MONGOL (Império) MONGOL (Império), maior império terrestre da história. Seu território estendia-se do mar Amarelo no leste da Ásia até as fronteiras da Europa oriental. Em várias épocas ele chegou a abranger a China, Coréia, Mongólia, Pérsia (atual Irã), Turquestão e Armênia. O império compreendia também partes da Birmânia, Vietnã, Tailândia e Rússia. Os mongóis foram os mais selvagens conquistadores da história, mas seu vasto império contribuiu para aumentar o contato entre os povos. As migrações favoreceram estes contatos e promoveram o comércio. Estradas foram construídas para ligar a Rússia e a Pérsia à Ásia oriental. Muitos europeus vieram para a China e os chineses dirigiram-se para a Rússia e outras partes da Europa. A imprensa e outras invenções chinesas como o papel, a pólvora e a bússola devem ter sido introduzidas no Ocidente durante os tempos mongóis. Originalmente os mongóis eram constituídos por tribos nômades pouco organizadas que habitavam a Mongólia, Manchúria e Sibéria. Viviam em tendas chamadas yurts e criavam pôneis, carneiros, camelos, bois e cabras. Alimentavam-se principalmente de carne e leite. Todo mongol era um soldado e aprendia a cavalgar e usar o arco e a flecha com perícia. Antigo Império Gêngis Khan. No final do séc. XII, Temujin, um chefe mongol que mais tarde ficou conhecido como Gêngis Khan, subiu ao poder. Ele começou a unir e organizar as tribos mongóis dispersas transformando-as num exército superior. Gêngis Khan era astuto, cruel, ambicioso e um rígido disciplinador. Depois que se tornou senhor inconteste da Mongólia e "senhor de todos os povos que habitavam em tendas de feltro", ele iniciou uma espetacular carreira de conquistas. Gêngis Khan planejava formar o exército mais disciplinado e eficiente de seu tempo. Como parte de sua estratégia militar, formou um corpo de oficiais constituído de mongóis escolhidos e treinados em táticas militares. Estes homens foram depois destacados para servir como grupos de instrutores ao lado de várias tribos. As tribos mongóis especializaram-se na arte do cerco. Seus membros aprenderam a usar escadas de assalto e sacos de areia para encher fossos. Os sitiantes se aproximavam das muralhas de uma fortaleza sob a proteção de gigantescos escudos. Cada tribo preparava um grupo de cerco munido de armas e equipamentos especiais. Invasões. Gêngis Khan desejava conquistar a China até o sul. Como hábil estrategista, ele decidiu atacar primeiro Hsi Hsia, um Estado do noroeste da China. Hsi Hsia representava o padrão militar chinês, com seus exércitos treinados e fortalezas. Nesta campanha Gêngis Khan pôde avaliar as suas tropas e prepará-las para a guerra contra a China. Os mongóis conquistaram Hsi Hsia e depois voltaram-se para o norte da China, onde uma tribo nômade chamada juchen estabelecera a dinastia Chin. Gêngis Khan escolheu a primavera para realizar o seu ataque à China, pois assim os seus cavalos disporiam de alimento ao cruzar o deserto de Gobi. Os guerreiros carregavam consigo tudo quanto precisavam durante a marcha e cada cavaleiro dispunha de um cavalo de reserva. As hordas conduziam gado para servir de alimento no deserto. Gêngis Khan conquistou o norte da China em 1215. Antes de completar a conquista da China, Gêngis Khan voltou-se para o oeste em direção ao centro da Ásia e à Europa oriental. Seus exércitos penetraram nas estepes da Rússia e nas terras muçulmanas, inclusive a Pérsia, e alcançaram Constantinopla, destruindo grande parte da civilização árabe-islâmica. Ao longo de sua trajetória, os exércitos mongóis esmagaram implacavelmente qualquer resistência, espalhando terror e a destruição por toda a parte. Quando os territórios conquistados resistiam, os mongóis exterminavam sistematicamente a população de cidades inteiras. Eles assolaram tão completamente o norte da China que um cavaleiro podia percorrer longas distâncias sem deparar com coisa alguma. Gêngis Khan morreu em 1227. Os mongóis penetraram na Europa comandados por Ogotai, filho de Gêngis Khan. Em 