A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E ESCRITA EM BRAILLE NA VIDA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL Francy Barroso Belém1 Aristonildo C. Araújo Nascimento2 Resumo O Braille é um sistema de leitura e escrita, voltado para pessoas cegas e de baixa-visão. Este sistema utiliza-se da sensibilidade tátil, percepção e demais sentidos para que a pessoa possa utilizá-lo. A leitura e escrita em Braille quando são bem trabalhadas, orientadas e estimuladas pelo professor, através de um material didático adaptado, possibilitam aos educandos cegos, uma ampliação de conhecimentos dos mais simples aos mais complexos. A ausência do Braille dificulta a acessibilidade da pessoa cega ao conhecimento, informação e socialização. Estas dificuldades podem estar sinalizadas pela escassez de um material didático adaptado, capacitação insuficiente de profissionais e falta de políticas que viabilizem o acesso ao conhecimento destas pessoas. O objetivo deste artigo é destacar a importância da leitura e escrita em Braille na vida da pessoa com deficiência visual, bem como suas reais dificuldades apresentadas em seu processo ensino-aprendizagem. Este artigo foi embasado em literatura bibliográfica acerca da temática, como parte do projeto de pesquisa a ser desenvolvido no curso de Mestrado em Educação do PPGE-Ufam. A relevância se dá pela importância de mais conhecimentos aos profissionais e comunidade interessada sobre o Braille e para a vida das pessoas deficientes visuais a fim de promoção da inclusão social e educacional. Palavras-Chave: Leitura e Escrita em Braille; Deficiência Visual; Conhecimento. Introdução Hoje estamos diante de uma profusão de teorias sobre inclusão. Diante dessa diversidade, podemos enfatizar a inclusão de pessoas com deficiência visual na rede regular de ensino e o apoio educacional especializado, que visa o atendimento específico dessas pessoas. Dentre esses alunados específicos, o educando com deficiência visual em especial tem a seu alcance ferramentas que podem auxiliar a construir seu aprendizado. A nova fase da educação que tem gerado debates e inúmeras discussões quanto à aceitação por parte dos profissionais da escola, de formação e capacitação de professores, recursos materiais exigidos, atendimento especializado e o mais importante, a aceitação por parte da escola na inclusão destes alunos, situação que não está sendo fácil para o deficiente, principalmente do aluno cego que não tem disponibilizado recursos como os livros em Braille, essencial para seu aprendizado e sua inserção a informação. Observando as questões sobre leitura e escrita Braille para o deficiente visual, revendo as dificuldades encontradas e destacadas por alunos e alunas, professores e familiares, resolvemos pesquisar e analisar este tema, sua origem, falta da sua aquisição na vida do cego. Portanto, o artigo tem o objetivo de destacar a importância da leitura e escrita Braille e abordar as reais dificuldades enfrentadas no processo ensino-aprendizagem para o deficiente visual. Utilizaremos no decorrer da pesquisa, além da pesquisa bibliográfica, questionário e entrevista semi-estruturada por tratar-se de uma pesquisa de mestrado em andamento. Para Flick (2007), "a vantagem desse método é que o uso consistente de um guia da entrevista aumenta a comparabilidade dos dados, e sua estruturação é intensificada como resultado das questões do guia". (p. 107) Esperamos com esta pesquisa poder contribuir com esclarecimentos sobre os recursos que o Braille pode oferecer à pessoa com deficiência visual, profissionais da educação e sociedade vidente quanto a sua inserção, respeitando suas especificidades e promoção no mundo da informação, trabalho e cidadania. O Histórico do Braille A comunicação e as informações na sociedade constituem-se de imagens e apelos visuais complexos, exigindo que o indivíduo esteja preparado para absorvê-la. No campo educacional, os conteúdos escolares permanecem no privilegio pela visualização em todas as áreas de conhecimento, que permeado de símbolos gráficos, imagens, letras e números estabelecem os caminhos para a aprendizagem. Hoje é comum falar sobre as deficiências e a inclusão. Da acessibilidade, da aceitação e do não preconceito. No entanto, verificamos no dia-a-dia, conceitos errados, preconceitos, gestos, atitudes que desconhecem as potencialidades