choques entre socialistas e comunistas, seguidos por violentas manifestações anticomunistas (especialmente no norte), o MFA estabeleceu um triunvirato composto por Costa Gomes, Gonçalves e pelo general Otelo de Carvalho, encarregado das forças de segurança de Portugal. Em setembro, diante da insistência da Armada, o vice-almirante José de Azevedo substituiu Gonçalves como primeiro ministro. Sob o governo de Azevedo alcançou-se uma certa estabilidade e foi adotada uma nova legislação econômica com o objetivo de atrair o capital estrangeiro. Nas eleições gerais de abril de 1976, os socialistas conseguiram a maioria dos votos e seu dirigente, Mário Soares, passou a ser o primeiro ministro. Em junho, o general Antônio Ramalho Eanes foi eleito presidente de Portugal. A situação econômica não melhorou durante os dois anos seguintes e, em meados de 1978, Mário Soares entregou o cargo. Depois do fracasso de dois governos sucessivos, a conservadora Aliança Democrática (dirigida por Francisco Manuel de Sá Carneiro) ganhou por clara maioria as eleições parlamentares realizadas em dezembro de 1979. Sá Carneiro prestou juramento no cargo de primeiro ministro em janeiro de 1980, mas morreu em um acidente aéreo em dezembro desse ano. Foi sucedido por Francisco Pinto Balsemão, outro conservador, em janeiro de 1981. Durante o governo deste dissolveu-se o Conselho Militar da Revolução através de uma emenda constitucional (1982). As eleições parlamentares de abril de 1983 levaram novamente Mário Soares ao cargo de primeiro ministro. O governo de Soares introduziu um programa de austeridade e deu início às negociações para que Portugal passasse a integrar a Comunidade Européia (atual União Européia). As eleições de outubro de 1985 permitiram a formação de um governo minoritário dirigido pelo social - democrata Aníbal Cavaco Silva. Soares foi eleito presidente da República nas eleições de 1986; Portugal entrou para a Comunidade Européia nesse mesmo ano. A economia melhorou notavelmente com a introdução de uma política econômica neoliberal e tecnocrática. Nas eleições de 1987 os social - democratas conseguiram o controle do Parlamento: pela primeira vez um partido isolado conseguia a maioria desde 1975. Em janeiro de 1991, o presidente Mário Soares foi mantido no cargo por um período de cinco anos e os social - democratas mantiveram sua maioria nas eleições generais de outubro desse ano. Em 1992, quando Portugal ocupava a presidência da Comunidade Européia, complicou-se o cenário social; ocorreram manifestações de estudantes contra os exames de ingresso na universidade que acabaram por provocar a demissão do ministro de Educação; os servidores públicos se uniram para conseguir salários mais altos e os médicos fizeram dois dias de greve para protestar contra os planos do governo de privatizar alguns serviços de saúde. Após uma década de governos de centro-direita do Partido Social Democrata, as eleições legislativas de outubro de 1995 deram o triunfo, mas não a maioria absoluta, ao Partido Socialista. Antônio Guterres assumiu o cargo de primeiro ministro nesse mesmo mês. Em janeiro de 1996, Mário Soares foi sucedido por Jorge Sampaio, também socialista, na presidência da República. Isto provocou uma situação insólita que não se produzia há anos: tanto o presidente como o primeiro ministro do país pertencem ao mesmo partido político, o que presumivelmente redundará em um bom entendimento entre ambos os cargos. O novo gabinete, que manteve o caráter europeista e a política de privatizações implantados pelos social - democratas, tem de fazer frente a dois importantes desafios: o do desemprego, que aumentou nos últimos anos, e o do projeto de regionalização, que contempla a criação de novas entidades administrativas, mas conta com a desaprovação de numerosos setores. Na política internacional, Portugal melhorou suas relações com a Espanha desde a década de 1980 e manteve desde essa data como máxima prioridade sua plena integração em todas as estruturas da União