1241, cerca de 150 mil cavaleiros mongóis assolaram grande parte da Hungria e da Polônia, e ameaçaram a civilização da Europa ocidental. Ogotai morreu no meio dessa campanha. Sua morte obrigou os generais mongóis a interromper a campanha européia e regressar à Mongólia para eleger um novo cã. Novo Império Kubilai Khan, neto de Gêngis, completou a conquista da China depois de atacar a dinastia Sung no sul do país. Kubilai Khan fundou então a dinastia Yuan, que durou de 1279 a 1368. Ele estabeleceu a capital mongol em Cambaluc, o local da atual Pequim. Sucessivas tentativas de estender o Império Mongol até o Japão resultaram em fracasso. Os guerreiros mongóis não se mostraram bons combatentes nos mares ou no clima tropical do sudeste da Ásia. Os mongóis comandados por Kubilai Khan eram tidos como mais tolerantes. Kubilai permitiu a existência de várias religiões e recrutou os serviços de muçulmanos, cristãos, budistas e taoistas. Ele aceitou as idéias políticas chinesas e o confucionismo, mas evitou ter muitos chineses ocupando atos cargos. Na Pérsia e em outras terras islâmicas, muitos mongóis adotaram a fé e os costumes muçulmanos. Contatos Europeus. Marco Polo foi um dos mais famosos europeus que viajaram pelo Oriente nesta época. O relato de suas viagens contém muitas informações interessantes a respeito dos mongóis. Suas descrições de belas cidades chinesas e das riquezas do país por ele chamado de Catai muito contribuíram para despertar o interesse dos europeus em explorar as possibilidades de comércio com o Oriente. Muitos europeus, inclusive Cristóvão Colombo, procuraram então alcançar o Oriente através de um caminho marítimo. O cã expressou o seu desejo de ter um maior número de missionários enviados à China. Dominicanos e franciscanos seguiram para a China e foram recebidos pelo cã em Cambaluc. Um franciscano chamado João de Montecorvino construiu uma igreja na capital e converteu muita gente ao cristianismo. Declínio. O Império Mongol não durou muito tempo porque era demasiado grande e não tinha unidade cultural. Na verdade ele começou a se desintegrar logo depois de ter alcançado o auge de sua expansão, no final do séc. XIII. Os mongóis eram guerreiros destemidos, mas tinham pouca experiência administrativa e deixavam que outros povos cuidassem dos assuntos de seu império. Eles trouxeram estrangeiros para a China a fim de evitar uma total dependência dos chineses. Os mongóis suprimiram temporariamente o sistema chinês de administração civil para permitir que esses outros povos assumissem cargos. O governo corrupto e a administração incompetente provocaram revoltas em diferentes partes do império. Antes mesmo da queda da dinastia Yuan na China, os mongóis haviam perdido o domínio de muitos dos territórios conquistados. Em algumas áreas, eles jamais conseguiram firmar o seu domínio após as suas conquistas militares. Mesmo no auge de seu poder, a autoridade de Kubilai Khan não chegou a se estender a regiões distantes como a Pérsia e a Rússia. Os mongóis também não conseguiram firmar o seu domínio no sudeste da Ásia. Fim do Império. Quando Kubilai Khan morreu, seu império foi dividido em várias partes. Estes impérios menores eram a Horda de Ouro nas estepes do sul da Rússia e nos Balcãs, o império Chin sino-mongol e o reino dos ilkhans na Ásia ocidental. Uma revolução na China no séc. XIV resultou na queda da dinastia Yuan e restaurou o domínio chinês sob a dinastia Ming. O grande Timur, ou Tamerlão, um descendente de Gêngis Khan, unificou novamente alguns dos impérios mongóis e estendeu o seu domínio sobre grande parte da Ásia no final do séc. XIV. Um descendente de Tamerlão chamado Baber fundou um poderoso Estado na Índia em 1526. O reino de Baber era chamado reino dos grão-mogóis. O nome mogol provém da palavra persa mughul, que significa mongol. Um imperador mogol, xá Jahan, construiu o belo Taj Mahal no início do séc. XVII. Os ingleses destruíram o reino mogol depois que este começara a se desintegrar no séc. XVIII. início minha página índice