Nelson maimone HELOÍSAS & MARIAS POESIAS Nelson Maimone não é apenas o médico humanitário e competente, que toda Maringá conhece e admira. É, sobretudo, um alto e inspirado poeta que se revela agora ao grande público, através deste punhado de versos, que ele batizou de"Heloísas e Marias." Nele, Nelson Maimone se revela o poeta do cotidiano, como Bandeira, como Vinícius e, mais recentemente, como Leminski. Sua poesia tem um acentuado pendor para as coisas simples da vida e, nela, o amor ocupa um lugar incontestável. Veja-se, a propósito, o poema intitulado"Proposta":"Mesmo que o sol se apague/ Ou que a lua mude a face/ Mesmo que as marcas do tempo/ mudem teu semblante,/ teus olhos nos meus/ embora um só instante,/ alimentarão a chama/ de um amor constante." Ou neste"Elo Perdido": É você o meu dia a dia, amor/ ferimento aberto./ É você tão perto/ e eu tão longe,/ por quem eu sempre anseio/ e não encontro ao certo." Maimone, Nelson Heloísas & Marias: poesias. Nelson Maimone. Maringá: Clichetec, 1998, 1a. ed. 1. Poesias, 2. Literatura Brasileira Revisão Jaime Vieira e Galdino Andrade Capa e Projeto Gráfico Luciane Maimone e Ederlei Poço Baldo Organização Sônia Martinucci Lima Rosa Ilustração Cariátide do Teatro de Dionísio, Acrópole de Atenas Os direitos autorais desta edição foram cedidos à ADEVIMAR, Associação dos Deficientes Visuais de Maringá. Av. Guaiapó, 3260, Telefax: (044) 228-6609 – Maringá – PR. APRESENTAÇÃO Apresentar a primeira coleção de versos de um escritor, no caso um oftalmologista renomado, é como apresentar um navio diante do qual se abrem todos os mares. Cuidado com a visão e sensibilidade quando se unem, que promessas não se haverão de realizar? Veja em Sensações: “Um raio de luz/ numa mente vazia,/ fez renascer emoções,/ nas cores do arco íris". O grande Henry James disse que a única exigência que se pode fazer com relação a uma obra literária é que ela seja interessante por um motivo ou por outro. A poesia simples de Maimone desperta interesse não só pelo lirismo despojado de recursos de linguagem mas pela metalinguagem predominante em quase todos poemas. Confira em Decreto: “Sentirás a falta do meu carinho/ do meu amor manifesto/ do meu amor suspeito/ e das flores lançadas/ sobre o caminho". Como um jogo sutil de espelhos a obra surpreende o leitor com lampejos poéticos:"Em queda livre, pensamentos/ coração calado, silêncio./ Retalhos de palavras órfãs/ vozes que sussurram momentos,/ paralelas que desenham amanhãs". Sente-se nesta coletânea de versos, algo como o júbilo do pássaro que se encanta com sua capacidade de voar em seus primeiros dias de vôo. Confira:"Os enganos/ geralmente servem/ para alguma coisa,/ são para os poetas/ um motivo de inspiração". Enfim, sinto-me feliz que meu nome acompanhe mais este livro de estréia. Sucessos Jaime Vieira Professor e Poesta Nota do autor. Um bom papel sempre aceita a tinta, não importa a qualidade do seu conteúdo. Na verdade, jamais tive a pretensão de me considerar um poeta, mas acredito que tenhamos muito em comum: noites de insônia, sofrimentos e um amor mal resolvido. Heloísas & Marias simboliza um amor em segredo, a felicidade almejada, o porto seguro. Mais do que um só amor, todos os amores que vivi, e também os ensaios, as frustrações e limitações da vida e do ser humano, desejos e sonhos que se cristalizam na realidade virtual destes versos. Através dos anos aprendi que o relacionamento humano é o mais laborioso e gratificante dos sentimentos. E o próprio ser humano é, sem dúvida, o maior presente e maior tesouro de outro ser humano. Em nossas vidas ora sorrimos ora sofremos, existem momentos de júbilo, de paz e, da mesma forma, momentos