A Grécia A Grécia é o berço da civilização ocidental, da filosofia, da literatura e da idéia moderna de democracia. Abriga construções e monumentos que testemunham a sua grandeza na Antiguidade e a mitologia fértil de deuses e heróis. Os seus tesouros artísticos e culturais e o clima agradável atraem visitantes de todo o mundo. O país espalha-se por uma península rochosa e dezenas de ilhas ao leste do Mar Mediterrâneo, nos mares Egeu e Jônico. Apesar do solo pobre, é um grande produtor de azeitonas. A pesca e a marinha mercante são também importantes para a economia. Situada na instável região balcânica, a Grécia mantém conflitos históricos de fronteira com a Macedônia , ao norte, e com a Turquia , ao leste. Fatos Históricos – A Grécia antiga atinge seu apogeu no século V a.C., quando Atenas, a mais importante das cidades-Estado da região, era governada por Péricles (495 a.C.-429 a.C.). As cidades gregas, divididas por rivalidades, são dominadas por Felipe II da Macedônia, no século IV a.C. Seu filho e sucessor, Alexandre, o Grande, difunde a civilização helênica (grega) pelo Oriente. Em 148 a.C., a Macedônia transforma-se em província romana. Com a queda do Império Romano , no século V, a Grécia integra o Império Bizantino até ser conquistada pelo Império Turco-Otomano , no século XV. O renascimento cultural do século XVIII inspira os gregos a rebelarem-se contra os turcos entre 1821 e 1822. Um reino grego independente é estabelecido em 1830. O território amplia-se com a anexação de partes da Macedônia e da Trácia, em conseqüência da derrota turca nas Guerras Balcânicas em 19 de dezembro de 1913. Guerras mundiais – As divergências entre o rei Constantino I e o primeiro-ministro Eleutherius Venizelos causam a indefinição da Grécia durante o início da 1ª Guerra Mundial (1914-1918). Mas, em 1917, Constantino I renuncia e Venizelos opta por entrar no conflito ao lado dos aliados (França e Reino. Constantino I volta ao poder em 1920, aclamado por um plebiscito, mas abdica em 1922. O país vive um período republicano entre 1924 e 1935, quando outro plebiscito restaura a monarquia e recoloca no trono George II, que já reinara de 1922 a 1924. Em agosto de 1936, George II permite o estabelecimento da ditadura direitista do general Iannis Metaxas, que está no poder quando as tropas de Mussolini invadem a Grécia, em outubro de 1940, no início da 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Os italianos são repelidos e a Grécia sofre a ocupação das tropas alemãs, em 1941. Movimentos guerrilheiros rivais, monarquistas e comunistas, sustentam o combate contra os nazistas até 1944, ano em que as tropas britânicas expulsam os soldados de Hitler. Monarquistas e comunistas lutam entre si antes mesmo da libertação completa do país. Em 1946, um plebiscito traz de volta o rei George II, mas o país mergulha na guerra civil. Com o apoio decisivo dos EUA e a complacência da URSS, os monarquistas derrotam os comunistas, em 1949. Segue-se um período de violenta repressão anticomunista. George II morre em abril de 1947 e é sucedido por seu irmão Paul I. Entre 1952 e 1955, a Grécia é dominada pelo general Papagos, que obtém créditos dos EUA para reconstruir o país. Ditadura militar – Sucedem-se governos marcados pelas disputas entre o líder dos conservadores, Konstantin Karamanlis, e o dos socialistas, George Papandreou, e pela crise com a Turquia, na disputa de Chipre . Em maio de 1965, pouco mais de um ano após a ascensão do rei Constantino II ao trono, é denunciada uma suposta conspiração golpista liderada por Andreas Papandreou, filho de George Papandreou. A tensão cresce e, em 1967, um grupo de coronéis, sob a liderança de George Papadopoulos, toma o poder e estabelece uma ditadura militar. A monarquia é formalmente abolida em 1973. O regime militar mostra-se incapaz de lidar com o conflito em Chipre. Uma onda de protestos incita os militares a devolver o poder aos civis em 1974. Karamanlis chefia o governo de transição e convoca eleições. O seu partido, a Nova Democracia, obtém expressiva maioria parlamentar. Os líderes do “regime dos coronéis” são julgados e condenados. A volta da monarquia é rejeitada em plebiscito, em dezembro de 1974. Karamanlis é eleito presidente, em 1980. Integração européia – No ano seguinte, a Grécia ingressa na Comunidade