HISTÓRIA UNIVERSAL HISTÓRIA UNIVERSAL, a história do mundo é o registro da vida da humanidade, das primeiras civilizações à era espacial, o que corresponde a um período de cerca de cinco mil anos, iniciado mais ou menos em 3000 a.C. Naquela época, ou um pouco antes, certos povos criaram sistemas de escrita. Esses antigos escritos deram início ao registro da evolução que atualmente se estuda sob o nome de história universal.O homem existia na Terra cerca de dois e meio milhões de anos antes do desenvolvimento da escrita - mais de 500 vezes o período total coberto pela história escrita. Esse longo período anterior à escrita é chamado de Era pré-histórica. Os cientistas conseguiram reconstituir a história daquela era. A história universal mostra que a civilização atual é produto de muitas culturas. Durante milhares de anos, vários povos assimilaram idéias e invenções de outros povos. Esse intercâmbio é chamado de difusão da cultura. Durante a maior parte da história do mundo, as regiões mais importantes quanto ao aparecimento de novas idéias e invenções foram o Oriente Médio, o Egito, a Índia e a China. Mas durante a Idade Moderna, a civilização ocidental teve um rápido progresso, enquanto que as outras civilizações perdiam a posição de liderança. Conseqüentemente, o rumo da difusão da cultura mudou. Na Idade Moderna, o fluxo de idéias e invenções tem partido do Ocidente para o Oriente, através da expansão industrial e do domínio da classe burguesa. O desenvolvimento de sistemas mundiais de comunicações e transportes venceu as barreiras do tempo e da distância. A evolução da humanidade através dos séculos foi marcada por muitas mudanças e cada geração enfrentou o desafio de graves problemas, buscando a superação destes. Grandes civilizações surgiram, desenvolveram-se por algum tempo e a seguir declinaram terríveis guerras. Em todas as épocas, enquanto milhões de pessoas passavam fome e dificuldades, outras viviam na prosperidade. Atualmente, desfruta-se da civilização mais desenvolvida de todos os tempos. Mas a guerra e a pobreza generalizada ainda são os mais importantes problemas da humanidade. O homem domina o maior volume de conhecimento e tem o maior poder tecnológico de todos os tempos. Portanto, provavelmente tem agora uma melhor oportunidade de vencer o desafio da sua época do que qualquer uma das gerações anteriores, porém em um visão dialética os avanços materiais geram novos conflitos e contradições. IDADE ANTIGA O maior passo cultural de todos os tempos foi dado quando o homem venceu a barreira entre o barbarismo e a civilização. O desenvolvimento da civilização tornou-se possível graças à criação de técnicas de cultivo da terra. Depois que homem descobriu como manter plantações e criar animais, não precisou mais vagar em busca de alimento; pôde fixar-se em comunidades. Alguns tornaram-se agricultores e pastores. Outros tornaram-se artesãos, mercadores, líderes religiosos, professores, soldados ou funcionários do governo. Também desenvolveram técnicas, ferramentas, crenças e leis que produziram as primeira civilizações da história da humanidade. Nessas civilizações, surgiram as primeiras cidades e organizaram-se as primeiras nações. Algumas nações da Idade Antiga expandiram-se e formaram impérios que cobriram grandes partes do globo, devido à necessidade de terras para a agricultura; e provocando conflitos para obtê-las, cujo os vencidos além de perderem as terras tornavam-se escravos. As primeiras civilizações deixaram muitas contribuições para as gerações posteriores. A mais importante dessas contribuições foi, provavelmente, invenção de um sistema de escrita, pouco antes de 4000 a.C. Naquela época, o homem começou a registrar por escrito a história da sua vida, dando início ao período chamado de Idade Antiga ou História Antiga. De acordo com a maioria dos historiadores, esse período terminou em cerca de 476 d.C. O desenvolvimento da civilização ocidental foi acentuadamente influenciado por muitos povos da Idade Antiga, como os sumérios, babilônios, egípcios, hebreus, fenícios, assírios, caldeus e persas. Com o avanço da civilização, gregos e os romanos criaram muitas artes e ciências que vieram a se torna essenciais para o modo de vida ocidental. Culturas importantes também se desenvolveram na parte oriental do globo - na Índia e na China. Praticamente desde o início da Idade Antiga muitos povos do Ocidente e do Oriente trocaram idéias e invenções, mesclando as várias culturas do mundo. Os Berços da Civilização As primeiras civilizações importantes do mundo desenvolveram-se nos vales de quatro rios. Esses vales localizavam-se (1) na região entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio; (2) ao longo do rio Nilo, no Egito; (3) na região banhada pelo rio Indo, no Paquistão; e (4) ao longo do Huang-Ho (rio Amarelo), na China. Os quatro vales são geralmente chamados de os berços da civilização. As civilizações dos vales do Oriente Médio e Egito formaram a base da atual civilização ocidental. A civilização do rio Indo formou a base da civilização da Índia e do Paquistão atuais. A civilização que existiu ao longo do rio Amarelo transformou-se na atual civilização chinesa e marcou fortemente a civilização do Japão. Enquanto a civilização se desenvolvia naqueles quatro vales, os habitantes das outras partes do mundo ainda tinham modos de vida primitivos. Pouco progresso cultural estava sendo feito nas regiões da Europa setentrional e central, África central e meridional, Ásia setentrional e do sudeste, e na maior parte da América do Norte. Em alguns pontos das Américas Central e do Sul desenvolviam-se modos de vida civilizada, mas esses somente atingiram o estágio de civilizações avançadas centenas de anos mais tarde. O Oriente Médio da Idade Antiga compunha-se principalmente das terras férteis do vale do Tigre e do Eufrates. A área ia do litoral sudeste do mar Mediterrâneo, margeando o deserto Arábico, até o golfo Pérsico. Devido à sua forma curva, o antigo Oriente Médio ficou conhecido como o Crescente Fértil. Atualmente, a região abrange o Iraque, Jordânia, Líbano, Síria e parte da Turquia. O berço da civilização do Oriente Médio foi a Suméria, que se localizava na Mesopotâmia meridional (atualmente o Iraque). Os sumérios provavelmente migraram para a Mesopotâmia oriundos dos planaltos situados onde atualmente estão o Irã ou a Turquia. Cerca de 3000 a.C. haviam construído uma civilização de cidades-estados independentes. Essas cidades-estados não tinham um governo central ou exército unificado. Conseqüentemente, a Suméria não conseguiu resistir às invasões de vizinhos cobiçosos. Aproximadamente em 2300 a.C., a Suméria foi tomada por um famoso conquistador, Sargão de Acad. Outro invasor, Hamurabi, conquistou a Suméria mais ou menos em 1750 a.C. Hamurabi, escolheu a Babilônia para sua capital e a região passou a ser conhecida por esse nome. Tanto Sargão quanto Hamurabi contribuíram para preservar desenvolver a civilização suméria. Sargão unificou as cidades-estados sob um forte governo central. Hamurabi relacionou centenas de leis, a maioria deles de origem suméria, num código. O Código de Hamurabi criou, provavelmente, a mais antiga ordem social do mundo baseada nos direitos do indivíduo. Por centenas de anos esse código influenciou as leis de muitas nações. Os sumérios provavelmente também inventaram o primeiro sistema de escrita, chamada de escrita cuneiforme. Com essa escrita, o homem começou a registrar os acontecimentos que compõem a história escrita. Muitas tabuinhas de barro com caracteres cuneiformes têm sido encontradas no Oriente Médio. Essas tabuinhas revelam o alto grau de desenvolvimento da antiga civilização do Oriente Médio. São documentos financeiros e muitos estudos sobre astronomia, matemática e medicina. Parte da mais antiga literatura da história universal também foi escrita pelos sumérios e babilônios. Essa literatura inclui o famoso Gilgamesh. Uma das história do Gilgamesh descreve uma grande enchente, semelhante à história do dilúvio universal contada no Antigo Testamento. Por centenas de anos após 1200 a.C. nenhum governante controlou sozinho o Oriente Médio. Graças a esse fato, vários povos desenvolveram importantes culturas em diferentes partes da região. Dentre esses povos estavam os hebreus e fenícios, que exerceram grande influência sobre as civilizações posteriores. Os hebreus, também chamados de judeus, desenvolveram e difundiram sua idéia de um Deus único. Os judeus cultuavam um só Deus numa época em que a maior parte dos outros povos adorava muitos deuses. O judaísmo também dava grande importância aos ideais de fraternidade, caridade, dignidade humana e paz universal. Esses ideais transformaram-se nos principais elementos da vida moral para muitas pessoas das gerações seguintes. A Bíblia hebraica, ou Antigo Testamento, tornou-se parte essencial do cristianismo, a religião mais difundida da Idade Moderna. O islã, a religião dos muçulmanos, baseou-se no judaísmo e no cristianismo. Os fenícios tornaram-se conhecidos por duas conquistas - seu alfabeto e seu grande império colonial. O alfabeto fenício foi a base do alfabeto grego. Todos os outros alfabetos do mundo ocidental derivaram do alfabeto grego. O império colonial fenício constituiu-se num dos primeiros pontos de contato entre as regiões civilizadas na Idade Antiga. Os fenícios foram grandes exploradores e mercadores. Seus navios percorreram o mar Mediterrâneo e costearam o litoral ocidental da África. O império fenício compunha-se de muitas colônias e postos de troca. Uma das mais importantes colônias fenícias foi Cartago. Três impérios se destacaram durante o período em que as pequenas nações eram importantes no Oriente Médio. O primeiro desses impérios foi construído pelos assírios. Cerca de 700 a.C., eles haviam-se assenhoreado do Crescente Fértil. Os assírios conquistaram e dominaram muitos povos por meio do terror. Sua crueldade com os cativos representava uma forma do que atualmente chama-se guerra psicológica. Os assírios foram conquistados pelos caldeus mais ou menos no ano 612 a.C. Nabucodonosor II, o famoso governante dos caldeu reconstruiu a Babilônia em todo o seu esplendor. Seu palácio real era rodeado por jardins em terraços. Esses jardins conhecidos como Jardins Suspensos da Babilônia tornaram-se uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Os caldeus realizaram importantes descobertas no campo, da astronomia e acreditavam poder prever o futuro através do estudo das estrelas. Provavelmente criaram a astrologia. O domínio caldeu do Oriente Médio terminou em 539 a C., quando os persas conquistaram a cidade da Babilônia. O domínio persa durou cerca de 200 anos e seu império si estendeu por todo o Oriente Médio. Construíram excelentes estradas que formavam no seu vasto império uma rede de comunicações. Ao contrário dos assírios, os persas controlaram severamente muitos povos em seu império, mas com justiça, sem fazer uso do terror. Os persas ficaram famosos por desenvolver um eficiente sistema