humanas. O Brasil vem criando políticas que viabilizem o apoio educacional destas pessoas, no entanto, até o momento, irrisórias providências têm sido tomadas. Porém, existem recursos que podem promover a aprendizagem da pessoa com deficiência e, no caso, da pessoa cega, esses recursos promovem sua inserção na sociedade, ajudam em seu aprendizado e ascensão social. Neste contexto, Sá (2006, p. 12) destaca: Desta forma, será possível criar, descobrir e reinventar estratégias e atividades pedagógicas condizentes com as necessidades gerais e específicas de todos e de cada um dos alunos. Neste sentido, explicitamos alguns dos principais aspectos, características e peculiaridades em relação aos alunos cegos e com baixa visão com o objetivo de apontar caminhos, referências e pistas aos educadores tendo em vista a inclusão escolar desse alunado. A história da deficiência visual na humanidade está repleta de exclusões. Os conceitos estão evoluindo lentamente e as concepções sofrem transformações sociais em algumas áreas, assim como os estudos da importância do sistema Braille para os alunos com deficiência visual. Mariano (2008, p. 1) destaca abaixo os principais momentos da história do Braille. No século XVIII, surge em Paris a primeira escola para cegos. Nela Hauy exercita sua invenção - Um sistema de leitura em alto relevo com letras em caracteres comuns. No século XIX, proliferaram na Europa e nos Estados Unidos escolas com a mesma proposta educacional. O novo sistema com caracteres e relevo para escrita e leitura de cegos é desenvolvido por Louis Braille e tomado público em 1825 - o Sistema Braille. Assim, o processo de ensino aprendizagem das pessoas cegas deslancha, possibilitam-lhes maior participação social. O instituto Benjamim Constant foi o primeiro educandário para cegos na América Latina e é a única Instituição Federal de ensino destinada a promover a educação das pessoas cegas e de baixa visão no Brasil. Além de ter criado a primeira Imprensa Braille do país (1926), tem-se dedicado a capacitação de recursos humanos, a publicações científicas e a inserção de pessoas deficientes visuais no mercado de trabalho. Um grande marco na história da educação de pessoas cegas foi à criação, em 1946, da Fundação para o Livro do Cego no Brasil, hoje denominada Fundação Dorina Nowill para cegos que, com o objetivo original de divulgar livros do Sistema Braille, alargou sua área de atuação, apresentando-se como pioneira, na defesa do ensino integrado. O Braille é considerado como um sistema de leitura e escrita voltado para o atendimento às pessoas com deficiência visual. Muita gente já ouviu falar sobre o Sistema "Braille" para os cegos. No entanto, poucas pessoas sabem porque ele é chamado Braille ou quem era Louis Braille. Para Mariano (p. 4) o Braille foi criado por um jovem francês chamado Luis Braille em 1825. Devido a um acidente ocasionado aos três anos de idade, quando ajudava o pai em uma oficina de couro. Segundo o autor (p. 1). Louis vivia ele em Coupvray uma pequena cidade a 40 Km de Paris-França. O pai de Louis tinha uma loja, onde se fabricavam artigos de couro. Um dia em que brincava na referida loja, tendo em uma das mãos uma sovela, instrumento cortante, caiu, enterrando a ponta do instrumento em um dos olhos. Mais tarde, contudo, tornou-se cego dos dois olhos. Embora tivesse apenas sete ou oito anos, já era obrigado a andar com uma bengala. O povo de sua cidadezinha se apiedava, quando o via tão pequeno completamente cego, seguindo seu caminho pelas ruas com uma bengala, a fim de encontrar sua direção. Poucos anos depois Louis entrou para uma escola para cegos em Paris, Lá aprendeu a ler, isto é, aprendeu a reconhecer as vinte e seis letras, sentindo-as com os dedos. Mas as letras tinham muitas polegadas (cerca de 20 cm de largura e altura). Este era naturalmente um sistema muito primitivo de ler. Sá (p. 14) coloca que Louis Braille, em 1825, na França, criou o sistema Braille conhecido universalmente como código ou meio de leitura e escrita das pessoas cegas. Tem como base a combinação de 63 pontos que representam as letras do alfabeto, os números e outros símbolos gráficos. A combinação dos pontos é obtida pela disposição de seis pontos básicos, organizados espacialmente em duas colunas verticais com três pontos à direita e três à esquerda de uma cela básica denominada cela