Européia. As negociações com a República Popular de China deram como resultado o acordo de 1987 para transferir Macau, território ultramarino de Portugal, para o controle chinês em dezembro de 1999. Desde o começo de 1988, Portugal desempenhou um importante papel no processo de restauração da paz em Angola (uma antiga colônia portuguesa), e nas negociações de paz em Moçambique. Apesar dos contratempos, em 1993 continuaram as discussões com Indonésia sobre o antigo território português do Timor do Leste, que o regime indonésio invadiu violentamente e ao qual nega o legítimo direito à autodeterminação. Reino Unido Oficialmente Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Monarquia constitucional do noroeste da Europa e membro da União Européia e da Commonwealth. O Reino Unido compreende, além de numerosas ilhas pequenas (ilha de Wight, de Anglesey e os arquipélagos de Scilly, Órcadas, Shetland e Hébridas), os antigos reinos independentes da Inglaterra e da Escócia, o principado de Gales e a Irlanda do Norte. O Reino Unido faz fronteira ao sul com o canal da Mancha; a leste com o mar do Norte e a oeste com o mar da Irlanda e o oceano Atlântico. A única fronteira terrestre separa a Irlanda do Norte da República da Irlanda. Possui uma superfície de 244.110 km2. A capital é Londres. Inglaterra e Gales se uniram legalmente em 1542. As coroas da Inglaterra e da Escócia foram unificadas em 1603, embora ambos os países continuassem sendo entidades políticas separadas até o Ato de união ( Union Acts) de 1707, a partir do qual surgiu o Reino Unido da Grã-Bretanha. Em 1801 a Grã-Bretanha e a Irlanda se uniram, mas com a criação do Estado Livre da Irlanda em 1922, o reino passou a ser oficialmente chamado de Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. A ilha de Man e as ilhas Anglonormandas ou do Canal são dependências diretas da Coroa britânica e não pertencem ao Reino Unido. As dependências do Reino Unido são: Anguila, Bermudas, o Território Antártico Britânico, o Território Britânico do Oceano Índico, as ilhas Virgens Inglesas, as ilhas Cayman, o arquipélago das Malvinas, Gibraltar, a ilha Montserrat, a ilha de Santa Helena e suas dependências (Ascensão e Tristão da Cunha), as ilhas Geórgias do Sul e Sandwich do Sul e as ilhas Turks e Caicos. Hong Kong, colônia inglesa durante mais de um século, voltou a fazer parte do território chinês em 1997. Território: O território é muito heterogêneo; sua diversidade se deve em parte às rochas subjacentes, que variam das antigas montanhas pré-cambrianas das Highlands (terras altas) da Escócia aos recentes depósitos quaternários do leste da Inglaterra. A Grã-Bretanha é a oitava maior ilha do mundo. Tradicionalmente, é dividida em duas regiões principais: as Highlands e as Lowlands (terras baixas). A Escócia se divide em três regiões: as Highlands, as Central Lowlands e as Southern Uplands. Gales compreende basicamente os montes Cambrianos. A Inglaterra se divide em três regiões montanhosas e duas zonas de terras baixas (East Anglia e o sudeste) interligadas por ricas planícies agrícolas. A zona elevada da península do sudoeste compreende Dartmoor, Exmoor e Bodmin Moor; ao norte, encontram- se os montes Peninos e ao noroeste as montanhas Cumbrias do Lake District. Na Irlanda do Norte, as montanhas Antrim e Sperrin, ao norte e a nordeste, são um prolongamento das Highlands escocesas; incluem o lago Neagh (390 km2), o maior lago de água doce do Reino Unido. O clima é relativamente temperado para sua latitude devido às influências marinhas, em especial das correntes de água quente provenientes do Golfo do México. População e governo: A maior parte da população descende dos numerosos povos que invadiram as ilhas, como celtas, romanos, anglos, saxões, escandinavos e normandos. É um dos países mais urbanizados do mundo, no qual aproximadamente 40% da população se agrupam nas sete conurbações de Londres, Manchester, Liverpool, Sheffield, Birmingham, Newcastle- upon-Tyne e Leeds. Três quartos da população