Os tigres asiáticos Por que Tigres Asiáticos ? Este apelido faz com que a gente se lembre do animal TIGRE, que é forte, agressivo e impetuoso. A economia desses países que são chamados de Tigres é uma economia altamente competitiva e dinâmica, a produtividade é alta. Os funcionários das indústrias, ganham três vezes mais do que os dos países do 3° Mundo, embora bem menos do que os do 1° Mundo. São pessoas de uma cultura completamente diferente do mundo ocidental, lá existe muita disciplina e um grande respeito à hierarquia. São povos que sofreram com muitas guerras e ocupações e possuem uma história muito antiga. Na economia dos Tigres a grande característica de sua indústria é produzir produtos mais baratos com rígido controle de qualidade e para eles o cliente tem sempre razão. É dessa forma que seus produtos invadem os mercados de, praticamente todos os outros países. Isto é conseguido com muita luta e dedicação porque sempre há altos impostos de importação que é a arma que os outros países usam para não sofrer tanto com a concorrência dos produtos baratos dos Tigres. Essa é a economia competitiva, os Tigres ganham na quantidade. Esses 5 países foram, no passado dominados pelos japoneses e possuem características comuns como : ? Elevado crescimento econômico anual. ? Mão-de-obra abundante e barata. ? Grande facilidade à vinda de capital estrangeiro. ? Segurança interna, com reduzidos conflitos sociais. ? Legislação criminal autoritária e severa, incluindo castigos físicos. ? Legislação tributária simples, sem entraves ao lucro. As cidades da Orla do Pacífico; Los Angeles , Sidney e Tóquio estão tomando lugar das cidades há muito tempo estabelecidas no Atlântico; Nova York, Paris e Londres. O centro de gravidade econômico está mudando dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. A liberalização econômica promove a competição, inovação, novos investimentos de capital e crescimento econômico mais rápido. Há 500 anos , o centro comercial do mundo começou a migrar do Mediterrâneo para o Atlântico . Hoje está mudando do Atlântico para o Pacífico. A região da Orla do Pacífico possui o dobro do tamanho da Europa e dos E.U.A.; e também a Ásia possui a metade da população do mundo , sendo um mercado de US$ 3 bilhões por semana. A força propulsora que está por trás da mudança do Atlântico para o Pacífico é o milagre econômico da Ásia . Apesar do Japão ser o atual líder da região ; os países do leste da Ásia (Coréia do Sul , Taiwan , Hong Kong, Cingapura e a China ) acabarão por dominar o mercado. O impulso econômico está sendo reforçado por um comprometimento com a educação . Desde 1985 o número de jovens coreanos que freqüentavam universidades era maior que o número de jovens britânicos nas mesmas condições. Hoje a Orla do Pacífico esta passando por uma grande expansão econômica, crescendo a uma taxa 5 vezes superior a da Revolução Industrial. As economias da Orla do Pacífico , dirigidas para exportações estão crescendo 3 vezes mais depressa do que grande parte do restante do mundo . A participação dos 4 tigres no total mundial de bens manufaturados chegou a 11% em 1988 . Sua participação na exportação mundial de bens eletrônicos de consumo cresceu para 30 % . As reservas de moedas estrangeiras dos 4 tigres hoje totalizaram US$ 180 bilhões. Coréia do Sul , Taiwan , Cingapura e Hong Kong revolucionaram a teoria do desenvolvimento econômico. Acredita-se que eles continuem crescendo à taxas anuais de 7 % a 10 % contra um crescimento nos E.U.A. de cerca de 3 % . Na Bacia do Pacífico, quem predomina sobre os outros componente é o Japão com uma economia super competitiva que está enfrentando a UNIÃO EUROPÉIA e os EUA, destina volumosos investimentos aos Dragões Asiáticos - Coréia do Sul, Formosa, Cingapura e HongKong - que são os países que mais crescem industrialmente naquela região e precisam de apoio financeiro o qual o Japão está promovendo para a atuação de um mercado competitivo no cenário mundial da economia. E aos países de industrialização mais recente o Japão também está colaborando para o desenvolvimento dos mesmos neste setor; países, que são os seguintes: Indonésia, Tailândia e Malásia, além das zonas exportadoras