Européia. É quando são realizadas eleições, com a vitória dos socialistas do Movimento Socialista Pan-Helênico (Pasok), de Andreas Papandreou. O Pasok obtém uma segunda vitória eleitoral, em 1985. Denúncias de corrupção envolvem Papandreou e dirigentes do Pasok, e trazem de volta ao poder a Nova Democracia, em 1990. O governo do primeiro-ministro Konstantinos Mitsotakis implanta um programa econômico de austeridade, que provoca greves e protestos. Em 1992, o Parlamento aprova o Tratado de Maastricht, no qual se prevê a aceleração da unificação européia. Macedônia – Uma crise diplomática eclode em 1993, quando a Grécia usa seu poder de veto na União Européia para bloquear o reconhecimento da independência da Macedônia. As autoridades e a opinião pública gregas não aceitam que a ex-República iugoslava se sirva do nome de Macedônia, o mesmo utilizado para denominar a província grega fronteiriça. O governo grego receia que o surgimento de uma Macedônia independente possa suscitar o separatismo na província, envolvendo numa espiral de conflitos até mesmo a Bulgária , onde também vivem macedônios. Em outubro de 1993, o Pasok volta ao poder com Papandreou, que promete reverter a política de privatizações do governo conservador e baixar a inflação. Em fevereiro de 1994, a União Européia (UE) declara como violação da lei européia o bloqueio imposto pela Grécia na fronteira com a Macedônia. A partir de abril, cresce a tensão na fronteira com a Albânia , após o assassinato de dois guardas albaneses por militantes da minoria grega que habita aquele país. Só em 1995, com a visita à Albânia do ministro grego de Assuntos Externos, Karolos Papoulias, melhoram as relações entre os dois países. Em janeiro do mesmo ano, o antigo primeiro-ministro Mitsotakis é absolvido pelo Parlamento das acusações de corrupção. No mês seguinte, recomeçam os conflitos com a Turquia, a partir da interceptação pela Força Aérea grega de quatro aviões turcos que sobrevoavam a Ilha de Rodes. Em março, Kostas Stephanopoulos, veterano político de direita, é eleito presidente pelo Parlamento, cargo desprovido de poder real no país, substituindo Karamanlis. Após violenta repressão a protestos de agricultores contra o aumento de taxas, o ministro da Ordem Pública, Stilianos Papathemelis, renuncia em 30 de março. Dados gerais Nome oficial: República Helênica (Hellenike Demokratíe) Nacionalidade: grega Capital: Atenas Idioma: grego, demotiki Religião: cristianismo (maioria ortodoxa – oficial), islamismo Área: 131.957 km² Localização: sul da Europa Limites: Albânia (NO), Fyrom e Bulgária (N), Turquia (NE), Mar Egeu (L), Mar Mediterrâneo (S e O), Mar Jônico (O) Características: litoral acidentado com várias ilhas (Creta, principal) e arquipélagos das Ilhas Jônicas a NO, das Cíclades e das Espórades a L e SE, relevo montanhoso na parte continental e na Península do Peloponeso, planícies isoladas (N e L) Clima: mediterrâneo Hora local (em relação a Brasília): +5h População (1995): 10,5 milhões Densidade demográfica (hab./km²): 79,57 Crescimento demográfico: 0,2% População no ano de 2025: 9,9 milhões Natalidade (por 1.000 hab.): 10 Mortalidade infantil (por 1.000 hab.): 9 Fertilidade (nº de filhos por mulher): 1,4 Expectativa de vida (H/M): 75,6/80,6 Analfabetismo: 7% Regime de governo: república parlamentarista Divisão administrativa: 10 regiões divididas em 51 administrações Chefe de Estado: presidente Konstantin Karamanlis (desde 1990) e Konstantinos Stephanopoulos (desde março de 1995) Chefe de governo: primeiro-ministro Andreas Papandreou (de 1993 até a renúncia em 15/1/1996); Konstantinos Simitis, do Pasok (desde 22/1/1996) Principais partidos: Movimento Socialista Pan-Helênico (Pasok), Nova Democracia, Primavera Política, Comunista Organização do Legislativo: unicameral – Parlamento, com 300 membros eleitos por voto direto para mandatos de 4 anos Constituição em vigor: 1975 (várias emendas) Moeda: dracma Cotação (para 1 US$): 224,11 (1995) PIB: US$ 63.240 milhões PNB per capita: US$ 7.390 Agricultura: 18% do PIB Indústria: 32% do PIB Manufatura: 20% do PIB Serviços: 50% do PIB Inflação anual: 17,3% Circulação de jornais (por 1.000 hab.): 136 Representação diplomática: SHIS – QL 4, cj. 1, casa 18, CEP 70461-900, Brasília, DF, tel. 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