HISTÓRIA - 1°GRAU INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HISTÓRIA História é a ciência que estuda os acontecimentos econômicos, sociais, políticos e culturais e as relações existentes entre eles. Para melhor analisar os fatos históricos, o historiador se utiliza de fontes históricas como: - os restos arqueológicos; - os monumentos; - os documentos escritos; - as tradições; A escrita é fundamental para o conhecimento da história de um povo. É tão importante que o período anterior ao aparecimento da escrita chama-se Pré-História. O estudo da História é auxiliado pelas Ciências Auxiliares da História, das quais destacamos: - Geografia; - Economia; - Sociologia; - Antropologia; - Arqueologia; - Paleontologia; - Paleografia; - Cronologia; A contagem do tempo é feita pelos cristãos de acordo com o nascimento de Cristo. Assim, os acontecimentos ocorrem antes ou depois de Cristo. O tempo antes de Cristo é contado de forma decrescente e depois de Cristo, de forma crescente. Costumeiramente, divide-se a História em quatro grandes períodos ou idades: - Idade Antiga: do aparecimento da escrita a 476, ano em que Roma, a capital do Império Romano do Ocidente, foi conquistada pelos bárbaros germânicos; - Idade Média: de 476 a 1453, ano em que Constantinopla, a capital do Império Romano do Oriente, foi conquistada pelos turcos; - Idade Moderna: de 1453 a 1789, ano em que se iniciou a Revolução Francesa; e - Idade Contemporânea: de 1789 aos dias atuais. A AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA: AS POPULAÇõES INDÍGENAS. - a origem: As quatro hipóteses mais aceitas são as seguintes: a)a origem autóctone; b)a origem malaio-polinésia; c)a australiana; d)a asiática. - as sociedades indígenas: As diferentes nações indígenas não apresentavam o mesmo estágio cultural e nem o mesmo grau de organização econômica e social. Algumas nações estavam ainda na Idade da Pedra e viviam da caça, da pesca e da coleta. Podemos destacar no Brasil os xavantes e os tapuias. Outras estavam num nível cultural médio e viviam em comunidades primitivas, onde praticavam uma agricultura de subsistência. Podemos destacar os pueblos e iroqueses na América do Norte, e os tupis-guaranis no Brasil. As sociedades indígenas mais adiantadas da América pré-colombiana eram os maias, incas e astecas. MAIAS Habitavam a Guatemala, Honduras e a planície de Iucatõ. Viviam em cidades-estados e entre as magníficas criações dos maias destacamos suas pirâmides, templos e palácios. A classe dominante era composta de guerreiros e sacerdotes, a classe média, de lavradores e comerciantes e a camada inferior, de escravos.Os sacerdotes formavam o grupo social mais poderoso e monopolizavam a escrita e osconhecimentos científicos, como a Astronomia e a Matemática. ASTECAS Os astecas eram senhores de grande parte do México e da América Central. Eram grandes guerreiros. Entre eles não havia a propriedade privada da terra, a qual pertencia aos clõs. Isto dava à sociedade um certo caráter igualitário. A base da alimentação asteca era o milho, o produto mais importante da agricultura. A arquitetura e a urbanização astecas foram grandiosas, bem como a pintura e a escultura. Possuíam escrita e profundos conhecimentos de Medicina, Matemática e Astronomia. Possuíam um calendário que já dividia o ano em 365 dias. INCAS Os incas ocupavam as terras do Equador, Peru, Bolívia, Chile e Norte da Argentina. A sociedade era hierarquizada da seguinte maneira: - o Inca: "o filho do sol" - a nobreza: ocupava os principais cargos administrativos, planejava e dirigia a produção - o sacerdote - os chefes militares - a camada média urbana: arquitetos, médicos, artesãos, artistas, funcionários públicos - os camponeses: cuja maioria era composta por povos dominados Esta massa estava presa à terra, de maneira semelhante ao servo da Europa Medieval, e sujeita a prestar serviço ao Estado para a construção de obras públicas. O excedente da produção agrícola era armazenado e, quando havia algum problema de colheita, o alimento estocado era distribuído pelo governo. Isto socializava a produção e impedia a acumulação de riqueza e a existência da propriedade privada. Da mesma forma