da Escócia se concentram em volta de Glasgow e Edimburgo. Contava com uma população (1994) de 58.395.000 habitantes, com uma densidade demográfica de 242 hab/km2, uma das mais altas da Europa. Londres é também a capital da Inglaterra. As capitais da Escócia, Gales e Irlanda do Norte são respectivamente Edimburgo, Cardiff e Belfast. O Reino Unido tem duas religiões oficiais: a Igreja Anglicana e a Igreja da Escócia (presbiteriana). Cerca de 54% da população pertence à Igreja Anglicana, representada em sua maior parte pela Igreja Anglicana, que também engloba a Igreja de Gales, a Igreja Episcopal escocesa e a Igreja da Irlanda. Para obter informações sobre a história e os estilos de arte e arquitetura do Reino Unido. O Reino Unido é uma monarquia parlamentar baseada em uma constituição não - escrita, que compreende leis estatutárias, direito comum (baseado em precedentes judiciais) e o costume. Os princípios da Constituição são inerentes às instituições de governo, que são a Coroa, o gabinete de ministros, o Conselho Privado e o Parlamento. O soberano, além de chefe de Estado do país, desempenha funções idênticas nos 15 demais países da Commonwealth, da qual é também o presidente. As funções executivas são realizadas pelo governo, liderado pelo primeiro-ministro e dependente do apoio da maioria da câmara baixa do Parlamento britânico, uma das assembléias representativas mais antigas do mundo. Compreende duas câmaras: a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes. Economia : O Reino Unido é uma das principais nações industriais e comerciais do mundo. Em 1993, o PNB superou a marca de 1 trilhão de dólares (o quinto do mundo), cerca de 17.379 dólares per capita. A libra esterlina é a sua unidade monetária. Cerca de 77% do solo é usado por alguma atividade agrícola. Possui um extenso rebanho, em especial na Escócia e em Gales. Produz trigo, cevada, óleo de sementes oleaginosas, beterraba, batatas e aveia. Há uma grande variedade de minerais, em especial carvão e ferro, e é um importante produtor mundial de petróleo e gás natural. Já era uma nação industrializada em meados do século XIX, a primeira do mundo. Ver Revolução Industrial. As indústrias de alta tecnologia obtiveram um notável desenvolvimento. No começo da década de 1990, fabricava cerca de 40% dos computadores da Europa e era o líder mundial no abastecimento de equipamentos de comunicações, como cabos de fibra óptica. O comércio internacional foi vital durante centenas de anos. Ver Companhia das Índias Orientais; Companhia da Bahia de Hudson; Mercantilismo. O turismo é parte essencial da receita do país e um setor econômico em alta, pois no começo da década de 1990 chegaram mais de 20 milhões de visitantes estrangeiros. História: Em 1933 Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha. Em seus esforços para manter a paz a qualquer preço, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain aceitou o Pacto de Munique, realizado em 1938, pelo qual a Alemanha conseguiu a região dos Sudetos da Tchecoslováquia. Jorge VI sucedeu seu irmão Eduardo VIII, que tinha renunciado ao trono. Quando Hitler invadiu a Polônia, em 1939, o Reino Unido e a França declararam a guerra (Segunda Guerra Mundial). Em 1940, Winston Churchill substituiu Chamberlain como presidente de um governo de guerra (1940-1945). Nas eleições gerais de 1945, depois da derrota definitiva das potências do Eixo, o Partido Trabalhista conseguiu pela primeira vez a maioria no Parlamento. Isabel II foi coroada em 1953. O sucessor de Churchill, que tinha voltado ao poder em 1951, foi sir Anthony Eden (1955-1957). O governo de Eden foi abruptamente interrompido pela crise que provocou a nacionalização egípcia do canal de Suez, em 1956. Seu sucessor, Harold MacMillan, seguiu na África uma deliberada política de descolonização. A maior parte desses estados emancipados continuou sendo membro da Commonwealth, cada vez mais descentralizada e multirracial. Durante a década de 1970, os sucessivos governos britânicos