do litoral na China . Este bloco asiático, movido pelo potente Japão, está tentando erguer os outros países para que se torne um bloco que tenha competição na economia mundial e que ocupe parte dela, como o Japão já está fazendo e conseguindo à algum tempo e neste momento querendo ajudar seus vizinhos para formar um bloco onde investidores de multinacionais apliquem seu dinheiro e façam um bom proveito de toda esta estrutura que está sendo montada para este objetivo. A partir da década de 70, o direcionamento da indústria eletrônica para a exportação de produtos baratos traz prosperidade econômica crescente e rápida para alguns países da Ásia. Coréia do Sul, Formosa (Taiwan), Hong Kong e Cingapura são os primeiros destaques. Dez anos depois, Malásia, Tailândia e Indonésia integram o grupo de países chamados Tigres Asiáticos. Apesar da recessão mundial dos anos 80, apresentam uma taxa de crescimento médio anual de 5%, graças à base industrial voltada para os mercados externos da Ásia, Europa e América do Norte . As indústrias e exportações concentram-se em produtos têxteis e eletrônicos. Os Tigres beneficiam-se da transferência de tecnologia obtida através de investimentos estrangeiros associados a grupos nacionais. Os Estados Unidos e o Japão são os principais parceiros econômicos e investidores. Com exceção de Cingapura, as economias dos Tigres Asiáticos dispõem de mão-de-obra barata: as organizações sindicais são incipientes e as legislações trabalhistas forçam a submissão dos trabalhadores. Tal situação só é possível porque é sustentada por uma cultura conformista, que valoriza a disciplina e a ordem, e admite a intervenção do Estado em diversos setores econômicos. O planejamento estatal é posto em prática em larga escala, seguindo de perto o modelo japonês. Os regimes fortes e centralizadores da Indonésia, Cingapura e Malásia, garantem a estabilidade política necessária para sustentar o desenvolvimento industrial e atrair investimentos estrangeiros. Na Coréia do Sul, os golpes de Estado são acompanhados de perseguições e assassinatos de políticos oposicionistas, e de massacres de grevistas. Em Formosa, o regime ditatorial de Chiang Kaishek, iniciado em 1949, prolonga-se até 1985, quando se inicia um processo de lenta transição para a democracia. Chiang Kaishek morre em 1975 e seu filho Chiang Ching-Kuo mantém o regime ditatorial por mais nove anos. Em 1984, o destino de Hong Kong é decidido por um acordo entre o Reino Unido e a China. Prevê-se a devolução do território de Hong Kong à soberania chinesa para agosto de 1997. Em troca, a China promete manter o sistema capitalista em Hong Kong durante 50 anos, cedendo-lhe a utonomia administrativa. ? Hong Kong- Já é um dos grandes centros financeiros do mundo , praticamente abriga escritórios dos maiores bancos do mundo. ? Coréia do Sul- Passou nos últimos 20 anos de uma nação de pobres agricultores para o mais avançado dos países Asiáticos recentemente industrializados , possuindo uma das mais justas distribuições de rendas do mundo. ? Cingapura- Tem uma alta taxa de crescimento econômico (9, % em 1999), baixa inflação, pleno emprego, balança de pagamentos positiva, grandes reservas financeiras e um grande problema de escassez de mão-de-obra; Cingapura adota políticas de isenção de impostos às empresas que colaboram com a manutenção de seu avanço sobre outros países da região . ? Taiwan- É o décimo segundo país do mundo em comércio exterior e possui a maior reserva de moedas estrangeiras do mundo depois do Japão , que possui 6 vezes mais população que Taiwan . ? China- À partir de 1979 Deng Xiaoping introduziu versões rudimentares de mecanismos de mercado, e daí para cá, o seu PNB cresce à uma taxa de 10% ao ano e suas exportações aumentaram principalmente com os E.U.A. e hoje a China já é a 3ª economia do mundo sob o critério da paridade do poder de compra. O Japão é o principal parceiro comercial de mais da metade dos países da Orla do Pacífico , tendo aumentado suas importações em mais de 50% desde 1987 de países como Taiwan , Coréia e Hong Kong , investindo na Ásia com mais de US$ 10 bilhões comprometendo-se com US$ 50 bilhões para os próximos 5 anos , ao passo