de governo. Suas teorias acerca de justiça eram orientadas pelos ensinamentos da sua religião, o zoroastrismo. A Civilização Egípcia desenvolveu-se no fértil vale do rio Nilo. Os reinos daquela região foram unificados sob o poder de um único governante. Menés, cerca de 3100 a.C. Os faraós egípcios governaram até cerca de 1090 a.C., exceto num período de 160 anos, quando a nação foi invadida pelos hicsos. Após 1090 a.C., aproximadamente, uma série de conquistadores governaram o Egito. Os egípcios construíram uma das maiores civilizações do mundo antigo. As enormes pirâmides próximas à atual cidade do Cairo demonstram sua habilidade na arte da construção. Os egípcios provavelmente inventaram a arquitetura de vergas e colunas, que é a base da maior parte da construção civil atual. Os egípcios também foram um dos primeiros povos a usar um tipo de papel, ao invés de tabuinhas de barro, para fazer seus registros escritos. Escreviam sobre um papel feito das fibras de uma planta aquática chamada papiro. Os egípcios foram grandes artistas, astrônomos, construtores e também grandes comerciantes. Suas caravanas transportavam mercadorias através das vastas regiões desérticas que circundam o Egito. Suas embarcações chegaram até os principais portos do mundo antigo. Os mercadores egípcios difundiram muitos elementos da sua cultura entre os povos que viviam ao longo das rotas comerciais, tanto terrestres quanto marítimas. A Civilização do Vale do Indo teve início aproximadamente em 2500 a.C., na região onde atualmente se localiza o Paquistão. Os arqueólogos encontraram relíquias sumérias nas ruínas das cidades ribeirinhas de Harappa e Mohenjo-daro. Essas relíquias demonstram que os povos do Indo comerciavam com os povos do Oriente Médio. As cidades do vale do rio Indo tinham construções feitas de tijolos e eficientes sistemas de esgotos. Os povos do Indo também desenvolveram um sistema de escrita cujo significado nunca foi decifrado. A civilização do vale do Indo desapareceu misteriosamente mais ou menos em 1700 a.C. Cerca de 1500 a.C., os arianos, antepassados dos atuais indianos, invadiram a Índia. Vieram das planícies da Ásia através dos desfiladeiros existentes nas montanhas do Himalaia. Os brancos arianos encontraram muitos drávidas, de pele escura, habitando o norte da Índia. Várias características da vida atual na Índia começaram a tomar forma na época antiga. Dessas, talvez a mais importante tenha sido o costume de dividir as pessoas em classes sociais distintas, chamadas castas. O atual sistema de castas da Índia provavelmente se originou de leis arianas que proibiam o casamento com os drávidas. A Civilização do Huang-Ho teve início provavelmente mais ou menos na mesma época que as civilizações dos outros três vales. Porém os mais antigos registros chineses datam de cerca de 1500 a.C. Durante o reinado da dinastia Chang (1500-1027 a.C.), os chineses tiveram um governo bem organizado e um sistema de escrita. Adoravam um deus supremo e outros deuses menores, incluindo espíritos ancestrais. Os antigos chineses desenvolveram muitas artes e eram particularmente hábeis nas esculturas em bronze. A dinastia Tcheu governou a China de cerca de 1027 a.C. a 256 a.C. Muitas características que permaneceram na vida chinesa tomaram forma durante esse período. Provavelmente a mais importante idéia chinesa do período antigo era a crença numa "Ordem do Céu". De acordo com essa crença, quando um governante se comportava mal, perdia a aprovação dos deuses e podia ser deposto. A ordem foi uma das primeiras declarações sobre o direito de revolta de um povo. Progressos da Civilização Dos berços da civilização, os modos de vida civilizada difundiram-se por muitas outras regiões do mundo. Grandes civilizações surgiram em terras onde o barbarismo havia sido o modo de vida dominante por milhares de anos. Na Europa e na Ásia, muitos povos bárbaros civilizaram-se. Assimilaram as idéias e invenções dos habitantes dos quatro vales e também criaram padrões culturais próprios. Na Europa, os gregos e os romanos desenvolveram a maioria das artes, filosofias e ciências que se tornaram os principais elementos da civilização ocidental. Na Ásia, os hindus e os chineses desenvolveram formas permanentes de arte, governo e religião. À medida que as culturas civilizadas progrediam e se espalhavam, os povos de várias regiões freqüentemente trocavam idéias ou invenções. Esse intercâmbio de culturas ocorria através do comércio, da conquista e da migração. Os mercadores levavam os produtos de uma cultura até os povos que viviam ao longo de suas rotas comerciais. Os soldados de exércitos vitoriosos freqüentemente se fixavam em terras longínquas. Numerosos grupos de pessoas migravam de uma região para outra, levando consigo modos de vida de suas terras natais. Muitos adotavam os costumes do povo ao qual se tinham reunido. Dessa forma, as culturas emergentes mesclavam-se com freqüência. O caldeamento de culturas civilizadas durante a Idade Antiga foi um importante acontecimento na história universal. Desde então, grande parte do progresso da humanidade tem sido feito pelo intercâmbio de idéias entre os povos. Os Gregos constituíram a primeira civilização desenvolvida do continente europeu e foram os responsáveis por importantes contribuições à civilização ocidental. A mais importante contribuição foi, provavelmente, a idéia de democracia. Os antigos gregos exaltavam a liberdade individual. Defenderam o direito do indivíduo de criticar, investigar e ser diferente. Os gregos interessaram-se profundamente por perguntas como: O que é a vida voltada para o bem? O que é a beleza? O que é a verdade? Ao meditar sobre tais questões, os gregos desenvolveram o estudo da filosofia, esse aspecto se deve aos conflitos sociais nas cidades-estados gregas. O direito de liberdade de pensamento era básico para o trabalho de artistas, cientistas e escritores da Grécia antiga. As idéias democráticas também foram aplicadas ao governo. A forma grega de democracia relativa ao governo diferia da forma atual de democracia. Mas os gregos estabeleceram determinados princípios democráticos que ainda são adotados atualmente. Ao desenvolver sua grande civilização, os gregos se libertaram das tradições do passado. Assim, produziram novas e duradouras formas de arte, política e ciência. A civilização grega originou-se de uma antiga civilização, chamada de civilização egéia (3000-1100 a.C.). O mais importante centro da civilização egéia foi a ilha mediterrânea de Creta. O povo de Creta desenvolveu sua cultura a partir das idéias e invenções originárias dos berços da civilização no Oriente Médio e no Egito. Creta tornou-se o ponto de ligação com a civilização ocidental. A ilha ligou a Europa ao Egito e ao Oriente Médio. De cerca de 1600 a.C. a 1100 a.C., povos da Europa continental freqüentemente atacaram Creta. Misturaram-se aos cretenses e deram origem ao povo grego. Os gregos desenvolveram sua grande cultura no continente europeu, em cidades como Atenas, Corinto, Esparta e Tebas. Os antigos gregos denominavam-se helenos e sua terra natal era conhecida como Hélade. O período da história grega que vai de 750 a.C. a 338 a.C. é conhecido como período helênico. Durante esse período, a cultura grega atingiu o auge de seu desenvolvimento. Exércitos e comerciantes gregos colonizaram muitas áreas ao longo do Mediterrâneo e mar Negro. À medida que a Grécia antiga se expandia, os líderes do poderoso império persa tentavam conquistar o país e suas colônias. Uma longa guerra entre as duas nações terminou afinal com a derrota dos persas em 479 a.C. Após a derrota dos persas, Atenas tornou-se a principal cidade grega, formando a Confederação dos Delos, o que representava um certo domínio ateniense. Durante a idade de ouro da Grécia (461-431 a.C.), foram erguidas magníficas construções e grandes obras de arte e literatura foram produzidas. Nenhuma cultura havia produzido tanto num período tão curto. Desse período datam as grandes obras de Ésquilo, Eurípides, Heródoto, Fídias, Sócrates e Sófocles. O período é freqüentemente chamado de época de Péricles, em honra ao brilhante chefe de governo ateniense. O progresso e a riqueza de Atenas transformaram-se em motivo de cobiça para as outras cidades-estados gregas. As hostilidades entre os atenienses e os outras cidades dominadas por Aristocratas, descontentes com os rumos da democracia escravista ateniense, provocaram a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.) Atenas foi derrotada nessa guerra. As cidades-estados vitoriosas, lideradas por Esparta logo começaram a se desentender. Todavia, as querelas políticas não interromperam o trabalho dos sábios gregos. Aristóteles e Platão produziram grandes obras de filosofia durante esse período. Em 338 a.C., os desunidos helenos foram conquistados por invasores oriundos da Macedônia, comandados por Filipe II. Seu filho, Alexandre, o Grande, tornou-se governante da Grécia. Alexandre expandiu seu império pelo Oriente Médio e Egito, chegando até o norte da Índia. Durante o governo de Alexandre e seus sucessores, a cultura grega difundiu-se e mesclou-se a outras culturas. Esse grande período da história da Grécia ficou conhecido como período helenístico. A maior cidade dessa época foi Alexandria, no Egito. Aí nasceram alguns dos maiores cientistas da Idade Antiga. Em Alexandria, Eratóstenes calculou a circunferência da Terra e Euclides desenvolveu os fundamentos da geometria plana. O período helenístico teve início em cerca de 323 a.C. e terminou mais ou menos em 146 a.C., quando os romanos conquistaram a Grécia. Os Romanos eram um povo da península italiana cuja cultura estava muito abaixo da grega. Levaram mais de 100 anos para conquistar todo o império que havia florescido durante o período helenístico. Os romanos invadiram a Grécia mais ou menos em 146 a.C. e completaram sua conquista em cerca de 30 d.C. Adotaram formas gregas de arte e literatura e métodos arquitetônicos gregos. Desse contato desenvolveu-se uma cultura conhecida pelo nome de greco-romana. Os romanos construíram cidades bem planejadas, muitos aquedutos e pontes, e extensos sistemas de estradas. Tomaram-se famosos por seus edifícios e banhos públicos, hospitais, estádios e arcos triunfais. Escultores greco-romanos criaram estátuas e bustos de mármore de tamanho natural. Entre os escritores romanos mais famosos destacam-se Cícero, Júlio César, Lívio, Ovídio, Tácito e Virgílio. O latim, a língua dos romanos, tomou-se a base das línguas românicas. No auge do seu poder, os romanos eram senhores de um enorme império. O Império Romano era, na verdade, um "Estado mundial". Abrangia muitos países de costumes muito distintos. Os romanos demonstraram respeito por esses costumes e conquistaram simpatia de muitos povos sob seu domínio. Os romanos, em geral, governaram com um apurado senso de justiça e ordem. O sistema legal dos romanos tornou-se a base dos códigos de leis de muitos países europeus e latino-americanos atuais. A vigilância ao cumprimento das leis romanas