CONTRAPONTO JORNAL ELETRÔNICO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT ANO 7 JULHO DE 2012 62ª Edição Legenda: "Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos nós seremos discriminados , porque é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito"... Patrocinadores: (ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO IBC) Editoração eletrônica: MÁRCIA DA SILVA BARRETO Distribuição: gratuita CONTATOS: Telefone: (0XX21) 2551-2833 Correspondência: Rua Marquês de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A CEP: 22230-061 Rio de Janeiro - RJ e-mail: contraponto@exaluibc.org.br Site:exaluibc.org.br/contraponto.htm EDITOR RESPONSÁVEL: VALDENITO DE SOUZA e-mail: contraponto@exaluibc.org.br EDITA E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET. SUMÁRIO: 1. EDITORIAL: *O Enigma da Inacessibilidade 2.A DIRETORIA EM AÇÃO: *Relatório de atividades - Julho de 2012 3 . O IBC EM FOCO # VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES: *Continuação, à História Cronológica do Imperial Instituto dos Meninos Cegos (iii) 4.DV EM DESTAQUE# JOSÉ WALTER FIGUEREDO: 1- Desenvolvedor Cego Recebe Dois Prêmios em Concurso de Acessibilidade 2- Casal de deficientes visuais cria sistema portátil baseado em Android 3- O primeiro GPS para cegos 4- Aplicativo para celular auxilia deficiente visual 5- INSS nega benefício a trabalhador com quadro de cegueira 5.DE OLHO NA LEI #MÁRCIO LACERDA : *Poder Judiciário Fluminense Ignora Direito ao Atendimento Prioritário em Instituições Financeiras. 6.TRIBUNA EDUCACIONAL # SALETE SEMITELA: *Lição de casa para quê? 7.ANTENA POLÍTICA # HERCEN HILDEBRANDT: *Não percamos a oportunidade 8. PAINEL ACESSIBILIDADE # DEBORAH PRATES : *O Patrimônio Cultural da Humanidade é Inacessível 9.DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA: *Está aberta a temporada de vazamento de senhas, aprenda hoje a proteger as suas 10. O DV E A MÍDIA # VALDENITO DE SOUZA: *TV francesa faz programa de viagens com jornalista cega *Google usa deficiente visual para testar carro com piloto automático *Projeto ensina música a deficientes visuais e auditivos em Guarulhos *Placa do BRS é colocada em cima de piso para deficientes visuais *Sessão de cinema para deficiente visual chega ao interior paulista 11.PERSONA # IVONETE SANTOS: *Paulo Romeu e a Audiodescrição 12.SAÚDE OCULAR #: *Pálpebras caídas pedem investigação criteriosa *Colírios: neste inverno, evite a automedicação *Oftalmologista alerta: evite excessos nas férias 13.REENCONTRO # : *Carlos Alberto dos Santos Chaves 14.TIRANDO DE LETRA #: *O Meu Divã *Voltando a falar de preconceito 15.ETIQUETA # RITA OLIVEIRA: *Administrando as finanças pessoais 16.BENGALA DE FOGO #: *Diálogo: o Taxista e o passageiro 17. GALERIA CONTRAPONTO #: * Vicenta Castro Cambón 18. PANORAMA PARAOLÍMPICO # DIEGO CORREA : 1- Detentos do Paraná entregam 400 bolas de guizo para serem utilizadas nos jogos Paralímpicos de Londres 2- Divulgada a lista oficial dos Atletas convocados para os Jogos Paralímpicos 2012 3- Brasil conquista título do desafio internacional de futebol de 5 em Madrid 4- Principal campeonato de futebol de 5 do país acontece em novembro 19.CLASSIFICADOS CONTRAPONTO #: 20. FALE COM O CONTRAPONTO#: CARTAS DOS LEITORES -- ATENÇÃO: "As opiniões expressas nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus colunistas". #1. EDITORIAL NOSSA OPINIÃO: O Enigma da Inacessibilidade Para grande parte do nosso segmento, a sociedade historicamente sempre foi a grande responsável ( nosso bode expiatório) pela maioria das barreiras que dificultam nossa caminhada rumo a cidadania. (?!) Já está passando do tempo de nosso segmento (pessoas com deficiência visual) fazer uma reflexão e, com a imparcialidade devida, assumir sua parcela de responsabilidade no processo histórico da afirmação do nosso segmento perante a sociedade. Cito um fato recente, o qual considero emblemático, onde se caracteriza um fenômeno, por agora chamarei de "inacessibilidade", expresso no teorema: ( Sociedade x responsabilidade x Cegueira). Marco Antônio de Queirós(mais conhecido como MAQ), um companheiro de infortúnio, bastante conhecido no segmento como um "guerreiro contumaz" no front "uma internet acessível para todos", acaba de ser premiado, num concurso de âmbito nacional ( primeira Edição do Prêmio Nacional "Acessibilidade Para Todos", iniciativa do Escritório W3C Brasil em parceria com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Associação Brasileira das Agências Digitais (Abradi) e da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo), onde num total de 63(sessenta e três) trabalhos apresentados, haviam apenas dois cegos competindo. O companheiro MAQ foi contemplado com o primeiro lugar na categoria Pessoas/Personalidades /Instituições e o segundo lugar na Categoria Projetos Web - Entretenimento/Cultura/Educaç ão /Blogs com o site "Bengala Legal". Acontecimento por demais relevante para nosso segmento, onde o companheiro, teve seu importantíssimo trabalho (registrados em dois sites: www.acessibilidadelegal.com e www.bengalalegal.com), hoje, verdadeira referencia para o tema " acessibilidade na WEB", devidamente reconhecido. Prova contundente disto, o companheiro MAQ, está sendo indicado pra receber uma moção na Câmara dos Deputados. Relatei o brilhante feito do companheiro em duas listas, onde a comunidade assinante é basicamente do contexto tiflológico, para minha decepção, a comunidade listante, ignorou o êxito do valoroso companheiro, me arremetendo de pronto, para o enigma: Cegueira x responsabilidade x Sociedade = inacessibilidade( quem é quem neste enigma?!). #2. A DIRETORIA EM AÇÃO ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT Diretoria Executiva Relatório de atividades da diretoria executiva da Associação - 07/2012 Em conjunto com o Conselho Brasileiro para o Bem Estar da pessoa cega, em 25 de junho fizemos uma representação junto à prefeitura do Município do Rio de Janeiro sobre a questão do BRS. ** No dia 29/06, sexta-feira, foi realizada uma festa em comemoração aos 52 anos de existência e 10 de revitalização da entidade. Na ocasião foi realizado um show de ex-alunos, um show com a cantora Dorina, e no final do evento foi oferecido um lanche aos cerca de 80 convidados presentes. Durante toda a atividade foi realizada uma campanha de doação de latas de leite em pó que foram repassadas para a Maternidade Fernandes Figueira. O espetáculo foi fotografado e teve cobertura ao vivo pela Rádio Contraponto. ** Foi realizada no mês de junho uma reunião com o vereador Eliomar Coelho para falar sobre a questão da Meta 4 do PNE e sobre a problemática do BRS enfrentada por nós deficientes na cidade do Rio. O vereador nos repassou, na ocasião, um texto de sua autoria, em que crítica o BRS. ** A Associação dos Ex-Alunos do IBC conseguiu junto ao Metrô Rio um espaço em seus letreiros eletrônicos de divulgação, em que mostramos à sociedade como lidar com os deficientes visuais de um modo geral. ** No dia 02/07, realizou-se um encontro com o deputado federal Chico Alencar do PSOL para esclarecermos o que teria ocorrido quando da votação do PNE na Comissão especial da Câmara quando do voto em separado do companheiro de partido Ivan Valente de São Paulo. Ele nos falou que de fato ocorreu um problema na comunicação do partido e que o tal deputado de São Paulo acabou por fazer o voto em separado por pressões provenientes de sua base na capital paulista. Ele se desculpou com o nosso movimento de um modo geral em nome do partido e reafirmou o comprometimento dele e de seu partido com a nossa causa, inclusive se colocou à disposição para fazer gestões para nos ajudar em nível de Senado, quando o PNE lá chegar, isto é, se não for a plenário a pedido de mais de 10% dos deputados. Se ainda for a plenário, o compromisso permanecerá firme. Aproveitamos a oportunidade para solicitar a ele os contatos das agendas de Marcelo Freixo, candidato à prefeitura do Rio para que nós da Associação possamos marcar um encontro oficial para sabermos dele quais são suas metas em relação aos deficientes na cidade maravilhosa. ** Foi organizada uma comissão formada por Cláudio de Castro Panoeiro, Maria Salete e Ricardo de Azevedo Soares com a finalidade de apresentar sugestões de mudanças no estatuto da entidade. ** Conseguiu-se junto à Direção do Serviço Médico do IBC que pessoas que forem prestar concurso público, estágio ou emprego podem retirar o laudo médico no mesmo dia. ** No dia 10 de julho foi gravada uma entrevista do Projeto Memória com Luiz Carlos D'Ângelo. ** Departamento de Tecnologia - Novos projetos da Escola Virtual: 1 Projeto Terceiro Milênio(a informática ao alcance de todos) -- - Série de cursos de informática (Skype, Twitter, Facebook etc), ministrados pela Escola Virtual, com livre acesso da comunidade e transmissão da rádio Contraponto.. Estreou na segunda-feira (16/07/2012), comandada pela instrutora Vânia Isabel Ferreira de Minas Gerais, que começou ministrar um curso de Skype, previsto para quatro aulas, tendo o número de 18 alunos. 2. Projeto Cegos Empreendedores -- - Série de depoimentos de pessoas cegas e/ou de baixa visão levada ao ar no programa Canal livre veiculado na Escola Virtual com transmissão da rádio Contraponto. Estreou na terça-feira (17/07/2012), com o depoimento de um empresário cego de São Paulo, que trabalha com reciclagem de produtos não orgânicos. 3. Repensando o Clube do NVDA -- - Este projeto (divulgação e suporte ao leitor de tela NVDA), terá um novo formato . 4. Renovado o contrato com o servidor que hospeda a rádio contraponto e os programas envolvidos. Novo contrato tem a duração de um ano. Gilson Josefino - Presidente #3. O IBC EM FOCO Colunista: VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES ( vt.asm@oi.com.br) História Cronológica do Imperial Instituto dos Meninos Cegos (iii) Dou prosseguimento à História Cronológica do Imperial do Instituto dos Meninos Cegos, trabalho coletado por nosso companheiro Professor Paulo Felicíssimo Ferreira, com o intuito de mostrar a dimensão histórica da nossa instituição de Ensino e que sempre promoveu a inclusão das pessoas cegas, apesar das barreiras políticas e econômicas encontradas em sua trajetória de realizações, envolvendo fracassos e vitórias. _____________ Lembrando que este documento deve ser apreciado à luz de sua época e de seu contexto social, para que seja melhor entendido. ___________ Empregou Portugal os maiores esforços e todos os recursos bélicos que possuía para se opor à separação da parte transatlântica ??? onde lhe convinha restabelecer seu predomínio. Mas a separação foi conquistada pela dedicação heroica do Sem. D. Pedro 1º, e pelo denodo dos brasileiros, saindo sempre vencedores nos certames travados com os inimigos de sua pátria. O Brasil, país de mui pequena população, em proporção de suas imensas possessões de terras, mares e rios, contando então em seu seio bem poucos homens de ilustração e prática de negócios políticos, alcançando repentinamente a cerviz no gozo da liberdade, não podia usar dela com aquela moderação e prudência de um povo amestrado e experiente: deu isto lugar a que a sua Assembleia Constituinte exorbitasse, com detrimento da urgente decretação da lei fundamental do Império que lhe cumpria organizar com a maior sabedoria e no completo remanso das paixões; faltando pela força irresistível de circunstâncias a tão grave e importante missão, foi dissolvida, e o Sem D. Pedro 1º para não desmerecer a glória que adquirira em libertar o Brasil, e para cumprir o sagrado juramento que lhe prestara quando aceitou o trono e a aclamação de imperador, deu-lhe uma constituição a mais liberal de que povo algum de governo representativo haja tido neste século. Do acerto ou desacerto do golpe de estado na dissolução da constituinte, só poderá julgar a crítica, baseada em averiguações imparciais da história, em futuro ainda distante. Porém um povo ainda novel na prática desse sistema de governo, apreciando por exagerados e diversos modos a dissolução da constituinte, retalhou-se em partidos, uns pugnando pelas perigosas, instáveis e malfadadas utopias dos governos democráticos, outros pela proscrição do regime constitucional, almejando a fundação de um governo absoluto. Desta desunião intestina, açulada por intrigas e ambições desenvoltas, resultaram sublevações parciais em diversas províncias e notáveis abusos da liberdade da imprensa, com que se ousava deprimir e caluniar o fundador do Império sem que à nação pudesse caber a pecha de ingrata, porque em sua grande maioria conhecia a verdade, mantinha a ordem e se indignava por tais pronunciamentos. Nesta crise atuavam na alma do monarca outros desgostos. Havia falecido D. João VI no mês de março de 1826, devendo sucedê-lo no trono o Sem. D. Pedro 1º do Brasil, que por esta sucessão ficaria 4º em Portugal. O protesto de nada querer desse reino, fora muito solene e consentâneo com a separação das duas nações: não podia ele reinar em ambas; e conseguintemente, logo que no seguinte mês de abril lhe chegou a participação oficial daquele falecimento e a homenagem que lhe era devida como herdeiro da coroa, promulgou em 29 deste mês, uma carta constitucional na qual outorgou de novo o governo representativo à nação portuguesa, abdicou em sua Augusta filha Sem D. Maria 2ª, ainda menor a coroa que lhe competia, e nomeou o seu irmão Sem Infante D. Miguel, regente do reino, durante a minoridade da rainha. Mas o príncipe que tinha aceitado a regência concedendo-a até 1828 para melhor ??? os direitos de sua sobrinha, proclamou-se rei absoluto dos portugueses, estabelecendo entre eles o governo despótico, e sujeitando-os à mais feroz tirania. Em tal conjuntura aflitiva, achava-se Sem D. Pedro 1º tolhido de ir restaurar o trono de sua filha para arrancar Portugal do poder arbitrário sob que gemia; e ao mesmo tempo angustiado pelos desabrimentos das insensatas facções brasileiras, quando nesta capital uma manifestação anárquica requeria, com a audácia da exigência, a destituição do ministério, que pela constituição só é da competência e livre vontade do chefe do poder executivo nomear, conservar, modificar ou demitir. Cumpria ao soberano não descer da altura de suas atribuições legais, para que se não aluíssem os alicerces do sólio e se livrasse o Brasil dos perigos a que assim ficava exposto; para que se não sacrificasse um só brasileiro, e para que não se derramasse uma só gota de sangue. Em tão momentosa ocorrência tomou o imperador um expediente inesperado e espantoso, que pôs em evidência a grandeza dos seus sentimentos, o amor que consagrava aos brasileiros e a confiança que nele depositaram: Abdicou a coroa do Brasil em seu Augusto filho Sem. D. Pedro 2º, com seis anos incompletos de idade, no memorável dia 7 de abril de 1831. Entregava assim, ainda nas faixas da infância, ao zelo, afeto e veneração dos brasileiros o sagrado e precioso penhor da paz, segurança e prosperidade futuras do Império que ia deixar, e assim pela terceira vez a salvação firmando-a a sua heroica fundação com tantos e tão exitosos sacrifícios. Abdicou por deliberação própria, sem atender a instâncias e pareceres contrários; sem aceitar para manter-se e sustentar a integridade da lei fundamental o concurso de forças, que tinha à sua disposição, porque forças dedicadas e leais lhe sobravam para em um momento, dispersar e aniquilar o pronunciamento infrator da constituição. É pois inquestionável neste famoso fato da nossa história, não influiu no ânimo do monarca, nem o mais pequeno despeito, nem mínimo temor. Sobranceiro e calmo, mas traspassada a sua alma de pungente dor, tomou o querido filhinho nos braços, cobriu-o de bênçãos, de beijos e de lágrimas, recomendou-o a Deus e à nação brasileira, e apartou-se destes objetos tão caros ao seu coração. Neste doloroso momento, abriu-lhe a posteridade de uma das mais brilhantes e verdadeiras páginas da biografia dos reis. Lá foi o herói para atingir o apogeu da sua glória desembainhar a invicta espada nas colinas do Douro, à frente das falanges lusitanas, no guerrear de sanguinolentas pelejas da liberdade contra o despotismo, da civilização contra a barbárie, para fixar um trono, reconstituir e felicitar um dos povos mais veneráveis da Europa, como outrora fizera rutilar essa mesma espada nos campos do Ipiranga, para erigir um trono, constituir e felicitar um povo, que ocupa as mais vastas e ricas regiões da terra. Os primeiros anos da minoridade do Sem D. Pedro 2º, ainda se passaram com algumas agitações: não se pode pois estranhar à vista do que acabo de referir neste episódio muito sabido da nossa história contemporânea, que se ignorasse no Brasil, geralmente falando, haver em França, e em outras diversas nações da Europa e nos Estados Unidos um sistema especial para a instrução dos cegos. Em 1835 porém, brasileiros filantrópicos interessados em beneficiar o país com instituições que atestassem os nossos progressos em civilização, colhendo informações sobre os estabelecimentos para a educação e ensino dos cegos e surdos-mudos, desejavam que fossem também criados no Brasil. Dentre estes distintos cidadãos, o primeiro que manifestou este desejo foi o conselheiro Cornélio Ferreira França, deputado nesse ano à Assembleia Geral Legislativa. Na sessão de 29 de agosto propôs ele que houvesse em cada província um professor de primeiras letras para surdos-mudos e para cegos, e na capital do Império outro com determinado ordenado (x) (cópia do projeto) O ato Adicional, leis sobre eleições, sobre a Guarda Nacional, muitas outras administrativas e regulamentares de transcendência e urgentes, eram decretadas ou se discutiam, absorvendo toda a atenção dos poderes do Estado; pelo que a proposta do benemérito conselheiro França, nem foi discutida, nem surgiu mais, submergia sob o peso e importância desses outros trabalhos. Era preciso um concurso de circunstâncias fortuitas, congêneres com a influência poderosa e benfazeja de uma vontade altamente colocada, para que a ideia incubada naquele projeto pudesse germinar. Vinha chegando o tempo e as ocorrências favoráveis se colocavam casualmente no ponto preciso em que melhor podiam cooperar para a fundação do ensino dos cegos. Em 1839 o Desembargador Maximiliano Antônio de Lemos, estava já ao fato da existência na Europa de várias escolas para a instrução dos cegos, especialmente a de Paris