Braille e é realizada por meio de uma reglete e punção ou de uma máquina de escrever Braille. O processo de alfabetização através da leitura e escrita Braille A exclusão social e educacional vem no percurso histórico, desconsiderando a pessoa com deficiência. Vamos, portanto, analisar a situação. A partir de 1948, a ONU realizou uma convenção com a participação de seus países membros e o resultado foi a Declaração dos Direitos Humanos em que o Brasil como país membro, comprometeu-se a mudar sua política educacional e iniciar um processo de inclusão das pessoas com deficiência. Os anos se passaram, veio a Constituição Federal de 1988, Convenção da Guatemala em 1991, a Declaração de Salamanca em 1994, a nova LDB de 1996 e as legislações atuais. Ora, desde a Declaração dos Direitos Humanos, já se passaram 61 anos e pouca coisa mudou. As pessoas cegas, surdas, mentais e as demais pessoas deficientes continuam segregadas, os recursos limitados e parcos investimentos. Professores mal remunerados, descompromissados, cansados e raivosos. Não se sentem em condição de ter em suas salas de aula 45 alunos considerados normais, mas um ou dois deficientes, um cego e um surdo como exemplo. Isto sem incluir o deficiente mental severo, o altista, o paralisado cerebral. Como alfabetizar uma pessoa cega, sem recursos, sem interesse, sem cobranças, pois alfabetizar uma pessoa cega exige-se ferramentas complementares fundamentais como o Braille. Neste contexto, um programa de alfabetização que, realmente esteja compromissado com as necessidades de um aluno com deficiência visual precisa primar por objetivos e conteúdos que possam levar este aluno a um desempenho que os possibilite exercer sua cidadania e que as construa nas dentro das atividades de ler e escrever socialmente. Beyer (2006, p. 9) destaca que, neste sentido a deficiência não é uma metonímia do ser, um jogo falacioso de lógico e, o todo não é e não deve ser definida por uma das suas partes. Não há pessoa deficiente, todas são iguais, cujos atributos são: não ouvir, não ver, não andar e assim por diante. O deficiente visual desde seu nascimento até a etapa escolar apresenta as limitações inerentes a sua condição e, portanto, pode apresentar atraso em seu desenvolvimento requerendo por isso, uma atenção específica. Suas descobertas e construções mentais irão depender da forma como será estimulado, levado a conhecer o mundo que o rodeia. Eis o desafio do alfabetizador: estimular, orientar, conduzir para autonomia, dar oportunidades, favorecendo o crescimento global da criança. Porém, a inclusão das pessoas cegas tem trazido momentos de angústia para alfabetizandos e alfabetizadores. Sá (2006, p. 14), destaca que está sendo um período de desafios e de descobertas imprevisíveis, tanto nos aspectos negativos quanto nos positivos. Por tais razões, é preciso que os professores que desejam dedicar-se a esse campo educacional tenham o preparo que se exige, para que os resultados obtidos sejam, na realidade, os mais proveitosos. Independentemente da postura pedagógica adotada, o alfabetizador de crianças cegas deve compreender que elas podem necessitar de mais tempo para adquirir habilidades sensórias- motoras simbólicas e pré-operatórias. Dias (2008, p. 1 apud Almeida) sobre o processo de aprendizagem de uma criança portadora de deficiência visual, enfatiza sobre a importância de procedimentos e recursos especializados. Para que seu crescimento global se efetive, verdadeiramente, faz-se necessário que lhe sejam oferecidas muitas oportunidades de experiências, e inúmeras habilidades devem ser trabalhadas. Isto significa que uma criança cega deve ser educada sob a orientação de vários meios e exercícios de condicionamento. Este enfoque, antigo e superado, deve ser mudado. De maneira inversa a da criança vidente que incorpora, assistematicamente, hábitos de escrita e de leitura desde muito cedo, a criança cega demora muito tempo a entrar no universo do ler e escrever. O Sistema Braille não faz parte do dia-a-dia, como um objeto socialmente estabelecido. Somente os cegos se utilizam dele. As descobertas das propriedades e funções da escrita tornam-se impraticáveis para ela. Dias (2008, p. 6 apud ALMEIDA). A acessibilidade e cidadania, as atividades escolares e de vida diária das pessoas cegas podem ser facilitadas pelo uso de equipamentos e outros recursos