se depararam com os problemas com a Irlanda. Depois da suspensão do Parlamento irlandês, em 1972, adveio uma campanha terrorista do Exército Republicano Irlandês, ou IRA (Irish Republican Army), cujo objetivo era unir a Irlanda do Norte com a República da Irlanda, embora a maioria protestante desejasse continuar pertencendo ao Reino Unido. Em 1979 os conservadores, liderados por Margaret Thatcher, obtiveram uma significativa maioria no Parlamento, fazendo dela a primeira mulher a presidir um governo britânico; permaneceria no cargo durante 11 anos. O governo sofreu uma comoção em 1982, quando a Argentina ocupou as ilhas Malvinas. Em 1990, John Major sucedeu Margaret Thatcher. Seu governo ficou marcado por duas questões: orientar a política econômica para cumprir os objetivos do Tratado de Maastricht e pacificar a Irlanda do Norte. Depois da eleições realizadas em 1° de maio de 1997, o novo líder do Partido Trabalhista, Tony Blair, substituiu Major na chefia do gabinete. Dados Demográficos A evolução da população: Em 1º de janeiro de 1994, a população dos 15 Estados da UE era de 370 milhões de habitantes. Essa cifra representava 6,4% da população mundial, frente a 10,4% em 1960. Portanto, entre 1960 e 1994 a população comunitária teve um crescimento de apenas 17%. O crescimento vegetativo, de 1% em 1993, é um dos mais baixos do mundo. A taxa varia entre 5% na Irlanda e -1,2% na Alemanha. População em declínio: A evolução futura da população da UE depende fundamentalmente da fecundidade: se esta se mantiver nos níveis atuais de 1,5 filho por mulher, a população da UE tenderá a diminuir; mas se recuperar-se até níveis próximos a dois filhos por mulher, pode aumentar. A distribuição da população: A UE, com seus 15 Estados, apresenta uma densidade populacional de 114 hab./km², ainda que com uma distribuição desigual da população: por exemplo, enquanto a densidade na Finlândia é de 15 hab./km² e na Suécia de 19 hab./km², o Reino Unido tem uma densidade de 239 hab./km², a Bélgica de 331 hab./km² e a Holanda de 372 hab./km². As diferenças são ainda maiores entre as diversas regiões da UE. Habitantes O PIB da UE correspondente ao ano de 1993 representava um quarto do total do PIB mundial. As diferenças entre o PIB de diferentes Estados membros são reflexo do seu nível de riqueza. Enquanto o de Luxemburgo é de 160 (a média da UE é igual a 100), o da Grécia e o de Portugal quase não atingem 70. Densidade As regiões mais povoadas estendem-se ao longo de uma diagonal que vai do noroeste da Inglaterra até o norte da Itália, passando pelo sul da Holanda, o norte da Bélgica e a bacia do Reno Rhur na Alemanha. A aglomeração parisiense, a região de Madri e a de Nápoles também apresentam elevadas densidades. Globalmente, 20% dos habitantes da UE ocupam 4% do território comunitário, com uma densidade média superior a 530 hab./km². As zonas de maior densidade correspondem às regiões industriais muito urbanizadas e aos centros administrativos. A estrutura da população: A população da UE sofreu um progressivo envelhecimento. Entre 1960 e 1993, a pirâmide de idades da UE viu-se profundamente modificada. A de 1960 estava nitidamente marcada pelas duas guerras mundiais. As perdas militares e o déficit de nascimentos durante os combates deram lugar a uma geração pouco numerosa. Quando esta chegou à idade de procriar ocorreu uma nova redução no número de nascimentos. Baixa natalidade: A recuperação da fecundidade durante o período do baby boom, entre a Segunda Guerra Mundial e o começo dos anos de 1960, permitiu ampliar a base. Ao contrário, a pirâmide de 1993 caracterizava-se pela diminuição da fecundidade desde meados dos anos de 1960, chegando ao seu menor nível a partir de meados dos anos de 1970. Essa diminuição deve-se, em grande medida, à baixa fecundidade dos países do sul (Espanha, Portugal, Grécia e Itália). A evolução da natalidade: Em 1993 registraram-se na UE 4,1 milhões de nascimentos, frente aos 5,8 milhões de 1960. Enquanto em 1960 um quinto do total