era de responsabilidade de eficientes funcionários públicos. Muitos termos políticos usados hoje em dia originaram-se em Roma, como, por exemplo, as palavras plebiscito, censo, cônsul, municipal e senado. Uma das mais importantes contribuições dos romanos à civilização ocidental foi a preservação do cristianismo. Cristo nasceu durante o governo do imperador Augusto e foi crucificado durante o governo de Tibério. Os primeiros cristãos foram perseguidos pelos romanos. Mas o cristianismo acabou por transformar-se na religião oficial do Império Romano e se difundiu pelo mundo. Tomou-se um importante elemento da civilização ocidental e a mais difundida religião do mundo. O desenvolvimento da cultura romana cobriu um período de aproximadamente 2.500 anos. Esse período começou em cerca de 2000 a.C., quando grupos de certo modo relacionados aos gregos migraram do norte da Europa para a península italiana. O período terminou em 476 d.C., depois que um imperador germânico derrubou o último imperador do Império Romano do Ocidente. O Império Romano do Oriente continuou a existir por mais mil anos, sob o nome de Império Bizantino. Os Indianos da Idade Antiga conseguiram um grande desenvolvimento de sua cultura, principalmente durante os impérios mauria e gupta. Durante o período mauria surgiram duas das mais importantes religiões do mundo - o hinduísmo e o budismo. A civilização mauria atingiu seu ponto alto sob o governo do imperador Açoka, que difundiu o budismo pela Índia. Mais tarde, o budismo difundiu-se pela China e outras regiões orientais. O hinduísmo tornou-se a principal religião da Índia após a morte de Açoka. A idade de ouro da Índia ocorreu durante o império da dinastia gupta (320 d.C. - cerca de 500 d.C.). Seu centro cultural foi a cidade de Nalanda. Os matemáticos indianos inventaram o sistema numeral que posteriormente foi assimilado pelos árabes e que se tornou conhecido como sistema arábico. Os indianos também inventaram o sistema decimal, com um símbolo para o zero. Poetas, dramaturgos e outros escritores produziram muitas obras-primas da literatura indiana em sânscrito, a língua clássica indiana. Os artistas indianos daquele período criaram magnificas pinturas e esculturas. Algumas dessas antigas obras ainda podem ser vistas em templos hindus e em cavernas da Índia. Os Chineses da Idade Antiga, como os indianos, realizaram importante progresso cultural sob o governo de duas dinastias. O vasto país foi unificado e protegido contra invasores pela Grande Muralha da China, construída durante a dinastia Tsin (221 a.C. - 206 a.C.). A unificação da China permitiu que maiores progressos fossem alcançados durante a dinastia Han, que se seguiu ao período Tsin. Durante os 400 anos do período Han, muitos modos básicos da vida chinesa se desenvolveram. A maior parte desses hábitos de vida originou-se dos ensinamentos de Confúcio, um dos maiores filósofos do mundo. Entre esses estavam o culto aos antepassados e muitas normas de conduta que sobrevivem na China até os dias de hoje. O confucionismo tornou-se uma das mais importantes religiões do mundo. Os filósofos e estudiosos chineses do período Han estavam entre os primeiros a classificar os fenômenos da natureza sob várias denominações. Essas compreendiam a astronomia, a botânica, a química e a mineralogia. Também compilaram um dos primeiros dicionários conhecidos e escreveram a primeira história da China. A mais famosa invenção do período Han foi a do papel que, pela primeira vez, foi produzido da madeira. Durante esse mesmo período, os chineses inventaram um sismógrafo. Outra famosa invenção do período Han foi a do arreio peitoral para bestas de carga. Essa invenção permitiu que os animais puxassem cargas pesadas sem sufocar. Os chineses usaram o arreio peitoral por muitos séculos antes que se tornasse conhecido na Europa e em outras regiões civilizadas. IDADE MÉDIA A humanidade atingiu outro importante marco cultural durante o período de mil anos da Idade Média. As idéias e invenções de muitos povos foram assimiladas e combinadas. Na Europa ocidental, uma importante combinação de costumes gerou um novo modo de vida, conhecido como cultura medieval. A maioria dos historiadores fixa a data do inicio da Idade Média em cerca de 476 d.C. Esse foi o ano da queda de Roma. A Idade Média terminou nos meados ou no final do séc. XV. A cultura medieval foi construída sobre a desagregação da estrutura escravista, das civilizações grega e romana. Ambas tinham sido praticamente destruídas durante os primeiros anos da Idade Média. Esses primeiros anos ficaram conhecidos como a Idade das Trevas. Durante a Idade das Trevas, várias tribos bárbaras invadiram as terras, inicialmente de forma pacífica, tornando-se mais violentas a partir do século IV; Império Romano do Ocidente. Suas conquistas chegaram a ameaçar de extinção a civilização da Europa ocidental. Ao mesmo tempo em que a civilização lutava para sobreviver na Europa ocidental, culturas civilizadas prosperavam em outras regiões. No sudeste da Europa, o Império Bizantino passava por um período de prosperidade. No Oriente Médio, um novo império - o muçulmano - adquiria poder. No Oriente, a civilização da China desenvolvia-se ainda mais e o Japão passava por sua idade de ouro. Ao contrário da China, a Índia foi incapaz de dar continuidade a seus importantes progressos anteriores. Guerras internas e muitas invasões diminuíram o ritmo do progresso na Índia durante a maior parte da Idade Média. Na maioria das regiões do mundo que não eram integradas a cultura romana européia durante a Idade Média, o tribalismo perdurou. Essas regiões compreendiam grande parte do interior da África e a maior parte das Américas do Norte e do Sul. Todavia, importantes culturas estavam sendo desenvolvidas pelos índios astecas, incas, maias e toltecas em alguns pontos das Américas Central e do Sul, os quais desenvolveram impérios escravistas. Europa Ocidental Durante a Idade Média O cristianismo foi a mais importante força civilizadora na Europa ocidental durante a Idade Média. Após a queda de Roma, a Igreja Católica passou a ser mais do que uma instituição religiosa. Transformou-se na mais poderosa força política e social da Europa ocidental. A princípio, a Igreja converteu ao cristianismo os invasores germânicos de Roma. Mais tarde, seus missionários difundiram o cristianismo entre os bárbaros do norte da Europa. Ao mesmo tempo, grande parte do conhecimento científico grego e romano era preservada nos mosteiros da Igreja. Por centenas de anos, os monges cristãos foram provavelmente os únicos estudiosos na Europa ocidental. O desenvolvimento de um novo sistema político gerou uma forma rudimentar de lei e ordem durante a Idade Média. Esse sistema, chamado de feudalismo, substituiu as unidades governamentais do Império Romano. No feudalismo, praticamente toda a terra da Europa ocidental era de propriedade da Igreja ou de nobres poderosos e por eles governada. De tempos em tempos, os nobres proprietários davam terras a outros nobres, em troca de auxílio militar, estabelecendo a relação de vassalagem. Praticamente todas as pessoas eram servos e viviam sob a proteção dos nobres, porém pagavam tributos aos nobres pelo uso das terras, instrumentos agrícolas. Os nobres governantes desentendiam-se constantemente por causa da posse da terra. A Igreja atuava como mediadora na maior parte dessas disputas; com o fim das invasões barbaras ocorreu um movimento de ocupações de novas terras e melhoria da técnica agrícola, estimulando o crescimento comercial. Durante o séc. VII, a Palestina - terra natal do cristianismo - caiu sob o domínio muçulmano. O desejo dos nobres europeus de libertar a Terra Santa originou várias expedições militares contra os muçulmanos. Essas expedições, chamadas de Cruzadas, a partir do século IX aproximaram a Europa ocidental da desenvolvida civilização muçulmana, além de reabrir o comércio no Mediterrâneo. Muitas idéias e invenções muçulmanas foram levadas para a Europa pelos cruzados quando retornaram. As Cruzadas também aumentaram o interesse europeu pelo comércio com a China, Índia e outras terras distantes, obtendo-se as especiarias. Este interesse pelo comércio mundial estimulou os exploradores a encontrar novas rotas comerciais para o Oriente. Também reavivou a produção artesanal e a indústria européias. Como conseqüência, surgiram muitas cidades em países da Europa ocidental. Uma nova classe social surgiu nas cidades da Europa ocidental, conhecida como burguesia. Esta classe compunha-se de artesãos, mercadores e comerciantes. Muitas pessoas se mudaram do campo para as cidades; desagregando a produção feudal e gerando fome e revolta no campo. Ao mesmo tempo, muitas terras feudais se uniam para formar grandes unidades políticas. Essas transformaram-se em Estados Absolutistas, como a Inglaterra, a França, Portugal e Espanha. À medida que estes Estados eram criados, o nacionalismo e o patriotismo ganhavam força entre as populações. Tais ideais representaram forças importantes no desenvolvimento político europeu durante a Idade Média. Uma nova civilização estava surgindo na Europa ocidental. Suas bases morais e espirituais eram ditadas pelo cristianismo. Sua riqueza e prósperas cidades eram mantidas por um comércio diversificado. Sua educação e conhecimento cresceram com o auxílio de monarcas orgulhosos e nacionalistas. Na nova civilização da Europa ocidental foram criadas as primeiras universidades, desprendidas do pensamento medieval, motivando o renascimento cultural e científico; importantes em Bolonha, Cambridge, Heildelberg, Oxford, Paris, além de outras cidades. Nelas, os estudiosos realizaram importantes progressos científicos, especialmente no campo da geografia, matemática e medicina. Grande parte do progresso científico baseava-se em conquistas intelectuais muçulmanas. Dos muçulmanos, por exemplo, a Europa adotou sistema numeral e o sistema decimal. Os muçulmanos haviam assimilado esses importantes sistemas criados pelos matemáticos indianos da dinastia gupta. Durante o gradual desenvolvimento da cultura medieval, várias importantes línguas européias passaram a ter uso corrente. O latim continuou como língua oficial da Igreja Católica e da maior parte dos estudiosos. Línguas populares, como o italiano, o francês e o espanhol derivaram-se do latim. O inglês derivou em grande parte das línguas, germânicas. As línguas populares serviram de veículo para uma importante literatura. A literatura medieval produziu belos poemas épicos, canções dos trovadores e baladas, sobre Robin Hood e outros heróis populares. Surgira duas obras-primas da literatura - a Divina comédia, Dante, e Os contos de Cantuária, de Chaucer. A mais marcante característica da cultura medieval foi provavelmente a arquitetura gótica. Catedrais gótica como as de Cantuária, Chartres e Notre Dame de Paris ainda estão entre as mais belas construções do mundo Combinam as várias técnicas dos artistas e artesãos medievais. As catedrais góticas têm torres, vitrais e esculturas