Índice ? Introdução -------------------------------------------------- 2 ? Desenvolvimento ------------------------------------------ 3 ? Alguns de seus Poemas ----------------------------------- 5 ? Conclusão --------------------------------------------------- 9 ? Obras Completa do Autor -------------------------------- 9 ? Bibliografia ------------------------------------------------- 10 Introdução Romantismo A poesia lírica (sobre sentimentos individuais) é a principal expressão do romantismo. Também são freqüentes os romances. Frases diretas, sonoridade das palavras, vocábulos estrangeiros, metáforas, personificação e comparação são características marcantes. Mas a forma é menos importante do que o conteúdo, em geral exposto com exagero e ligado a situações extremas. Amores irrealizados, morte e fatos históricos são temas constantes. No Brasil, as tendências românticas ganham caráter de movimento em 1836 com um manifesto publicado na revista Niterói, que defende a consolidação de uma arte brasileira. O patriotismo leva à valorização da natureza e do índio. No mesmo ano é publicado Suspiros Poéticos e Saudades, do poeta Gonçalves de Magalhães (1811-1882), marco inicial do romantismo brasileiro. A produção passa por quatro fases. A primeira (1836-1840) privilegia o misticismo, a religiosidade, o nacionalismo e a natureza. Seus expoentes são Araújo Porto Alegre (1806-1879) e Gonçalves de Magalhães. Na segunda (1840-1850), predominam a descrição da natureza, a idealização do índio e o romance de costumes. Os destaques são Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), autor do romance A Moreninha, Gonçalves Dias (1823-1864), poeta de Canção dos Tamoios e Marabá, e José de Alencar (1829-1877), autor do romance indianista O Guarani. Na terceira fase (1850-1860), prevalecem o individualismo, a subjetividade e a desilusão. O nacionalismo intensifica-se. Na poesia sobressaem-se Álvares de Azevedo (1831-1852), autor de Lira dos Vinte Anos, Casimiro de Abreu (1837-1860), de As Primaveras, e Fagundes Varela (1841-1875), de Cantos e Fantasias. Na prosa, consolidam-se os trabalhos de José de Alencar, com Senhora, e Bernardo Guimarães (1825- 1884), autor de A Escrava Isaura. Destaca-se ainda Manuel Antônio de Almeida (1831-1861), com Memórias de um Sargento de Milícias. Na quarta e última fase (1860-1880), prevalece o caráter social e liberal ligado às lutas abolicionistas. A prosa está voltada para a vida urbana, a análise dos costumes e as culturas regionais. Na poesia lírica, além do intimismo, há um lirismo de metáforas ousadas chamado de poesia condoreira. É uma época de transição para o realismo e o parnasianismo. O grande representante na poesia é Castro Alves (1847-1871), autor do poema Navio Negreiro. É ele quem rompe com o amor irrealizado e torna a mulher personagem de uma relação real. Outro poeta importante é Sousândrade (1832-1902), autor de Guesa. Na prosa, destacam-se Franklin Távora (1842-1888), autor de O Cabeleira, e Machado de Assis (1839-1908), em suas primeiras obras, como Helena. Com o romantismo surgem as primeiras produções de caráter regionalista, que retratam de forma idealizada tipos e cenários de regiões do país, como O Sertanejo, de José de Alencar, e Inocência, de Visconde de Taunay (1843-1899). Vamos falar sobre Manuel Antônio Álvares de Azevedo, autor de Liras dos Vintes Anos. Desenvolvimento: Manuel Antônio Álvares de Azevedo (maneco, apelido de família), poeta pródigo mas importante entre os poetas da segunda fase do nosso Romantismo – fase também chamada byroniana, satanista ou ultra-romântica. Nasceu em São Paulo, em setembro de 1931. Filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e Dona Luísa Azevedo, foi um filho dedicado a sua mãe e a sua irmã configurando um possível complexo de édipo. Cursou o colégio Pedro II e, aos 16 anos ingressava na Faculdade de Direito de São Paulo, porém tenha morrido aos vinte anos antes de concluir o curso, morte essa decorrida de um tumor na fossa ilíaca proveniente de uma queda do cavalo. Produziu uma obra poética de alto nível, deixando registrada a sua incapacidade de adaptação ao mundo real e sua capacidade de elevar-se a outras esferas através do sonho e da fantasia para, por fim, refugiar-se na morte, certo de aí encontrar a paz tão almejada. Grande leitor, Álvares de Azevedo parace ter "devorado" tantos os clássicos como os românticos, por quem se viu irremediavelmente influenciado. Embebedendo-se na dúvida dos poetas da geração do mal du siècle (mal-do-século), espécie de tédio existencial