cujas notícias provocavam a sua curiosidade e atenção. Aconteceu, que tendo relações com a família do Desembargador José Ignácio Vaz Vieira, vira frequentes vezes na casa deste, um menino cego, com quatro anos de idade, de nome José Álvares de Azevedo, filho de Manoel Álvares de Azevedo, (cunhado de Vaz Vieira) cujo menino mostrava tanta vivacidade e discernimento em tão tenra idade, que ele lastimou a falta de meios no nosso país para se lhe poder dar a precisa instrução. Aconteceu mais que nesse mesmo ano obteve o Desembargador Maximiliano ser despachado para adido da nossa legação em França, e para lá seguiu logo, ??? a lembrança do interessante menino. Chegando a Paris, por intermédio do nosso encarregado de negócios José D'Araújo Ribeiro, obteve do ministro da instrução pública Mr. De Wilmaizi, autorização para visitar o Instituto dos Cegos, e colher sobre a instituição ??? as informações de que precisasse. Tendo-as alcançado escreveu para o Brasil, remetendo-as ao Desembargador Vaz Vieira, para que as mostrasse ao pai do menino, e o induzisse a enviá-lo para a escola de Paris, logo que chegasse a idade conveniente. Em 1842, estando a voltar para o Brasil, deixou no Instituto dos Cegos recomendações sobre o menino para quando ele lá chegasse, e até preveniu sobre a recepção e tratamento da criança ao negociante brasileiro José Luiz Correia, estabelecido em Paris. Chegando de volta a esta corte, encontrou grandes obstáculos à ida do menino, já então com sete anos e carecido de principiar sua instrução, na irresolução e compaixão dos pais que olham como desamor e abandono o apartarem-se do filho. Os pais dos meninos cegos, ainda mesmo sendo pobres, por essa entendida compaixão, quase sempre recusam ou repugnam consentir que deles se separem por tempo com que ninguém se prestará a tratá-los com todo o zelo e caridade de que as crianças cegas necessitam. O Desembargador Maximiliano porém, não esfriou em seu louvável empenho. Conseguiu, que o Desembargador Vaz Vieira e sua esposa tomassem a peito este particular, e chegassem a convencer os pais do ceguinho a mandá-lo para Paris, o que só depois de dois anos de insistência obtiveram. Partiu daqui o menino Azevedo com pouco mais de nove anos de idade no dia 1º de agosto de 1844. Em seis anos de estada no instituto de Paris, alcançou uma excelente educação e um fundo de instrução admirável, em alguns dos ramos de estudos por ???. Aqui aportou de volta a 14 de dezembro de 1850, convertido em um jovem formoso, de trato ameno e delicado, dando provas de seus conhecimentos, especialmente em geografia e história, e trazendo uma coleção de livros impressos e manuscritos em pontos salientes, cartas geográficas, pranchas e grades para escrita e operações de aritmética, objetos até então ainda aqui não vistos. Logo depois da sua chegada se encarregou de ensinar a ler e escrever em pontos salientes a Adele Maria Luísa Sigaud, filha do Dr. José Francisco Xavier Sigaud, a qual acabava de perder completamente a visão. Continua no próximo número. Qualquer contribuição a esta coluna, enviar para vtr.alberto@gmail.com, ou para o Jornal Contraponto: contraponto@exaluibc.or.br Vitor Alberto da Silva Marques #4. DV EM DESTAQUE Colunista: JOSÉ WALTER FIGUEREDO (jowfig@gmail.com) 1- Desenvolvedor Cego Recebe Dois Prêmios em Concurso de Acessibilidade Marco Antônio de Queirós(MAQ) RJ, ganhou dois prêmios de acessibilidade web no concurso do W3C/WAI, realizado pelo W3C, CGI e NIC BR. A cerimônia de entrega dos prêmios foi na Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. Ele Obteve o primeiro lugar na categoria "Personalidade", junto com Hudson Augusto, que fez a acessibilidade do site do Governo de São paulo. O terceiro lugar ficou com a turma da Universidade Federal de São Carlos, em seu programa de EaD, educação à distância. Em outra categoria que participou, a de "entretenimento, educação, cultura, blogs e sites", tirou segundo lugar com o "Bengala Legal". O primeiro lugar ficou com o Rodrigo Leme, do site "Vida mais Livre" e o terceiro lugar com o, Fábio Gameleira, com a "Cartilha de Acessibilidade web" - Lupa Digital. -- " Fui muito bem cercado de pessoas que entendem bem do assunto e achei muito justo os resulta dos. Em se tratando de uma instituição internacional de acessibilidade, fiquei tremendamente feliz pelo reconhecimento, inclusive por ter sido citado pela maioria como referência de acessibilidade para seus trabalhos, o que me deixou tremendamente sensibilizado.", falou Marco Antônio de Queirós. Abaixo link para a classificação de todas as categorias na premiação, com os links para os trabalhos premiados: http://www.bengalalegal.com/blog/?p=1985 //Fonte: redação do Contraponto ** 2- Casal de deficientes visuais cria sistema portátil baseado em Android Georgie recebeu nome de cão guia e pode ser controlado quase por completo via voz. Roger e Margaret Wilson-Hinds, um casal de deficientes visuais, deu um passo em favor da acessibilidade e adaptou o sistema portátil Android para que ele seja mais acessível aos cegos. A adaptação recebeu o nome de Georgie, em homenagem ao cão guia de Margaret, e possui recursos de leitura de tela e aplicativos que ajudam em tarefas básicas como pegar ônibus, ler textos e localizar endereços, conforme noticiou o site Slashdot (em inglês). De acordo com o site Parity News (em inglês), o diferencial do telefone é que ele se baseia quase por completo no uso de comandos de voz. O sistema está sendo vendido no Reino Unido em aparelhos como o Samsung XCover e Galaxy Ace 2 por cerca de US$ 465, mas uma versão do sistema pode ser comprada pelo lojinha Google Play por US$ 230. Fonte: Geek ** 3- O primeiro GPS para cegos O GPS é uma aplicação Android criada pela Universitat Autònoma de Barcelona e adaptada a todo tipo de pessoas, especialmente orientada aos cegos, guia ao usuário para mover-se pela cidade no transporte público. Uma equipe de pesquisadores da Escola de Engenharia da Universitat Autònoma de Barcelona desenvolveu uma aplicação de navegação baseada em GPS para celulares com sistema Android, que facilita os deslocamentos pela cidade. A aplicação é útil para todo tipo de pessoas, incluindo cegas, surdos, e pessoas com limitações de mobilidade ou cognitivas. Esta, guia passo a passo ao usuário para poder chegar a seu destino a pé ou em ônibus. Atualmente funciona em Barcelona, Madri e Roma, e proximamente em Helsinki, Valencia e Zaragoza. Uma nova aplicação descarregável para telefones com sistema Android, telefonema OnTheBus, facilita a orientação e os deslocamentos dentro das grandes cidades. A aplicação está baseada nos princípios do desenho universal e é, por tanto, de utilidade para qualquer usuário que se queira deslocar com facilidade, e especialmente para as pessoas com algum tipo de incapacidade visual, auditiva ou cognitiva. A aplicação, já disponível em Google Play, oferece um conjunto de rotas ótimas para chegar ao destino. Uma vez escolhida uma das rotas, guia ao usuário desde o lugar onde se encontra até a paragem de ônibus mais próxima, e lhe informa do tempo que fica até que chegue seu ônibus. Dentro do veículo, a aplicação informa das paragens e avisa do momento em que se tem de pulsar o timbre para baixar do ônibus, e guia ao usuário até o lugar de destino. O sistema utiliza as tecnologias mais recentes para dispositivos móveis, o GPS, a bússola, o acelerómetro, o reconhecimento e geração de voz e a conexão 3G ou WiFi. Os pesquisadores já trabalham para melhorar a aplicação com a inclusão de outros meios de transporte público e de serviços básicos como solicitação de táxis, localização de farmácias e centros de assistência, a utilização de realidade aumentada para localizar semáforos e paragens de transporte público, e a integração com redes sociais. A aplicação foi desenvolvida pelo Grupo de Aplicações Biomédicas e Tecnologias para a Autonomia Pessoal da UAB que co-dirige o Dr. Jordi Roig de Zárate do Departamento de Microeletrônica e Sistemas Eletrônicos. Fonte: Universia ** 4- Aplicativo para celular auxilia deficiente visual Tecnologia é destinada para a interação dos deficientes visuais ao ambiente urbano. Um aplicativo para celular destinado a facilitar a integração dos deficientes visuais ao ambiente urbano foi desenvolvido por Renata Claro, Gabriel Reganati e Thiago Silva, alunos do último ano do curso de ciência da computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP), sob a orientação do professor Marco Aurélio Gerosa. Chamado Smart Audio City Guide, o programa, que está em fase experimental, consiste em um sistema baseado em GPS e informações georreferenciadas (gravadas por outra pessoa usuária do software) com dados enviados pela rede de maneira colaborativa. "A navegação não é exclusiva para deficientes visuais", diz o professor Artur Rozestraten, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), que participou do desenvolvimento do projeto. O programa ficou com o terceiro lugar na Imagine Cup, um concurso mundial de inovação promovido pela Microsoft. Qualquer pessoa que possua o aplicativo pode enviar e receber informações, transmitidas em áudio, sobre o espaço urbano. Os avisos indicam desde a existência de uma árvore ou degraus até uma banca de flores. A gravação é feita com um simples toque na tela. Quando um usuário do sistema passar pelo mesmo local em que foi gravado um aviso, ele recebe uma notificação com uma mensagem de voz. A avaliação de quais informações são úteis fica a critério dos demais usuários. "A ideia é que o aplicativo seja complementar a outros recursos de amparo à mobilidade, como bengala, cão-guia e piso apropriado para cegos", diz Rozestraten (Agência USP, 5 de junho). Fonte: Pesquisa FAPESP ** 5- INSS nega benefício a trabalhador com quadro de cegueira Oftalmologista exibe laudos e garante que Sebastião Soares não tem condições de exercer atividade laboral. Portador de grave doença visual degenerativa que, segundo a própria Oftalmologia, conduz à cegueira, o trabalhador José Sebastião Soares de Souza procurou a reportagem do Primeira Edição para denunciar que, mesmo com laudo probatório de sua impossibilidade de enxergar e, portanto, de trabalhar, teve negado seu pedido de benefício encaminhado ao INSS, cuja perícia, contrariando o exposto em sua documentação, alegou que ele tem condições de trabalhar. Segundo Sebastião Soares (46 anos, residente na Rua Lauro Machado nº 33 em Cruz das Almas) foram apresentados à perícia do Instituto Nacional de Seguridade Social todos os laudos médicos - exames oftalmológicos - atestando que ele não possui condições de executar suas atividades laborais e mesmo assim o benefício foi negado. - Levei toda documentação e na perícia a médica disse que não estava entendendo o que oculista tinha escrito e pediu que eu levasse um novo laudo, de acordo com o que ela tinha pedido, e quando fui levar o novo laudo, o atendente do INSS disse que meu benefício tinha sido negado - contou Sebastião Soares. Conforme relatou, o benefício lhe foi negado sob o argumento de que ele possui condições de trabalho. "A perícia foi feita e a médica revelou que eu não sou cego totalmente e que os exames feitos deixaram a desejar", acrescentou. Ao reportar seu caso ao Primeira Edição, o trabalhador explicou: "Como é um caso de visão, eu achei que fosse ter uma pessoa específica pra olhar, mas não, era só me mandando andar na sala, mediu a minha pressão e perguntou o quanto eu estava enxergando". Já o oftalmologista Márcio Nutles, que examinou e acompanhou Sebastião, garante que ele é portador da cegueira legal o que o impede de exercer suas atividades laborais. O médico explicou que cego legal é aquele paciente cuja visão corrigida do melhor dos seus olhos é de 20/200 ou menos, isto é, se ela pode ver a 20 pés (6 metros) o que uma pessoa de visão normal pode ver a 200 pés (60 metros) é considerado cego legal, impedindo assim a realização de atividades laborais. "Ele não tem condições de trabalhar em função da baixa visão que ele apresenta". Conforme o Oftalmologista, Sebastião apresenta uma degeneração na retina que acomete o foco central da visão, que é a região macular que é área usada para distinguir objetos, é uma das áreas mais importantes da visão. "Essa degeneração costuma ser progressiva e irreversível. E quando fiz a avaliação, em 2011, seu Sebastião apresentava no olho direito uma visão de movimento de mãos e no olho esquerdo uma visão de contar dedos a 20cm, uma visão bastante pobre nos dois olhos o que consideramos como cego legal". Na opinião do oftalmologista, é preciso ser revista essa perícia do seu Sebastião uma vez que ele entra na definição de cegueira legal e apresenta um quadro irreversível. "Atualmente não existe nenhum manejo cirúrgico ou medicamentoso que melhore a visão do seu Sebastião". O trabalhador recorreu da decisão apresentada pelo INSS e está aguardando que seja remarcada uma nova perícia. Atualmente Sebastião está afastado de seu trabalho. "Para onde eu vou preciso de pessoas me guiando, a minha sobrinha é quem anda comigo. Não tenho como me locomover sozinho porque não enxergo nada. Nem os óculos funcionam mais". Fonte: Primeira Edição #5. DE OLHO NA LEI Colunista: MÁRCIO LACERDA ( marcio.o.lacerda@gmail.com) Poder Judiciário Fluminense Ignora Direito ao Atendimento Prioritário em Instituições Financeiras. A de Olho na Lei, na presente edição, aborda o caso concreto vivido pelo Diretor de Relações Político Institucionais da Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant, Ricardo de Azevedo Soares. Ricardo tem deficiência visual e propôs uma ação indenizatória em face do Banco do Brasil por permanecer numa fila, há aproximados 55 minutos, aguardando atendimento. O relato, abaixo descrito pelo próprio Ricardo, versa sobre a temática do atendimento prioritário. Antes, porém, cumpre-nos tecer algumas considerações a respeito do assunto. O atendimento prioritário a que fazem jus as pessoas com deficiência tem disciplina na Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, regulamentada pelo Decreto Federal nº 5.296, de 4 de dezembro de 2004. O art. 2º, parágrafo único desse diploma legal dispõe que: "Art. 2º (...) Parágrafo único. É assegurada, em todas as instituições financeiras, a prioridade de atendimento às pessoas mencionadas no art. 1º." Por sua vez, o art. 6º, § 2º, do regulamento estabelece que: "Art. 6º (...) § 2o Entende-se por imediato o atendimento prestado às pessoas referidas no art. 5º, antes de qualquer outra, depois de concluído o atendimento que estiver em andamento, observado o disposto no inciso I do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso). De notar-se que o campo subjetivo do art. 5º do Decreto nº 5.296/2004 tem incidência nas pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Logo, o direito ao atendimento prioritário a que fazem jus as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, previsto na Lei nº 10.048/2000, com regulamento no Decreto nº 5.296/2004, sofre restrição, somente, à prioridade a que fazem jus as pessoas idosas, protegidas pelo Estatuto do Idoso instituído pela Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. A rigor, nem deve haver filas específicas para o atendimento prioritário, cabendo ao titular do direito em questão, concluído o atendimento em andamento quando do seu ingresso no estabelecimento financeiro, merecer a atenção do funcionário do banco. De louvar-se, diga-se de passagem, a conduta adotada pelo Banco Itaú, pelo menos a Agência da Av. Presidente Wilson, no Centro da Cidade do Rio de Janeiro, que procede de conformidade com os comandos acima mencionados. Segue-se que este colunista, sempre que recorre ao serviço do Banco Itaú, na aludida agência, é posto direto no balcão e, assim que um Caixa fica vago, é prontamente atendido pelo funcionário do banco. Não é por outra razão que a sentença do meritíssimo juiz deveria ser reformada, na hipótese de o sucumbente, por evidência, recorrer da decisão. O autor da ação, como dito, não deveria se submeter, sequer, a filas. O banco, por conseguinte, ao agir com inobservância da norma protetora do direito da pessoa com deficiência ao atendimento prioritário, causou-lhe dano, que deve ser reparado. Ademais, não devemos nos esquecer que a condenação, nesses casos, além do caráter compensatório, que se reflete na vítima do fato, têm o condão de educar o violador do direito, inibindo novas condutas que desrespeitem o direito de todo um segmento, aqui, o das pessoas com deficiência visual. Fiquem, agora, com a íntegra dos fatos relatados pelo autor da ação: Valdenito, segue abaixo um texto sobre aquela minha questão com o Banco do Brasil, mas que na verdade, ataca todo o segmento dos deficientes visuais do estado do Rio de Janeiro. Seria interessante que publicássemos isso. O JUDICIÁRIO FLUMINENSE É IMPRECIONANTE E NÓS PRECISAMOS NOS PRECAVER Entrei com uma ação de indenização contra o banco do Brasil por demorar demais na fila de espera do atendimento da agência Tijuca. Demorei aproximadamente 55 minutos na fila comum, pois se estivesse na preferencial teria demorado bem mais. Fui para a audiência de conciliação e, como não houve sequer proposta de acordo por parte do banco, passamos à audiência de instrução e julgamento. Nesse momento, foi o meu primeiro espanto! A audiência foi conduzida por um juiz leigo em vez de um togado, como chamamos. Para mim, somente o togado poderia presidir tal fase do processo. Quando perguntei a minha advogada se poderia ocorrer tal teratologia, ela me disse que sim e que esse era o dia-a-dia dos juizados especiais estaduais. Que absurdo, pois assim, transformamos o judiciário num grande balcão de negócios e sem garantir o acesso ao Estado Juiz, como aprendemos na faculdade de direito. Diz-se que quando há um conflito entre pessoas, entramos com uma demanda no judiciário com vistas a falarmos com o Sr. Dr. Juiz na esperança dele por fim àquele conflito, resolvendo a questão. O advogado do BB levantou a questão durante a audiência que eu estava errado, pois teria que ter entrado na fila preferencial pelo fato de ser eu deficiente visual. Contra-argumentei que utilizar a fila preferencial era uma faculdade que eu poderia ou não exercer a meu favor e que se colocássemos isso no processo, seria ainda melhor para mim, pois, uma vez na preferencial, isso era mais um motivo para eu ter sido atendido ainda mais