que os E.U.A. só investiram US$ 50 milhões em média nos últimos anos. Com este desequilíbrio os países asiáticos mesmo que com lembranças da ocupação japonesa , buscam seu crescimento canalizando seus investimentos no Japão, pois há décadas tentou-se o mesmo com os E.U.A. e não foram reconhecidos . Frente a esse quadro não resta outra saída aos Estados Unidos senão mudar seu alvo para o Pacífico, atualmente, quase toda empresa que busca crescer não tem outra escolha senão ir até onde está o crescimento econômico. Para grande maioria das 500 maiores empresas industriais do mundo, tal crescimento raramente se encontra no mercado interno. O mesmo se aplica às empresas européias , caso contrário só lhes restarão contemplar o sucesso do Japão e dos Tigres Asiáticos. Por volta do ano 2001 , haverá 11 milhões de novos consumidores na Europa. Apenas nos países mais ricos do Pacífico , o Japão e os 4 tigres asiáticos haverá 13 milhões . Mais 68 milhões na Tailândia , Malásia , Indonésia e Filipinas , e na China poderá ter mais de 100 milhões de pessoas com disponibilidade de renda. Por que as Bolsas estão caindo em todo o mundo? A queda das Bolsas mundiais não tem apenas um único motivo. As principais instabilidades ocorreram em duas pontas da economia internacional: os países asiáticos e os EUA. No Oriente, a crise foi detonada quando um ataque especulativo contra a moeda da Tailândia, o baht, levou a uma desvalorização. Nesses ataques, especuladores apostam que o governo de um determinado país não conseguirá manter a cotação de sua moeda nacional. Investidores passam, então, a fugir dessa moeda, comprando outras mais fortes (como o dólar). Com isso, a percepção de que a moeda deveria cair torna-se realidade. O governo vê- se obrigado a deixar a cotação de sua moeda "flutuar" para baixo. Com isso os especuladores ganham a aposta. Eles ganham, então, recomprando, após a queda, a moeda local a valores mais baixos. A crise dos países do Sudeste Asiático alastrou-se pela região e refletiu-se nos "Tigres" mais ricos, como a Coréia, Taiwan, Cingapura e Hong Kong. No caso de Hong Kong, o fato de a colônia britânica ter sido reincorporada à China e de concentrar negócios de empresas ocidentais contribuiu para deixar o mercado ainda mais sensível. A Bolsa de Hong Kong, por uma questão geográfica, de fuso horário, inicia seu pregão antes das Bolsas da Europa e dos EUA. As quedas ali registradas reforçaram a idéia de que empresas ocidentais seriam afetadas e influenciariam automaticamente os mercados mundiais. O outro pólo da crise das Bolsas foi Nova York. Embora a economia norte- americana venha dando sinais de vitalidade, havia uma idéia generalizada de que as cotações das ações na Bolsa de Nova York estavam exageradas. Não correspondiam à realidade das empresas e da economia. Essa sensação foi explicitada pelo próprio presidente do Fed (o banco central norte-americano). Os sinais declinantes da Ásia foram um estímulo para que essa percepção se transformasse em fato. Matéria publicada pelo Estado de São Paulo em 27 de janeiro de 1998 Ao longo de 1980-92, a Ásia (Japão inclusive) acumulou um excedente comercial em torno de US$ 2 trilhões com o resto do mundo. Desse excedente, os Estados Unidos absorveram algo em torno de 70%. Uma certa divisão intra-regional de tarefas acompanhou aquele processo asiático. Na dianteira, o Japão especializou-se crescentemente nos segmentos tecnologicamente mais sofisticados em indústrias como eletrônica, telecomunicações, automobilística e bens de capital. Os tigres - Coréia, Taiwan, Hong Kong - cresceram, por sua vez, em direção a atividades de fabricação intensiva em mão-de-obra qualificada naqueles ramos, integrando-se ao drive exportador japonês. Tal integração materializou-se através dos fluxos, do Japão para os tigres, de investimentos diretos e joint-ventures com empresas locais, crédito bancário, acordos de transferência tecnológica e venda de componentes e equipamentos. Os tigrinhos - Malásia, Tailândia, Indonésia - ocuparam espaços anteriormente ocupados pelos tigres na produção e exportação em setores tradicionais intensivos em mão-de-obra não qualificada, como calçados, vestuário e montagem