decorativas. A arquitetura gótica simboliza, em grande parte, o imenso poder do cristianismo medieval e o for sentimento religioso da Europa ocidental durante a Idade Média. O Império Bizantino O sudeste da Europa foi o centro de um poderoso império na Idade Média. Esse império cresceu a partir do Império Romano do Oriente, criado pelo imperador romano Teodósio (378-395). Sua capital e fortaleza militar é Constantinopla (atual Istambul). Constantinopla erguia-se no local da antiga Bizâncio e o novo império passou a ser chamado de Império Bizantino. O Império Bizantino exerceu a principal influência civilizadora entre os povos eslavos da Europa oriental. Ai civilização se difundiu principalmente devido ao trabalho dos missionários da Igreja Bizantina. Os missionários bizantinos converteram a maior parte dos povos dos Balcãs da Rússia ao cristianismo. A Igreja Bizantina permaneceu unida à Igreja Católica de Roma por muitos anos. Mas surgiram rivalidades entre elas e em 1054 se separaram. A Igreja Bizantina, posteriormente, passou a ser conhecido como Igreja Ortodoxa Oriental. Seus membros ainda constituem o maior grupo cristão da Europa oriental e ela tem adeptos espalhados em muitas outras partes do mundo. A cultura bizantina era uma mistura de várias culturas, poder do Império Bizantino foi construído com base nas tradições romanas de justiça e num poderoso governo central. As artes bizantinas, incluindo os famosos mosaicos bizantinos, combinaram formas de arte grega com nítidas, influências orientais. Essas influências chegaram a Constantinopla através, principalmente, dos comerciantes bizantinos. Suas caravanas atingiam a Ásia central e seus navios cruzavam o mar Negro e subiam muitos quilômetros pelas vias navegáveis da Rússia. O Império Bizantino foi uma importante força na defesa da Europa ocidental contra invasões. Várias vezes o exército bizantino repeliu muçulmanos e numerosas tribos bárbaras que tentaram conquistar seu império. Se o Império Bizantino tivesse caído frente a esses invasores, a Europa ocidental, sem dúvida, também teria sido destruída. A civilização bizantina floresceu até a queda de Constantinopla perante os turcos, em 1453. O Império Muçulmano Uma das mais desenvolvidas culturas da Idade Média teve seu centro no Oriente Médio. Essa importante cultura foi a dos árabes. Criaram uma nova religião, o islã, e converteram milhões de pessoas. Os árabes construíram um enorme império que superou em extensão o Império Romano da Idade Antiga. De cerca de 750 ao séc. XIII, o império muçulmano estendeu-se do oceano Atlântico às fronteiras da Índia. O império islâmico tornou-se conhecido como império muçulmano. O termo muçulmano é de origem árabe e significa aquele que se submete (a Deus). A extensão do império muçulmano aproximou muitas culturas. A cultura muçulmana era uma mistura das antigas culturas do Oriente Médio, do Egito, da Índia e da China. Também incluía importantes contribuições da cultura grega que tinha sido há muito tempo esquecida pela Europa Ocidental. Muitas obras de Aristóteles e outros valiosos trabalhos filosóficos, por exemplo, foram levados para a Espanha e Sicília pelos muçulmanos. Tais obras foram então traduzidas para o latim por estudiosos europeus. Além de colecionar e preservar muitas obras culturais importantes, os estudiosos muçulmanos tiveram uma grande produção própria. Os árabes deram uma série de contribuições para o estudo da álgebra. Na verdade, a palavra álgebra é árabe e significa redução. Um livro médico escrito por Avicena, um cientista árabe, foi o principal compêndio médico por mais de 600 anos. Avicena e outros cientistas árabes também escreveram importantes compêndios sobre astronomia e matemática. Os livros de geografia muçulmanos continham os ais detalhados mapas do mundo durante a Idade Média. Os poetas muçulmanos, dentre eles Omar Khayyam, escreveram algumas das obras-primas da literatura mundial. A arte muçulmana resultava de formas artísticas desenvolvidas na Pérsia, no Império Bizantino, no Egito e na Espanha. Essa combinação gerou um estilo próprio, chamado arte islâmica. Sua principal característica era o desenho ornamental. Os artistas muçulmanos desenvolveram o desenho porque sua religião proibia a reprodução de qualquer criatura em imagens. Os desenhos eram usados em pinturas, tapeçaria, tecidos e na decoração de couros e de cerâmicas finas. Os padrões próprios da arte muçulmana também foram usados nos magníficos tetos que decoravam as mesquitas. As tradições muçulmanas influenciaram fortemente o modo de vida em certas partes do mundo. A maior parte do Oriente Médio, por exemplo, é chamada de mundo árabe, sudeste da Ásia e em países como a Índia e o Paquistão, o modo de vida muçulmano é adotado por milhões de soas. A China Durante a Idade Média A cultura da antiga China progrediu enormemente durante a Idade Média. A civilização chinesa progrediu a despeito das várias invasões de tribos bárbaras, dentre as quais estavam os mongóis e os tártaros. Grande parte dos invasores adotaram o modo de vida chinês. Alguns deles, especialmente os mongóis, difundiram a civilização chinesa em muitas outras terras. Os mongóis conquistaram toda a China em 1279 e seu famoso governante Kubilai Khan construiu um vasto império. O Império Mongol é freqüentemente citado como o maior império terrestre em toda a história da humanidade. Estendeu-se por mais de 7.400 km, do mar Amarelo, na Ásia, ao rio Danúbio, na Europa. No governo de Kubilai Khan, muitas idéias e invenções chinesas do início da Idade Média chegaram à Europa e ao Oriente Médio. Kubilai Khan estimulou o comércio e o intercâmbio com outros povos civilizados. As viagens de Marco Polo, que saiu de Veneza para muitas terras do Extremo Oriente, foram em grande parte patrocinadas por Kubilai Khan. Logo após a morte de Kubilai Khan, os mongóis perderam o controle sobre a maior parte de seu império. Os chineses recuperaram o governo de seu país em 1368, quando a dinastia Ming iniciou seu período de 300 anos de poder na China. As contribuições chinesas para a civilização durante a Idade Média começaram principalmente durante as dinastias Tang (618-907) e Sung (960-1279). O período Tang tornou-se conhecido como a idade de ouro da civilização chinesa. A invenção da imprensa pelos chineses data daquele período. O mais antigo livro impresso no mundo é o Sutra diamante impresso na China em 868. As artes e a literatura chinesas floresceram naquele período. Importantes contribuições foram feitas por dois dos maiores poetas chineses, Li T'ai Po e Tu Fu. Seus poemas, de grande beleza e simplicidade, ainda inspiram muitos poetas de todas as partes do mundo. Durante o período Sung, os chineses inventaram a pólvora, a bússola e os tipos móveis para a imprensa. Outras descobertas no campo do conhecimento foram notadas durante as dinastias Tang e Sung. Os estudiosos chineses daqueles períodos produziram importantes dicionários, enciclopédias e compêndios de história. O Japão Durante a Idade Média O Japão desenvolveu sua civilização básica e rapidamente avançou para uma idade de ouro durante a Idade Média. Pouco se sabe sobre as primeiras épocas da história do Japão. Monges budistas e comerciantes levaram modos de vida civilizada para o Japão a partir da China e Coréia. Aproximadamente na década de 550 d.C. muitos japoneses praticavam o budismo. Também produziam objetos de arte e artesanato semelhantes aos dos chineses. Os japoneses adotaram o sistema chinês de escrita e seus estudiosos produziram muitas obras no estilo desse povo. Os primeiros japoneses também adotaram os métodos básicos de governo dos chineses. Ao contrário deles, contudo, os japoneses acreditavam que seu imperador era uma pessoa divina e que nunca devia ser deposto. Os japoneses também desenvolveram, como partes importantes cultura, uma crença na superioridade dos soldados grande respeito por uma rígida disciplina militar. A civilização se desenvolveu tão rapidamente no que ele atravessou uma idade de ouro do final do séc. cerca de 1150. Durante essa idade de ouro, Kyoto firmou-se como capital nacional. Kyoto tornou-se uma das maiores cidades do mundo durante a Idade Média. No auge da idade de ouro japonesa, o imperador perdeu muito do poder político para os chefes das famílias nobres. Nobres, chamados de xoguns, governaram o Japão centenas de anos. Mas todos eles governaram em nome do imperador. Um profundo respeito pelos imperadores japoneses e uma rígida obediência à disciplina perduraram até a Idade Moderna. Na verdade, esses elementos básicos da cultura japonesa representaram fortes influências no da história, durante o início do séc. XX. A Índia Durante a Idade Média A Índia foi invadida por muitos povos durante a Idade Média. Como conseqüência, o desenvolvimento da civilização que havia florescido durante a Idade Antiga tornou-se muito lento. Os mais importantes invasores da Índia foram os muçulmanos. Tomaram as planícies do norte da Índia, vindos do Afeganistão e da Ásia Central. Ao contrário dos invasores mongóis na China, os invasores muçulmanos da Índia não unificaram o povo conquistado. Alguns indianos adotaram o islã. Mas a maioria dos indianos não aceitou os costumes da religião muçulmana. Tal característica social permitiu a convivência conflituosa entre hindus e muçulmanos. Devido, em grande parte, às suas diferenças religiosas, o povo da Índia ficou culturalmente dividido. Essa profunda divisão cultural perdurou por centenas de anos e foi a para a divisão da Índia em dois países independente: Índia e Paquistão - em 1947. Outras Civilizações Durante A Idade Média Na maior parte da África e das Américas o barbarismo perdurou durante a Idade Média. Mas esses continente tiveram algumas áreas em que se desenvolveram civilizações. O norte da África, naturalmente, havia sido civilizado desde a época do antigo Egito. Existiam também algumas civilizações nas costas ocidental e oriental África. Da mesma forma, apenas algumas regiões das Américas do Norte e do Sul eram habitadas por civilizados. Em certos pontos das Américas Central e do Sul, alguns grupos indígenas possuíam civilizações altamente desenvolvidas. África. Durante a Idade Média, comerciantes árabes África do Norte levaram a cultura muçulmana para a África ocidental. Aí os árabes criaram o Estado de Gana. Os negros de Gana converteram-se à religião muçulmana. Também adotaram muitos modos de vida muçulmanos. Os negros ganharam gradativamente o controle de Gana e construíram um vasto império. Durante os meados do séc. XIII, o povo malinqué, de Kangaba, expandiu seu pequeno Estado e transformou-o no império mali. A capital do império mali, Tombuctu, tornou-se um importante centro africano de comércio e cultura muçulmana. No sul da África, a civilização Zimbabue existiu por cerca de 1.700 anos, de 1000 até o início do séc. XIX. Ainda existem ruínas das fortalezas da civilização negra no sul da Rodésia. Os árabes criaram postos de troca na costa oriental da África, incluindo Kilwa, Mombaça e