que os astecas, os maias e outros povos, o império inca foi destruído com a chegada do conquistador espanhol. Foi o início de um outro capítulo na história, marcado pela destruição de uma cultura, de assassinatos brutais e de submissão de sua população aos interesses mercantis da Espanha. DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO O sistema feudal começou a desmoronar a partir do séc XI, e com a sua desagregação surgiu o capitalismo. Essa desagregação foi causada por um conjunto de fatores, tais como: o crescimento populacional europeu, o desenvolvimento das técnicas agrícolas e o renascimento comercial urbano. Durante vários séculos, elementos do feudalismo e do capitalismo continuaram a coexistir na Europa até o desaparecimento total das relações servis de produção e sua substituição pelas relações assalariadas. O crescimento dos mercados consumidores exigiu o aumento do índice de produtividade e, para tanto, foi necessário aumentar as áreas de produção e desenvolver as técnicas agrícolas. Com o tempo, a comercialização do excedente produzido nos feudos provocou profundas modificações nas relações entre servos e senhores feudais, interessados nos lucros provenientes da venda dos produtos. Muitos senhores transformaram os servos praticamente em escravos. Isso aumentou as fugas para as cidades gerou violentas revoltas camponesas. Assim, o principal agente de transformação nas relações servis de produção foi o próprio servo. Muitos senhores passaram a vender a liberdade aos servos ou expulsá-los da terra para colocarem seu lugar trabalhadores mais dinâmicos (assala- riados) ou, então, determinavam que os servos vendessem os seus produtos e lhes pagassem as obrigações em dinheiro. O dinheiro substituia os serviços e mercadorias. Todas essas mudanças acentuaram-se com o renascimento comercial que, por sua vez, acelerou-se com as cruzadas. As cruzadas tiveram papel destacado nessa transformação, na medida em que reabriram o Mediterrâneo ao comércio internacional. No sul da Europa, o comércio foi monopolizado pelas cidades italianas ( Gênova e Veneza ), que eram as distribuidoras de especiarias na Europa. No norte, porém, a supremacia estava com os alemães, que dominavam a região dos Flandres. O renascimento comercial foi acompanhado pelo desenvolvimento urbano e em consequência disto surgiu uma nova classe social na Europa medieval, os burgueses. Os que eram ligados a atividades comerciais criaram associações de mercadores. Por sua vez, os burgueses ligados a indústria artesanal criaram as corporações de ofícios. Essa rica burguesia mercantil, aliou-se ao rei na luta pela centralização do poder político, pois com um Estado forte, maior proteção teria o comércio nacional. A EXPANSÃO MARÍTIMO-COMERCIAL EUROPÉIA E A CONQUISTA DA ÁSIA, DA ÁFRICA E DA AMÉRICA. - fatores da expansão: No plano econômico, a Baixa Idade Média conheceu um renascimento comercial que mudou a economia européia. O comércio medieval cresceu de maneira contínua até o séc XIV, quando passou por uma crise devido às grandes calamidades que afetaram aquele século. No séc XV, quando se iniciou a expansão, a Europa começou a se recuperar da crise. Porém, essa recuperação econômica esbarrou em alguns problemas, tais como: - a queda da produção agrícola; - o crescimento de produção das indústrias artesanais; - o comércio de especiarias; A Ásia e a África tornaram-se as soluções ideais para a recuperação européia, porque seriam fornecedoras de produtos agrícolas e seriam mercados consumidores para a sempre crescente produção artesanal européia. Havia também a questão das especiarias, que eram monopolizadas pelas cidades italianas que cobravam altos preços por esses produtos. A nobreza européia não podia dispensar as especiarias, que funcionavam tanto como temperos como conservadoras dos alimentos. Também não podia comprá-las, pois o preço era alto. A única solução era irem comerciar diretamente com as fontes produtoras de especiarias, ou seja, a Ásia e a África, e sem passar pelo Mediterrâneo, o que implicaria em guerra com as cidades italianas. Outros fatores da expansão: - a procura de metais preciosos para a cunhagem de moedas e