indispensáveis para o desenvolvimento de suas habilidades. Para Sá (2006, p. 16), as máquinas de escrever em Braille, os gravadores, os livros sonoros, os ledores, os computadores com linha Braille ou softwares com síntese de voz, leitores de tela e ampliadores e os auxílios ópticos são alternativas mais recorrentes. A autora enfatiza que o Sistema Braille é um recurso fundamental e complementa a aprendizagem e, portanto, imprescindíveis nas escolas inclusivas e nas salas de recurso que atendem alunos cegos. Nesse contexto, a criança cega é um ser inteiro, dona dos seus pensamentos, e construtora, ainda que em condições peculiares, do seu próprio conhecimento. Vê-la como um produto de treinamentos repetitivos conduz a distorções. Portanto, o Braille amplia as probabilidades de sucesso na alfabetização de crianças cegas. Nossa trajetória profissional na Educação Especial Sou educadora com deficiência visual total e trabalho na área da Educação Especial há três anos. Desempenho atualmente a função de revisora Braille, em uma Escola Estadual de Atendimento Específico na cidade de Manaus-Am., nos turnos matutino e vespertino no CAP - Centro de Apoio às Pessoas com Deficiência visual. Quando iniciei minha vida profissional na referida escola há três anos atrás, desempenhava a função de professora de Braille e Sorobã, ou seja, orientava os educandos cegos e de baixa visão, a desenvolver sua leitura e escrita em Braille e os cálculos matemáticos. Os alunos em sua maioria eram adolescentes e jovens, os quais vinham em dias alternados para receber qualquer orientação no Braille e no sorobã. Dificuldades todos tinham, pois para muitos, essa modalidade de leitura, escrita e cálculos matemáticos, já não eram tão difíceis, pois alguns já estavam bem familiarizados. Para outros, entretantos, o primeiro contato, era algo assustador, cansativo e estressante, porque achavam muito complicado ler algo em relevo e utilizar um objeto para calcular ou efetuar qualquer operação em matemática. Lidar com uma clientela tão especial, não foi tão fácil como para qualquer educador, porque trabalhar com alunos surdos e cegos, com pré-adolescentes, alunos com comprometimento neurológico e alunos com dificuldade de aprendizagem, o que nos levou a dedicar-nos mais e mais na função, a qual estava desempenhando com muito carinho e profissionalismo, acima de tudo. Além dessas dificuldades já apresentadas, eles também contavam com um agravante, a deslocação de suas casas para a escola, a falta de uma pessoa, que pudesse levá-los as aulas e por fim, a parte financeira de suas famílias, pois muitos alunos faltavam às aulas, devido seus pais ou responsáveis, em alguns casos, não terem conduções próprias e nem dinheiro para o transporte, devido às dificuldades já relatadas, poucos alunos chegaram à reta final, muitos por já dominarem o básico do Braille e alguns cálculos matemáticos, alguns deixavam de ir às aulas, a ponto de se acomodarem e por fim, desistiam de freqüentar a escola. Com o passar dos anos, a demanda de educandos cegos e de baixa visão, foi se expandido mais e mais principalmente entre as pessoas adultas e idosas que sentiam a necessidade de interação com outros deficientes visuais e por não aceitarem mais o comodismo representado pelo ócio, pela dependência familiar e em alguns casos, as doenças adquiridas como a diabete e a depressão, o que demonstrava a necessidade de formação para os educadores na área. Necessidades estas, que não era somente no atendimento em termos de Braille e sorobã, como também o apoio pedagógico e psicológico oferecido. Este atendimento já começava a ser posto em prática pelos professores que na verdade, eram vistos como terapeutas e amigos, o que agradava muito aos alunos. Com essa demanda de alunos deficientes visuais, os atendimentos da pesquisadora ficaram restritos somente ao Braille, pois pela parte da tarde no Centro de Apoio Pedagógico, outra professora ministrava também aula de Braille e sorobã. Foram nessas mudanças e alterações, que tivemos o privilégio de ministrar aulas a alunos adultos com quadro de diabetes, ou seja, senhores e senhoras cegos e de baixa visão. Para muitos, o Braille tornava-se uma terapia, um passatempo e até mesmo, uma diversão agradável, pois além de serem bem responsáveis e pontuais, eram alunos alegres, divertidos e com uma vasta experiência de