de tristeza e agonia. Em qualquer um destes momentos, no entanto, é preciso reconhecer o valor de cada um que, tendo passado poucos instantes ou permanecido ano nosso lado, contribuíram para o que somos e tudo o que aprendemos. Este livro, mais que a realização de um projeto pessoal e a expressão de sentimentos, novos e antigos, é uma homenagem a todas as pessoas que têm me acompanhado nos momentos mais importantes de minha vida e, por sua vez, compartilhado comigo sua experiência. É também uma constatação, e o próprio tempo nos ensina isto, de que nunca é tarde para aprender, para recomeçar e perdoar os próprios erros, sabendo que nenhum sofrimento é derrota, mas transformação para um futuro melhor – muitas vezes inesperado. Quando se encontra um novo amor tudo vale a pena para conquista- lo, não importando os obstáculos, os preconceitos, o tempo. Pois o amor é a busca maior sem o qual todos os nossos outros bens perdem o sentido. Acredito assim que, tanto eu quanto os poetas e você, leitor, temos algo em comum traduzido neste livro, a busca do amor e o desejo de ser amado. Dedicatória Durante muitos anos, Jaime Vieira manteve sua coluna poética publicada semanalmente. Através dela poetas de todo o Brasil tiveram livre acesso à divulgação de suas poesias, da poesia paranaense e, deste modo, acesso também à cultura, fonte de inspiração para todos. O seu incentivo, pessoal e dedicado, foi para mim fundamental na elaboração deste pequeno esboço literário. Por este motivo serei sempre grato ao amigo e poeta maior Jaime Vieira. Dedico este livro também às minhas filhas Michele, Luciane e Aline, a todos os poetas, a todos os amigos e àqueles que me apoiaram e colaboraram na realização deste trabalho. Nelson Maimone Destino Seguirei o meu caminho sem destino certo levarei a rosa vermelha de tecido fino que não desbota nem perde a cor, mas que não tem perfume nem a beleza rara da rosa verdadeira que em outras mãos ficou. Outras rosas outros jardins hão de existir por aí. __ Caminhos Faça de conta que nosso amor são dois mais dois, Que se unem num ponto mas se separam numa vírgula. E não se encontra o resultado. __ Realidade Ao acordar, bem de manhã senti o cheiro da velhice e percebi que o tempo passou levando consigo minhas ilusões. __ Responsabilidade Para se fazer verdadeiro é necessário consentimento, A culpa não existe para quem estava ausente. __ Sem saída Estou vivendo uma idéia fixa muito prolixa mas fora de esquadro que morre num ponto e renasce num trema, que me deixa louco num ângulo obtuso sem saída lógica de um triângulo amoroso. E diante dos nove fora, ainda estou dentro. __ Firmamento No céu estrelado quantas luzes iluminam nossa vida de estrela já extinta, apagada... __ Motivação Os enganos geralmente servem para alguma coisa. São para os poetas mais um motivo de inspiração. __ Transformação Vidraças quebradas, vento frio vozes que fogem temerosas ouvidos abertos que não ouvem fragmentos que seguem em colisão. Um mundo novo de luzes e cores é o que nos espera é o que nos resta. __ Senhor das máquinas O homem forte das máquinas escreveu nossas linhas em retas divergentes mas eu desenharei nosso destino em retas confluentes: eternas como o infinito. __ Ao telefone No passo que espera uma palavra amiga o som que não toca uma ilusão: quem me dera...? Os dias que se perdem, no passado que fica, E agora? __ Vazio Espaço fechado boca calada horizonte perdido, nostalgia. Telefone mudo conta vencida semblante amargo, silêncio. __ Sina Como resistir a tanto encanto se teus olhos nos meus murmuram um canto de amor e confidência? Como resistir a tanto pranto se teus lábios e os meus marcam encontro? (mesmo