para o maior fortalecimento do Estado; - a centralização do poder político com as monarquias nacionais; - a ascensão social da burguesia; - a aliança entre o rei e a burguesia; - o desenvolvimento das técnicas de navegação; - a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, na medida em que elevaram ainda mais o preço das especiarias e tornaram mais urgente a necessidade européia de se chegar ao Oriente. - a expansão marítima portuguesa Portugal foi o país pioneiro na expansão comercial e marítima européia devido a um conjunto de fatores: a)a precoce centralização política de Portugal; b)a existência em Portugal de uma rica e forte burguesia mercantil; c)a precoce conjugação de interesses econômicos entre o Estado com tendências mercantilistas e a burguesia; d)a ausência de conflitos internos e externos; e)o interesse português pela arte de navegar, que levou o infante D.Henrique a formar a Escola de Sagres. Tudo isso colocava Portugal em situação de vantagem perante a Espanha, que continuava a Guerra de Reconquista contra os árabes, e em relação à França e à Inglaterra, que se destruíam com a Guerra dos Cem anos. A expansão portuguesa começou em 1415, com a tomada de Ceuta, e foi se espalhando pelo litoral africano, onde estabeleciam feitorias e fortalezas. Dali levavam ouro, marfim e escravos. Em 1488, Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança. Dez anos depois, Vasco da Gama chegava a Calicute, na Índia, descobrindo o caminho marítimo para as Índias. Em 1500, Cabral chega ao Brasil e nas primeiras décadas do séc XVI Portugal conseguiu dominar Ormuz, Socotora e Áden, Goa e regiões da China e Japão. Porém o comércio de especiarias português já dava sinais de enfraquecimento e então Portugal deu início a colonização do Brasil, em 1530. - a expansão marítima espanhola A Espanha começou a empreender asgrandes navegações com um grande atraso em relação a Portugal. Os reis espanhóis financiaram a expedição de Colombo, que saiu em agosto de 1492 e chegou à América em 12 de outubro do mesmo ano. Pensando que havia chegado às Índias, Colombo chamou erroneamente de índios os primitivos habitantes da América. A descoberta da América provocou sérias divergências entre Portugal e Espanha:os portugueses se achavam senhores do Atlântico e pretendiam ficar com as terras descobertas. Depois de algumas tentativas de solução, os dois países assinaram, em 1494, o Tratado de Tordesilhas que determinava que todas as terras que estivessem a leste de um meridiano a 370 léguas de Cabo Verde seriam de Portugal. As que ficassem a oeste, seriam da Espanha. Com o massacre das populações indígenas mais adiantadas e com a grande exploração de ouro e prata de suas colônias americanas, a Espanha tornou-se a maior potência mercantil da Europa no séc XVI. Detinha um império que englobava toda a porção americana desde o México até a Argentina, à exceção do Brasil. - a expansão marítima inglesa As primeiras viagens inglesas se deram apenas com propósitos geográficos. A colonização inglesa na América do Norte iniciou-se em 1584, quando o inglês Walter Raleigh ocupou a região que chamou de Virgínia. - a expansão marítima francesa A princípio, as primeiras expedições francesas foram para a América do Norte. Porém, em 1555, os franceses comandados por Villegaignon invadiram e conquistaram o Rio de Janeiro. Foram expulsos em 1567. Em 1608, fundaram Quebec, no Canadá. Depois disso, fundaram várias colônias africanas e asiáticas e ainda tentaram, em 1612, fundar uma colônia no Brasil comandados por La Touche e invadiram o Maranhão, onde fundaram São Luís. Foram expulsos em 1615. - a expansão marítima holandesa Após a sua independência política da Espanha, os holandese começaram a formar o seu império afro-asiático-americano. Na África dominaram a região do Cabo, Angola e São Tomé. Na Ásia, dominaram Java, Ceilão, Málaca, ilhas Molucas, Timor e Nova Guiné. Na América fundaram Nova Amsterdã (hoje Nova York) dominaram a Guiana, a ilha de Curaçao e invadiram duas vezes o Brasil. Na primeira metade de séc XVII, a Holanda tormou-se a maior potência da Europa para, mais tarde, ser superada pela Inglaterra. COLONIALISMO EUROPEU NA AMