Pequenas Causas Que Podem Levar Uma Pessoa a Ficar Cega: Cuide Bem de Seus Olhos Avaliação visual e desenvolvimento cognitivo Trabalho a ser apresentado na Disciplina: Característica da Pessoa com Necessidades Especiais, pelos acadêmicos: Clair Sergio Figueiredo e Adalise de Rezende. Professora: Maria Elda Garrido. Universidade Estadual do Centro-Oeste -- UNICENTRO, Guarapuava -- 2005. Este trabalho tem como objetivo, difundir noções sobre saúde ocular. Apontando alguns cuidados básicos de ações, mesmo em comunidades que não disponham de médicos especialistas na área. Para que as pessoas possam usufruir de uma vida plena, faz-se necessário que as pessoas tenham cuidados com a saúde à população, despertando na comunidade e nas equipes de saúde a preocupação e a responsabilidade com a visão e a sua importância. A saúde é uma conseqüência de vida das pessoas e influencia diretamente na qualidade como: (alimentação, habitação, educação, meio ambiente, transporte, trabalho, lazer, etc.); assim como a saúde ocular está ligada diretamente às condições de vida da população. Qualquer pessoa pode desenvolver ações de saúde, desde que esteja adequadamente treinada. Caso ocorra a detecção precoce de problemas oculares, o mesmo deve ser encaminhado ao médico oftalmologista. Cuidados importantes: deve-se levar em conta as condições de vida das populações, bem como a melhoria da saúde geral e ocular. As condições básicas de higiene pessoal e ambiental, bem como a existência de saneamento; impedem a propagação de infecções oculares. Alimentando-se adequadamente: o leite materno tem nutrientes importantes para o desenvolvimento da criança, é rico em vitamina A. protetora das mucosas oculares. Outros alimentos ricos em vitamina A. são o leite, o fígado, os ovos, os legumes amarelos (cenoura, abóbora) e as verduras (espinafre, brócolis). Estes previnem a deficiência da vitamina A que pode levar a várias auterações oculares como "cegueira" noturna e até quadros mais graves, alguns casos podem resultar em cegueira. Imunização: algumas moléstias infecto-contagiosas, como o sarampo, podem causar cegueira, principalmente em criançãs desnutridas, pelo comprometimento da córnea. A rubéola pode causar catarata congênita e outras auterações oculares gravesem crianças de máes acometidas pela doença na gestação. Prevenção: observar sinais e sintomas das afecções oculares, medida rotineira da acuidade visual, orientar sobre infecções e acidentes oculares. Outra ação preventiva é o aconselhamento genético, esclarecendo sobre problemas hereditários e as conseqüências oculares advindas de casamentos consangüíneos (casamentos entre parentes até 3º grau). No controle do pré-natal estão os exames laboratoriais que podem detectar a toxoplasmose e a sífilis. O diagnóstico precoce e o tratamento correto dessas doenças, previnem o aparecimento de cegueiras congênitas oculares. Fases da visão: a criança nasce com os olhos fechados, aos poucos o recém-nascido tem ligeira sensibilidade à claridade. Com dois ou três meses a criança começa a seguir objetos e tem um nível maior de fixação visual. Nessa fase ela apresenta suas emoções por meio de lágrimas. De quatro a cinco meses a criança mostra maior interesse visual, reconhecendo objetos e rostos familiares, mas ainda é reduzido o seu grau de visão. De cinco a sete meses a criança muda o seu olhar e explora o ambiente, pega objetos e os examina. A coloração final da íris (cor dos olhos) dá-se nesta ocasião. No primeiro ano de vida a criança já tem maior facilidade; identifica objetos minúsculos e progressivamente ela desenvolve sua coordenação motora e visual. Assim seguem nos meses e anos seguintes. Aos seis anos de idade ocorre a maturidade do sistema visual. É importante salientar que a visão evolui com o crescimento do indivíduo. Uma criança com deficiência visual, pode não ter consciência deste fato e não se queixar, uma vez que não sabe como deveria enxergar. A criança que nasce com uma deficiência visual tem seu desenvolvimento prejudicado, pois receberá menos estímulos para explorar o ambiente que a cerca. Cuidados com o recém-nascido: a primeira ação a ser tomada com o recém-nascido, é a instilação de colírio de nitrato de prata a 1%, em ambos os olhos, durante a primeira hora após o parto. Esta ação é específica na prevenção da conjuntivite gonocócica, que pode levar o bebê a cegueira. A pessoa responsável deve observar: o tamanho, o brilho, a coloração e a transparência na estrutura dos olhos. Qualquer anormalidade, a criança deve ser encaminhada ao oftalmologista. A observação poderá detectar catarata congênita (pupila branca). Glaucoma congênito (olho grande e sensibilidade excessiva à luz), conjuntivite (olho vermelho com secreção purulenta) e ptose congênita (pálpebra caída). Lacrimejamento constante pode ser a obstrução do canal lacrimal, glaucoma congênito, conjuntivite ou úlcera de córnea. Algumas dessas doenças podem levar a cegueira, caso não seja detectada precocemente. É preciso evitar acidentes com unhas compridas (tanto da mãe ou do bebê), o berço também deve ser protegido, evitando infecções por moscas e outros insetos. Os olhos devem ser lavados com água limpa e fria, enxugando-os com toalha individual. Outros cuidados em lactentes e pré-escolares: manter em dia as vacinas, notar se a criança cai muito, derruba objetos e tem dificuldades para brincar em grupos. Crianças que faz careta, pisca muito, "aperta" os olhos, se aproxima da televisão ou inclina a cabeça para enxergar melhor; secreção (purgação), crostas nos cílios, visão embaçada, dor de cabeça, visão dupla ou desvio (olho "vesgo"). A criança que apresenta estes sintomas, ela pode ter baixa visão, essa falta de visão talvez seja apenas em um olho ou nos dois olhos. Devem ser evitados acidentes com tesoura, faca, lápis e demais objetos pontiagudos. Período escolar: o professor deve observar se alguns de seus alunos apresentam quaisquer dos seguintes itens abaixo: vermelhidão nos olhos após as aulas; lacrimejamento durante a leitura de um texto; afastamento ou aproximação do livro durante a leitura; cansaço e desinteresse após algumas horas de atividade escolar; dores de cabeça, tonturas e náuseas, após esforço visual; troca de letras ao ler, e baixo rendimento escolar. O adulto: desde a infância é preciso cuidar da visão, mas depois de adulto surgem outros problemas que podem afetar a visão, principalmente após os 40 anos de idade é bom tomar alguns cuidados. Deve ser observado o aparecimento da presbiopia (vista cansada para atividades de perto). Doenças infecciosas como a tuberculose, hanseníase, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ( AIDS, diabete e pressão arterial; se não forem tratadas, podem levar a pessoa a cegueira.) O idoso também deve cuidar da visão, pois há casos de cegueiras que podem ser recuperados, por exemplo: o glaucoma e a catarata senil. Caso não seja diagnosticado a tempo, algumas doenças crônico-degenerativas como: degeneração macular senil, ipertenção arterial e o diabete, podem levar o idoso a cegueira. Erros de refração (ametropias) As ametropias são auterações da acuidade visual, para uma boa correção é necessário o uso de óculos de grau. As ametropias, também conhecidas popularmente como vícios ou erros de refração. Os sintomas são: dificuldades em enxergar, dor de cabeça e baixo rendimento escolar. São elas: a hipermetropia, a miopia, o astigmatismo e a presbiopia Hipermetropia: é o mais comum defeito da infância, permite enxergar bem para longe e mal para perto. É comum o cansaço visual e dor de cabeça (cefaléia). A imagem forma-se depois da retina. Miopia: dificuldade de visão para longe, a imagem forma-se antes da retina. Astigmatismo: ocorre quando as imagens não se focam na retina, pode interferir na acuidade visual para longe e para perto. Presbiopia: conhecida como "vista cansada da idade", ocorre geralmente a partir dos quarenta anos e se caracteriza pela dificuldade de visão para perto. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO O desenvolvimento cognitivo está no período sensório motor, que vaidesde o nascimento até aos 3 anos de idade. É nesta fase que também é desenvolvido o seu sistema motor. O desenvolvimento afetivo é fundamental para garantir a criança cega, o desenvolvimento normal de seus conhecimentos e a formação de uma personalidade harmônica. Desde cedo, a criança com deficiência visual manifesta uma forte preferência por pessoas, enquanto seu interesse por objetos demora mais a se manifestar, em comparação com as crianças que enxergam. O deficiente visual é vítima de superproteção por um lado, e por outro, de preconceitos e mitos -- que projetam sua imagem como assexuados, incapazes, dependentes e eternas crianças. A adolescência, uma fase plena de descobertas e transformações, pode ser vivida com intensidade pelo portador de deficiência visual, do ponto de vista afetivo e sexual. E a sexualidade como parte da natureza humana, contribuem para inseri-lo no mundo. A anos, o mercado de trabalho para o deficiente visual era escasso, hoje, com a evolução tecnológica, surgiram novas possibilidades de trabalho. AVALIADORES E AVALIADOS A avaliação das pessoas com necessidades especiais, em geral, são realizadas por pessoas que não fazem parte da secretaria de educação; são feitas por psicólogos e profissionais de outras áreas. Esse modelo de avaliação, torna-se difícil para o professor saber de fato, qual é a real dificuldade de seu aluno. A maioria dos testes utilizados, de base clínica, pouco contribuem para a tomada de decisões nos aspectos curriculares ou de práticas pedagógicas. As condições em que a avaliação diagnóstica ocorre, geralmente são artificiais, fora do cotidiano dos avaliados. O próprio linguajar do avaliador que segue instruções padronizadas, pode ser outra limitação que mascara o potencial do avaliado. Por isso ainda hoje, muitas escolas trabalha com critérios de estatísticas, ou seja, organizam tabelas de classificação. Com base na educação especial, são poucos, mas ainda há alunos que chegam à escola, trazendo um diagnóstico médico, para serem matriculados. Esses indivíduos apresentam alguma deficência como: mental, sensorial, física, motora, múltipla ou de portadores de condutas típicas de síndrome psiquiátrica, neurológicas ou com quadros psicológicos graves. Outros, são matriculados na escola sem passar pela equipe de diagnóstico da educação especial. Sendo grande a demanda, a equipe de diagnósticos possui poucos profissionais; nesse caso, os futuros alunos costumam ficar numa fila esperando serem examinados ou simplesmente desistem. O maior número de alunos para avaliação diagnóstica, vem do ensino comum, geralmente porque há suspeitas de alguma deficiência de distúrbio de aprendizagem, ou porque incomodam pelo comportamento que apresentam. Cinco tipos de decisões que antessipam a avaliação realizada pelas equipes de diagnósticos: encaminhamentos para tratamento, triagem, classificação, planejamento educacional e análise do progresso do aluno. Vale lembrar que a Lei 4.024/61 e 5.692/71 que vigoraram até dezembro de 1996, nos artigos referentes a Educação Especial, usava-se o termo: _tratamento_. Embora na Constituição de 1988, ele tenha sido substituído por: _Atendimento Educacional Especializado_. (ART. 208). Os avaliadores, são todos os que lidam com o avaliado; todos podem ser sujeitos avaliadores, ou sujeitos avaliados. Buscando sempre, identificar as necessidades que apresentam e que precisam ser supridas pelas escolas. Referência Bibliográfica: ULAC -- União Latino-Americana de Cegos, Previna a Cegueira. Comissão de Prevenção da Cegueira. Fundação Dorina Nowill Para Cegos, São Paulo -- Brasil -- 2002; 42 p.