Você está no site: Civilizações HpFrancos Nos primeiros séculos da Idade Média, o principal reino cristão da Europa foi o dos francos, cujo domínio chegou a estender-se pelos territórios da França e Alemanha. Entre os séculos VIII e IX, a dinastia franca dos carolíngios tentou restabelecer a autoridade do Império Romano sobre o Ocidente. Os francos eram um povo de língua germânica oriundo do norte do rio Reno que, a partir do século III da era cristã, começou a invadir as terras romanas da Gália. Três famílias ou clãs principais compunham a confederação de tribos francas: os sálios, os ripuários e os catos. A penetração na Gália não se fez de maneira homogênea: os sálios deslocaram-se para as terras situadas ao norte do Loire, enquanto os catos e os ripuários ocuparam a região do Reno e o nordeste da Gália. A tribo sália não era muito numerosa, mas isso não a impediu de submeter as tribos que se rebelavam freqüentemente contra a rigorosa ordem estabelecida pelo Império Romano. Ao mesmo tempo, tropas auxiliares francas aliaram-se ao Império Romano na luta contra as invasões de outros povos germânicos. Alguns francos chegaram mesmo a ocupar altos postos no exército e no estado romanos. No século V, o rei sálio Childerico I, aliado de Roma, conseguiu dominar uma vasta região do norte da Gália, que incluía o vale parisiense. Com a morte de Childerico, segundo monarca da dinastia merovíngia, seu filho Clóvis I passou a reinar sozinho sobre os francos e, depois de derrotar o duque galo-romano Siágrio em 486, submeteu todo o território compreendido entre o Soma e o Loire, o que libertou seu reino do jugo romano. No princípio do século VI, Clóvis derrotou os alamanos e ampliou as fronteiras orientais do reino franco. Fato essencial na história do reino franco foi a conversão de Clóvis ao cristianismo. Esse ato favoreceu a fusão entre francos e galo-romanos e permitiu o entendimento com a população católica dominada pelos visigodos arianos do reino de Toulouse, que os francos derrotaram na batalha de Vouillé, no ano 507. Clóvis também empreendeu campanhas contra o reino dos burgúndios, a leste do Ródano. Com sua morte, o reino foi dividido entre os herdeiros. O território franco estendeu-se então até a Borgonha e a Provença, o que lhe forneceu uma saída para o mar Mediterrâneo. Os reis francos decidiram então intervir na Itália e na Germânia. Na Itália, o rei Teodebaldo avançou até o vale do Pó em 553, mas a resistência da população obrigou-o a retirar-se no ano seguinte. Na Germânia, os francos recorreram a uma política de anexação de territórios e de sujeição dos povos ali assentados, como os saxões e os alamanos. Em 558, Clotário I concentrou em suas mãos o poder de todo o país, mas essa situação foi efêmera, pois morreu em 561. O reino foi novamente dividido entre seus filhos, o que provocou o enfraquecimento do poder franco. No século VI, a força de expansão do reino conteve-se diante dos ataques de lombardos, ávaros e visigodos, enquanto fortes poderes locais opunham-se ao centralismo monárquico. No século VII, o rei Clotário II conseguiu unificar o reino, tarefa prosseguida por seu filho Dagoberto I. A dinastia merovíngia conheceu um período de rápida decadência, no qual adquiriram grande relevância os mordomos do paço. Um desses mordomos, Pepino de Heristal ou Pepino II, impôs sua autoridade sobre o conjunto do reino. Carlos Martel, seu filho, iniciou a dinastia carolíngia, e juntamente com Carlos Magno, que reinou de 768 a 814, levou o reino franco a seu máximo esplendor. Luís o Piedoso, filho de Carlos Magno, dividiu o império carolíngio entre os herdeiros: Lotário I recebeu o título imperial e o reino central, ou Lotaríngia; Carlos o Calvo, coroado imperador em 875, herdou o Reino Franco Ocidental, núcleo da futura França; e a Luís o Germânico coube o Reino Franco Oriental, no território compreendido pela Alemanha atual. Topo