que somente em sonho) Como desistir do que amo tanto se teu sorriso lindo me faz renascer menino? __ Não Não a tudo a que você poderia dizer não. E se só um não não bastasse eu poderia dizer sim. __ Imagens As minhas saudades e as minhas ilusões flutuam ao sabor do vento na brisa suave que te acaricia. Mas falta-me a palavra, foge-me a poesia. __ Elo Perdido É você o meu dia a dia amor, ferimento aberto é você tão perto e eu tão longe por quem eu sempre anseio e não encontro ao certo. __ À deriva Teu amor é uma variável que não segue linha reta e muda ao crispar do vento. Ontem você me quis, hoje não quer mais amanhã: quem sabe? E neste movimento que não obedece a física nem aos padrões da lógica sou levado sem vontade própria a um destino inquieto. __ Decreto Sentirás falta do meu carinho do meu amor manifesto do meu amor suspeito e das flores lançadas sobre o caminho. __ Indiferença Não te vejo sorrir, não te vejo chorar. A indiferença não é sentimento, ela é essência de toda e qualquer ausência de quem queira amar. __ Constatação Não existe seguro, para danos emocionais. __ Enigma Minha ilusão morreu num ponto no encontro de retas abstratas. Dois pares de cinco linhas caminharam paralelas. Uma linha de cada cinco desviou para um encontro. As outras linhas de cada cinco Continuaram solidárias. __ Descoberta Chorar por alguém que pecou é sentimento inútil. Remorsos seriam para quem carrega o pecado. __ Sensações Um raio de luz numa mente vazia faz renascer emoções nas cores do arco-íris. __ Visita matinal Uma rosa, um olhar um rosto moreno despertam a prosa de um toque sereno, a sensação prazerosa de um café matinal. __ Lembranças Tua imagem morena uma vaga lembrança, se reflete pequena em teus anéis de trança. Tua boca serena de menina-criança, se manifesta amena nas palavras que lança. Teu olhar de açucena, que o horizonte alcança não vê, que pena, minha alma que dança. __ Lavoro Trabalho forte trabalho noite trabalho dia trabalho meta trabalho materno trabalho fraterno trabalho ilusão trabalho prisão trabalho escravo trabalho ingrato trabalho, trabalho... __ Nostalgia Há muito tempo no interior de São Paulo a criança brincava e o rio corria livre saltando as curvas refletindo o sereno a relva, o verde, os campos. A boca faminta e o pomar da vida brincavam juntos de amarelinha. Mundo pequeno, não passava da esquina bolas de meia na terra nua, mãos dadas, apagar das luzes nas matinês de domingo. O repórter Esso e a novela das oito, a noite chegava rápido nas pupilas pesadas e as estrelas eram vivas, o ar puro, naquelas manhãs que sempre renasciam. __ Sobrevivência Meu caminho é mata de granito preto dentes de ouro, sorriso. Um convite para ouvinte em chinês. __ Falsa premissa Mirar de um só ponto é avaliar de um só lado do quadrado. Mesmo que correto é bom lembrar: até mesmo o ar possui as seis faces do dado. __ Perda Para que pensar numa desculpa se você já não é minha? Seria meu modo de ser já nos meus versos sem rima? Para que ter um jardim de sonho e só colher fantasia, se não você está ao meu lado? tão eterna companhia. Que brisa triste exala o dia e leva longe esta nave solitária se é verdade, você não é minha, que me importa caminhar incessante à contra mão da vida? __ Repensar Vidas que caem balas perdidas novos rumos. Um mais um são oito mar revolto sem graça. Sensações efêmeras um minuto apenas apagar. Linhas incertas bocas abertas sem sal. Mãos que se afastam abraço amigo amar. Anel roubado coração partido adeus. __ Partida Que tristeza me dá vê-la sumir no horizonte águia dourada rumo a um destino ceto agora voa longe sobre o horizonte aberto. __ Reino animal Águia dourada vôo rasante fim eminente