rápido. Disse que aquilo não me interessava e que o fato da minha deficiência não estava em discussão ali naquele momento. O problema colocado era a demora no atendimento e a lei estadual que tinha sido infringida por tempo máximo de espera em filas bancárias. Saímos da audiência e dias mais tarde sai a sentença. E adivinhem o que aconteceu? Foi dada improcedência do meu pedido exatamente porque eu não utilizei da fila preferencial e ainda foi dito que a espera em filas bancárias é algo do dia-a-dia, comum. Se dissessem só que a demora no atendimento bancário é algo normal já seria um absurdo por si só, pois há uma lei estadual que diz que não podemos demorar mais de 30 minutos nas filas de banco, mas, ainda assim, eu deixaria quieto e me conformaria, ainda que contrariado no meu sentir de justiça e de aplicação das leis. Todavia, disseram que eu tinha que estar necessariamente na fila preferencial e que por isso eu não tinha direito a minha demanda. Vejam que absurdo! Que teratologia jurídica! Ou seja, no entendimento desse juizado a fila preferencial não é mais uma faculdade, um direito, trata-se agora de uma obrigatoriedade imposta a nós todos deficientes! Que interessante, não?! Gostaram??? Agora, vou ver quanto custa para entrar com recurso e avaliar se vale a pena gastar essa grana, ainda que eu não ganhe absolutamente nada em dinheiro, mas reverter tal entendimento é uma questão de honra de nos todos, de todo o segmento. Vamos ver... Que tempos são esses que vivemos... Abraços de luta, Ricardo Márcio de Oliveira Lacerda De Olho na Lei Twitter: @marciolacerda29 E-mail: marcio.lacerda29@globo.com #6. TRIBUNA EDUCACIONAL Colunista: SALETE SEMITELA (saletesemitela@terra.com.br) Lição de casa para quê? Um movimento contra a tarefa escolar ganha força nos Estados Unidos. Por que os pais brasileiros também deveriam se preocupar? (Camila Guimarães) Dayse Figueiredo e suas duas filhas, Laura e Mariana, na sala de casa. Elas são boas alunas, mas a mais nova odeia fazer lição. Quem nunca testemunhou a batalha entre pais e filhos na hora de fazer a lição de casa? O que deveria ser um momento doméstico dedicado aos estudos e à aproximação dos pais com a realidade escolar dos filhos se transforma em horas de angústia e brigas. De um lado, as crianças argumentam que tanta repetição de exercícios não serve para nada. De outro, pais preocupados com o desempenho de seus filhos batem o pé e cobram disciplina. Agora, com um novo movimento nas escolas americanas, as crianças podem ter razão. A onda antilição de casa que ganha força na rede pública dos Estados Unidos é liderada pelos pais. Eles afirmam que seus filhos estão sobrecarregados com mais de duas horas de lição de casa por dia, depois de passar sete horas na escola e ainda cumprir atividades extracurriculares, como esportes ou trabalho voluntário. Os pais afirmam ainda que tanta lição de casa não ajuda a aprender mais. Ao contrário. O excesso prejudicaria o desempenho, principalmente dos mais novos. Pesquisas científicas sustentam a bandeira do movimento. Especialmente entre os alunos menores, não há relação entre fazer lição de casa e aprender melhor o conteúdo ensinado, diz Harris Cooper, professor da Universidade Duke, na Carolina do Norte, e o maior estudioso do assunto nos EUA. As evidências mais fortes de conexão entre lição de casa e aprendizado aparecem para os alunos mais velhos, do ensino médio. Mas há um limite para o volume de tarefas, senão o efeito pode ser prejudicial, afirma. Pressionadas, algumas escolas e até redes inteiras estão revendo suas diretrizes. É o caso das escolas do ensino infantil e fundamental do distrito de Galloway, de Atlantic City, no Estado de Nova Jersey. Em julho, será votado se seus 3.500 alunos terão tempo limitado de tarefa. E se estarão livres dela nos fins de semana, nos feriados e nas férias. As mesmas medidas foram adotadas em algumas escolas de Massachusetts, de Indiana e da Califórnia, que eliminaram a lição para os primeiros anos do ensino fundamental. Para quem acha que fazer tarefa é coisa de bom aluno, a The Brooklyn School of Inquiry, para alunos superdotados, decidiu tornar a lição opcional. Existe limite para a lição de casa? Nos EUA, a Associação Nacional de Educação recomenda que o tempo de estudo em casa não passe de dez minutos por dia para o 1º ano, 20 minutos para o 2º e assim sucessivamente. Segundo Cooper, se for além disso, o efeito poderá ser negativo. Para o ensino médio, o máximo são duas horas e meia. Ainda assim, os estudantes americanos dedicam mais do que o dobro. Alunos entre o 1º e o 3º ano gastam mais de 178 minutos por dia estudando em casa. Tanto rigor é consequência de uma cultura competitiva que se instalou nas escolas públicas americanas, especialmente as que atendem famílias de classe média alta, sedentas por uma vaga em uma boa universidade. Para concorrer, os candidatos precisam ter, além de boas notas, um currículo farto de atividades extracurriculares desde o jardim da infância. É complicado acompanhar esse ritmo se a criança não tem disciplina, diz a brasileira Juliana Carsalade Roberto, mãe de Julia, de 8 anos, que concluiu neste ano o 3º ano do ensino fundamental em uma escola de Austin, no Texas. Julia tem aula das 7h45 às 14h45, treina natação no time de um clube local quatro vezes por semana, faz catecismo uma vez por semana e tem 20 minutos de leitura obrigatória por noite. além da lição de casa. Não sobra tempo para ver TV ou brincar durante a semana, diz Juliana. Por enquanto, ela dá conta do recado. Os alunos americanos entre o 1º e o 3º ano gastam 178 minutos por dia, em média, na lição de casa. O problema é que nem todas as crianças são como Julia. Os pais contra a lição de casa relatam graves casos de doenças relacionadas ao estresse. Uma mãe em particular, a advogada Vicki Abeles, chamou a atenção do país inteiro. Sua filha mais nova, de 12 anos, começou a ter ataques de pânico no meio da noite. Foi diagnosticada com estresse agudo, e a mãe decidiu fazer algo a respeito. Filmou o documentário Race to nowhere (Corrida para lugar nenhum) , que mostra o lado amargo da competição escolar. Há depoimentos de alunos que ficaram doentes, envolveram-se com drogas e aprenderam a colar nas provas. Um dos capítulos é dedicado ao massacre da lição de casa. Ele impulsionou o movimento antilição. No Brasil, a discussão sobre excesso de lição de casa é raridade nas reuniões de pais. Não há uma determinação de qual é a lição ideal. Mas persiste a ideia de que quanto mais forte a escola mais lição de casa ela passa, diz Esther Carvalho, diretora do Colégio Rio Branco, de São Paulo. Ainda que os maiores especialistas no assunto sugiram limites de tempo de acordo com a idade, há a ressalva de que é preciso levar em conta o que cada aluno realmente precisa fazer. As filhas de 10 e 8 anos da psicóloga Dayse Figueiredo estudam na mesma escola, em São Paulo, e têm a mesma atenção dos pais na hora da tarefa. Segundo a mãe, Laura, a mais velha, é organizada em sua rotina. Chega da escola, assiste a seu desenho preferido, janta e se senta para fazer a lição, que acaba sem dificuldades. Já Mariana, a mais nova, é o oposto da irmã. Deixa a lição para a última hora e se distrai com qualquer coisa. Laura e Mariana são excelentes alunas, mas a relação delas com a lição é diferente. Não dá para definir o que é ideal sem levar em conta as necessidades de aprendizagem de cada aluno, diz Tânia Resende, professora da Universidade Federal de Minas Gerais. O que falta para chegarmos à lição ideal é as escolas e os educadores se debruçarem com mais afinco sobre a questão. Antes de criar uma regra geral, eles precisam fazer sua lição de casa. (Rev. "Época" - julho/2011) #7. ANTENA POLÍTICA Colunista: HERCEN HILDEBRANDT (hercen@terra.com.br) Não percamos a oportunidade Estamos a pouco mais de dois meses das próximas eleições municipais, quando todos os brasileiros com idades entre 18 e 70 anos deverão comparecer às urnas para "escolher", "livremente", os prefeitos e vereadores das cidades em que vivem. Aos jovens com 16 a 17 anos, é permitida a participação no "pleito". Para os maiores de 70, como eu, ela já não é obrigatória. Cabem, aqui, algumas de minhas habituais perguntas: - O companheiro leitor sabe como são indicados os postulantes aos cargos em disputa nas eleições? - Sabe em que consiste o trabalho de um vereador? - Sabe como é elaborada a lista dos eleitos para as câmaras e assembleias legislativas? - Sabe o que é voto de legenda? - Escolhe seus candidatos na lista de um partido ou prefere fazê-lo por razões particulares? Perguntas como estas só podem ser respondidas de acordo com os conhecimentos e as concepções político-partidárias de cada um. Não pretendo, portanto, arvorar-me em professor de Educação Moral e Cívica nem Organização Social e Política do Brasil, disciplinas que, quando criadas pela ditadura empresarial-militar, felizmente eu já não tinha acento nos bancos escolares. Proponho, apenas, ao companheiro leitor, refletirmos um pouco sobre a importância do ato que, a 7 de outubro, todos praticaremos, ainda que contrariando nossa vontade. Tenho afirmado, nesta coluna, que tudo o que fazemos na vida social e, mesmo, familiar é político e que a política nunca é partidariamente neutra. Assim, por exemplo, quando declaramos detestar a política e todos os políticos, estamos hipotecando nosso apoio incondicional e irrestrito aos que ocupam o poder no Estado e a todos os seus atos, ainda que os deploremos com toda a sinceridade de nossos corações. Somos, pois, todos políticos. Exercemos a política, mesmo que não o queiramos. É nossa necessidade natural de viver em grupos que faz de nós seres essencialmente políticos. A família é nossa primeira fonte dos valores da ideologia vigente na sociedade onde vamos viver. É através dela que o mundo começa a penetrar-nos e nós a penetrar nele. em seguida, o círculo dos parentes e amigos, os meios de comunicação, uma entidade religiosa - se for o caso -, a escola, um eventual clube, etc. Todos temos uma origem étnica, uma identidade sexual, pertencemos a uma classe social, e temos por trás uma longa história que geralmente desconhecemos mas que condiciona nossas relações afetivas, nossos sentimentos, nossos anseios, nossa concepção de ser humano e do que é - ou deve ser - a própria sociedade... como cegos, sustentamos sobre nossas cabeças o peso de uma "imagem social" massacrante, construída ao longo de milênios, que temos urgência de destruir. Cada um de nós ocupa um "lugar" - uma posição política - na sociedade, que, sabemos, é, por sua natureza, cruelmente injusta com a grande maioria das pessoas. As eleições são a oportunidade que nos oferecem para procurar reverter as injustiças. Mas... - São as injustiças meras injustiças? - Por que os injustiçados são sempre os trabalhadores, os segmentos mais pobres da sociedade? - Por que tanto condenamos o comportamento dos chamados "políticos", mas reconhecemos-lhes o direito de tornarem-se profissionais do poder? - Por que não acompanhamos as atividades daqueles a quem confiamos nossa representação nos parlamentos? - Se, pela própria natureza de nossa condição humana, somos seres políticos, por que não nos envolvemos nas atividades dos partidos? - Por que interessa a grandes empresários custear campanhas eleitorais milionárias? - Por que os chamados "formadores de opiniões" de maior audiência - jornalistas, apresentadores de programas radiofônicos e televisuais... - mantêm-se sempre comprometidos com a ideologia vigente? É fundamental conhecermos a história e os compromissos dos candidatos que escolhemos, assim como dos partidos a que eles estão filiados; sabermos de onde vieram os recursos que utilizaram em suas campanhas; quem foram os reais beneficiários dos projetos que já patrocinaram; que empresários e órgãos de imprensa apoiam suas candidaturas. Se ele são candidatos pela primeira vez, qual foi sua trajetória na militância política? Os grandes partidos políticos brasileiros não pautam sua ação em concepções filosóficas. Limitam-se a discutir a maneira mais aceitável pela população para manter o status coo e defender os interesses das classes sociais mais favorecidas. Mesmo assim, seleciono meus candidatos na lista de um partido, considerando a coerência de seu discurso, sua concepção de homem e sociedade, seu trabalho em favor dos direitos humanos. Sempre haverá um partido, ainda que pequeno, cujos militantes mereçam minha confiança. Eu próprio já contribuí para formação de um partido, embora tenha-me afastado dele por sua mudança de postura política. Por nossa própria natureza, somos seres políticos; Temos, por trás de cada um de nós, uma história que condiciona nossas relações afetivas, nossos sentimentos, nossos anseios, nossa concepção de ser humano e do que é - ou deve ser - a própria sociedade. Porém, uma vez conscientes de quem somos, podemos tornar-nos sujeitos de nossos destinos e capazes de lutar pela reconstrução da sociedade e por um futuro mais digno para nós mesmos e para os que nos sucederão no mundo. Embora uma eleição para prefeitos e vereadores sirva apenas de ponto de partida , não podemos perder a oportunidade de começar. O Estado é um grande condomínio sustentado por todos nós. Temos, portanto, o direito e o compromisso de manter-nos organizados e fazer dele o instrumento adequado para a realização das políticas de interesse da grande comunidade que constituímos. hercen@terra.com.br# #8. PAINEL ACESSIBILIDADE Colunista DEBORAH PRATES (deborahprates@oi.com.br) O Patrimônio Cultural da Humanidade é Inacessível Descrição da imagem para deficientes visuais: Desenho do globo terrestre, tendo em todo o seu contorno bonecos simples, iguais, unidos entre si. Tudo em azul claro, estando no centro as Américas preenchidas em preto. MARAVILHOSA RJ! O dia 1º/julho/2012, foi, para mim, a maior prova da INSENSIBILIDADE CULTURAL DA HUMANIDADE. A "MARAVILHOSA RJ", recebeu o reconhecimento da UNESCO, através de seu Comitê do Patrimônio Mundial, com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Triste verificar que os padrões que regulam as ações humanas coletivas da sociedade hodierna IGNORARAM a acessibilidade para a sobrevivência das PESSOAS COM DEFICIÊNCIA que habitam o Planeta! Aproposito, também os idosos e todos os humanos que sentem necessidades especiais. Ratifico que o pior cego é o que não quer ver! Lembro os amigos de um vídeo postado no meu canal Youtube feito no centro da RJ, mostrando, num pequeno percurso pisos táteis terminando em paredes e outros obstáculos, além de "pegadinhas" que colocavam em risco a integridade de quaisquer mortais. Confiram em: http://www.youtube.com/watch?v=yKG0qbYOs4s&feature=youtube_gdata Nessa segunda-feira (2/7) precisei ir ao centro e tracei uma rota, até turística, indo da estação Carioca do Metrô, passando pelo Largo da Carioca - SEM piso tátil - atravessando a Rua da Carioca e percorrendo toda a Rua Uruguaiana. Afirmo ter encontrado TUDO inacessível. Muitos buracos e obras sem a necessária sinalização, calçadas sem rampas e/ou meios-fios adequados. Longe de esboçar calçada acessível. Trabalhadores descarregando mercadorias e as levando em carrinhos desgovernados em percurso de zigue-zague, atropelando as pessoas em geral, e muito lixo espalhado que dificultava o uso de bengalas. Numa área tipicamente comercial não existe faixa de serviço! Com Jimmy Prates (meu guia) tudo fica mais fácil, mas e para os que não fizeram essa opção de locomoção? Verdadeiro circo dos horrores logo cedo! Essa é a "MARAVILHOSA RJ"! Ah, contaram-me, ainda, que existem rampas com hidrantes no meio! Gestores sustentáveis, por favor, saiam de suas confortáveis salas e FISCALIZEM suas promessas de campanha! Fácil administrar só no ar refrigerado e diante de um monitor, né? Maravilha descer pelo elevador e o motorista abrir a porta do carro e seguir assim pelo dia. Mas, será ético? Sinto a falta das Famílias - alicerce da sociedade - para a formação de PERSONALIDADES ÉTICAS. Que Patrimônio Cultural é esse, hein? Provado ficou que permanecemos INVISÍVEIS aos olhos do MUNDO! Viram como a grande chave do sucesso é a implementação da ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ? Nossos gestores nem sabem o que é! Enquanto a humanidade não se der conta que está engessada/ enlatada pela fôrma da indústria da moda não corrigirá o traçado da rota. Cristalino que o humano ainda não se deu conta de que está indo na direção errada. Daí, como acertar? Vocês têm dúvidas de que precisamos passar um antivírus em nossos neurônios? Tive a honra de palestrar no evento CÚPULA DOS POVOS - RIO +20 - na sede da OAB/RJ, sendo meu tema ACESSIBILIDADE e MOBILIDADE. Defendi que INCLUIR é processo de construção de sociedade igual para todos. Num centro imaginário temos, ao meio, a palavra oportunidade, à sua esquerda, a palavra ACESSIBILIDADE, e, a direita, a palavrinha mágica IGUALDADE. Logo, o início da sobrevivência é a implementação da ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ! Disse que as acessibilidades física e comunicacional estão sendo praticadas com enorme sacrifício, podendo dizer um passo para frente e dois para trás. Faz muito que tratamos a dor e a febre, contudo não conseguimos detectar a causa desse atraso. Cidade ACESSÍVEL é para todos, pelo que os termos hão que ser desvinculados do seguimento PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Se o humano não for atropelado precocemente pela morte será um idoso. Sendo assim, precisará de uma CIDADE ACESSÍVEL. Ao final fiz uma proposta no intuito de corrigir a "rota do navio". Objetiva construir o HOMEM SUSTENTÁVEL. Mister se faz alterar os currículos de TODOS os cursos universitários, a fim de que seja introduzida NOVA DISCIPLINA, qual seja: INICIAÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO DOS GRUPOS SOCIAIS VULNERÁVEIS. Além da insensibilidade dos gestores, temos médicos ginecologistas que não sabem atender mulheres cadeirantes; advogados que desconhecem o único Tratado Internacional com força de Emenda Constitucional, que vem a ser a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência; juízes que impedem a permanência do cão-guia com seu usuário nas dependências do foro; juízas que tomam depoimento de testemunha cadeirante na calçada; etc.. As DIVERSIDADES são REAIS, pelo que hão que ser aceitas pela sociedade como são e não como gostariam que fossem. Com essa nova disciplina estudar-se-ia o arcabouço dos GRUPOS SOCIAIS VULNERÁVEIS, valendo dizer: pessoas com deficiência, negros, crianças/adolescentes, mulheres, idosos, indígenas, ciganos, e outros. A HUMANIDADE há que se lembrar que deriva do HUMANO! Vejam o vídeo e reflitam sobre o pensamento de Albert Einsten: "Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela". (1ª parte: http://www.youtube.com/watch?v=UQWFOtzfa_U&feature=plcp/ 2ª parte: http://www.youtube.com/watch?v=v5QMqXNF4IM&feature=youtube_gdata) Estagnado é como está o ser humano. O consumo exacerbado retirou a autonomia do pensamento. Basta de "maquiagem verde". Precisamos recobrar a autonomia com a prática da INCLUSÃO. Necessitamos de alimentos, saúde com humanização, transportes adaptados, educação de qualidade, mobilidade urbana nos moldes do desenho universal, desporto adaptado, bem como todos os recursos de acessibilidade que nos proporcione idênticas oportunidades com as demais pessoas sem deficiência. Daí, partiremos para o "abraço", já que a IGUALDADE é uma CONQUISTA. Tudo só depende de nós! Meditem sobre o pensamento de Abraham Lincoln: "Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento". Carinhosamente. DEBORAH PRATES # 9. DV-INFO Colunista: CLEVERSON CASARIN ULIANA (clcaul@gmail.com) Está aberta a temporada de vazamento de senhas, aprenda hoje a proteger as suas Prezados, Este artigo de Augusto Campos do blog efetividade.net veio em mais que boa hora. Na condição de quem acompanha diariamente notícias de tecnologia pelo mundo, asseguro que de fato a coisa anda feia no que toca ao sucesso dos crackers em invadir serviços populares. Portanto, mãos à obra e aproveitem a oportunidade, previnam-se. Cumprimentos e até a próxima. ** Está aberta a temporada de vazamento de senhas, aprenda hoje a proteger as suas Publicado em 18 Jul, por Augusto Campos Você viu quantos sites e serviços online populares têm sofrido de vazamentos de senhas recentemente? Em uma lista rápida e de memória, minha senha estava nos bancos de dados da PSN (serviço online do Playstation 3), da Gawker (sites como Lifehacker e Engadget), do Twitter, do Yahoo e do LinkedIN - e todos eles, de uma forma ou de outra, foram expostos ao público recentemente. Cada vazamento expôs dezenas de milhares (ou mais) senhas de usuários, e a minha estava incluída em alguns deles. Mas eu pouco me preocupei com isso e vou explicar a razão. A versão curta da explicação, caso você não tenha tempo, é a seguinte: Eu tenho uma senha diferente para cada serviço e nos serviços em que sinto que realmente preciso de privacidade (os que têm informação confidencial ou sabem meu cartão de crédito, por exemplo), troco de senha frequentemente. E não tenho a menor dificuldade em lembrar cada uma delas, porque uso as técnicas descritas a seguir. Os vazamentos ensinam como não fazer. A situação é tão clara que motivou inúmeros artigos de revistas e sites: as listas de senhas vazadas evidenciam o quanto os usuários usam mal este recurso que está ali para a própria segurança deles. Um artigo da Forbes - ver endereço ao fim do artigo - é um bom exemplo:Ele mostra quais as senhas mais frequentes entre os usuários de vários vazamentos recentes. Não vou reproduzir todos os dados, mas aqui vai uma breve lista, para ilustrar: .As 3 senhas mais frequentes entre as que vazaram do Twitter foram 123456, 123456789 e 102030; .No vazamento do Gawker (pátria do Lifehacker), as 3 mais comuns eram 123456, password e 12345678; .Entre as senhas que vazaram do Yahoo, as mais frequentes eram 123456, password e welcome. São senhas simples demais, mas o dado que evidencia a pior parte do problema é este: Entre os vazamentos da PSN (Playstation) e da Gawker (Lifehacker, Gizmodo), 2/3 dos usuários que aparecem em ambas as listagens tinham a mesma senha nas duas. E é aqui que encontramos o maior problema: Por mais complexa que seja a senha, se você a usa em mais de um serviço, o vazamento de um deles compromete imediatamente todos os demais. E o pior: nos casos citados nós ficamos sabendo que houve vazamento, mas sempre podemos imaginar que há vazamentos que não chegam a ser divulgados, e aí há gente com uma chave sua que abre todas as portas, sem que você saiba. A solução é ter senhas fortes e exclusivas para cada serviço ou site. Se sua senha é um padrão comum (como "123456"), há programas para testar automaticamente uma série de padrões assim e encontrá-la em poucos minutos. Já se ela é uma palavra que consta no dicionário ou enciclopédia (como 'superman', 'Ramones' ou 'Tchaikovsky'), adivinhe: também há programas para testar automaticamente todas as palavras de vários dicionários e encontrá-las em tempo bem razoável. Em ambos os casos, variações comuns como trocar letras por números (sup3rm4n, r4m0n3s, ...), alternar maiúsculas com minúsculas ou inserir símbolos no meio das palavras (tcha%ikov?sky) também são pesquisadas e permanecem violáveis. Uma senha forte mistura letras, números e símbolos, e não deriva diretamente de nenhuma palavra que conste em dicionários, enciclopédias ou padrões identificáveis de forma automatizada (sequências alfabéticas, sequências de caracteres próximos no teclado, a primeira letra do nome de cada um de seus filhos, ...). Não se iluda, pois ela continua sendo violável (ainda que seja por mera força bruta de análise combinatória), mas ao menos escapa de boa parte dos ataques comuns. Poderíamos aqui chutar várias delas: Ae9^Dir19, quTE1W#sa, e assim por diante, que poderiam ser produzidas por um bebê (ou gato, ou... um bebê gato) batucando no teclado. O problema principal, no caso, é memorizar cada uma delas: Se você tiver uma para cada serviço, e todas forem assim 'malucas', será necessário uma memória prodigiosa, ou recorrer a algum software ou outro recurso especializado para registrá-las e no qual você confie (existem vários, muitos são positivamente avaliados por especialistas, mas não uso nenhum). Minha alternativa: trocar as senhas malucas por uma regra maluca. Aquelas senhas malucas vistas acima são impossíveis de memorizar, mas e se você inventar uma maneira de produzi-las de forma que façam sentido apenas para você, e para mais ninguém? Aí basta lembrar dessa regra (que só você conhece) e pronto: Senhas complexas, que não façam sentido para mais ninguém, e que se você esquecer, podem ser reconstruídas com a simples aplicação da mesma regra. Vamos a um exemplo, lembrando que a "maluquice" da regra (que na teoria criptográfica corresponde à ampliação da entropia) que você inventar funciona a seu favor e que você NÃO DEVE copiar exatamente o que eu vou descrever a seguir. Exemplo 1: endereço de meu avô, mais número de letras e vogais do nome do site Na década de 1980 meu avô morava na rua Alexandre Doehler 99, apartamento 19, e esta informação provavelmente não constaria em nenhum cadastro associado a mim (mas hoje consta, porque já a divulguei como exemplo anteriormente. Ignore este fato, para propósitos didáticos. Vamos criar um padrão 'maluco' a partir disso: 1. Poderíamos extrair vários padrões "malucos" destes dados mas vou começar com um bem simples: a primeira e última letras do nome e sobrenome da rua: AeDr. 2. Já temos minúsculas e maiúsculas mas precisamos de números. Vamos inseri-los, diretamente a partir dos que constam no endereço, na ordem natural: Ae99Dr19 - sabendo que aquele endereço é significativo para mim, continua fácil lembrar, não? Neste ponto já temos uma senha razoavelmente boa mas ainda falta ao menos um símbolo e a garantia que teremos uma senha diferente para cada site, serviço ou software. 3. Para começar, que tal substituir um ^ na posição correspondente à segunda vogal no nome do serviço? Assim, para o Facebook, nossa senha maluca viraria Ae9^Dr19 (o "e'" é a segunda vogal do nome Facebook, e está na quarta posição), para o Twitter a senha seria Ae99D^19, etc. Neste ponto já estamos em um bom começo, mas a entropia ainda é bem insuficiente: a senha para o Gmail seria a mesma Ae9^Dr19 que geramos para o Facebook, por exemplo. Dá para melhorar. 4. Para dar um passo a mais, que tal inserir a penúltima letra do nome do serviço, 2 posições após o símbolo que foi substituído? Aí a senha do Facebook ficaria Ae9^Dor19, a do Twitter seria Ae99D^1e9 e a do Gmail seria Ae9^Dir19 Isoladamente, parecem senhas geradas aleatoriamente e a regra de formação delas não é óbvia para um teste automatizado, especialmente sem o conhecimento daquele dado importante: O endereço de seu avô na década de 1980. E se alguém vier ter acesso à senha de um ou 2 de seus serviços online, em vazamentos sucessivos, ainda assim pode ter dificuldade para entender a relação entre elas e para adivinhar uma terceira. Exemplo 2: partindo da letra de uma música obscura Vamos usar como origem um verso de uma música que não seja a sua preferida, e também não esteja entre os maiores sucessos de seu autor (porque senão a possibilidade de ser associada a você ou reconhecida é maior). Para este exemplo, vamos usar a música "Declare Guerra", do início da carreira do Barão Vermelho. Agora o passo-a-passo vai ser menos detalhado porque você já entendeu como o procedimento funciona: 1. Vamos partir de um verso da música, escolhido ao acaso: "Chega de passar a mão na cabeça de quem te sacaneia", e pegar as 2 primeiras letras das 3 últimas palavras dele: quTEsa - 2 delas foram escolhidas arbitrariamente para ficar em maiúsculas. 2. Essas mesmas 3 palavras têm um total de 14 letras, portanto aí está o número que desejamos inserir: quTE14sa 3. Agora vamos escolher 2 símbolos diferentes para alternar: Se o número de letras do nome do serviço for ímpar, vai ser o # (que no meu teclado fica em cima da tecla 3 que é ímpar), e em caso contrário será o $ (que fica em cima do 4 que é par). 4. Resta decidir a que altura inseri-los. Para simplificar, vou usar a mesma regra do exemplo 1: na altura da segunda vogal do nome do serviço. Assim, a senha do Facebook (8 letras, par) ficaria quT$14sa, a do Twitter (7 letras, ímpar) ficaria quTE1#sa e a do Gmail (ímpar) seria quT#14sa. 5. Para garantir um mínimo de entropia adicional necessária, vamos inserir a segunda letra do nome de cada serviço, escrito em maiúscula, imediatamente antes do símbolo do passo anterior. Assim, a senha do Facebook ficaria quTA$14sa, a do Twitter ficaria quTE1W#sa e a do Gmail seria quTM#14sa. A prática de métodos similares a este que compartilhei me indica que é fácil memorizar as senhas variadas de cada serviço ou site, e lá pelo terceiro dia já não preciso ficar lembrando da regra a cada novo login nos sites que uso com frequência. Já para os sites que uso menos, de vez em quando tenho que usar a regra, mas é fácil o suficiente. Restam as personalizações (crie sua regra, não repita as dos exemplos, nem reuse os mesmos símbolos e critérios seletores!) e as exceções: sites ou serviços que exigem outros tamanhos de senhas, sites nos quais você tem um login (dica: use algum detalhe do login como parte da regra da senha), ou mesmo sites que exigem um número determinado de letras, números, símbolos, etc. Lidar com elas precisa ser parte de sua regra. Duas recomendações adicionais: Compartilhe a regra com a pessoa em quem você confia para lidar com seus acessos em caso de uma incapacidade sua ou outra emergência (coma, acidente, etc.) e aplique a mesma regra a 100% dos serviços, o que certamente demandará uma ou duas horas do seu tempo até trocar todas. E a terceira nem precisaria ser escrita: não esqueça sua regra, ou você estará numa situação potencialmente pior do que a de quem usa a mesma senha para todos os sites! Em tempo: senhas difíceis de memorizar ou complicadas de escrever são consequência de uma má escolha tecnológica, que são essas senhas relativamente curtas que usamos no dia-a-dia. Imagino que não demoraremos a ver a popularidade de outros métodos: Comprovação de identidade baseada em gestos, em reconhecimento de padrões, em séries de palavras, etc. Enquanto isso não chega, precisamos nos virar com o que temos! E será que você notou a pegadinha? Reveja agora o trecho do texto acima em que eu "chutei" 2 senhas e disse que poderiam ser produzidas por um bebê batucando no teclado. Você vai notar que ambas resultaram dos passos finais dos 2 exemplos que dei da formação de senhas e portanto não eram tão chutadas assim. Que tal? *** Endereço do artigo da Forbes mencionado no início: www.forbes.com/sites/anthonykosner/2012/07/16/123456-luke-wroblewski-cracks-the-code-of-the-most-popular-breached-passwords/ #10. O DV E A MÍDIA Colunista: VALDENITO DE SOUZA (vpsouza@terra.com.br) *TV francesa faz programa de viagens com jornalista cega Sophie Massieu deu a volta ao mundo durante 10 meses O canal de TV franco-alemão Arte lançou um programa de reportagens realizadas por uma jornalista cega, que deu uma volta ao mundo acompanhada de seu cachorro. O programa "Dans tes yeux" ("Nos teus olhos", em tradução literal) mostra as viagens da francesa Sophie Massieu, cega desde o nascimento, em 40 cidades de 23 países, entre eles o Brasil. Jordânia, China, India, Turquia, Canadá, Alemanha, Etiópia e Madagascar são alguns dos países visitados pela jornalista cega, que também percorreu a Lapônia, na Finlândia, a Palestina e algumas regiões francesas, como a CamargaCamarga (o "Pantanal" da França).. Durante as viagens, que duraram dez meses, a repórter tomou 74 aviões e utilizou diferentes meios de transporte: trens, barcos, balão e até camelo. "Nunca pensei que fosse montar na garupa de uma Vespa segurando um cachorro", diz ela, que circulou pelas ruas de Nápoles, na Itália, com o dálmata Pongo em seu colo na moto. Jornalista visitou cidades do nordeste e uma tribo no Brasil O conceito do programa é "mostrar o mundo de maneira diferente", sob a ótica das sensações de alguém que não possui a visão, diz Sébastien Deurdilly, co-redator-chefe da série de documentários turísticos. "Ainda não acredito que um canal de televisão aceitou dar o papel principal de um programa para uma pessoa portadora de deficiência. Isso é um sinal de que há avanços nessa área", diz Massieu, de 36 anos. Ela foi uma das primeiras pessoas cegas a ter cursado, em 1998, uma escola de jornalismo na França e foi colaboradora de grandes jornais e revistas do país. Entre as inúmeras aventuras de suas viagens para o programa de TV, ela saltou de asa delta na ilha da Córsega, na França, fez escalada na Grécia, participou de corrida de carros na Polônia, colheu arroz na China e aprendeu a dançar valsa usando salto alto em Budapeste, na Hungria. Na Grécia, ela também mergulhou em apneia para colher esponjas marinhas utilizando o mesmo antigo método dos mergulhadores locais, amarrada a um pedra de mais de 20 quilos. Além das percepções diferentes que uma pessoa cega têm ao descobrir um local, o programa privilegia o contato humano, ressaltando os encontros que a jornalista fez ao longo das viagens, como um pastor de ovelhas na Córsega, pescadores nas Ilhas Canárias, uma jovem de Xangai que a leva a discotecas ou um artista de Nova York. A francesa teve que se adaptar a diversas situações com seu cão, Pongo "Como eu não vejo, eu questiono coisas sobre os lugares que as outras pessoas não têm o hábito de perguntar", diz a francesa, que também fala inglês, espanhol e italiano. No Brasil, Massieu visitou Salvador, na Bahia, e outras localidades no Nordeste. Ela visitou ainda uma tribo indígena, segundo informou à BBC Brasil a assessoria do canal de TV Arte. A jornalista teve algumas dificuldades nas viagens. Seu cachorro Pongo, que a guia desde 2007, não foi autorizado a acompanhá-la a todos os lugares, como no Muro das Lamentações, em Israel, onde animais não são permitidos. A série de reportagens será exibida diariamente até o final de abril. Os programas sobre o Brasil serão apresentados nos dias 16 e 23 de abril. //Fonte: a BBC Brasil ** * Google usa deficiente visual para testar carro com piloto automático Rota foi cuidadosamente preparada, diz a Google. Steve Mahan não usou mãos, nem pés, e carro fez duas paradas programadas. O Google usou um motorista com deficiência visual para testar o funcionamento de seu automóvel com piloto automático, informou nesta quarta-feira (28) a companhia, que publicou um vídeo no YouTube com a experiência. A gravação intitulada "Self-driving car teste: Steve Mahan" mostra a viagem de Steve Mahan, um homem com incapacidade visual de 95%, em um percurso por sua cidade a bordo de um Toyota Prius equipado com a tecnologia do Google para autocondução. "Estou muito acima do que se considera estar legalmente cego", comenta Mahan nas imagens, nas quais explica como a perda da visão lhe impede de fazer coisas que antes podia realizar e o papel que poderia representar um automóvel como o da Google em seu dia a dia. "Isto me daria a independência e a flexibilidade para ir a lugares onde tenho que ir e quero ir quando eu necessitar fazer coisas", avaliou Mahan. Em seu deslocamento, Mahan fez duas paradas: uma na pista de acesso para veículos de um estabelecimento de fast-food e outra no estacionamento de uma lavanderia para buscar roupas. No vídeo é possível observar que o volante viaja só e que o carro circula seguindo as normas de trânsito, enquanto Mahan come tranquilamente o que encomendara. "Sem mãos, sem pés", comenta o motorista com os braços para o alto enquanto o veículo avança. O automóvel é equipado com um sistema de radares e lasers para conhecer sua localização, e durante o teste o copiloto de Mahan usava um computador portátil que estava conectado ao veículo. A Google explicou no YouTube que a condução com Steve Mahan foi realizada em "uma rota cuidadosamente programada" e que a experiência foi "um experimento técnico" que ofereceu "um olhar promissor sobre o que a tecnologia autônoma pode um dia conseguir se for obtida uma tecnologia rigorosa e com os padrões de segurança". A empresa anunciou seu projeto de automóvel com condução automática em 2010 e criou um protótipo capaz de ser guiado com o uso de seus mapas que foi testado com sucesso esse ano na Califórnia. O automóvel percorreu o estado americano de ponta a ponta e rodou mais de 225 mil km sem motorista ao volante, embora sempre sob supervisão e em situações de circulação propícias, segundo informou a empresa, que não deu detalhes sobre quando aconteceu o experimento com Steve Mahan. A Google acredita que