Zanzibar. Aí, mercadorias árabes eram trocadas por ferro, marfim e escravos, do interior africano. As Américas. O primeiro povo que habitou as Américas do Norte e do Sul provavelmente veio da Ásia. Mais tarde esses habitantes das Américas foram chamados de índios. A maioria dos índios das Américas tinha um modo de vida primitivo. Mas durante a Idade Média alguns desses povos tribais desenvolveram sociedades escravistas. Suas sociedades atingiram praticamente o mesmo nível cultural povos das regiões chamadas de berços da civilização. Uma importante civilização indígena foi desenvolvida pelos maias, na América Central. Os maias criaram calendário, um sistema de escrita e outro de matemática. Construíram enormes templos que se assemelhavam pirâmides do antigo Egito. Os astecas e os toltecas desenvolveram civilizações na região do México atual, e os incas criaram um magnifico império na região do atual Peru maioria dessas civilizações indígenas existiu até a Idade Moderna. Foram destruídas por conquistadores europeus. Os costumes e as técnicas dos índios não interessavam aos europeus, mas esses aprenderam muito sobre novos alimentos com os índios. Dentre esses alimentos estava cacau, o milho, o amendoim, a batata e o tomate. IDADES MODERNA E CONTEMPORÂNEA A humanidade fez enormes progressos técnicos e produtivos durante a época conhecida como Idade Moderna. Geralmente datam esse período do colapso do lmpério Bizantino, em 1453, até o final do século XVIII, quando da afirmação da classe burguesa, com as revoluções Francesa, Liberais e as independências na América. Foi uma época de progresso científico, revolução industrial e profundas mudanças políticas e sociais. Os habitantes da Europa ocidental realizaram praticamente todas as importantes conquistas culturais durante essa nova época. Pouco progresso foi notado no Oriente Médio, na Índia ou na China. Conseqüentemente, esses antigos centros da civilização caíram, em grande parte, sob o controle ou influência da civilização ocidental. O poder das nações da Europa ocidental cresceu em meio a um forte movimento de conquistas científicas, além de uma expansão comercial e espalhou o escravismo na América. Algumas dessas conquistas permitiram a realização de longas viagens marítimas de descobertas. Outras descobertas aumentaram a produção de alimentos e revolucionaram os métodos de fabricação. As nações européias enviaram forças militares e colonizadoras a todo o mundo. Procuravam mercados para os produtos europeus e matérias-primas para as manufaturas européias. Colônias holandesas, inglesas, francesas, portuguesas e espanholas foram criadas nas terras recém-descobertas dos continentes das Américas; servindo de base para a acumulação primitiva de capitais, obtida através da exploração do ouro, do trafico negreiro e da balança comercial sempre favorável a Europa. Milhares de europeus emigraram para aquelas terras e impuseram para elas os costumes e as idéias da civilização ocidental. Muitos conquistadores das Américas também desejavam desenvolver algumas das novas idéias que estavam varrendo a Europa - liberalismo, nacionalismo e tolerância religiosa. Aproximadamente no início do séc. XIX, a maior parte dos colonos das Américas do Norte e do Sul havia-se libertado do governo europeu. Mas as nações européias ainda dominavam vastos impérios coloniais na África, Ásia e Oriente Médio, com o movimento imperialista. A dominação européia nessas regiões não sofreu contestações importantes até o séc. XX. O Renascimento O grande avanço da civilização ocidental na Idade Moderna teve início num período de despertar cultural que durou 300 anos e foi chamado de Renascimento. O Renascimento, na verdade, começou no séc. XIV, na Itália, por esta ter sido a região de maior desenvolvimento comercial, desde o século XIV. Aí artistas e estudiosos defenderam a idéia de liberdade individual. Exortaram as pessoas a libertar-se dos antigos hábitos e normas que orientaram a vida durante a Idade Média. A idéia básica do Renascimento sobre a liberdade individual tornou-se uma força cultural que se espalhou através da maior parte do norte da Europa. O espírito e o vigor dessa idéia renascentista produziram importantes avanços culturais. Foram criadas muitas obras-primas na arquitetura, literatura, pintura e escultura. Entre os mais famosos artistas e escritores do Renascimento estão Cervantes, Hans Holbein, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael e William Shakespeare, Nicolau Copérnico e Galileu fizeram descobertas revolucionárias no campo da astronomia e da física. Outros estudiosos renascentistas, como Desidério Erasmo e são Tomás Morus, desenvolveram uma filosofia humanista. Essa filosofia enfatizava a importância do homem e do seu aproveitamento da vida, e influenciou muitos movimentos políticos e sociais na Idade Moderna. A filosofia humanista também inspirou um forte movimento religioso, chamado de Reforma. A Reforma levou à criação das Igrejas protestantes na Inglaterra, Alemanha e em muitos outros países. A exploração e o comércio expandiram-se rapidamente durante o Renascimento. O espírito daquela época pedia que se aproveitassem as coisas boas da vida - boas comidas, roupas elegantes e casas luxuosas. O mercado europeu passou a encomendar junto aos comerciantes os melhores produtos de terras distantes. Para satisfazer os pedidos dos comerciantes, exploradores aventureiros competiam para encontrar as melhores rotas comerciais para o Extremo Oriente. Pedro Álvares Cabral, Cristóvão Colombo, Vasco da Gama, Bartolomeu Dias, Fernão de Magalhães e outros navegadores fizeram viagens históricas. Abriram novas rotas marítimas para mercadores que desejavam evitar os difíceis caminhos terrestres através do Oriente Médio e da Ásia. Estabeleceu-se uma importante rota marítima para a Ásia passando pelo cabo da Boa Esperança. Outras rotas marítimas levaram às Américas. À medida que as mercadorias começaram a chegar à Europa vindas das terras distantes, houve uma revolução comercial. As importações de ouro e prata criaram um novo tipo de riqueza. Oportunidades de investimento foram oferecidas pela criação de companhias de capital social. Essas companhias conseguiam dinheiro para fazer negócios através da venda de parcelas do capital a uma série de pessoas. Transformaram-se na base das atuais companhias de capital aberto. Foram criadas, também, as primeiras bolsas de valores. O crescimento do comércio e do uso de mercadorias estrangeiras fez com que os padrões de vida na Europa subissem e perpetuasse a acumulação de capitais. Os mercados europeus recebiam luxuosos tecidos, porcelanas, tapeçarias e sedas. Dentre os gêneros alimentícios vindos de países distantes estavam banana, laranja, cacau, café, limão e chá, explorados das colônias americanas. No mesmo período, desenvolveu-se um comércio de escravos com a África. A expansão do comércio externo levou à criação de colônias européias em muitas áreas. Algumas das colônias, principalmente as dos países tropicais, foram criadas quase que inteiramente como centros de troca. Serviam de bases provisórias onde bens europeus manufaturados eram trocados por matérias-primas. Muitas outras colônias perduraram, como a colônia inglesa da Virgínia, a francesa de Quebec e as espanholas de Nova Espanha (México) e Peru. Essas colônias, nas Américas do Norte e do Sul, estabeleceram um padrão para a colonização européia de várias outras regiões durante muito tempo; formando-se assim duas formas de colônias, as de Povoamento e as de Exploração. A Idade da Razão Durante os séc. XVII e XVIII, uma revolução intelectual varreu a Europa ocidental. Os princípios tradicionais que por séculos haviam norteado os estudiosos foram abandonados. Os principais pensadores da época afirmaram que a razão era a única forma para chegar-se à verdade. O período ficou conhecido como a Idade da Razão ou Iluminismo. A mais importante contribuição da Idade da Razão foi, provavelmente, o desenvolvimento do método cientifico moderno. Os cientistas passaram a adotar o processo de racionalização em seus estudos sobre as leis naturais elementares. Para chegar a conclusões cientificas, formularam regras gerais que ainda são utilizadas atualmente, desenvolveu-se o método dedutivo, cujo o principal representante foi Francis Bacon. Um dos estágios do método cientifico era a cuidadosa experimentação. Para tanto, os estudiosos precisavam de instrumentos exatos. Suas necessidades foram satisfeitas pelos inventores daquela época que desenvolveram muitos instrumentos importantes, como o microscópio, o sextante, a régua de cálculo, o cronômetro, a bomba de ar e a máquina de somar. Com novos e importantes instrumentos a auxiliá-los, os cientistas fizeram grandes progressos. As descobertas de Sir Isaac Newton revolucionaram a astronomia. Benjamin Franklin e Alessandro Volta fizeram descobertas no campo da eletricidade. Robert Boyle, Antoine Lavoisier e Joseph Priestley fundaram a química moderna. René Descartes inventou a geometria analítica. William Harvey descobriu como o sangue circula no corpo humano. O método cientifico foi tão bem-sucedido na resolução de problemas da natureza que alguns filósofos aplicaram seus princípios aos estudos dos problemas humanos. Um grupo de estudiosos franceses, chamados de filósofos iluministas, usou os métodos da razão para lidar com problemas de economia, educação, governo e religião. Dedicaram-se ao combate de muitos males da época. Dentre esses estavam a intolerância religiosa, a superstição, a tirania, as leis injustas e o comércio de escravos. O mais influente integrante desse grupo foi, provavelmente, Voltaire. Os outros eram Montesquieu, Denis Diderot e Jean Jacques Rousseau. Suas obras, além de combaterem aqueles males, manifestavam uma fé básica. A fé simbolizava o espirito da época - a crença na capacidade do homem em resolver seus problemas, tendo a razão como seu mais valioso instrumento. A Idade da Razão também foi um período de realizações nas artes. A forma do romance moderno foi aperfeiçoada por Henry Fielding. A forma poética tomou novo impulso com os famosos dísticos de Alexander Pope. Entre os grandes pintores da época estão Thomas Gainsborough, Francisco Goya, William Hogarth, Rembrandt, Sir Joshua Reynolds e Antoine Watteau. Muitas formas contemporâneas de música, como o concerto, a ópera, a sinfonia e o oratório foram aperfeiçoadas. Entre os mais notáveis compositores daquela época estão Johann Sebastian Bach, Georg Friedrich Handel, Joseph Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart. Liberalismo e Nacionalismo Duas poderosas forças políticas - liberalismo e nacionalismo - tomaram forma durante os séc. XVII e XVIII. O liberalismo desenvolveu-se a partir das revoluções que estabeleceram o direito de um povo autogovernar-se. Tais revoluções puseram fim ao despotismo na Inglaterra, Estados Unidos da América e França. O nacionalismo desenvolveu-se a partir de profundo ressentimentos de orgulho nacional que uniam os habitantes de cada país quando lutavam