dos nascimentos advinha do quarto filho em diante por mãe. A fecundidade apresenta diversas variações dentro da UE: No caso da Alemanha, Áustria, França e Reino Unido, produziu-se o estancamento. No entanto, nos Países Baixos, Dinamarca, Finlândia e Suécia houve um certo incremento. Nos países meridionais (Grécia, Espanha, Portugal e Itália) constata-se uma rápida e intensa diminuição da fecundidade até o ponto em que na atualidade apresentam as menores taxas de natalidade da EU. A Irlanda é o único Estado da EU em que, apesar de um importante descenso da fecundidade nos últimos dez anos, a substituição de gerações está assegurada. Diferenças regionais Essas variações são ainda maiores regionalmente. As regiões mais ricas estão localizadas no eixo Londres - Milão, além de certas áreas como Hamburgo ou Copenhague. São regiões muito povoadas, com grande concentração industrial e intensa atividade comercial. Ao contrário, as áreas com um índice mais baixo correspondem à periferia sul da UE: centro e oeste da península Ibérica, sul da Itália e Grécia. Agricultura Em 1992, a agricultura representava somente 2,1% do PIB da UE, enquanto em 1980 representava 3,4% e, em 1973, ficava em 5%. Apesar da diminuição nas taxas, as diferenças continuam sendo importantes. Por exemplo, o peso representado no PIB da Grécia (10,4%) ou no da Irlanda (6,7%) frente ao da Alemanha (0,9%) e do Reino Unido (1,1%). Empregos no campo: As cifras dos empregos agrícolas também estão caindo: enquanto, em 1973, 11,3% dos empregos comunitários eram proporcionados pela agricultura, essa cifra viu-se reduzida, em 1980, para 9,4% e, em 1992, atingiu somente 5,7%. As divergências entre os diversos países são perceptíveis: na Grécia, a agricultura proporciona ainda 21,1% dos empregos, e na Irlanda e em Portugal, mais de 10% da população ativa trabalha no setor. Indústria Os empregos industriais dentro da UE diminuíram de 27 milhões de assalariados em 1980 para apenas 21 milhões em 1993. A principal causa foram as profundas mudanças tecnológicas que alteraram o processo de produção industrial na última década(automatização). As áreas em que os empregos industriais superam 40% do total são as regiões do centro e do sul da Alemanha, o norte da França, o quadrante nordeste da península Ibérica e o norte da Itália. O Comércio Exterior A UE é o maior exportador e importador de mercadorias do mundo. Metade dos intercâmbios realiza-se com os países industrializados e aproximadamente um terço com os países subdesenvolvidos. Com os primeiros, o intercâmbio é de produtos manufaturados: 77% de importações e 85% de exportações. Os intercâmbios com o Terceiro Mundo são basicamente importações de energia e matérias-primas e exportações de manufaturas. Globalmente, os intercâmbios da UE são deficitários: os excedentes de manufaturas não compensam o déficit de matérias-primas. Serviços Em 1992, o setor de serviços empregava dentro da UE (12 países) 84 milhões de pessoas, ou seja, 62% do total da população ocupada. Ao contrário dos demais setores, o de serviços teve um aumento no número de empregos entre 1980 e 1992. A densidade máxima de empregos no setor, superior a 70%, observa-se no arco mediterrâneo (sul da França, península Itálica) graças ao turismo, e nos grandes centros administrativos, como Paris, Bruxelas e Londres. Potência Planetária A União Européia reúne atualmente 15 Estados, com uma população que ultrapassa 368 milhões de habitantes, muito superior à dos Estados Unidos ou à da Rússia. É a primeira potência comercial e agrícola do planeta e o segundo PIB (Produto Interno Bruto), logo atrás dos Estados Unidos. É também o principal pólo turístico mundial. Conclusão: Para que um país seja aceito na União Européia, é necessário que cumpra certos pré-requisitos, como ter uma economia estável e um regime político democrático. Países que integravam o bloco socialista, como a Hungria, a República Tcheca, a Eslováquia, a Polônia e a Eslovênia, já manifestaram interesse em integrar a EU.