os veículos não tripulados podem ajudar a reduzir os acidentes de trânsito e a realizar uma condução mais eficiente do ponto de vista energético. //Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/03/google-usa-deficiente-visual-para-testar-carro-com-piloto-automatico.html ** * Projeto ensina música a deficientes visuais e auditivos em Guarulhos Guarulhos - SP, 16/05/2012 Alunos produzem no computador partituras em braile. Projeto, que existe há sete anos, formou 72 músicos. O Conservatório Municipal de Guarulhos, na Grande São Paulo, oferece a deficientes auditivos e visuais a possibilidade de descobrir na música uma forma de superar dificuldades. Os parceiros do SP Rosana Lis e Fábio Bordalo mostraram detalhes desse projeto no SPTV desta quarta-feira (16). Os projetos de inclusão musical começaram a ser desenvolvidos desde 2005 no conservatório que atende os alunos gratuitamente. "Eles percebem a música pelo corpo. Eles ouvem o som mais grave e identificam que aquele som é diferente do agudo. Eles percebem no corpo, como o grave na barriga, por exemplo, e o agudo mais na região das costas", explica Fábio Bonvenuto, professor e maestro. A instituição também ministra aulas em braile. Os deficientes visuais utilizam o computador para produzir partituras nesse sistema de leitura para cegos. Depois, a música é passada para os instrumentos. "A música traz mais sensibilidade para a pessoa. A música traz um modo de ver o mundo diferente. A partir do momento que perdi a visão eu pensei sobre o que faria da vida, como eu agiria e quais seriam as possibilidades. Na verdade, eu descobri a música e me descobri na música", diz o bancário Pietro Aires Sanchini. O conservatório, que já formou 72 músicos, está com as inscrições abertas para deficientes visuais e auditivos. Serviço: Conservatório Municipal de Guarulhos Av. Tiradentes 2.521, 1º andar, Vila São Jorge Jardim Bom Clima Telefone: (11) 2087-7445 //Fonte:G1 ** * Placa do BRS é colocada em cima de piso para deficientes visuais Bernardo Barbosa e Patricia Royo, com o leitor Carlos RobertoCalvino Rio - Recém-instalada na Avenida Presidente Vargas sobre o piso tátil, que serve de guia para deficientes visuais, uma placa indicando as linhas do BRS4 se tornou uma armadilha perigosa para pedestres, entre a Rua Regente Feijó e a Avenida Passos. Segundo Maria da Gloria de Souza Almeida, chefe de gabinete da direção geral do Instituto Benjamin Constant, da maneira como está colocada, "a sinalização poderá causar acidentes a quem caminhar pelo piso tátil, pois a bengala não detectará a base da placa". O leitor Carlos Roberto Calvino circula diariamente pela área e, surpreso ao ver a placa quando voltava do almoço, enviou seu registro ao Eu-Repórter, a seção de jornalismo participativo do GLOBO: - Trabalho no prédio em frente e ainda não vi acidentes, mas uma hora vai acontecer um. É um absurdo. Quando instalavam placas na calçada, respeitavam uma altura mínima. Dessa vez, está no meio do passeio. É um problema não só para os deficientes visuais, mas para todos que passam por ali. Para Maria da Gloria, esse é apenas mais um exemplo da falta de preparo da cidade para a circulação de pessoas com problemas de visão: - Podemos citar ainda a péssima conservação das calçadas, a falta de sinais sonoros e o traçado das ciclovias, além da escassez de sinalização. O Instituto Benjamin Constant está à disposição de instituições públicas e privadas para consultoria, por meio de sua comissão de acessibilidade, mas nem sempre é procurado, diz a chefe de gabinete. //Fonte: Globo- ** * Sessão de cinema para deficiente visual chega ao interior paulista Leandro Martins - Ribeirão Preto Na tela do cinema, a imagem mostra uma senhora em uma cadeira, em uma sala ampla com um piano ao fundo, bordando em silêncio. No áudio, um narrador descreve detalhadamente a cena. A câmera fecha um ângulo nas mãos dessa mesma mulher. O narrador continua a descrever: "A imagem mostra o detalhe da agulha passando pelo tecido". Na ampla plateia do Cine São Carlos, no interior de São Paulo, com capacidade para 540 pessoas, um grupo de 15 deficientes visuais acompanha o desenrolar do filme. Eles estiveram na primeira sessão do Cine+Sentidos, que começou ontem e vai exibir quinzenalmente, às quintas-feiras, filmes com audiodescrição para cegos. "Assim dá para acompanhar toda a história", disse Ailton Guimarães, 38, deficiente visual. O projeto, iniciativa da prefeitura com o Cine São Carlos, é apontado como pioneiro no interior ao oferecer sessões permanentes e gratuitas para quem tem problemas de visão. Na primeira, foram exibidas cinco comédias curtas-metragens. Uma delas, "Mr. Abrakadabra!", do diretor José Araripe Jr., é muda e em preto e branco. O programa segue outros trabalhos de inclusão de pessoas com necessidades especiais, como o do Teatro Carlos Gomes, no Rio. Lá, as peças têm audiodescrição, libras (língua de sinais) e legendas. //Fonte: Folha de S.Paulo # 11.PERSONA Colunista: IVONETE SANTOS (ivonete@jfrj.gov.br) Paulo Romeu e a Audiodescrição Entrevista sobre audiodescrição no boletim ONCB-News ONCB-News // Informativo da Organização Nacional de cegos do Brasil // 04- 28 de agosto de 2010. Casado, funcionário de carreira da Prodam em São Paulo, dedica pelo menos duas horas de cada um dos seus dias, à luta pela audiodescrição na TV, no cinema e em espetáculos audiovisuais em geral. Estamos falando de Paulo Romeu Filho, que integrou recentemente a equipe de consultores da ONCB para as questões de acessibilidade. Segundo ele, a audiodescrição é hoje uma luta que interessa diretamente a 14 por cento da população brasileira, 29 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Interessa ainda, aos familiares e amigos dessas pessoas, e a todos aqueles que lutam por igualdade de direitos. Confira a seguir, a entrevista que ONCB-News realizou com Paulo Romeu. Conheça um pouco da atuação da ONCB nesse processo, veja como em outros países, os governos encaram a audiodescrição, saiba como será importante, agora e futuramente, a nossa mobilização e engajamento nessa luta. ON: Paulo Romeu: Casado, Pai de família, funcionário de carreira da Prodam. Entretanto, não se pode falar hoje em audiodescrição sem que seu nome seja pronunciado. Como tudo isso começou? Quanto tempo da sua rotina você tem dedicado à luta pela audiodescrição? PR: Tudo começou em 2005 quando assisti o filme Irmãos de Fé, o primeiro DVD lançado no Brasil com audiodescrição. Imediatamente percebi o potencial do recurso para a inclusão das pessoas com deficiência, permitindo o desfrute com total compreensão de todos os tipos de espetáculos e obras audiovisuais. Naquela época, a ABNT estava elaborando uma norma técnica de acessibilidade específica para a televisão, que tratava do closed caption e da interpretação em LIBRAS para as pessoas surdas. O lançamento de Irmãos de Fé deu os subsídios para que a audiodescrição também fosse incluída na norma. Por sua vez, a norma da ABNT forneceu o embasamento técnico necessário para que o Ministério das Comunicações publicasse a Norma Complementar nº1/2006, concretizando a regulamentação dos dispositivos da Lei 10098 e do Decreto 5296 referentes à acessibilidade na televisão. Em 2008, o Ministério das Comunicações, atendendo solicitação das emissoras de televisão, suspendeu a obrigatoriedade de transmissão de programas com audiodescrição, o que levou as discussões muito mais para o campo político do que técnico. Passei então a atuar como assessor das antigas UBC e FEBEC, e posteriormente da ONCB, para as negociações que passaram a acontecer entre as representações das pessoas com deficiência, as representações das emissoras de televisão e o Ministério das Comunicações. Foram dois anos de muito trabalho com a participação em reuniões técnicas, elaboração de cartas, ofícios e pareceres para as inúmeras consultas públicas promovidas pelo Ministério das Comunicações, até que, finalmente, em maio de 2010, uma nova portaria restabeleceu a obrigatoriedade da veiculação de programas televisivos com audiodescrição a partir de 2011. Não saberia dizer quantas horas, minhas e de muitas outras pessoas, foram dispendidas nessas atividades que certamente tomaram boa parte de nosso tempo disponível. Atualmente, enquanto contamos os dias que faltam para julho de 2011, uso pelo menos duas horas por dia pesquisando por notícias, trabalhos acadêmicos, ou elaborando artigos para publicar no Blog da Audiodescrição, que criei com o propósito de ajudar na divulgação do recurso, servir como repositório de documentos para todos que já pesquisam sobre o assunto, informar e mobilizar as pessoas com deficiência e a sociedade em geral sobre nosso direito, agora garantido inclusive por uma convenção da Organização das Nações Unidas, de termos cinema, teatro e televisão em formatos que incluam os recursos de acessibilidade de que precisamos. ON: Audiodescrição: descrição de imagens e sons não literais em produções audiovisuais como filmes, peças de teatro, programas televisivos, óperas e outros. Você diria que essa idéia já pegou entre as pessoas com deficiência visual no Brasil? PR: Entre aqueles que já tiveram a oportunidade de assistir algum evento com audiodescrição, tenho certeza que sim. Em todos os eventos audiodescritos que já participei, é muito gratificante ver a satisfação e o deslumbramento de todos aqueles que tiveram contato com o recurso pela primeira vez. As pessoas cegas sabem naturalmente o que é a audiodescrição, pois já foram em cinemas, teatros, ou até mesmo em casa assistiram a um DVD ou a televisão, e tiveram alguma pessoa lhes descrevendo cenas impossíveis de serem compreendidas sem o uso da visão. Mas a audiodescrição feita de forma profissional é muito diferente daquela feita por nossos familiares e amigos, daí o deslumbramento com o recurso e a satisfação de se ver respeitado como qualquer cidadão. De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2000, somos aproximadamente 16 milhões de brasileiros com algum grau de deficiência visual. Em 2009, o Ministério da Cultura patrocinou uma pesquisa que apontou números surpreendentes, tais como: menos de 9% dos municípios brasileiros possuem salas de cinema, pouco mais de 20% dos municípios possuem teatros. Por outro lado, a pesquisa mostrou que mais de 95% das residências possuem aparelhos de televisão. A análise destes números leva a conclusão evidente: apesar de grande parte das pessoas com deficiência visual já terem ouvido falar na audiodescrição, a maioria delas ainda não teve oportunidade de conhecê-la porque as emissoras comerciais de televisão ainda não transmitiram absolutamente nenhum programa com o recurso, enquanto que o cinema e o teatro têm abrangência muito mais restrita e estão concentrados nos grandes centros. Apesar de boa parte das pessoas surdas darem preferência para a comunicação na língua de sinais, o closed caption, ou legendas específicas para os surdos, tornou-se popular entre eles porque a televisão, o mais democrático e mais abrangente meio de comunicação conforme demonstrado na pesquisa do Ministério da Cultura, vem continuamente aumentando a quantidade de programas que transmitem com o recurso em âmbito nacional. Não tenho dúvida de que o mesmo acontecerá com a audiodescrição quando ela também estiver presente nos programas de televisão. ON: Enquanto que nos países da Europa e nos Eua, a ad já é uma realidade desde a década de oitenta do século XX, como está a situação no Brasil? PR: Sua pergunta me fez lembrar de uma reunião que participei no Ministério das Comunicações em 2008. Na ocasião, respondendo a uma afirmação dos radiodifusores que diziam ser a audiodescrição inexistente no Brasil, apresentamos uma pesquisa feita no Google pelo termo "audiodescrição", que retornou aproximadamente 400 resultados em páginas da Internet brasileira. Hoje, pouco mais de dois anos depois, o Google apresenta dezenas de milhares de resultados para a mesma pesquisa. No Blog da Audiodescrição é possível comprovar o crescente aumento da quantidade de eventos que disponibilizam o recurso da audiodescrição por todo o país: espetáculos de ópera, peças teatrais, apresentações de dança, sessões de cinema, desfiles de moda, passeios turísticos, palestras e seminários. Também é crescente a quantidade de trabalhos acadêmicos publicados por pesquisadores brasileiros sobre a audiodescrição, inclusive abordando o uso do recurso em sala de aula. Portanto, estranho a declaração feita pelo assessor jurídico do Ministério das Comunicações em julho último, no qual afirmou que a audiodescrição no Brasil ainda acontece esporadicamente. Essa era a realidade em 2006, mas não corresponde ao que se pode constatar em 2010. ON: Qual é o profissional que deve fazer audiodescrição? A propósito, o Brasil já tem bons profissionais nessa área? PR: O profissional de audiodescrição precisa ter bons conhecimentos de tradução semiótica, linguagem teatral, linguagem fílmica, amplo vocabulário, capacidade de síntese, elaboração de roteiros, conhecimento das técnicas e softwares empregados na edição e produção de audiovisuais. Enfim, é necessário um conjunto de conhecimentos específicos em várias disciplinas, principalmente das áreas de comunicação, educação e letras. Mas a principal característica do perfil de um audiodescritor deve ser a empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar de um espectador com deficiência e saber exatamente o que precisa e o que não deve ser descrito, não superestimando nem subestimando a capacidade de percepção e compreensão desses espectadores. Nesse ponto, o Brasil certamente já possui profissionais com grande competência e experiência. A primeira notícia que temos da realização de audiodescrição no Brasil é de 1999 na cidade de Campinas, mas foi a partir de 2003 que tomou maior impulso. Desde então, audiodescritores brasileiros têm participado de diversos workshops e oficinas realizados com a participação de profissionais conceituadíssimos como Bernd Benecke, Joel Snyder, Joe Clarck. Prova da competência dos audiodescritores brasileiros é o fato de alguns deles já estarem sendo solicitados para ministrar cursos e realizar trabalhos em outros países por emissoras de televisão, grupos teatrais, além de convites para participação e exposição de suas pesquisas em congressos internacionais. ON: Há como fazer previsões? Acredita que estaremos como, daqui a dez anos, com respeito à ad no Brasil? PR: Em países como a Inglaterra, já existem mais de trezentas salas de cinema e teatro que disponibilizam sessões audiodescritas regularmente, algumas emissoras de televisão do Reino Unido já transmitem 30% de sua programação com audiodescrição apesar de estarem obrigadas a veicular somente 10%. Alguns dias atrás, li uma notícia em que o presidente dos EUA, Barac Obama, afirmou em um evento em comemoração pelo vigésimo aniversário da ADA - Americans Disabilities Act, que a audiodescrição também vai se tornar obrigatória naquele país. Em outros países como Portugal, Espanha, Austrália, Japão, Canadá, Itália, Alemanha, Holanda, dentre vários outros, a audiodescrição também já acontece regularmente. No Brasil, a última portaria do Ministério das Comunicações publicada em maio deste ano estabeleceu a obrigatoriedade de veiculação de pelo menos duas horas de programação audiodescrita por semana pelas emissoras de televisão, aumentando essa quantidade um pouco a cada ano, até chegarmos a 20% da programação após dez anos. Em relação à outras mídias e tipos de manifestações culturais, ainda não existe regulamentação, mas a quantidade de eventos tem crescido espontaneamente. Esses dados demonstram que a audiodescrição é um recurso de acessibilidade, uma ajuda técnica que vem sendo exigida em todo o mundo não apenas pelas pessoas cegas, mas também por pessoas com outras deficiências como disléxicos, pessoas com deficiência intelectual, idosos que têm suas capacidades reduzidas com o passar dos anos. Portanto, assim como já acontece com o closed caption, a audiodescrição no Brasil certamente vai se tornar mais conhecida e mais aplicada com o passar dos anos. ON: Que filmes você recomendaria, os quais já têm o recurso da Ad e podem ser encontrados nas locadoras? PR: Nas lojas e vídeolocadoras é possível encontrarmos três filmes brasileiros cujos DVDs foram produzidos com audiodescrição. São eles: Irmãos de Fé, o Signo da Cidade, e mais recentemente Chico Xavier. A Programadora Brasil, distribuidora de filmes vinculada ao Ministério da Cultura, também disponibiliza diversos títulos com audiodescrição, mas somente para clubes de cinema, para exibição em sessões não comerciais. Em Fortaleza, o grupo LEAD - Legendas e Audiodescrição da Universidade Estadual do Ceará também lançou um projeto que disponibilizará DVDs de filmes com audiodescrição regularmente. Mas tenho notícias de que, muito em breve, uma das maiores produtoras e distribuidoras de filmes do Brasil passará a produzir todos os seus títulos com audiodescrição, assim como já faz com o recurso do closed caption. ON: você diria que a ad ainda é uma luta das pessoas, individualmente? Como vai a participação das organizações de pessoas com deficiência nesse processo? PR: Sei de muita gente envolvida e comprometida com essa luta, mas o poder econômico e a capacidade de lobby daqueles que são contrários a implementação da audiodescrição é imenso. Desde 2005, as extintas UBC e FEBEC não exitaram em se colocar ao lado das pessoas com deficiência, participando, inclusive presencialmente, de todas as ocasiões em que o assunto foi tratado pelo Ministério das Comunicações. A partir de 2008, a ONCB, que surgiu da unificação da UBC e FEBEC, tem demonstrado disposição e firmeza ainda maior em lutar pela concretização desse nosso direito. A ONCB participa da ADPF 160 como amicus curae, uma ação promovida pelo Conselho dos centros de Vida Independente - CVI-Brasil e pela Federação das Associações de Síndrome de Down - FBASD, que tramita no Supremo Tribunal Federal para exigir do Ministério das Comunicações as medidas necessárias para a efetivação desse direito das pessoas com deficiência. Estas mesmas instituições também participaram como litis consorte de um Mandado de Segurança para exigir do Ministério das Comunicações a reabertura de uma consulta pública sobre a audiodescrição em que os documentos para os quais o ministério solicitava contribuições foram