da pomba da paz. __ Do meu apartamento Na janela da noite a vida segue pacata. A beleza faceira da morena de avental se gasta sob a torneira. Crianças brincam através das grades luzes se projetam outras sucumbem com o passar das horas. Nas janelas vazias sorrisos calados, bocas abertas vidas que correm, cantigas, olhos mostrando o cansaço do dia que finda. Quantas estórias nos contam estas janelas intrusas que se abrem e se fecham ao sabor do tempo... __ Espera inútil À hora marcada o desencontro: foi ontem. A lua na janela palavras em desalinho brisa que leva dor que fica. Vazio na alma: dois menos um rio marinho boca salgada buraco negro pupila vazada ouvido cego. Estrela se apaga o dia é novo hora marcada mente vazia mão perdida. No espaço o gesto lento. __ Definições Pudim de alecrim dentes de cristal fome indigesta. Pés paralelos buraco negro desvio obtuso. Mar escarlate espinhos sem rosa jardim sem dono. Luzes sonoras retinas em crise, sol em desvio. Tímpanos rotos, martelo e bigorna barulho infernal. Pureza, Tereza, Marias e Heloísas são todas iguais. __ Álibi As noites de insônia já são rotina um rosto bonito e uma boa cama são motivos ideais, minha menina, para se cometer o crime perfeito. __ Indiferença Uma palavra não dói um telefonema não custa toda farsa é justa quando se ama. __ Consolo Por que perco o meu tempo com palavras que invento se nunca chegaram ao seu destino, mas ao deserto? Melhor seria me calar para sempre e em queda livre desaparecer no horizonte. __ Seu tempo Seu balanço não tem o ritmo de um tango ou vai e vem das operárias mas tem o tempo certo do final do milênio. __ Perigo Uma posição assumida é sempre um risco: do outro lado da ponte, o Oriente Médio. __ Vento contra Teu semblante preso num barbante de véu e grinalda flutuando no espaço muita gente no pedaço para cortar a linha. __ Fugitiva Não senti teu calor ao meu lado nem teu perfume: fugitiva! __ Oferenda Para teus desejos fiz um caminho de pergaminho com letras gregas. Para teus primores fiz um pomar no além – mar ali no brejo. Para teu descanso contratei uma banda que só desafina na nota dó. E se não bastasse uma boca vazia, para sua vigília fiz noites de sol. __ Economia Ligação a cobrar: adeus... É (um) barato. __ Dois nós Ela amarra eu não consigo desatar o nó de feirante um minguante de fazer dó. E assim ficamos, dois de nós num só nó para sempre. __ Em três Nós, tua mãe num colóquio sobre a Biafra. Mãos amigas ouro negro terceira geração. Sorriso perdido assuntos diversos: isso vai dar casamento... __ Só vejo Uma luz um prisma desvio agudo ao jardim do encantamento. Pupilas abertas corpo no sol palpita. O calor incita diante da visão. __ Trasparência Bem-te-vi mal-te-vi nas janelas da alma de tuas pupilas. __ Você Do outro lado sem espaço, linhas sem chumbo anzóis, rio fértil almas que seguem no passo. Você, do outro lado. __ Longa espera Você não vem a luz apagou sem gasolina na esquina uma escada minha amada quem sabe amanhã... __ Tênis com você Bolinha vai, bolinha vem, sofrimento... ai! alegria tem, bolinha vai, bolinha vem, desilusão vai, esperança vem, sonhos... uai? meu coração tem. __ Impulso Do modo que tu jogas qualquer dias desses eu perco a cabeça. Te prendo num abraço te sufoco de beijos de faço escrava do meu surrado amor. Mesmo que, pela manhã, acorde frustrado sozinho no leito. __ Assédio Não me faça encabulado sem jeito apagado sem tinta nas entrelinhas. __ Confissão Teu sorriso uma obra prima de mil palavras de silêncio de estrelas. Dos astros que vivem na noite nenhum possui o teu encanto. __ Proposta Mesmo que o sol se apague ou que a tua lua mude a face mesmo que as marcas do tempo mudem