Hititas (2000 a 1200 a.C.) A extensão da civilização Hitita e seu império só foi redescoberta por volta dos últimos cem anos. Os Hititas tinham sido mencionados várias vezes no Velho Testamento, mas foram considerados apenas como uma comunidade. Escavações em sítios na Turquia e Síria ajudaram na decifração de inscrições e recuperaram tabletes de barro, revelando que o Hititas eram uma potência em uma determinada época, rivais dos egípcios e conquistadores de Babilônia. Localização O império dos Hititas foi centrado na Ásia Menor (a Turquia moderna). Ao seu máximo, estendeu-se da costa do Egeu da Anatólia, leste do Rio Eufrates, para o sudeste da Síria até Damasco e sul ao longo da costa mediterrânea oriental dos países mediterrâneos orientais. O Rei dos Hititas, Mursuli, saqueou a Babilônia por volta de 1600 a.C., mas não tentou deter a região para si. Historiadores não sabem onde os Hititas se originaram ou como eles chegaram à Ásia Menor. Estudos do idioma indicam que eles provavelmente eram de origem européia e migraram ao sul pelos Balcãs ou além do Oeste do Mar Negro por volta de 2000 a.C. O hieroglifo dos Hititas Capital O maior capital dos Hititas era Hattusas, nas redondezas da atual cidade turca Bogazköy, ao norte da Turquia central, interior do Mar Negro. Esta cidade previamente tinha sido o capital do Hatti, um reino local que foi conquistado pelos Hititas em torno de 1900 a.C. O nome "Hitita" deriva do nome do Hatti. A capital foi mudada para Hattusas por volta de 1500 a.C. e a cidade era notável por suas fortes muralhas e localizada em um terreno bastante irregular. Ascensão e apogeu Por volta de 2000 a.C. quando os Hititas entraram na Ásia Menor, a região foi povoada por pequenos contudo sofisticadas aldeias, nenhuma maior que mil pessoas. Os Hititas começaram a ampliar o reino por volta de 1900 a.C., usando a força e a diplomacia para trazer cidades-estados de rivais e reinos sob seu controle na Ásia Menor. O reino dos Hititas passou então por vários períodos de expansão e contração até 1400 a.C. Inicialmente, vários reis fortes em sucessão ampliaram o império dos Hititas através da Ásia Menor, na Síria e além do Rio Eufrates. A pressão à Síria levou os Hititas a entrar em conflito com os egípcios que também buscaram dominar esta área. Por várias gerações os Hititas e egípcios permaneceram rivais diplomaticamente e militarmente. A grande batalha de Kadesh foi realizada entre estas superpotências por volta de 1300 a.C. e foi recordada no Egito por uma grande relíquia pictórica, um poema épico e um testemunho de um funcionário. Depois de várias décadas de indefinições, os dois poderes assinaram um tratado de paz e um pacto de defesa mútuo, talvez em resposta ao poder Assírio que crescia ao leste. Uma cópia do tratado foi inscrita nas paredes de um templo egípcio em Karnak onde pode ser lido hoje. Cópias duplicadas deste tratado em barro e tabletes de prata também foram achadas por arqueólogos em ambos os países. Economia As fronteiras do Império Hitita estava em uma geografia diversa, incluindo planícies gramíneas abertas, montanhas, costa do mar, vales de rios e deserto. A economia era principalmente baseada em grão e pastoreio de ovelhas, mas eles também possuíram grandes depósitos de prata, cobre e reservas de minérios. Eram peritos em trabalho com metais e estavam entre os primeiros a lidarem com ferro, embora durante a época o ferro era mais valioso que o ouro e não estava disponível em muita quantidade. Eles eram fornecedores importantes de cobre e bronze para a Mesopotâmia. Na tentativa de controlar o comércio daquela área estendendo a influência através da Síria, do Mediterrâneo Oriental e região superior do Rio Eufrates, entraram em conflito com os egípcios. Religião e cultura O Grande Templo de Hattusas, debaixo da colina na qual o palácio estava, era o centro religioso do império. O rei dos Hititas também era o grande sacerdote do reino e dividia seu tempo entre governo, deveres religiosos e conquista. O papel dual do rei era útil unificando a cultura do reino entre seus povos diversos. Cada ano o sacerdote-rei viajava para presidir grandes ritos. Estas presenças trouxeram boas doações e ajudaram a estabilizar a religião do reino. Os Hititas eram Politeístas. Havia aceitação e incorporação de outras crenças e novos deuses de povos recentemente conquistados. O deus supremo era Teshub, o Deus da Tempestade. As descobertas da cultura Hitita estão longe de serem comparadas às culturas de seus contemporâneos: Babilônicos e Egípcios. Apenas algumas estatuetas de pedra e bronze, impressões de escrituras e esculturas de pedra estão dispostas para se conhecer suas habilidades artísticas. Um