divulgados em formatos inacessíveis para as pessoas cegas; mais recentemente, foi aprovado em assembleia da ONCB uma autorização para que a direção da entidade protocole uma denúncia contra o governo brasileiro no Comitê de Monitoramento da Convenção Sobre direitos das Pessoas com Deficiência da ONU. A antiga Corde e o Conade também não faltaram com o seu compromisso de lutar pela implementação da audiodescrição no Brasil. Portanto, do ponto de vista político e jurídico, as instituições representativas de pessoas com deficiência têm lançado mão de todos os instrumentos de que dispõe para garantir o respeito ao nosso direito. Entretanto, voltando ao que disse no primeiro parágrafo dessa resposta, os contrários a implementação da audiodescrição dominam os principais meios de comunicação, apelidado de o "quarto poder da república", e o argumento mais respeitado por eles é a opinião pública. Como disse anteriormente, em 2000 éramos 16 milhões de brasileiros com algum nível de deficiência visual, 25 milhões de pessoas com todos os tipos de deficiências. Hoje, 10 anos depois, acredita-se que somos 29 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. Esse é um contingente que não pode ser desprezado, mas estou convicto de que apenas a atuação política e judicial das instituições representativas das pessoas com deficiência não será suficiente para fazer que empresários mais preocupados com seus lucros e que, em todas as oportunidades, sempre perguntam "quem vai pagar a conta", cumpram suas obrigações. estou convencido de que também será necessário uma grande união e um grande esforço das instituições representativas, das entidades de, das entidades para, e também das próprias pessoas com deficiência no sentido de reivindicar do governo e dos meios de comunicação o respeito ao seu direito, informando e difundindo a audiodescrição na sociedade como um todo para formar um senso comum, evitando assim que venhamos a ter nova decepção em julho do próximo ano, repetindo o que já aconteceu em julho de 2008. ON: suas últimas palavras para os leitores do ONCB-News? PR: Agradeço muito a oportunidade de falar para os leitores do ONCB News sobre audiodescrição, e aproveito para convidá-los a se envolverem nesta luta pelo direito à cultura, à educação, à comunicação e ao lazer em formatos que contemplem os recursos de acessibilidade de que precisamos. Para se manterem informados sobre essa batalha, acessem o Blog da Audiodescrição: http://blogdaaudiodescricao.blogspot.com # 12.SAÚDE OCULAR Esta coluna é assinada pelo HOB - Hospital Oftalmológico de Brasília atfdf@uol.com.br O jornal Contraponto mantém um convênio informal com aquela renomada instituição. Caso deseje, o leitor pode sugerir o tema para uma próxima pauta. *Pálpebras caídas pedem investigação criteriosa Há diferentes causas de origem da ptose e os tratamentos são específicos a cada uma delas. É aconselhável buscar orientação de um oftalmologista especializado em plástica ocular. Brasília, 13/6/2012 - A ptose, mais conhecida como pálpebra caída, pode se manifestar a qualquer idade e trata-se de uma enfermidade da musculatura de elevação das pálpebras, o que extrapola a questão estética e merece muita atenção. As causas que levam à pálpebra caída são de diferentes origens e pode indicar uma disfunção neurológica. Quem faz o alerta é a oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Patrícia Moitinho (CRM 15368/DF). A especialista afirma que as pálpebras caídas, em alguns casos, prejudicam o campo visual e, em crianças, acarretam o risco do não desenvolvimento correto da visão. "Deve ser feita uma avaliação precoce para identificação e acompanhamento", sublinha. Há diferentes situações que têm como consequência a queda das pálpebras: Involucional - É a mais frequente, causada pelo enfraquecimento do músculo elevador das pálpebras, por um processo de envelhecimento, leva à queda progressiva. Mecânica - Caracteriza-se pelo excesso de pele nas pálpebras ou tumoração muito grande que leva ao comprometimento do campo de visão. Neurológico - A médica do HOB explica que "a miastenia gravis é uma doença neurológica, a qual pode refletir-se em diferentes músculos do corpo, as pálpebras estão nesta relação e quando são afetadas, também levam à queda palpebral". Trata-se de uma enfermidade neuromuscular que causa fraqueza e fadiga anormal dos músculos voluntários, como os da pálpebra. A fraqueza é causada por um defeito na transmissão dos impulsos dos nervos para os músculos. Com isso, o paciente perde o controle da pálpebra e não consegue abrir os olhos, esclarece. "Os sintomas são sutis, com pequenas fraquezas musculares e o primeiro sinal pode ser justamente a ptose. Em alguns casos vem associada à visão dupla (diplopia) e ao estrabismo", completa. Segundo Patrícia, ao diagnosticar a ptose como uma consequência de enfermidades neurológicas, o profissional oftalmologista encaminha o paciente a um neurologista e este profissional irá realizar o tratamento. Congênita - Existe a probabilidade de acontecer a ptose congênita. Essa, resulta da falta de desenvolvimento do músculo elevador da pálpebra e seu tendão durante a gestação. Nestes casos, deve-se ter cuidado com o desenvolvimento da visão nas crianças, aconselha a médica. O principal tratamento aplicado à ptose é direcionado a sua causa. Quando de origem neurológica o tratamento deverá ser feito pelo neurologista. Nos casos de ptose congênita e também as que aparecem com a idade, a correção é feita com o reposicionamento do músculo elevador das pálpebras. Patrícia Moitinho explica que o procedimento é realizado em torno de uma hora e visa corrigir a postura do músculo da pálpebra, que muitas vezes se encontra apenas desinserido de sua posição original. "O pós-operatório, nos primeiros dias, apresenta uma sensação de incômodo ao piscar devido ao edema palpebral e fechamento incompleto das pálpebras, depois normaliza", descreve. Conforme a médica do HOB, os casos indicados para cirurgia são aqueles de perda de campo visual, os de sensação de peso durante a leitura e também nos casos que requerem melhora estética. "É importante que o oftalmologista especializado em plástica ocular seja o responsável por essa cirurgia já que conhece muito a anatomia do olho, órbita e anexos. Além de ter a extrema preocupação em manter a fisiologia do piscar, fechar bem os olhos, e evitar ressecamentos graves no futuro", adverte. ** *Colírios: neste inverno, evite a automedicação No inverno, resista à automedicação com colírios mesmo diante dos incômodos causados pelo vento e pela baixa umidade. Os riscos à saúde dos olhos são muito maiores do que a sensação de alívio imediato. Brasília, 22/6/12 - Esta semana começou o inverno. A estação mais fria do ano é também o período em que a umidade cai e os ventos ficam mais fortes em muitas regiões do país. Essas alterações ambientais são sentidas diretamente nos olhos por muitas pessoas. A sensação de secura nos olhos faz com que aumente o movimento nas clínicas oftalmológicas e juntamente os problemas que resultam da automedicação no uso de colírios. Ocorre que a superfície ocular é uma região extremamente sensível à toxidade dos conservantes dos colírios e o uso indiscriminado do medicamento pode causar doenças nos olhos e até mesmo atrapalhar o resultado de tratamentos oftalmológicos. O especialista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), oftalmologista Victor Saques Neto (CRM 9831/DF) é quem alerta para esta prática comum e equivocada que se evidencia principalmente no período de seca do Distrito Federal. Quinto - Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o quinto maior consumidor de medicamentos do mundo. Grande parte da população toma remédios sem consultar médicos, arriscando-se às sérias consequências desta prática. De acordo com o oftalmologista do HOB, alguns pacientes costumam usar colírios indicados por amigos ou reutilizar medicamentos prescritos anteriormente. "Mesmo que o produto instilado seja apenas um simples lubrificante ocular, seu uso excessivo pode acarretar problemas de visão decorrentes de uma intoxicação e desencadear ceratites ou úlceras corneanas", adverte. Saques Neto lembra que se o paciente faz uso de um medicamento à base de corticoide, por exemplo, corre o risco de desenvolver catarata ou glaucoma precoces ao adotar a prática de uso contínuo de produtos que não têm avaliação médica. Ele observa que os medicamentos instilados nos olhos com fins estéticos como os vasoconstritores, os quais eliminam a vermelhidão ocular, quando usados por muito tempo sem acompanhamento médico, podem causar vermelhidão irreversível nos olhos. Lubrificantes - Em cidades que têm clima seco, é comum o uso de colírios com a finalidade de lubrificar a superfície ocular. Para não correr o risco de intoxicação, o especialista do HOB sugere fazer uso de colírios lubrificantes, mas sem conservantes. Enquanto as fórmulas com conservantes só podem ser aplicadas até seis vezes ao dia, as que não possuem este ingrediente não têm limite de aplicação."Mas este conselho só vale para os colírios lubrificantes ou lágrimas artificiais, os demais medicamentos, devem ser utilizados seguindo estritamente a prescrição médica", frisa. Sintomas - Saques Neto lembra que os sintomas de toxicidade incluem sensação de areia nos olhos, vermelhidão, ardência, sensibilidade à luz e visão turva. "Se algum desses sintomas manifestar-se, o uso do colírio deve ser interrompido e o paciente precisa procurar imediatamente um oftalmologista para identificar o problema e iniciar o tratamento adequado",orienta. ** *Oftalmologista alerta: evite excessos nas férias Nas férias também é preciso disciplina. As atividades de lazer como horas no computador, televisão ou videogame podem deixar lembranças incômodas no final do período e a exposição excessiva ao sol somada à falta de cuidados em piscinas e praias também oferecem riscos à saúde ocular. Brasília, 6/7/2012- Férias não significam descuido com a saúde. Especialmente nas férias escolares de inverno, crianças costumam passar além do tempo ideal em frente à televisão, ao computador ou entretidas com videogames. Em locais de temperaturas mais elevadas, os pais também não devem permitir que os filhos permaneçam muito tempo expostos ao sol ou descuidem-se das proteções necessárias para dias de divertimento em parques e piscinas. "O lema das férias deve ser o equilíbrio e o cuidado com a saúde sem exageros" alerta o oftalmologista Victor Saques Neto, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). Ficar muito tempo em frente a computadores ou televisores desencadeia dores de cabeça, ardência e vermelhidão nos olhos, sintomas que denunciam fadiga ocular. Ficar muito tempo dentro de piscinas com cloro e descuidar das lentes de contato implica no risco do aparecimento de infecções e alergias. Fadiga - Os efeitos da fadiga ocular são temporários, não cumulativos. Mas seus reflexos para uma criança, que está em pleno processo de desenvolvimento da visão, na análise de Saques, facilita o aparecimento de problemas refrativos como a hipermetropia, a miopia e o astigmatismo. A fadiga ocular não é uma doença, mas impõe riscos sérios a quem não toma os devidos cuidados. O cansaço é sentido quando uma pessoa faz um esforço prolongado da visão de perto, é uma espécie de alerta de que os olhos precisam de descanso. "Apesar de temporário, o desconforto causado pela fadiga ocular tende a diminuir o rendimento nos estudos quando o estudante retornar às aulas depois das férias", observa o oftalmologista. Alergias - As alergias oculares e irritações são problemas comuns durante o período de férias, normalmente decorrem do excesso de cloro em piscinas, da exposição à luz do sol e aos filtros solares. "Piscinas com excesso de cloro na água, causam, além de reação alérgica, grande irritação e vermelhidão na região ocular, uma vez que o cloro, presente na água, resseca as lágrimas e diminui também a hidratação das pálpebras. É importante que as pessoas, depois de nadar, lavem bem o rosto, principalmente os olhos", explica Victor Saques Neto. Dicas - Segundo o médico do HOB, o ideal é programar pequenas pausas durante o tempo dedicado diariamente ao computador e televisores, evitando ambientes com fumaça ou ar condicionado e escolher locais com boa iluminação, com mais de uma fonte de luz. "A cada hora em frente ao computador, é importante dedicar dez minutos para olhar para o horizonte, permitindo que a musculatura ocular descanse", reforça. Outro fator importante é a distância entre o usuário e o monitor do computador e da televisão. Quando a atividade de lazer for feita em frente ao computador, o monitor deve estar a 30 centímetros de distância dos olhos. Mais próximo do que essa distância, a visão entra na zona de maior esforço, observa. Segundo Saques Neto, as TVs de plasma, de LED, LCD ou em 3D, mesmo com superdefinição de imagem, exigem cuidados, relacionados à saúde visual, sobre o ambiente em que serão instaladas. As TVs de LED, por exemplo, possuem um fino painel iluminado por milhares de cores. Hoje, são consideradas entre as melhores no quesito definição de imagem, oferecendo combinação perfeita de brilho, contraste e cores. Mas quanto à relação tamanho da tela e distância do espectador é importante respeitar a adequação. A indústria conseguiu vencer o desafio de superar o tamanho das telas e controlar os pontos luminosos oferecendo uma superdefinição de imagem. Algumas marcas chegaram a oferecer telas de 103 polegadas. "Praticamente uma tela de cinema e que precisa de um espaço maior entre o monitor e o espectador, do que uma tela convencional para garantir a qualidade da imagem e da saúde ocular", assinala. Mesmo as TVs que permitem a percepção da imagem em terceira dimensão devem seguir a regra de distanciamento do telespectador, apesar da sensação de estar dentro da cena que é gerada pela tecnologia 3D, aconselha o médico. Ar livre - Já sobre as atividades de lazer fora de casa, o especialista do HOB reforça que a melhor maneira de proteger os olhos do sol é usando chapéus, bonés, óculos escuros com filtro contra raios UVA/UVB. Saques Neto alerta que se a criança ou adolescente faz uso de lentes de contato, deve retirá-las antes de entrar na água ou brincar com areia para não correr o risco de contaminação por microrganismos. Mais informações ATF Comunicação Empresarial Assessoria de imprensa do HOB Contatos: Teresa Cristina Machado José Jance Grangeiro Tel.: (61) 3225 1452 #13. REENCONTRO COLUNA LIVRE: Nome: Carlos Alberto dos Santos Chaves Formação: Curso médio Técnico em química Estado civil: Casado Profissão: Analista de Sistemas Período em que esteve no I B C.: De 1964 até 1976 Breve comentário sobre este período: Foi excelente porque o IBC tinha uma infraestrutura muito boa para atender os deficientes visuais, além de ter uma qualidade de ensino reconhecida pelas outras Escolas. Naquele período, além de preparar muito bem o aluno para o segundo grau, ministrava diversos cursos profissionalizantes tais como: empalhação, vassouraria, colchoaria, elétrica, encadernação, datilografia, massoterapia, afinação de piano, etc; além de cuidar da parte artística e esportiva, como: aula de violão, piano, solfejo, musicografia, natação, judô, escotismo, etc; por último, fiz grandes amizades por lá. O que tenho hoje, devo ao eterno IBC. Residência Atual: Rua Ramiro Ribeiro 41, Anil, Jacarepaguá, Rio de Janeiro, CEP: 22765-110 Contatos: (fones e/ou e-mails) Tel: 3348-9671, Cel: 9157-3326, Email: k.beto@terra.com.br #14. TIRANDO DE LETRA COLUNA LIVRE: * O Meu Divã -- Terminamos a sessão anterior quando você ia entrar no Benjamin Constant, mas você havia ainda feito um "link" entre o que o moveu a buscar uma analista e a identidade que sentiu haver entre nós, inclusive pelo meu nome. -- Pois é, como disse, você tem o nome de minha mãe, Norma, e esta palavra parece ter sido tudo que deu sentido à minha vida até então, ou fez com que me perdesse na busca deste sentido. Minha mãe, fazendo jus ao nome, era cumpridora das normas por ela estabelecidas quando tinha um objetivo. Só isto faria uma pessoa absolutamente analfabeta lutar contra os preconceitos da época por ter tido um filho que, além de ter sido algo como um "fruto proibido", lhe nascera cego. Ao ter ouvido falar, no interior onde nasci, de uma escola para cegos no Rio de Janeiro, fez da vinda para cá o objetivo maior de sua vida, a fim de que esse filho pudesse, como dizia ela, "aprender a ler". Bem sei que a opinião dela não foi esta, mas tenho consciência de não ser o que, por seu esforço, ela merecia que eu tivesse sido, e deixei de ser exatamente por fugir ao próprio sentido de seu nome e por buscá-la, a cada passo, em cada fuga. Não sei se terei sido claro! (Anti o silêncio, a analista diz): -- Não se preocupe com isso, prossiga. -- Recordo-me com clareza, não exatamente das palavras, mas do sentido que captei quando, prestes a entrar para o Benjamin Constant, ouvi uma conversa dela com um vizinho de nome Adalgiso, e ele lhe dizia: -- Norma, tu não tens coração! Como é que tu vais abandonar uma criança dessas num colégio interno?! -- Darziso, eu vim pra cá pra ele aprender a ler e ele vai pro colégio, custe o que custar! Ou tu pensa que eu também não tô com o coração partido?! -- e estas últimas palavras ela falou tentando conter as lágrimas, que eu agora não consigo! Aquilo ficou registrado; mas, só em 12 de março de 1962, data da minha entrada para o Instituto, pude compreender a extensão do que seu Adalgiso tentara dizer a ela e saber de fato o que era ficar longe dela, sozinho, no meio de pessoas completamente estranhas e que... Bem, enquanto ela ainda estava por perto, até foram carinhosas, como não seriam depois. Afinal, eram mais de 20 crianças a cuidar e, assim, ou ninguém era especial ali, ou todos o eram. Meu ingresso no jardim de infância se deu aos 5 anos de idade e aconteceu num horário em que, após o almoço, as crianças eram postas para dormir. Aquele "após o almoço", para mim, foi absolutamente inverídico, pois evidentemente, sob aquela emoção, fiquei longe de comer alguma coisa. A música da serra de uma carpintaria, localizada no pátio externo do Instituto, fazia-se ouvir ao longe e se prestou a embalar-me naquele dia, apenas para me conduzir ao sonho de estar em casa, perto dos meus, sem aquele sofrimento, que me soava como uma injustiça! Ao acordarmos, fomos levados ao refeitório, e o gosto do café amargo, que simplesmente provei, como Cristo fez com a esponja embebida em vinagre no episódio da crucificação, tinha então o sabor daquilo que se me afigurava incompreensível! A laranja, sobremesa do jantar no qual sequer tocara, pareceu, por seu azedume, dispor-se a confirmar meu quadro interior. As lágrimas daquela primeira noite, choradas em silêncio e no vazio da ausência dos meus, como só uma criança pode sentir, era tudo que a saudade podia me trazer e, misturadas ao cheiro de roupa de cama limpa, deixavam-me o travesseiro encharcado delas, e aquilo se repetiria vezes sem conta, embora a intensidade da dor nunca houvesse chegado à daquele dia. E veio o acordar naquela primeira manhã longe de minha mãe, e vieram outros e, em cada um deles, a surpresa da sua ausência, tornada maior pela dor da distância, fazendo-me compreender, desde logo, que a realização do meu sonho, aquele da primeira tarde dormida no "pós-almoço que não almocei", seria na sexta-feira, dia do retorno para junto dos meus, apesar de, nos dois primeiros anos, isto ser feito apenas a cada quinze dias, pois minha mãe recebera a informação de que a volta dos internos a suas casas deveria dar-se em fins de semana alternados, com visitas acontecendo naqueles em que ficassem na escola. Lembro-me muito bem daquele primeiro domingo em que pude ouvir novamente sua voz e sentir seu cheiro, misturado ao das frutas trazidas por ela, as quais, guardadas numa geladeira da copa por qualquer das inspetoras, jamais me chegavam às mãos. E na alternância entre o inferno dos retornos para o internato e o paraíso das voltas ao lar, ia-se dando meu aprendizado, pela dor, de como se desfrutar mais intensamente do prazer. Na hora do banho, éramos colocados em fila, com uma inspetora introduzindo criança por criança no chuveiro e, após nos molharmos, ensaboava-nos ou tentava ensinar-nos a fazê-lo sozinhos. Ainda tenho na memória a voz da "tia" Ondina, semelhante à de alguém que trouxesse um cigarro preso aos lábios, bem como a dolorosa lembrança de suas unhas no meu braço, puxando-me para o chuveiro por haver chegado minha vez e repreendendo-me pelo medo de andar depressa e esbarrar na criança à minha frente: "anda, seu palerma!" Felizmente, para compensar a dor causada pela impaciência de uma "tia" Ondina, havia o deleite do carinho da tia Helena, que, em seus turnos, nos levava depois do jantar para uma sala, onde havia uma radiovitrola, e ali colocava histórias, como as de Cinderela, Peter Pan e outras, as quais me faziam esquecer, por instantes, do sonho de estar em casa, junto à minha mãe e aos meus irmãos, tendo outros sonhos próprios de qualquer criança. Esta era a mesma sala onde, pela manhã, metade dos alunos, da qual eu também fazia parte, ficava sob orientação da tia Yolanda, que buscava infundir-nos ensinamentos úteis, como dar um laço, distinguir pelo cheiro coisas como óleo de fígado de bacalhau e café, etc. A descoberta de que o amor existia também longe da família se deu na convivência do meu dia-a-dia de jardim, e teve seu prenúncio quando minha mãe encontrou outra senhora, com quem logo se identificou pela semelhança das situações: Era a mãe de uma menina, também cuidando da documentação para seu ingresso no Instituto. Como uma das exigências para completá-la era a de que se levassem fotos das crianças, a coincidência fez com que nós, eu e Cristina, nos encontrássemos quando nossas mães cuidavam de nossas fotos e, se os fotógrafos não tiveram sensibilidade ou oportunidade para fotografar-nos ali, de mãozinhas dadas, nem por isso deixei de tê-la guardada em algum recanto de mim. Reencontramo-nos já internos e nos identificamos pelas afinidades, e, naqueles dois anos de jardim, ela certamente preencheu, e muito, minha carência de afeto com sua maturidade precoce, característica das mulheres, e com seu lado maternal, já sensível nela. A tia Perpétua, que, apesar do nome, passou bem mais que muitas outras, Eventualmente reunia as crianças à noitinha, antes da troca do turno, e designava uma delas para "disciplinar" as outras, o que consistia em mantê-las em silêncio. (Talvez tivéssemos algo em comum: o fato de não gostarmos de barulho). E ela, não sei se pela intuição aguçada ou por perceber no meu semblante algo que só viria a descobrir muito depois, a saber, uma seriedade por vezes além da minha intenção, incumbia-me daquela função policialesca, pela qual, vez por outra, até hoje me sinto culpado; mas isso você vai resolver, não é, Norma? -- Analistas não resolvem nada, apenas ajudam o paciente a resolver, quando ele quer -- disse a doutora, com um leve sorriso. -- mas isso você sabe que quero e inclusive estou pagando para ver, aliás literalmente, pelo menos no que se refere ao "pagar!" E, com um sorriso perpassando-lhe pela face, a Doutora pergunta: -- e você se sentia "gostado" pelas outras crianças? -- Pois é, olhando pra isso assim, à distância, minha impressão é a de que pelo gosto em exercitarmos o poder, muitas vezes nos esquecemos de que respeitar e até mesmo admirar não significa exatamente gostar! O gostar é genuíno, gosta-se ou não, independente do que seja a pessoa. E, pra responder à sua pergunta, digo que, de um modo geral, sentia-me mais temido do que "gostado". Havia lá na escola, entre as próprias crianças, algo como uma eleição, para a qual não se precisava computar votos e pela qual eram designados "o rei do jardim",ou "o rei dos menores", ou "o rei dos maiores", e um dos atributos necessários para que um súdito chegasse a tais postos de nobreza era, naturalmente, a força física, embora não o único, pois isto nunca foi meu forte; mas, pode colocar no seu currículo, Norma: você já teve um príncipe como paciente, ou pelo menos um ex-príncipe, o príncipe do jardim! (Risos). E era esta minha capa real que ajudava a esconder minhas lágrimas de saudade e de inconformismo com aquela situação. Uma outra desconfiança que tenho também é a de que, no fundo de mim, habite certa vergonha da cegueira, e isto me ocorre pela lembrança de que, em algumas ocasiões, éramos visitados por pessoas que, ou nos iam levar presentes em épocas de festas, ou queriam simplesmente conhecer o funcionamento daquela parte da escola e, quando esses visitantes se dirigiam às crianças, o normal era que muitas delas fossem apalpá-los e inquiri-los quanto ao que lhes despertassem as curiosidades: -- O que é isso, tio? -- É um relógio de pulso... Se, porém, dependesse apenas de mim, tais visitantes jamais passariam por essas apalpadelas, não obstante as ache normais; afinal, as inteligências têm sede de conhecimento. Mas, como ainda me dou a chance de poder não estar entre os príncipes da obtusidade, entendo isto como sintoma de uma possível anomalia, contando com você para desvendarmos, juntos, este meu mistério. -- É claro que vamos mergulhar fundo na busca dele, mas fica para o próximo capítulo: a sessão acabou! -- tudo bem. e, Norma, você verificou se podemos trocar a sessão das sextas por um outro dia? -- Sim, ia já lhe dizer isso: podemos passar para as quintas. -- ótimo! Assim, nas quintas venho aqui procurar as feridas da alma e, nas sextas, posso lavá-las.# Autoria: Leniro Alves *Voltando a falar de preconceito Como já se tem visto e dito fartamente, o cego é vítima normal de preconceito. Mas ... Será que o cego não é também preconceituoso? Quando éramos crianças no I B C, conhecemos de perto o preconceito dos nossos "colegas" maiores e mais adiantados nos estudos. Nós, os guris, não éramos aceitos nas rodas distintas dos tais colegas e, sempre que havia uma aproximação eventual, tínhamos que ouvir frases que nos colocavam na nossa inferioridade. Felizmente, quando crescemos, modificamos este quadro e os guris que vieram depois de nós já não encontraram o ambiente hostil que conhecemos. Não me vou alongar falando disto, mas ressalto que, curiosamente, logramos conseguir vitórias em algumas ocasiões e, uma destas vitórias, conto em seguida. Talvez possa considerar uma "história dentro da história", e chamar esta de: Torcedor Oprimido O corredor que levava à sala do canto orfeônico, como chamávamos naquele tempo a sala 245 tinha, à esquerda de quem se dirigia a ela, a maioria das que nele saíam. Estas salas eram identificadas pelos números de 1 a 7, numeração que subia em ordem natural à medida que nos aproximávamos da sala do Canto Orfeônico. A número 3 era ocupada pelos alunos do ginásio, tendo colocados nela seus armários e, como era pequena, a locomoção em seu interior era um tanto difícil. Nela, além de guardarem suas coisas, também ouviam rádio já que a sala dispunha de tomada elétrica e, naquele tempo, ainda não havia o rádio a pilhas. Certo sábado, à noite, jogariam na Vila Belmiro Santos e Vasco da Gama. Para meu desespero, constatei que ninguém ouviria aquela partida, a não ser a turma de vascaínos do ginásio. Como certamente meu ingresso na sala não seria permitido, na hora do jogo me coloquei humildemente à porta, do lado de fora, e me dispus a ouvir. Estava eu bem satisfeito acompanhando os lances da partida, quando um aluno que estava sentado na parte superior de uma carteira, e próximo à porta, esbarrou com o braço em mim. Foi o bastante para que ele dissesse furioso: "O que é que você está fazendo aqui, guri? Dê o fora! Vá procurar sua turma"! Não se limitando a falar, pulou da carteira e veio furioso em minha direção, quem sabe, pra me dar um cascudo. Eu porém, aproveitando-me de que a passagem ficara livre, ingressei na sala e fiquei oculto entre os armários ouvindo tranquilo e silencioso o jogo. Voltando ao seu lugar, o ginasiano desabafou alguns xingamentos ao "guri desconhecido" e sossegou. Para minha felicidade, além de ter ouvido a partida de forma mais tranquila, o Vasco ganhou por 3 a 2. Terminado o jogo, fui me deslocando cauteloso entre os armários e, tão logo cheguei à porta, e já do lado de fora, gritei abusado: "ouvi o jogo, ou não ouvi? Eu sou mais eu"! Logicamente saí correndo e jamais o furioso derrotado me poderia alcançar. Certamente vocês gostariam de saber o nome do derrotado ... Pois bem: Antônio Amaral Mendes Sobrinho, grande vascaíno e um dos fundadores da Associação dos Ex-alunos do Instituto Benjamin Constant. E viva o grande Vasco da Gama, motivo daquela vitória inesquecível, em uma noite que ele também conseguia uma inesquecível vitória! Autoria: Ary Rodrigues da Silva OBS.: Nesta coluna, editamos "escritos"(prosa/verso) de companheiros cegos (ex- alunos/alunos ou não) do I B C. Para participar: mande o "escrito" de sua lavra para a redação (contraponto@exaluibc.org.br). #15. ETIQUETA Colunista: RITA OLIVEIRA (rita.oliveira@br.unisys.com) Administrando as finanças pessoais Chegar ao final do mês no limite do cheque especial, acumular dívidas no cartão de crédito ou gastar muito mais do que o salário permite. O descontrole na administração das finanças é um problema que, ao contrário do que se pensa, não prejudica apenas a vida pessoal. Um orçamento doméstico desequilibrado costuma ter reflexos negativos no ambiente de trabalho, gerando queda no rendimento, baixa produtividade e desmotivação nos profissionais. "É cada vez maior o número de empresas que buscam assessoria para organizar as contas pessoais de seus executivos", constata a consultora Georgina Santos, da Agilis Seleção, integrante da Rede Gestão. Em alguns processos de seleção, o descontrole nas finanças pessoais pode, até mesmo, minar as chances de um candidato bem preparado. "A maneira com que o profissional lida com o dinheiro é observada com atenção", diz a consultora. "Como ele poderá cuidar de contas da empresa se não administra bem suas contas pessoais?" Para Georgina, o descontrole muitas vezes tem um motivo simples: falta de planejamento. Muitas pessoas gastam o seu salário em inúmeras pequenas despesas e, ao final do mês, não têm idéia de como o dinheiro não deu. O primeiro passo, segundo ela, é fazer um orçamento, anotando todos os gastos, diariamente. Dessa forma, é possível, ao final do mês, visualizar todas as despesas e, a partir daí, reorganizar os gastos. Algumas atitudes podem ajudar nesse processo. (1) Evite comprar por impulso. Compras não planejadas são os principais vilões de um orçamento desequilibrado. Siga esse conselho por trinta dias e veja a diferença. (2) Saque apenas o necessário no caixa eletrônico. Evite andar com uma grande quantia na carteira. Faça uma estimativa real dos seus gastos por semana - almoços, lanches, gorjetas - e saque. (3) Ande com poucas folhas no talão de cheque. Isso fará você pensar duas vezes antes de usá-lo. (4) Mantenha apenas um cartão de crédito. (5) Prefira o cartão ao cheque pré-datado ou pagamento em espécie. O cartão registra os seus gastos e permite um controle maior das despesas. É o ideal, desde que não haja juros. Em alguns casos mais graves, segundo a consultora, é necessário definir uma estratégia de emergência para saldar as dívidas, sair do vermelho e, então, adotar o hábito de planejar e controlar as despesas. "O ideal é que, ao final do mês, o profissional consiga economizar entre 10% e 20% do seu salário, qualquer que seja o salário", orienta. #16. BENGALA DE FOGO O Cego versus o Imaginário Popular(coluna livre) *Diálogo: o Taxista e o passageiro Outro dia, entrei em um táxi e quando falei ao motorista que tinha comunicado à atendente que era cega, ele disse que da próxima vez eu não dissesse que era cega, mas deficiente visual. Eu, com intuito de provocar perguntei: "ué, por que não posso dizer a verdade; meu amigo sou cega mesmo; o senhor pode-me explicar isso?" Resposta do motorista: "Ah, deixa pra lá, é coisa da minha cabeça mesmo". OBS.: Os fatos, por uma questão, meramente didática/pedagógico/cultural, foram tornados públicos... (Colunista titular: Duda Chapeleta) PS.: se você tem histórias, causos, experiências próprias, do gênero, mande para nossa redação, sua privacidade será rigorosamente preservada. #17. GALERIA CONTRAPONTO COLUNA LIVRE * Vicenta Castro Cambón (Traduzido de "Hacia la Luz" por J. J. L.) Ao comentar a vida de Vincenta Castro Cambón, o que primeiro ocorre à mente do comentarista é aquele axioma tão simples e tão verdadeiro que um filósofo emitira sobre a existência do homem: "nasce, sofre e morre". Estas três breves palavras, aplicadas no restrito sentido que lhe atribuíra o filósofo, encerram de um modo absoluto toda a vida de Vincenta Castro Cambón. Sorvendo o amargo cálice de todas as torturas físicas, ninguém como Vincenta suportou as desventuras, mantendo uma inquebrantável fé em um Deus a quem extremadamente amava e que, apesar disso, tão duros obstáculos semeou no calvário de seu viver doloroso e resignado. Jamais esboçou um gesto de rebeldia contra tanto rigor; jamais seus lábios se abriram para murmurar aquela súplica de uma alma no último desalento: "Senhor, afastai de mim este cálice". E se em seus versos, por vezes se vislumbra um protesto mais vigoroso, é inspirado sempre no amor ao seu semelhante, sobretudo por seus companheiros sem vista. Vicenta Castro Cambón veio ao mundo em Morón, cidadezinha próxima a Buenos Ayres, a 28 de setembro de 1882. Filha de um modesto fabricante de cigarros, aos 2 anos de idade, pela primeira vez bate-lhe à porta a desgraça, ferindo-lhe com as garras aduncas o frágil e tenro corpinho. Em consequência de uma queda, sofre fratura da coluna vertebral, tornando-se para sempre fisicamente deformada, pois ficaria corcunda. Menos de um lustro mais tarde, aos 6 anos, cai vítima de várias moléstias, entre as quais a escarlatina, para ela quase fatal, porquanto assinalara sua passagem marcando-a com a cegueira total, deixando-a praticamente surda, perdido o ouvido esquerdo e meio atrofiado o direito. Bem cedo ainda a morte de seus pais lança-a na triste orfandade, transcorrendo o resto de seus dias em companhia de parentes mais ou menos afetuosos. Contava já 19 primaveras, quando, como aluna, ingressou na única escola para cegos então existente no país, a qual funcionava no Asilo de órfãos, tendo ali recebido mui rudimentar instrução ao mesmo tempo que se iniciava no estudo de música, por que manifestava particular propensão e grande amor, demonstrando pela mesma acentuada aptidão. Com uma instrução apenas esboçada, afasta-se da escola e em seu berço natal, recolhe-se ao seio da família onde, qual pássaro que canta para alegrar a floresta sombria, enche as horas de sua solidão produzindo versos, versos que fazia florescer com a mesma espontaneidade que no rosal florescem as rosas, compondo-os para si somente, ou quando muito para seus íntimos, até que um amigo, provavelmente sem o seu conhecimento, revelou-a ao público como genial trovadora; ante tal revelação, o mundo intelectual buenairense consagrou-a comovido, tendo um semanário dos mais brilhantes publicado uma de suas poesias, quando de uma reportagem com ela realizada. Como se fez Vicenta poetisa, com pequena cultura, isolada de todo contato literário, privada até mesmo do manancial indispensável da leitura?... Tinha ela dentro de si intuitivamente o ritmo, a rima espontânea, flamejando em seu próprio ser a chispa do gênio. Era um daqueles lírios do vale, que germina em qualquer parte e cuja sementinha arrastada pela brisa, por uma abelha ou por uma avezinha, lançada em solo fecundo aí nasce silvestre, mas nem por isso deixa de, com suave aroma, impregnar o ar circundante, derramando pelos campos a doçura de seu perfume, o hálito sutil de suas pétalas. Assim, era Vicenta Castro Cambón, uma artista da rima, eminentemente emotiva, que em seu sofrimento e em seus pesares, encontrou a fonte de sua inspiração, pelo que seus versos, tão profundamente marcados de sua personalidade, tão intimamente relacionados com os acidentes de sua vida, levam impresso seu selo peculiar, inconfundível, e nisso precisamente se firma sua originalidade e seu valor poético. Em 1923 publica seu primeiro livro de versos, "Rumores de mi Noche" que, transcrito em braille, circulou pela quase generalidade dos leitores da Biblioteca Argentina para Ciegos e cuja crítica literária se acha estampada no prólogo do mesmo, firmada por Alberto Larrán de Vere. Desta obra esgotaram-se duas edições, evidenciando de forma insofismável seu valor e o grande interesse despertado entre os apreciadores da bela poesia. Um mês antes de falecer, dava Vicenta Cambón à