teu semblante, teus olhos nos meus embora um só instante, alimentarão a chama de um amor constante. __ Resultado final Escada de dois degraus apertados queda amarga futuro rasgado. Laços, amarra em cetim amarelo um menos dois mercado paralelo. __ Segregação Um boato entre amigos escondidos. Gravata vermelha em peito nu pensamento único preconceito. __ Inveja Retinas présbitas e solidárias num intercâmbio luminoso um ponto fixo sem sufixo ou metáforas desprezadas por imagens retratadas. __ Revelação Vejo-me refletido no espelho com as marcas do tempo. Meus cabelos perdem a cor a pele branca perde o brilho o castanho dos olhos se atenua. Nas pálpebras pesadas sinto o tempo que marcou minha memória caída em fragmentos. Confere a mim o que fui e o que sou no espaço e no tempo da estória. __ Confidências Olhos amblíopes na noite escura trocaram juras e amarguras num beijo cego. __ Heloísas & Marias Lágrimas não vertem mais mesmo em dias de chuva. Lágrimas não seguem mais os caminhos da rima nem das paixões passageiras de Heloísas e Maria. __ União O amor, de tanto ódio, tornou-se amigo. __ Eco Do que restou, não ficou nada além da indiferença. A companhia incômoda não programada um olhar perdido sem encontrar foco. Vozes no tempo repetidas em eco. Do que restou não ficou nada. __ Despedida Ao apagar das luzes, permanece o brilho de estrelas distantes e as lembranças dos momentos felizes. __ Resíduos Perdi amigos, venci inimigos fiquei solitário, um caminho frio. Saí ferido - batalha inglória somente restou você, uma flor minha dor e minha história. __ Vê-se claramente, através do livro, que Nelson Maimone é um poeta devotadamente entregue ao amor e, por amar muito, por amar demais, sofre todos os tormentos do amor. Em certo sentido, Nelson Maimone é um romântico, amando e sofrendo, embora sua musa seja claramente pós-moderna, embora seus versos, curtos e contidos, revelem perfeitamente o laconismo da poesia atual, colocando-se entre o que de melhor se faz no Brasil, hoje. Com este livro, Maringá ganha o presente de mais um grande e inspirado poeta e que, desde já, se destaca entre os melhores, numa terra de tantos poetas e tanta poesia, desde os dias gloriosos do início de sua jornada pioneira, há cinqüenta anos atrás, quando nasceu embalada pelos versos da canção de Joubert de Carvalho, intitulada"Maringá." Que Maringá continue assim, dedicada à poesia, e que Nelson Maimone continue assim, dando-nos o prazer de ler, reler e tresler a sua boa poesia, é o nosso sincero desejo. Parabéns Poeta, Maringá, 1998 Galdino Andrade Presidente da Academia de Letras de Maringá Nelson Maimone, nascido em Cafelândia, SP, em 25/11/39, pai de Michele, Luciane e Aline, formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da U.S.P. em 19/12/64, tendo a sua especialização oftalmológica nesta mesma instituição. Participou de vários cursos, congressos e outros eventos de sua especialidade no Brasil e no Exterior e tem vários trabalhos publicados na Revista Brasileira de Oftalmologia. Radicado nesta cidade desde 1967, foi presidente do Clube Hípico de Maringá, de 1992 a 1995, e presidente do Rotary Club de Maringá, de 1990 a 1991. Em 1996 foi líder do intercâmbio de Grupo de Estudos patrocinado pelo Distrito Rotário 4630, em visita aos E.U.A.. Atualmente exerce o cargo de Vice-Presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia para a Região Noroeste do Estado e de Diretor do Banco de Olhos de Maringá (1997-1998), tendo sido presidente do Departamento de Oftalmologia da Associação Médica de Maringá. É também membro fundador da Academia de Letras de Maringá, ocupando a cadeira no. 29, e tendo como patrono Menotti Del Picchia.