vida, o que contagiava a todos, com tantas qualidades. Devido à falta de sensibilidade tátil prejudicada pela diabete, alguns deles, faziam somente a estimulação tátil, pois para isso, eles podiam contar com recursos didáticos adaptados para esta finalidade. Embora eles tivessem a determinação, a curiosidade e a disponibilidade, havia um outro agravante, o deslocamento de suas casas e a insulina, que muitos deles, precisavam tomar. No caso de tomar o remédio na hora e receber aulas de Braille, na maioria das vezes, não combinava com os horários, fazendo com que, alguns desistissem ou abandonassem a escola. Quanto ao deslocamento, os alunos em sua maioria, dependiam de filhos, netos, maridos, esposas ou outros parentes, os quais nem sempre podiam levá-los para as aulas, fazendo com que eles viessem a ser prejudicados em seu processo ensino-aprendizagem, no que se refere à leitura e escrita em Braille. Além de ter ministrado aulas de Braille e sorobã para adolescentes, adultos e idosos, também ministramos aulas para crianças cegas e de baixa visão. Mas nada foi tão marcante, do que as aulas para senhoras e senhores cegas/os e de baixa visão, os quais não mediam esforços, para estarem em seus horários determinados, apesar das imensas dificuldades, mesmo nos períodos de chuva, dias quentes, nada impedia que os alunos que freqüentavam as aulas de Braille deixassem de estarem presentes, lá estavam eles cheios de garra, determinação e uma alegria e simpatia, que contagiavam a todos da escola. Hoje, exercemos a função de revisora Braille. Nosso trabalho foi desenvolvido da seguinte forma: os colegas da manhã e da tarde, digitam, digitalizam e escaneiam o material que será transformado em livros em tinta ampliada e Braille, os livros são da rede estadual e municipal. Depois desse processo, eles são impressos e por fim, fazemos a revisão, isso dentro das normas da Ortografia Braille Nova. Meu contato com outras pessoas cegas tem oportunizado detectar as dificuldades das pessoas que freqüentam o centro e sensibilizar familiares sobre procedimentos a serem utilizados em casa, sobre a autonomia que a família precisa proporcionar a pessoa cega e, principalmente o acesso aos recursos como o Braille. Considerações preliminares De acordo com os levantamentos bibliográficos preliminares, é possível assegurar que o Braille é de fato uma ferramenta indispensável e que complementa na conjugação com outros recursos para o desenvolvimento das potencialidades dos alunos cegos. No entanto, temos plena consciência das dificuldades que os alunos cegos e com baixa-visão tem quanto ao acesso a livros em Braille. Não existem nas escolas regulares, não existem nas bibliotecas, somente no CAP - Manaus e na escola especial tem-se acesso a alguma literatura específica. As escolas inclusivas não dispõem de profissionais capacitados para o atendimento aos alunos, como também as salas de recursos. Outro problema, diz respeito à acessibilidade que combine acesso a transportes públicos e adaptações necessárias, como também a aceitação da sociedade. REFERÊNCIAS BEYER, Hugo Otto. A Educação Inclusiva: ressignificando conceitos e práticas da educação especial. Universidade de Hamburgo. Alemanha: Departamento de Estudos Especiais - UFGRS, 2006. UWE, Flick. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2ª. edição, Porto Alegre: Bookman, 2004. Reimpressão 2007. DIAS, Denise Teperine. Elaboração e Desenvolvimento de Currículo do Deficiente Visual. Belo Horizonte, 2008. (Material usado no curso de Especialização em Educação Especial: uma abordagem inclusiva - Universidade Federal do Amazonas. Manaus: Faculdade de Educação). MARIANO, Gilmar de Freitas. The Story of Louis Braille, Sao Paulo, 2001. SÁ, Elizabete Dias. Atendimento Educacional Especializado. Deficiência Visual. Elizabete Dias de Sá; Zilda Maria de Campos; Myriam Beatriz Campolina Silva. Inclusão de alunos cegos e com baixa visão, Belo Horizonte. ______. Acessibilidade: as pessoas cegas no itinerário da cidadania. Belo Horizonte: Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual. Belo Horizonte: CAP-BH, 2006. 1 Pedagoga, especialista em Educação Especial e aluna do Mestrado em Educação - PPGE - UFAM. E-mail: francybbelem@gmail.com 2 Doutor em Psicologia - USC - Espanha. Professor do PPGE-UFAM e orientador deste trabalho. E-mail: aristonildo@ufam.edu.br ?? ?? ?? ??