publicidade sua segunda obra poética, "Cajita de Musica" da qual, ainda Larrán de Vere em uma conferência radiofônica, fez longa e judiciosa crítica. Finalmente deixou preparado um terceiro volume, "Y Cantando lo Haré" representando esta artística trilogia, o bálsamo e o consolo que a poetisa encontrou em todo o decurso de sua áspera estrada de infindáveis martírios, como essas abelhas que, obrigadas a buscarem nos campos sem flores seu alimento, devolvem-nos transformados em saboroso mel o suco amargo das silvas e das giestas agrestes. Morre Vicenta aos 45 anos de idade (07-05-1928), deixando aos invidentes erigido um monumento mais real e positivamente humano que seus versos magníficos, a Biblioteca Argentina para Ciegos, livro gigantesco que compendia em suas páginas todas as aspirações e todos os anelos de seus irmãos de infortúnio. //Fonte: REVISTA BRASILEIRA PARA CEGOS / Janeiro de 1957 #18. PANORAMA PARAOLÍMPICO Colunista: DIEGO CORREA ( diego8759@yahoo.com.br) 1- Detentos do Paraná entregam 400 bolas de guizo para serem utilizadas nos jogos paraolímpicos de Londres É com muita felicidade que trago a vocês uma importante notícia, tanto para a sociedade em geral, como para os cegos de forma específica, uma vez que detentos do estado do Paraná, ao invés de ficar sem fazer nada dentro das penitenciárias, foram colocados para produzirem bolas de guizo para os jogos paraolímpicos, ajudando além deles mesmos, com a finalidade de voltar bem ao convívio social, os cegos praticantes e amantes do futebol de 5. Confiram a matéria logo abaixo. A Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná (Seju) e Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) entregam, nesta segunda-feira (9), ao Comitê Paraolímpico Brasileiro 400 bolas de guizo, produzidas por presos de penitenciárias paranaenses, que serão utilizadas nos jogos oficiais da Paraolimpíadas 2012, que acontecerá em Londres, de 29 de agosto a 9 de setembro deste ano. Reconhecida como a única bola oficial para cegos pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA - International Blind Sports Federation), com sede na Espanha, a bola de guizo que será utilizada nas Paraolimpíadas 2012 foi desenvolvida no Paraná pelo técnico do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Mário Sérgio Fontes, e pelo funcionário do Depen/PR e coordenador do projeto "Pintando a Cidadania", Roberto Canto. São eles que coordenam a produção dessas 400 bolas de guizo feitas por 70 presos de três unidades do sistema penitenciário paranaense: Penitenciária Central do Estado (Piraquara), Penitenciária Estadual de Piraquara II e Casa de Custódia de São José dos Pinhais. Além da entrega das 400 bolas de guizo, que seguirão para Brasília e de lá para Londres ainda em julho, na ocasião será assinado um acordo entre a Seju e o Comitê Paraolímpico Brasileiro, estabelecendo a produção anual de 3 mil bolas de guizo por presos do Sistema Penitenciário do Paraná, a serem utilizadas em competições oficiais nacionais e internacionais, reconhecidas pela IBSA. A cerimônia de entrega das bolas e assinatura do acordo entre as partes foi nesta segunda-feira (9) às 14h30, na sede do Projeto Pintando a Cidadania, que fica na Avenida Rui Barbosa, 6888, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. ** 2- DIVULGADA A LISTA OFICIAL DOS ATLETAS CONVOCADOS PARA OS JOGOS PARALÍMPICOS 2012 É importantíssimo prestar muita atenção na matéria abaixo, pois nela estão a convocação dos atletas que nos representarão nos jogos Paralímpicos de Londres nas modalidades que a CBDV representa, bem como os comentários de seu presidente, Sandro Soares. Leiam! Faltando apenas 70 dias para o início das Paralimpíadas Seleções de Futebol de 5, Goalball (masculino e feminino) e Judô confirmam a relação dos atletas que vão em busca de medalhas em Londres. Presidente da CBDV, Sandro Laina Soares, analisa o momento brasileiro nos esportes paralímpicos. O Brasil começa a respirar mais de perto os Jogos Paralímpicos de Londres. Nesta quarta-feira (20), o Comitê Paralímpico Brasileiro, representando as confederações e as comissões técnicas das Seleções Brasileiras de Futebol de 5, Goalball (masculino e feminino) e Judô, divulgou a lista oficial dos atletas que vão representar o país na capital inglesa. O maior evento paradesportivo do mundo está programado para começar no dia 29 de agosto. - Chegamos ao fim de nosso ciclo. É o momento final para cada um dos atletas escolhidos para defender o Brasil em Londres. Nossas modalidades estão em franca ascensão técnica e quantitativamente. O número de atletas tem se multiplicado ano a ano, e os resultados internacionais também estão aparecendo. Além dos títulos do Futebol de 5 e das medalhas alcançadas no Judô, o Goalball alcançou resultados importantíssimos, como um título Parapan-Americano (Seleção masculina em 2011). Tudo isso só tem sido possível graças aos apoiadores, como o Ministério do Esporte http://www.esporte.gov.br/, que tem patrocinado nossas fases de treinamento; a INFRAERO http://www.infraero.gov.br/, que com o patrocínio ao Judô tem possibilitado o desenvolvimento constante e sólido da modalidade; e à Loterias Caixa http://www1.caixa.gov.br/loterias/index.asp, que ao patrocinar o Futebol de 5 permite eventos internacionais de alto nível, como o Desafio Internacional de Futebol de 5. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) http://www.cpb.org.br/ é também importantíssimo neste processo, alinhando nossas ações e nos dando suporte técnico para que todo o movimento Paralímpico cresça por igual - vibrou o presidente da CBDV, Sandro Laina Soares. As três modalidades Paralímpicas administradas pela CBDV seguem para os Jogos na Terra da Rainha com 32 atletas e 18 integrantes das comissões técnicas na delegação. Sandro Laina Soares mandou uma mensagem para aqueles que representarão o Brasil em Londres. - A convocação é um momento ímpar. O atleta agora tem que manter a calma e a tranquilidade para finalizar o trabalho em busca do melhor resultado nos Jogos. Ainda teremos algumas fases de treinamento, e aí é continuar com a mesma dedicação para chegar em Londres e dar o melhor pela medalha - conclui o presidente da CBDV. Confira a lista oficial dos convocados. *Futebol de 5* Cássio Lopes dos Reis (ICB /BA) Daniel Dantas da Silva (APACE/PB) Emerson de Carvalho (APADV/SP) Fábio Luis Ribeiro de Vasconcelos (APACE/PB) Gledson da Paixão Barros (ICB/BA) Jefferson da Conceição Gonçalves â€" (ICB/BA) Marcos José Alves Felipe (APACE/PB) Raimundo Nonato Alves Mendes (ADVP/PE) Ricardo Steinmetz Alves (AGAFUC/RS) Severino Gabriel da Silva (APACE/PB) /Comissão técnica/ José Antônio Ferreira Freire (Coordenador da modalidade) Ramon Pereira de Souza (Técnico) Ricardo Robertes (Auxiliar técnico) Sandro Rodrigues dos Santos (Preparador físico) Gustavo de Castro (Fisioterapeuta) Lucas Leite Ribeiro (Médico) *Goalball* /Masculino/ Alexsander Almeida Maciel Celente (CESEC/SP) Filippe Santos Silvestre (URECE/RJ) José Roberto Ferreira de Oliveira (APACE/PB) Leandro Moreno da Silva (CESEC/SP) Leomon Moreno da Silva (ABDV/DF) Romário Diego Marques (CESEC/SP) /Comissão técnica/ Artur José Squarisi de Carvalho (Coordenador da modalidade) Alessandro Tosim (Técnico) Diego Gonçalves Colletes (Preparador físico) Luiz Carlos dos Santos (Fisioterapeuta) Hésojy Gley Pereira da Silva (Médico) /Feminino/ Ana Carolina Duarte Custódio Dias (IBC/RJ) Cláudia Paula Gonçalves de Amorim Oliveira (AMC/MT) Denise Daniele Batista de Souza (ADEVIRN/RN) Gleyse Priscila Portioli de Souza (IBC/RJ) Márcia Bonfim Vieira dos Santos (APADV/SP) Neusimar Clemente dos Santos (IBC/RJ) /Comissão técnica/ Artur José Squarisi de Carvalho (Coordenador da modalidade) Paulo Sérgio de Miranda (Técnico) Diego Gonçalves Colletes (Preparador físico) Thiago Parreira Sardenberg Soares (Fisioterapeuta) Hésojy Gley Pereira da Silva (Médico) *Judô* Antônio Tenório da Silva (ADAM/SP) Daniele Bernardes da Silva (CESEC/SP) Deanne Silva de Almeida (ADEVIBEL/MG) Harlley Damião Pereira de Arruda (CESEC/SP) Karla Ferreira Cardoso (CEIBC/RJ) Lucia da Silva Teixeira (CESEC/SP) Magno Marques (AD-SÃO CAETANO/SP) Michelle Aparecida Ferreira (ISMAC/MS) Roberto Julian Santos da Silva (J C LARA/RJ) Willians Silva de Araújo (CEIBC/RJ) /Comissão técnica/ Jaime Roberto Bragança (Coordenador da modalidade) Alexandre de Almeira Garcia (Técnico) Caio Ricardo Lopes Paolillo (Preparador físico) Luiz Edumundo Costa (Fisioterapeuta) Geovanna Ignácio Subirá Medina (Médica) ** 3- Brasil conquista título do desafio internacional de futebol de 5 em Madrid A matéria abaixo, fala sobre a conquista do Brasil no desafio internacional de futebol de 5. Leiam! Seleção fatura seu sétimo título no ciclo atual, mas presidente Sandro Laina fala que o melhor ainda está por vir. Próximo desafio dos atletas Brasileiros será pela VI Fase de Treinamento entre os dias 8 e 15 de julho, na ANDEF, em Niterói (RJ) Depois de vencer quatro partidas em cinco disputadas, a Seleção Brasileira de Futebol de 5 conquistou o Torneio Internacional de Madrid, na Espanha. Válido pela última rodada da competição, o Brasil perdeu para a China por 1 a 0, mas mesmo com o resultado negativo a equipe do técnico Ramon Pereira levantou a taça, superando a Argentina no saldo de gols (10 a 3). Ambas terminaram a competição com 12 pontos. Todas as equipes que estiveram em Madrid estão confirmadas nos Jogos de Londres, e segundo o presidente da CBDV, Sandro Laina Soares, o Brasil retorna da Espanha confiante na conquista do tricampeonato Paralímpico. - O sentimento é de dever cumprido. Todo o trabalho foi bem testado e temos a certeza de que o ouro é possível. Ainda teremos uma fase de treinamento, que servirá para a lapidação final, mas o que deveria ser feito já foi. O trabalho só precisa da medalha paralímpica para fechar com chave de ouro. Foram sete títulos, mas nada se compara a esse que iremos buscar em Londres - vibrou o presidente da CBDV. Os títulos a que Sandro Laina se refere são os conquistados no atual ciclo da Seleção Brasileira (2009/2012): Campeonato Mundial (2010), Parapan-Americano (2011), Copa América (2009), Desafio Internacional Loterias Caixa (2010, 2011 e 2012) e o mais recente, o Desafio Internacional de Madrid (2012). Atual melhor jogador mundo, eleito no mundial de 2010, Jefinho terminou a competição na artilharia, com cinco tentos, média de um gol por partida. Outro que se destacou foi o goleiro Fábio, que teve de ir buscar somente duas vezes a bola no fundo do gol. Sendo o goleiro menos vazado do torneio. Além da vitória dos chineses sobre o Brasil, outros dois jogos fecharam a última rodada da competição, Argentina 1 x 0 Espanha e França 0 x 0 Inglaterra. Com os resultados a classificação final ficou da seguinte forma: *1º Brasil* 2º Argentina 3º Espanha 4º China 5º França 6º Inglaterra *Resultados* /Domingo - 24/06/ Espanha 4 x 1 França Brasil 2 x 0 Argentina (Jefinho e Bill) China 0 x 0 Inglaterra /Segunda-feira - 25/06/ China 2 x 3 França Espanha 0 x 2 Brasil (Bill e Raimundo) Argentina 1 x 0 Inglaterra /Terça-feira - 26/06/ Brasil 5 x 1 Inglaterra ((3) Jefinho, Cássio e Bill) Argentina 1 x 0 França Espanha 2 x 2 China /Sexta-feira - 27/06/ Brasil 3 x 0 França (Marquinhos, contra da França e Jefinho) Inglaterra 1 x 1 Espanha Argentina 3 x 1 China /Sábado - 28/06/ Brasil 0 x 1 China Argentina 1 x 0 Espanha Inglaterra 0 x 0 França ** 4- Principal campeonato de futebol de 5 do país acontece em novembro A última matéria desta coluna fala sobre o principal campeonato de futebol de 5 do nosso país, qual seja, a copa Brasil. Acompanhem abaixo! Com início confirmado para o dia 19 de novembro, a Copa Brasil de Futebol de 5 - Série A terá como sede a cidade de São Paulo. O evento promete ser um dos mais disputados dos últimos anos, principalmente com os novos talentos que surgem a cada regional disputado. São três novidades em relação às equipes que disputaram o campeonato do ano passado, em João Pessoa (PB). O atual campeão, ICB (BA), entra como grande favorito ao evento, em busca do tetra campeonato consecutivo, mas não terá vida fácil devido ao crescimento de muitas outras equipes que já começaram a se preparar. AGAFUC (RS) e ADVP (PE) - campeã e vice da Série B 2011 - foram as equipes que conquistaram o acesso. As duas entidades substituem, UNICEP (ES) e ACERGS (RS), rebaixadas no ano passado. A outra equipe a conseguir a vaga foi a UEEJAA (PA) - terceira colocada na 2ª divisão nacional -, que conseguiu a classificação após a antiga CETEFE (DF) comunicar que não faz mais parte dos eventos paradesportivos. *Fórmula de disputa* As equipes são dividas em três grupos, e jogam todas contra todas em único turno. As duas primeiras colocadas, mais os dois melhores terceiros avançam para a próxima fase. Após as equipes jogam a fase eliminatória, das quartas de final até chegarem à final do torneio. A disputa do terceiro lugar geral será decidida entre as equipes derrotadas nas semifinais. Confira as equipes da Copa Brasil de Futebol de 5 - Série A Associação de Pais e Amigos e Deficientes Visuais - APADV (SP) Associação dos Deficientes Visuais de Belo Horizonte - ADEVIBEL (MG) Associação dos Deficientes Visuais de Petrolina - ADVP (PE) Associação dos Deficientes Visuais do Paraná - ADEVIPAR (PR) Associação Gaúcha de Futsal para Cegos - AGAFUC (RS) Associação Paraibana de Cegos - APACE (PB) Associação Paraibana dos Deficientes Visuais - APADEVI (PB) Caixa Escolar do Instituto Benjamin Constant - CEIBC (RJ) Centro Desportivo Maranhense de Cegos - CEDEMAC (MA) Instituto de Cegos da Bahia - ICB (BA) Unidade Educacional Especializada José Alvares de Azevedo - UEEJAA (PA) Urece Esporte e Cultura - URECE (RJ) Peço a Deus que abençoe todos vocês! Nos encontramos novamente em agosto! #19. CLASSIFICADOS CONTRAPONTO COLUNA LIVRE: *Cinco informações úteis não divulgadas! Principalmente a QUARTA 1. Quem quiser tirar uma cópia da certidão de nascimento, ou de casamento, não precisa mais ir até um cartório, pegar senha e esperar um tempão na fila. O cartório eletrônico, já está no ar! Nele você resolve essas (e outras) burocracias, 24 horas por dia, on-line. Cópias de certidões de óbitos, imóveis, e protestos também podem ser solicitados pela internet. Para pagar é preciso imprimir um boleto bancário. Depois, o documento chega por Sedex. Passe para todo mundo, que este é um serviço da maior importância. 2. DIVULGUE. É IMPORTANTE: AUXÍLIO À LISTA Telefone 102... não! Agora é: 08002800102 Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são importantes...... NA CONSULTA AO 102, PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIÇO. SÓ QUE A TELEFÔNICA NÃO AVISA QUE EXISTE UM SERVIÇO VERDADEIRAMENTE GRATUITO. Não custa divulgar para mais gente ficar sabendo. 3. Importante: Documentos roubados - BO (boletim de ocorrência) dá gratuidade - Lei 3.051/98 - VOCÊ SABIA??? Acho que grande parte da população não sabe, é que a Lei 3.051/98 que nos dá o direito de em caso de roubo ou furto (mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência), gratuidade na emissão da 2ª via de tais documentos como: Habilitação (R$ 42,97); Identidade (R$ 32,65); Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11).. Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cópia (não precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrência e o original ao Detran p/ Habilitação e Licenciamento e outra cópia à um posto do IFP.. 4. ARTISTA FAMOSOS FICAM EM FORMA COM EXERCICIO E DIETA? Tudo mentira, os famosos tem uma receita secreta que deixa o corpo em forma sem esforço, por isso conseguem perder peso muito rápido. Tem uma coluna da Globo que mostra como funciona - http://www.novidadesaude.com.br/ 5. MULTA DE TRANSITO : essa você não sabia No caso de multa por infração leve ou média, se você não foi multado pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses, não precisa pagar multa. É só ir ao DETRAN e pedir o formulário para converter a infração em advertência com base no Art. 267 do CTB. Levar Xerox da carteira de motorista e a notificação da multa.. Em 30 dias você recebe pelo correio a advertência por escrito. Perde os pontos, mas não paga nada. Código de Trânsito Brasileiro Art. 267 - Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa. DIVULGUEM PARA O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS POSSÍVEL. VAMOS ACABAR COM A INDÚSTRIA DA MULTA!!!! Gostaria, se possível, que cada um não guardasse a informação só para si# PS. Anuncie aqui: materiais, equipamentos, prestação de serviços... Para isto, contate a redação... #20. FALE COM O CONTRAPONTO CARTAS DOS LEITORES: *From: "Angela Lima Ribeiro" Prezado(a) Responsável, Sou Ângela Lima Ribeiro, deficiente visual, residente na cidade de Salvador - Bahia e, se possível, gostaria de receber as edições do periódico Contraponto por este endereço eletrônico. Caso seja necessário o preenchimento de algum requisito para o atingimento deste objetivo, gostaria de que me fosse apontado. Sem mais, fico aguardando retorno e obrigada pela atenção. Ângela Lima. *** Salve Angela Lima, Doravante você fará parte do nosso cadastro, o que é motivo de honra para nossa equipe. Valdenito de Souza - redator --- * Cadastro de Leitores: Se você deseja ser um leitor assíduo de nosso jornal, envie uma mensagem (solicitando inscrição no cadastro de leitores), para: contraponto@exaluibc.org.br * Todas as edições do Contraponto estão disponibilizadas no site da Associação dos Ex-alunos do IBC (exaluibc.org.br), entre no link " contraponto" * Participe (com criticas e sugestões), ajudem-nos aprimorá-lo, para que, se transforme realmente num canal consistente do nosso segmento. * Venha fazer parte da nossa entidade: Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant (existem vários desafios esperando por todos nós). Lutamos pela difusão e socialização ampliada de atividades, eventos e ações voltadas para Defesa dos Direitos dos Deficientes Visuais. * Acompanhe a Associação dos Ex-alunos do I B C no Twitter: @exaluibc * Faça parte da lista de discussão dos Ex-alunos do I B C, um espaço onde o foco é nos deficientes visuais e seu universo. (Você pode se inscrever via site da associação: www.exaluibc.org.br) * Solicitamos a difusão deste material na Internet: pode vir a ser útil para pessoas que você sequer conhece. *Redator Chefe: Valdenito de Souza, o nacionalista místico Rio de Janeiro/RJ *****