símbolo duradouro da arte Hitita é a águia que tem duas cabeças que foi adotada como um símbolo nacional por Áustria e Rússia. Eles usavam a escrita cuneiforme para escrever como também os próprios hieróglifos. Eles copiaram as leis da Babilônia, entretanto abrandaram a severidade do Código de Leis Babilônico. Escultura de Deuses Hititas Governo Alguns arqueólogos acreditam que o governo dos primeiros Hititas foi a primeira monarquia constitucional conhecida. O pankus, provavelmente uma assembléia de nobres, monitoravam as atividades do rei em relação às leis e provavelmente tiveram o poder para remover e colocar reis conforme era preciso. Isto por que eles não tiveram nenhuma lei de sucessão. Até aproximadamente 1500 a.C., a morte prévia de um rei freqüentemente ativava a luta pelo poder. A autoridade do pankus diminuiu quando o império começou a crescer e depois que uma lei de sucessão foi adotada. Durante os anos de império, o governante Hitita era chamado de Grande Rei. Cada ano os governantes das colônias traziam presentes a Hattusas e juravam lealdade, em troca de proteção militar e status comercial, as colônias contribuíram com dinheiro e tropas para o império. Diplomacia Registros extensos e correspondências preservadas em tabletes de barro revelaram muitos detalhes sobre a diplomacia dos Hititas e sua política. Descrições em tabletes de barro ligavam os Hititas com dois dos eventos mais famosos da antiguidade: o saque da cidade legendária de Tróia da Ilíada e a morte do Faraó-Garoto Tutacâmon. Cartas diplomáticas para uma cidade na costa oriental de Ásia Menor apoiava a edificação no local da cidade de Tróia. Em 1353 a.C. o maior rei dos Hititas, Suppiluliuma I, estava reclamando para si a cidade de Carchemish que controlou um vau (parte rasa de um rio) importante e rota de comércio no do Rio Eufrates. Durante o assédio, ele recebeu uma carta de Ankhesenamun, a recém viúva, esposa de Tutacâmon. A rainha de Egito propôs a ele que enviasse para o Egito um de seus filhos para ela e que ele fosse seu novo marido e rei do Egito. O momento era certo para uma aliança muito importante através do matrimônio. Suppiluliuma levou tempo para estudar e negociar a proposta, porém, um sacerdote-cortesão egípcio tomou a viúva e seu trono e a paz entre as duas potências não se estabeleceu até 70 anos mais tarde. Exército As tropas terrestres dos Hititas fizeram uso extenso de arcos e flecha poderosos. A Arte sobrevivente descreve os soldados Hititas como musculosos e barbudos, vestindo roupas distintas e sapatos encaracolados nas pontas dos pés. Para o combate frente-a-frente eles usavam punhais de bronze, lanças, espadas, foicinhos e machados com forma de mão humana. Os soldados levavam escudos de bronze retangulares e capacetes cônicos com pontas de orelha e uma extensão longa abaixo a parte de trás que protegia o pescoço. Eles eram aparentemente muito competentes para promover ataques e saquear cidades resistentes. Eles foram possivelmente os primeiros a adotar o cavalo para puxar pequenas bigas de duas rodas e fez destes veículos um suporte principal dos exércitos. Gravuras egípcias da Batalha espetacular de Kadesh mostram três homens nas carruagens dos Hititas que usam lanças, mas outra evidência sugere que eles levassem apenas um cavaleiro e um arqueiro. Talvez o arqueiro em biga substituiu o cavaleiro de lança. O exército de Biga Hitita foi temido pela maioria dos seus contemporâneos. Declínio e fim Seguindo o estabelecimento da paz por volta de 1280 a.C., isto resultou 80 anos de paz relativa e prosperidade para todo o mundo civilizado. Durante a grande catástrofe aproximadamente em 1200 a.C., porém, o império dos Hititas foi destruído de repente. As fortificações de Hattusas foram jogadas ao chão e a cidade incendiada. Esculturas de pedra foram destruídas separadamente. Não é conhecido por quem, mas é possível que os exércitos dos Hititas foram derrotados devido ao seu desuso durante décadas de paz relativa enquanto as riquezas crescentes do império fizeram disto um atrativo para bárbaros do oeste e norte. O Kaskans, bárbaros russos, invadiram o império por volta de 1300 a.C. e saquearam Hattusas. Isto pode ter determinado o extermínio da civilização Hitita para sempre. Legado O legado dos Hititas está limitado porque eles estavam perdidos como uma cultura até serem redescobertos recentemente. Há recordações deles na Bíblia como guerreiros relativamente pequenos mas robustos. Uma das heranças dos Hititas são os sapatos pontudos e encaracolados para cima dos dedos do pé vistos em muitas esculturas e relíquias que sobrevivem. Este estilo de sapato ainda é visto ocasionalmente na Turquia como um traje cerimonial.