na eletrônica e na automobilística. Mas a alegria dos tigrinhos acabou com a emergência do dragão chinês nestes ramos, da qual não escapou também a Coréia. Em 1990, a Coréia detinha 25% das importações de calçados dos Estados Unidos. Cinco anos depois, sua fatia havia caído para 3%, enquanto a China abocanhava agora metade dos US$ 12 bilhões de compras norte-americanas. Em artigos de couro, no mesmo período a parcela das vendas coreanas nas importações dos Estados Unidos desceu de 20% para 1%, enquanto o dragão assumia 46% delas. Nas importações norte-americanas de vestuário - US$ 40 bilhões em 1995 - a presença da China expandiu-se de 3% para 16% em dez anos. Nestes setores, bem como na montagem final de produtos eletrônicos, o crescimento do dragão deu-se em detrimento dos tigrinhos e afetou até os tigres. Para que isso não tivesse acontecido, o déficit comercial norte-americano teria de ter crescido, no período, a taxas mais do que espetaculares. O deslocamento comercial teve, como outra face da moeda, a reorientação nos fluxos de investimento direto em países asiáticos. Em 1991, a Malásia e a Tailândia absorveram, respectivamente, 20% e 10% dos investimentos na região, enquanto a China foi destino de 20% do fluxo. Três anos depois, os percentuais foram de 8% para a Malásia, 1,3% para Tailândia e 67% para a China. A nosso juízo, os dados acima ilustram três aspectos relevantes da crise asiática. Primeiro, não se pode entendê-la inteiramente excluindo a entrada da China em cena. Não satisfaz o tom monocórdico com o qual se bate na tecla das ligações perigosas entre setores públicos e privados na região, as quais lá já estavam durante os anos dourados. Tampouco a crise se trata apenas de exaustão da transferência de mão-de-obra de setores tradicionais para modernos, bem como de conclusão dos processos de educação da população, aspectos privilegiados por Paul Krugman e que viraram coqueluche na imprensa. No tocante aos tigrinhos, a atuação predadora do dragão foi óbvia e, não por acaso, os primeiros viram-se às voltas com déficits comerciais crescentes nos últimos anos. Os circuitos especulativos locais, inclusive imobiliários, perderam seus fundamentos no crescimento real. No caso do tigre coreano, é verdade que já estava colocada a tendência a diminuição de ritmo de crescimento, depois de três décadas com taxa média anual acima de 8,5%. Perseguido já pelos tigrinhos nas indústrias tradicionais, tinha acima o tigrão japonês nas faixas superiores da escala de segmentos produtivos. A hiper-alavancagem financeira de seus conglomerados se desdobrou em excesso de investimento nos ramos eletrônicos e automobilísticos que já conquistara. Mas acabou sendo também mortal a mordida chinesa em alguns de seus mercados. Um segundo aspecto, que decorre do primeiro, é o papel crucial da China nos desdobramentos da crise. O cenário mais favorável supõe que as desvalorizações cambiais de tigres e tigrinhos não sejam seguidas por movimento cambial equivalente pelo dragão, com este aceitando uma reversão parcial, em termos relativos pelo menos, do deslocamento anterior. Caso contrário, as oportunidades de mercado abertas pelo eventual crescimento japonês e/ou americano não serão capturadas pelos necessitados, sem falar nas ondas adicionais de deflação em dólares dos ativos asiáticos que se seguiriam. Finalmente, em uma perspectiva menos imediata, há que se observar a intenção declarada chinesa de escalar a "cadeia de valor" da indústria. Pretende transitar de seu sistema de micro-empresas intensivas em trabalho não-qualificado e montadas pelo ingresso de capital originário da diáspora chinesa na Ásia, rumo a automobilística, máquinas-ferramentas e produtos químicos, para os quais o investimento de transnacionais e a expansão de mercados locais deverão ser essenciais. Por um lado, tigres e tigrinhos suspiram de alívio com a possibilidade do "upgrading" chinês se dar utilizando o crescimento de seu mercado interno, como ativo a ser oferecido a agentes externos. Por outro, diante da mudança setorial de campo de caça do dragão, os tigres já devem estar com as barbas de molho. O Brasil, por sua vez, entra neste terreiro com seu Real forte... 3 1