por seus ideais liberais. A Revolução Inglesa do séc. XVII foi a primeira Revolução importante na Idade Moderna contra o poder absoluto dos reis da Dinastia Stuart. Essa ação foi estimulada pelas idéias democráticas que tomaram forma durante a Idade da Razão. A Revolução Inglesa, na realidade, constituiu-se numa série de conflitos. Entre 1647 à 1649, o conflito foi conduzido pelos puritanos, que derrotaram setores da nobreza anglicana e católica, ligados a ordem absolutista um grupo religioso com fortes princípios liberais. Uma república, chamada de Commonwealth, foi criada na Inglaterra em 1649. Como república, a Inglaterra ficou sob o governo de Oliver Cromwell, um líder puritano. Cromwell governou como ditador. A monarquia foi restaurada em 1660. Após o golpe dos setores da Alta Burguesia, temerosos de novas ditaduras. Em 1688, Jaime II foi deposto durante a Revolução Gloriosa, provocando a ascensão de Guilherme de Orange, casado com Maria Stuart. O movimento revolucionário inglês terminou em 1689. Naquele mesmo ano, o parlamento adotou a Declaração dos Direitos, assegurando os direitos básicos do povo inglês, e Guilherme e Maria subiram ao trono. A Declaração dos Direitos suprimiu a maior parte do poder dos reis ingleses e garantiu a liberdade do povo, motivando o avanço das forças liberais, pois o Estado controlado diminuía a sua intervenção na economia. O documento tornou-se importante para o liberalismo inglês. A Declaração dos Direitos dava bases legais para o povo se revoltar contra um mau governo. Essa idéia atingiu diversos países, principalmente através das obras de John Locke. Locke, um estudioso político, foi provavelmente o mais influente escritor dos primeiros tempos da Idade Moderna. A Revolução Americana baseou-se principalmente no direito de revolta de um povo. Esse direito havia sido estabelecido pela revolução inglesa. Os colonos norte-americanos o reafirmaram na Declaração de Independência de 4 de julho de 1776; pois não foram respeitados nos seus direitos, quando da imposição inglesa de leis restritivas ao seus comércios. Tais leis foram denominadas Leis Injustas. A declaração foi escrita por um comitê chefiado por Thomas Jeffersom. O comitê fez uso das idéias contidas nas obras de Locke e de outros políticos, mas o estilo da declaração tinha uma característica própria. Frases como "todos os homens nascem iguais" tornaram a Declaração da Independência dos Estados Unidos da América um dos mais importantes documentos da história da liberdade humana. O governo britânico nas colônias teve fim e uma nova nação - os Estados Unidos da América - foi formada durante a Guerra da Independência Americana (1775-1783). O primeiro sistema de governo da nova nação, proposto pelos artigos da Confederação, provou ser ineficaz. Um novo sistema de governo, regido por uma constituição, foi criado em 1789, o federalismo, que preservou a autodeterminação do povo. A constituição determinava que os Estados Unidos da América seriam uma república. Também estabelecia um sistema de federalismo que dividia o poder entre os governos nacional e estaduais. Em 1791, entraram em vigor as primeiras dez emendas da constituição. Essas emendas, conhecidas como Declaração dos Direitos, afirmavam os direitos básicos de todos os cidadãos. A constituição dos Estados Unidos da América passou a ser um modelo para as constituições de muitas outras nações, incluindo a maioria das repúblicas latino-americanas. Durante a revolução americana e os primeiros anos da república surgiram fortes sentimentos democráticos nos Estados Unidos da América. A partir dessa época, a liberalismo tem-se constituído no ponto básico do nacionalismo norte-americano. A Revolução Francesa (1789-1799) foi um grande levante político e social, marcado pela desordem e violência. Durante a Primeira República Francesa (1792-1799), foi eliminada a maior parte dos símbolos de despotismo ou privilégio na França. Os títulos de nobreza foram extintos e cidadão tornou-se o único titulo dos franceses. Os revolucionários franceses publicaram um importante documento sobre os princípios democráticos - a Declaração dos Direitos do Homem. O esforço revolucionário francês foi coroado por um período de poder popular, sob o governo de líderes radicais como George Jacques Danton e Maximilien Robespierre. A guilhotina, o instrumento para decapitar, tornou-se o símbolo da Revolução Francesa. Milhares de aristocratas e muitos cidadãos que se opunham aos setores populares foram guilhotinados. Durante esse período, os exércitos franceses conseguiram muitas vitórias contra inimigos estrangeiros da França revolucionária. Em 1794, o período jacobino teve fim; sendo substituído por um governo corrupto, conhecido como Diretório. Cinco anos mais tarde, a nação caiu sob a ditadura do governo de Napoleão Bonaparte, o grande gênio militar francês; sendo também populista e nacionalista. Napoleão levou a França de vitória em vitória até que, em 1812, controlava a maior parte da Europa ocidental. Os soldados franceses lutavam para defender e difundir os princípios democráticos nos quais acreditavam. Seu grito de batalha de "liberdade, igualdade e fraternidade" atingiu os sentimentos democráticos e nacionalistas de muitos povos. Praticamente todos os monarcas europeus perderam grande parte de seus poderes em movimentos revolucionários que assolaram a Europa. Reformas Democráticas e Novas Nações surgiram na Europa após a derrota de Napoleão na batalha de Waterloo, em 1815. No Congresso de Viena (1814-1815), Áustria, Grã-Bretanha, Prússia e Rússia refizeram o mapa da Europa; o que se denominou de tese do Equilíbrio. Por motivos políticos, as grandes potências tentaram sufocar as forças liberais e nacionalistas que percorriam a Europa. Para deter o liberalismo, restauraram as antigas monarquias da França, Holanda, Espanha e Estados italianos; a partir das teses de Legitimidade. Em algumas áreas, para eliminar o nacionalismo, as grandes potências reuniram populações de diferentes nacionalidades sob um mesmo governante; além disso ocorreria a intervenção, por parte dessas monarquias, nas áreas revolucionárias. Os belgas, por exemplo, foram colocados sob governo do rei holandês. O rei sueco governava os noruegueses. Em sua maioria, esses esforços fracassaram. Os movimentos liberais tiveram sucesso em muitos países. Durante a década de 1830, a Bélgica separou-se da Holanda. Em 1875, a França estabeleceu um duradouro governo republicano. Aproximadamente na década de 1880, muitas nações da Europa ocidental tinham constituições e algumas instituições liberais. Ao mesmo tempo, grupos populacionais; estimulados por setores aristocráticos e burgueses fortemente nacionalistas haviam unificado vários pequenos estados e formado novas nações, como foi o caso da Alemanha e da Itália. As guerras coloniais de independência criaram novas nações na América Latina. Os colonos inspiraram-se nos modelos de liberalismo e nacionalismo que se haviam desenvolvido na Europa e nos E.U.A. Porém mantiveram as estruturas agroexportadoras e o poder político nas mãos de uma elite aristocrática caudilhesca. Cerca de 1830, a maioria dos países latino-americanos havia conquistado a independência e formados Estados Caudilhescos. Entre essas nações novas e independentes estavam Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia Equador, México, Peru e Venezuela. A Revolução Industrial No séc. XVIII e início do séc. XIX, uma revolução na indústria veio transformar grande parte da civilização ocidental. Máquinas substituíram muitas ferramentas manuais que o homem civilizado havia usado por milhares de anos. Com as novas máquinas, grandes quantidades de mercadorias podiam ser produzidas rapidamente. Nunca a humanidade havia sido capaz de aproveitar de tal forma os recursos naturais existentes sobre a Terra. Porém, no nível social agravaram-se as condições da classe trabalhadora, que assistiu ao aumento de sua exploração pela máquina e pelo salário. O Industrialismo mudou a vida de milhões de pessoas. Quando a época teve início, a maioria das famílias vivia no campo. Cidades e vilas serviam principalmente como centros de comércio para os agricultores. Essas cidades transformaram-se rapidamente em cidades industriais. As pessoas migraram para as cidades a fim de se empregar como operadores de máquinas nas fábricas. Ferrovias e hidrovias foram construídas para ligar muitas cidades. Também representavam meio de transporte entre cidades e zonas rurais, florestas e minas. A invenção do telégrafo possibilitou a comunicação rápida entre locais distantes. O crescimento do Industrialismo ocasionou mudanças sociais de enorme importância. Surgiu as classes média e capitalista na sociedade. Os membros da classe média não eram nobres nem camponeses; mas oriundos de setores de trabalhadores especializados ou de pequenos proprietários comerciais, ou de terras. A classe capitalista cresceu em número e influência. Possuía a maior parte das fábricas, contratava os operários e administrava os bancos, minas, ferrovias e lojas. A maioria dos membros da classe capitalista acreditava que os negócios deveriam ser regulados pela lei da oferta e da procura, sem controle governamental. Essa idéia foi a base do sistema econômico conhecido como capitalismo. Os princípios do capitalismo foram estabelecidos pelo economista escocês Adam Smith. O rápido crescimento do Industrialismo gerou problemas diversos. A maior parte dos operários das fábricas era mal paga e enfrentava muitas dificuldades. Não tinham permissão para formar sindicatos e suas condições de trabalho não eram regulamentadas por leis. A situação provocou críticas generalizadas contra os males do sistema capitalista. O socialismo tornou-se a principal teoria social que congraçava muitas pessoas que se opunham ao sistema capitalista. Os socialistas queriam colocar toda a produção industrial sob controle da classe trabalhadora. A partir desse princípio básico, Karl Marx, um escritor e filósofo social alemão, desenvolveu a teoria do comunismo. Marx conclamou os operários a se revoltarem contra a classe capitalista e a criar sistemas econômicos administrados pelos trabalhadores, formando assim a "Ditadura do Proletariado", o socialismo. O comunismo seria a etapa posterior ao socialismo, onde o Estado, a propriedade privada e as diferenças de classes desapareceriam por completo. Diversas reformas apoiadas por membros de vários movimentos sociais foram postas em prática em muitos pontos do globo durante o séc. XIX. Em vários países, os operários conquistaram o direito de formar sindicatos. Leis que regulamentavam as condições de trabalho nas fábricas foram aprovadas na Grã-Bretanha e nos E.U.A. durante a década de 1830. Posteriormente, muitos outros países também aprovaram leis que melhoravam as condições de trabalho dos operários industriais. A Grã-Bretanha e a Alemanha foram pioneiras na introdução da legislação social que criou seguros contra acidentes, enfermidade e desemprego para os operários industriais. Mais