que assaltava os poetas, desiludidos da vida. Herdou deles o pendor do desregramento, para a vida boêmia e para o tédio. Lord Byron com certeza foi o grande inspirador dos poemas de Álvares de Azevedo; poemas estes que estão voltados para o cenário europeu empregnados de imagens Byronianas e Shaksperianas. Lira dos Vinte Anos, única obra preparada pelo autor, é composta de três partes. Na primeira, através de poesias como "Sonhando", "O poeta", "A T..." surge o poeta sonhador em busca do amor e prenunciando a morte. Nas poesias citadas, desfila uma série de virgens sonhadoras que ajudam a criar um clima fantástico e suavemente sensual. Por outro lado, em poemas como "Lembranças de morrer", ou "Saudades" surge o poeta que percebe estar próximo da morte, confessa-se deslocado e errante, deixando "a vida como deixa o tédio/ Do deserto, o poento caminheiro". A terceira parte de A Lira, praticamente é uma extensão da primeira e, portanto, segue a mesma linha poética. É na segunda parte que se encontra a outra face do poeta, o poeta revoltado, irônico, realista, concreto que soube utilizar o humor estudantil e descompromissado. Essa passagem brusca da subjetividade para o deboche, que ele, no prefácio, dizia ser o fruto de sua alma dividida, é na verdade o sinal de um grande talento crítico, que poderia ter dado muito mais à poesia se o poeta tivesse vivido mais tempo. Esta segunda parte abre-se com um prefácio de Álvares de Azevedo que adverte "Cuidado leitor, ao voltar esta página!", pois o poeta já não é o mesmo: "Aqui dissipa-se o mundo visionário e platônico." Algumas produções maiores do poeta aí estão como "Idéias íntimas" e "Spleen e charutos", poesias que perfeitamente bom-humor, graciosidade e uma certa alegria. Deixa-se levar pelo deboche em "É ela!, É ela!, É ela!, É ela!" , em que revela sua paixão pela lavadeira; em "Namoro a cavalo", registrando as interpéries por que passa o namorado para encontrar sua amada que mora distante. Resta lembrar que a obra de Álvares de Azevedo apresenta linguagem inconfundível, em cujo vocabulário são constantes as palavras que expressam seus estados de espírito, a fuga do poeta da realidade, sua busca incessante pelo amor, a procura pela vida boêmia, o vício, a morte, a palidez, a noite, a mulher... Em "Lembrança de morrer", está o melhor retrato dos sentimentos que envolvem sua vida, tão próxima de sua obra poética: "Descansem o meu leito solitário/ Na floresta dos homens esquecida,/ À sombra de uma cruz e escrevam nela:/ - Foi poeta, sonhou e amou na vida." Em seus poemas, Álvares de Azevedo inova utilizando a ironia como uma de suas técnicas poéticas. Era costume do poeta também a descrição de objetos do seu cotidiano. Temos como exemplo um de seus poemas chamado "A Lagartixa". Mais uma de suas características era o patriotismo, o saudosismo e o satanismo. (...) "Macário - Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui... A voz - O burro ? Macário - A mala, burro! A voz - A mala com o burro?" (...) Trecho da peça O Macário. O elemento mais constante dentro de suas poesias é a mulher, ora virgem, bondosa, amada, ora prostituta ordinária vadia. Podemos ressaltar também sua constante lembrança da morte. Esta se acentuou após a morte de sua mãe, de sua irmã e também após o agravamento de sua doença, parecendo um prenúncio do final trágico de sua vida. Daí então, desenvolveu uma gostosa veia irônica, sarcástica enunciando o que viria a ser uma constante no modernismo. Todas as suas obras são póstumas. Alguns de seus poemas Lembrança de Morrer Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espirito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nenhuma lagrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece ao vento: Não quero que uma nota de alegria Se cale por meu triste passamento. Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poente caminheiro -Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro; Como o desterro de minh'alma errante, Onde fogo insensato a consumia; Só levo uma saudade-é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia. Só levo uma saudade-é dessas sombras Que eu sentia velar nas noites minhas... De ti, ó minha mãe! pobre coitada Que por minha tristeza te definhas! De meu pai...de meus únicos amigos, Poucos - bem poucos - e que não zombavam Quando, em noites de febre endoidecido, Minhas pálidas crenças duvidavam Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda, É pela virgem que sonhei...que nunca Aos lábios me encostou a face linda! Só tu à mocidade sonhadora Do pálido poeta deste flores... Se viveu foi por til e de esperança De na vida gozar de teus amores. Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo... Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu, eu vou amar contigo! Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida. À sombra de uma cruz, e escrevam nela: -Foi poeta -sonhou- e amou na vida Sombras do vale, noites da montanha, Que minh'alma cantou e amava tanto, Protegei o meu corpo abandonado, E no silencio derramai-lhe canto! Mas quando preludia ave d'aurora E quando à meia-noite o céu repousa... Arvoredos do bosque, abri os ramos... Deixai a lua prantear-me a lousa! Álvares de Azevedo Idéias Íntimas Oh! ter vinte anos sem gozar de leve A ventura de uma alma de donzela E sem na vida ter sentido nunca Na suave atração de um róseo corpo Meus olhos turvos se fechar de gozo! Oh! nos meu sonhos, pelas noites minhas Passam tantas visões sobre meu peito! Palor de febre meu semblante cobre, Bate meu coração com tanto fogo! Um doce nome os lábios me suspiram Um nome de mulher... e vejo lânguida No véu suave de amorosas sombras Seminua, abatida, a mão no seio Perfumada visão romper a nuvem, Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras O alento fresco e leve como a vida Passar delicioso...Que delírios! Acordo palpitante...inda a procuro; Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas Banham meus olhos e suspiro e gemo... Imploro uma ilusão... tudo é silêncio! Só o leito deserto, a sala muda! Amorosa visão, mulher dos sonhos, Estou tão infeliz eu sofro tanto! Nunca virás iluminar meu peito Com um raio de luz desses teus olhos? Álvares de Azevedo C... Sim - coroemos as noites Com as rosas do himeneu; Entre flres de laranja Serás minha e serei teu! Sim - quero em leito de flores Tuas mãos dentro das minhas... Mas os círios dos amores Sejam só as estrelinhas. Por incenso os teus perfumes, Suspiros por oração, E por lágrimas somente As lágrimas da paixão! Dos véus da noiva só tenhas Dos cílios o negro véu; Basta do colo o cetim Para as Madonas do céu! Eu soltarei-te os cabelos... Quero em teu colo sonhar! Hei de embalar-te...do leito Seja lâmpada o luar! Sim - coroemos as noites Da laranjeira co'a flor; Adormeçamos num templo, Mas seja o templo do amor. É doce amar como os anjos Da ventura no himeneu; Minha noiva, ou minh'amante, Vem dormir no peito meu! Dá-me um beijo - abre teus olhos Por entre esse úmido véu: Se na terra és minha amante, És minha alma no céu! Adeus, Meus Sonhos! Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Missérrimo! votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto, E minh'alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto. Que me resta, meu Deus? morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já que não levo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores! Se Eu Morresse Amanhã! Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanto glória pressinto em meu futuro! Que aurora de povir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! Que céu azul! que doce n'alva Acoeda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no meu peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! Conclusão: É impossível falar do Romantismo sem citarmos Álvares de Azevedo, o que talvez tenha sido o maior poeta deste novo estilo poético. Pois com certeza teve a audácia de quebrar o esteriótipo de sua época. Álvares de Azevedo não era nem Deus nem Diabo mais simplesmente um homem que possuía uma sensibilidade a flor da pele, o que lhe permitia descrever com tamanha facilidade e clareza sentimentos que todos nós passamos, ou um dia passaremos. Obra Completa do Autor: ? Lira do Vinte Anos (poesia) ? Poesias Diversas. ? O Poema do Frade. ? Macário (peça teatral) – um jovem estudante embriagado encontra-se com satã e passa em sua companhia uma noite na cidade São Paulo. ? Noite na Taverna (livro de contos) – um grupo de rapazes reune-se numa taverna, onde todos se embriagavam-se e então cada um conta uma história de assassinato, amores pós-Túmulo, casos de antropofagia, paixões necrófilas, etc. ? Livro de Fra Gonticário ? Discursos. ? Cartas. Bibliografia 1. Faraco & Moura. Lingua e Literatura v.2. Editora Ática. São Paulo 1986. 2. Cândido, Antônio. Formação da Literatura Brasileira. Editora Martins, São Paulo, 1971. 3. . Nicola, José de. Literatura Brasileira das origens aos nossos dias. Editora Scipione, São Paulo, 1993. 4. Novo Manual de Pesquisa Rimotan. Ensino Fuindamental e Ensino Médio 5. Internet: Endereços “Cadê e Radax” Provedor: www.uol.com.br. 1 1