ou menos no final do séc. XIX, a maioria das nações industrializadas tinha leis que regulavam as condições de trabalho e elevavam o padrão de vida de alguns grupos sociais. A maioria operária e camponesa continuava fortemente explorada. Mas os seguidores de Marx continuavam a pregar uma luta entre as classes e a derrubada do capitalismo pela Revolução Proletária. O movimento operário criou o socialismo, na União Soviética, no início do séc. XX. Imperialismo. As nações industriais necessitavam de grandes suprimentos de matérias-primas para suas fábricas e de áreas para escoamento dos seus excedentes produtivos, e populacionais. A África e a Ásia possuíam essas matérias-primas em abundância. Também tinham milhões de pessoas que ainda usavam antigas ferramentas de produção, vivendo em condições tribais de organização social. Esses dois continentes ofereciam bons mercados para a grande variedade de bens manufaturados produzidos nas nações industrializadas da Europa. As nações européias criaram muitas colônias na África e Ásia durante o séc. XIX. Queriam assim (1) assegurar um fluxo regular de matérias-primas e (2) controlar vastos mercados. O domínio colonial europeu estendeu-se pela maior parte da África. A Grã-Bretanha e a França eram as principais potências coloniais naquele continente. Praticamente 1/3 da Ásia caiu sob domínio colonial da Grã-Bretanha, França, Países Baixos, Portugal e Espanha. A China havia fechado a maioria de seus portos aos europeus, mas foram reabertos em 1842, depois que a Grã-Bretanha derrotou a China na Guerra do Ópio. Aproximadamente no fim do séc. XIX, enormes impérios europeus haviam-se espalhado pelo mundo. Os maiores impérios pertenciam aos ingleses, franceses e alemães. Bélgica, Países Baixos e Portugal também criaram importantes colônias. Essa expansão colonial passou a ser conhecida sob o nome de imperialismo. A política dos E.U.A. em relação à América Latina foi apresentada na Doutrina de Monroe em 1823 e posteriormente na política do Big Stick. Mas a influência desse país sobre a América Latina também tem sido freqüentemente chamada de imperialista. O Final de uma Era O industrialismo e o imperialismo encerraram um período da Idade Moderna que é freqüentemente chamado de século de ouro da Europa. A maioria das nações européias havia-se enriquecido e fortalecido militarmente. Controlavam vastas regiões do mundo por intermédio de poderosos sistemas coloniais. Suas artes, ciências e conhecimento atingiram altos níveis de desenvolvimento. O modo de vida europeu do séc. XIX se constituía na mais avançada civilização jamais vista no mundo. Os Estados Unidos da América, Canadá e alguns outros países das Américas, desenvolviam-se rapidamente seguindo o padrão europeu. Por outro lado, a maioria das nações africanas e asiáticas permaneceram primitivas ou nos mesmos níveis de civilização que haviam alcançado durante a Idade Média. A posição de superioridade das principais nações européias encontrou pouca resistência no séc. XIX. Em resultado, certos conceitos deram forma à filosofia básica da época, tais como: 1) A crença de que era justo que milhões de pessoas colonizadas fossem governadas por nações européias. 2) A aceitação do nacionalismo como o mais importante princípio político das nações européias mais desenvolvidas. 3) A fé na democracia como um sistema político que algum dia seria adotado em todo o mundo. 4) A certeza de que o capitalismo, embora sujeito a reformas, se desenvolveria como o único sistema econômico importante. 5) A esperança na idéia de que a ciência era uma bênção completa para a humanidade, e de que o progresso do homem dependia quase que inteiramente dos desenvolvimentos científicos. Esses eram os principais conceitos da civilização ocidental numa grande época da história que se aproximava de seu final, nos primeiros anos do séc. XX. Tudo estava prestes a mudar. O Século XX Os primeiros 2/3 do séc. XX foram um período de grandes mudanças - talvez a mais rápida e generalizada transformação em toda a história. A maior parte dos conceitos da época anterior foram destruídos. Nesse período ocorreram as mais caras e destrutivas guerras de toda a história. Revoltas políticas e sociais derrubaram muitos governos tradicionais. Ao mesmo tempo, a ciência fez grandes avanços. Invenções tecnológicas revolucionárias alteraram os modos de vida básicos e lançaram a humanidade na era espacial. O séc. XX começou com a maior parte do mundo sob o mando das nações européias. Porém, mais ou menos nos meados da década de 1960, os enormes impérios europeus haviam sido extintos. O colonialismo era coisa do passado. Somente na África, cerca de 40 novas nações conseguiram sua independência. O tradicional nacionalismo europeu perdeu grande parte de sua força e a maioria dos países da Europa estava tentando resolver seus importantes problemas por intermédio da cooperação. Eram membros de organizações criadas para sua defesa conjunta ou para a unificação de seus recursos econômicos. Por outro lado, o nacionalismo explodiu com toda a força na África e na Ásia, e tornou-se o principal estímulo das novas nações independentes. O séc. XX começou com a idéia de que o capitalismo e a liberalismo se difundiriam pelo mundo. Mas isto não aconteceu: mais de um bilhão de pessoas viviam sob o regime socialista na década de 1970. Em 1900, acreditava-se que a humanidade usaria as conquistas científicas somente para atingir um melhor modo de vida. Mas em 1945 a invenção da bomba atômica demonstrou que o homem também poderia usar a ciência para criar um tremendo poder destruidor. Aproximadamente na metade do século, os habitantes de um país industrializado dificilmente compreendiam a amplitude da mudança na vida do homem nos últimos 50 anos. Achavam que aviões, energia atômica, automação, rádio, geladeiras cinema televisão, materiais sintéticos e estradas congestionadas eram coisas normais. Mas essas coisas não existiam em 1900. Na era espacial, a U.R.S.S. lançou o primeiro satélite artificial na órbita da Terra. Nos anos seguintes, foguetes norte-americanos e soviéticos enviaram para o espaço muitos instrumentos científicos. Depois desses acontecimentos, astronautas dos dois países voaram ao redor da Terra em cápsulas espaciais. Na década de 1960, cientistas norte-americanos e soviéticos resolveram muitos problemas relativos a viagens espaciais prolongadas. Em 1968, três astronautas norte-americanos deram voltas ao redor da Lua. No ano seguinte, dois astronautas norte-americanos desceram na superfície lunar. Durante o séc. XX, as pessoas se acostumaram às grandes conquistas da ciência médica. Na primeira metade do século, muitos métodos tradicionais de diagnose, tratamento e prevenção de doenças haviam sofrido transformações. Os novos métodos contaram com o auxílio de remédios anteriormente desconhecidos. Entre esses estavam os antibióticos, as sulfonamidas e certos soros e vacinas. O rápido avanço médico foi o principal responsável por uma muitas partes do mundo, E.U.A. tinha uma expectativa de vida de 4,73 anos. Mais ou menos no início da década havia aumentado para 70,6 anos. Primeira e Segunda Guerras Mundiais A guerra - com intensidade jamais vista - prejudicou o desenvolvimento mundial no início do séc. XX. A Primeira Guerra Mundial durou de 1914 a 1918 e a Segunda Guerra Mundial foi de 1939 a 1945. Na Primeira Guerra Mundial, pela primeira vez na história, a humanidade engajou-se numa guerra total; essa guerra foi fruto da disputa imperialista e dos conflitos étnicos nacionalistas na Europa. Populações inteiras das nações em conflito participaram do esforço de guerra. Milhões de homens, mulheres e crianças foram mortos. Cidades foram destruídas completamente. As forças em luta enfrentaram-se em enormes campos de batalha - na terra, no ar, no mar e sob o mar. As armas dessa guerra total incluíam bombas e mísseis de tremendo poder de destruição. Durante a Segunda Guerra Mundial foi desenvolvida a bomba atômica. Sua descoberta levou à criação de uma bomba milhares de vezes mais potente a bomba de hidrogênio. Assim, a mais terrível guerra da humanidade contribuiu para a produção de uma arma que pode eliminar civilizações inteiras se utilizada numa nova guerra total. O horror causado por cada guerra mundial provocou na humanidade um desejo de evitar as guerras para sempre. A primeira tentativa nesse sentido foi realizada após a Primeira Guerra Mundial, com a criação da Liga das Nações. Mas a liga fracassou em resolver muitos problemas do após-guerra. Também foi impotente para evitar a onda crescente de agressão liderada pela Alemanha, Itália e Japão na década de 1930. A segunda tentativa foi realizada ao final da Segunda Guerra Mundial, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde 1945, a ONU tem trabalhado pela paz e segurança internacionais principalmente de duas maneiras. Em primeiro lugar, a ONU possui uma sede onde as nações podem reunir-se para discutir em paz suas divergências. Em segundo lugar, tem patrocinado programas mundiais de ajuda para nações com problemas de escassez de alimentos, saúde pública e injustiça social. A ONU tem desenvolvido suas tarefas de preservação da paz num clima de grande tensão e discórdia. As mais importantes conseqüências da Segunda Guerra Mundial foram a passagem do poder mundial para as mãos dos Estados Unidos da América e da União Soviética, e o colapso dos impérios coloniais europeus. A passagem do poder para aquelas duas nações ocasionou um conflito que dividiam grande parte do mundo. Os E.U.A. e a U.R.S.S. tonaram-se líderes de dois sistemas rivais de governo - Capitalismo e Socialismo. O colapso dos impérios coloniais permitiam o surgimento de diversas novas nações na África, Ásia e no Oriente Médio. Essas novas nações têm tido problemas políticos, econômicos e sociais importantes. O Surgimento de Novas Nações Um após outro, os vastos impérios coloniais europeu caíram depois da Segunda Guerra Mundial. Grã-Bretanha Franca, Bélgica, Países Baixos e outras grandes potências coloniais perderam parte de suas forças durante a guerra e não tiveram mais condições de manter suas colônias impondo uma ordem superior vinda do exterior. Além disso, muitos europeus haviam passado a acreditar que era moralmente condenável dominar outros povos contra a vontade deles. O mais rápido e surpreendente movimento de independência ocorreu na África. Em 1950, existiam apenas quatro países independentes no enorme continente africano. Atualmente, a África tem 53 países independentes. Na Ásia, desde a Segunda Guerra Mundial, foram criados governos independentes em países como Birmânia, Cambodja, Ceilão (atualmente Sri Lanka), Índia, Indonésia, Coréia, Laos, Maláisia, Paquistão, Filipinas e Vietnã. No Oriente Médio, entre as nações que conseguiram independência após a Segunda Guerra Mundial estão Chipre, Israel, Jordânia, Síria e Iêmen do Sul. A maioria das nações recém-independentes havia estado sob domínio das potências coloniais por muitos anos ou mesmo por séculos. Em alguns casos, o solo e os outros recursos naturais de uma colônia haviam sido desenvolvidos inteiramente para beneficio do poder colonizador, sendo destruídos. Em geral, esse poder não deu às colônias oportunidade de se autogovernar. Por outro lado, o imperialismo trouxe certas transformações para muitos povos colonizados. Em algumas colônias, as guerras tribais e outros costumes selvagens foram eliminados. Porém com a luta de independência (nos anos 1960/1970) e após a Guerra Fria (anos 1990); as guerras tribais se tornaram comuns, como os exemplos de Ruanda, Burundi e Congo, na África. Em muitas delas os poderes governantes introduziram modernos sistemas educacionais e serviços de saúde pública. Em vários países, os métodos liberais de governo foram introduzidos pelas potências coloniais; mantendo os laços de dependência com os países capitalistas. Durante o curso de seu desenvolvimento econômico, a maior parte das colônias foi equipada com modernos sistemas de comunicação e transportes. As novas nações enfrentaram muitos problemas como resultado de anos sob o imperialismo. Mas haviam entrado em contato com os principais elementos do progresso ocidental - educação, tecnologia e medicina avançadas e novos métodos agrícolas e industriais; que não resolveram na prática os problemas crônicos como a fome, a destruição ecológica, a perda de áreas agrícolas e a falta de saneamento. A Expansão do Socialismo O avanço do socialismo teve grande influência sobre o desenvolvimento da história no séc. XX. O movimento socialista, que conquistou sua primeira grande vitória na União Soviética em 1917, emergiu com toda a força após a Segunda Guerra Mundial, em 1945. No final da década de 1940, a União Soviética começou a estabelecer governos socialistas na Europa oriental e nos Balcãs. As nações capitalistas, lideradas pelos E.U.A., combateram o avanço do socialismo; criando organismos militares como a O.T.A.N. (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Entretanto, os comunistas ganharam o controle do governo da China - o maior país da Ásia - e de várias outras nações asiáticas. O grande conflito entre o socialismo e o liberalismo ficou conhecido como Guerra Fria, porque não implicou diretamente na luta entre os dois principais adversários. As principais armas da Guerra Fria são o poder das idéias e o poder econômico, político e tecnológico. Cada lado empregou também esses poderes para conseguir o apoio de nações que se haviam mantido neutras durante o conflito. Entre essas nações não-alinhadas, ou não-comprometidas, estão a maior parte dos países africanos e asiáticos que se tornaram independentes após a Segunda Guerra Mundial. A ONU tornou-se o campo de batalha da Guerra Fria. A mais importante demonstração da Guerra Fria na ONU ocorreu em 1950, quando essa tomou medidas para impedir que a Coréia do Norte, socialista, tentasse reunificar-se com a Coréia do Sul. A Guerra da Coréia (1950-1953) foi a primeira guerra na qual tropas de uma organização mundial participaram para combater uma nação agressora. Na Guerra da Coréia, poderosas unidades militares dos E.U.A. e de muitas outras nações capitalistas formaram o exército da ONU. Entretanto, a União Soviética declarou que a ONU não tinha o direito de intervir; pois para os soviéticos a divisão da Coréia, após a derrota japonesa na Ásia, feriu os direito de altodeterminação( o direito de cada povo determinar os seus destinos políticos e ideológicos, sem a intervenção de grupos ou outros países ) dos povos. A União Soviética auxiliou os norte-coreanos com suprimentos de guerra. A China enviou forças para combater ao lado da Coréia do Norte. Vários incidentes da Guerra Fria tornaram-se tão graves que poderiam ter deflagrado uma nova guerra mundial. Graves incidentes ocorreram periodicamente em Berlim, onde os socialistas construíram um muro entre as duas seções da cidade. Berlim Ocidental fazia parte de um país capitalista, enquanto que Berlim Oriental era capital da Alemanha Oriental, país comunista. O mais sério incidente de Guerra Fria foi provavelmente a crise cubana de 1962. Os Estados Unidos da América revelaram que a União Soviética havia instalado em Cuba mísseis atômicos capazes de atingir cidades norte-americanas. A crise foi superada depois que a União Soviética retirou os mísseis. A despeito de outros incidentes, a Guerra Fria pareceu perder sua intensidade no final da década de 1950 e na década de 1960. Líderes soviéticos falaram em "coexistência pacifica". Em 1963, Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos da América assinaram um tratado que proibia todos os testes nucleares, à exceção dos subterrâneos. Em meados da década de 1960, o Vietnã transformou-se em campo de batalha entre forças socialistas e capitalistas. A luta tinha começado, em 1957, entre os socialistas vietnamitas e as tropas governamentais do Vietnã do Sul. Assim como na Coréia, o Vietnã após a sua independência viu-se dividido em Norte e Sul, por uma resolução da O.N.U. A União Soviética e a China forneceram suprimentos de guerra ao Vietnã do Norte. Ao mesmo tempo, os E.U.A. forneceram tropas e suprimentos ao Vietnã do Sul. Os E.U.A. retiraram suas tropas em 1973; após derrota para o povo vietnamita. A luta entre os socialistas e o governo do Vietnã do Sul continuou até 1975, quando o Vietnã do Sul rendeu-se às forças socialistas. O MUNDO ATUAL Vivemos na civilização mais altamente desenvolvida da história. Ao mesmo tempo, enfrentamos problemas suficientemente graves para destruir o mundo. Mas também há esperança. Nunca a humanidade alcançou nível poder tecnológico e conhecimento científico. Por essa razão, temos, provavelmente, melhores oportunidades para resolver os problemas de nossa época do que geração anterior. O mais importante problema da década de 1980 era o de como evitar outra guerra mundial. O conflito entre democracia e comunismo iniciado após a Segunda Guerra Mundial ainda existia. Mas o surgimento da China e da Europa como novos centros de poder mudou a natureza bilateral da Guerra Fria. Conseqüentemente, nem as nações comunistas nem as nações democráticas permaneceram unidas no conflito. A China - o gigante da Ásia - desafiou a liderança soviética sobre as nações comunistas. Os chineses acusaram os soviéticos de se afastarem dos objetivos básicos do comunismo. A União Soviética, por sua vez, acusava os chineses de interpretarem mal os objetivos básicos do comunismo. Os E.U.A. encontravam-se numa posição semelhante à da União Soviética. Os E.U.A. já eram mais o único líder das nações capitalistas. Entre 1987 e 1993, a Guerra Fria foi lentamente extinta. Nesse período ocorreu a queda do muro de Berlim. A fragmentação e o fim da União Soviética geraram uma crise no socialismo no Leste Europeu, com a maioria dos países optando por um modelo liberal capitalista. A maior parte das nações européias tornaram-se economicamente fortes e não mais dependentes do auxílio econômico norte-americano. A França conclamou os outros países europeus a rejeitarem igualmente o auxílio militar norte-americano para a defesa do continente. A França criticou a política norte-americana em relação ao Vietnã, em que os norte-americanos ajudaram os vietnamitas do sul a combater as forças comunistas do Vietnã do Norte. O problema de evitar a guerra estava intimamente ligado à questão de como tirar milhões de pessoas da miséria. Atualmente, um importante problema enfrentado pelos países desenvolvidos é o da poluição ambiental. O crescimento da indústria e da produção de bens nesses países contribuiu para melhorar os padrões de vida. Mas essas atividades também contribuíram para poluir a atmosfera, o solo e a água. Fumaças venenosas de veículos e fábricas têm ocasionalmente colocado em risco a saúde pública. O rápido acúmulo de lixo e de outros refugos sólidos exigiu o uso de espaços a céu aberto como vazadouros. Os refugos industriais têm sido despejados em rios, lagos e oceanos, e têm matado peixes e poluído praias. Outros problemas que desafiaram os países desenvolvidos na década de 1970 foram o rápido aumento da taxa de inflação e a escassez de combustível. A inflação resultou, principalmente, do insucesso dos produtores em satisfazer a procura de bens, aliada aos gastos em grande escala dos governos e habitantes das grandes nações industrializadas. A escassez de combustível foi causada, em parte, por uma guerra entre Israel e várias nações árabes em 1973. A guerra resultou numa grande redução das exportações de petróleo dos países do Oriente Médio. Todavia, as necessidades de petróleo das nações industrializadas estão crescendo em uma proporção muito maior do que o desenvolvimento de novas fontes produtoras desse combustível. O sucesso na resolução dos grandes problemas da nossa época depende principalmente da cooperação internacional. Nas décadas de 1980 e 1990, formaram-se novas realidades no mundo. Foram feitos acordos de paz na região da Palestina, possibilitando para 1999 a criação de um Estado Palestino. Mesmo assim, agravaram-se os choques entre radicais judaicos e palestinos. Ainda envolvendo o Mundo Árabe, o Iraque atacou o Kuwait em 1991, buscando aumentar o preço do petróleo. A O.N.U., sob a liderança dos Estados Unidos, enfrentou militarmente o Iraque na Guerra do Golfo, obtendo a vitória em 1992, mantendo limites para o comércio iraquiano e áreas desmilitarizadas dentro do território deste. Na América Latina, os anos de 1980 foram marcados pela redemocratização e o fim das ditaduras militares. Nesse processo de redemocratização latino-americana, destaca-se o movimento argentino. Na Argentina, em 1982, a derrota para a Inglaterra na Guerra das Malvinas desestabilizou a Junta Militar e provocou a convocação de eleições diretas para o Parlamento e para presidente, sendo eleito Raul Alfonsín do partido União Cívica Radical (U.C.R.). Em toda a América Latina ocorreram investigações sobre os crimes cometidos pelos governos militares durante os anos noventa. Na Argentina prenderam-se os integrantes das duas primeiras Juntas Militares. O Chile viveu a partir de 1998 uma crise de suas instituições políticas, pois o seu ex-ditador Augusto Pinnochet foi condenado e preso, na Inglaterra, por crimes cometidos durante a sua ditadura, provocando assim manifestações no Chile, a favor ou contra, ameaçando a estabilidade política. O socialismo no Leste Europeu entrou em crise, sendo extinto da maior parte da região. Esse aspecto acabou motivando o retorno de conflitos étnicos. As bolsas de valores da Ásia, da Rússia, do México e do Brasil vêm provocando, ao final da década de 1990, uma crise mundial, que passou a ser conhecida como a crise do capital especulativo. Tal capital, durante o final dos anos oitenta, foi investido em países que os atraíam com juros altos de remuneração de capitais (portanto não se investia na produção). Desde fins da década de 80, o mundo vem convivendo com uma nova ordem mundial, marcada pelo neoliberalismo, pela globalização e pela existência de um Estado mínimo (pouco intervencionista).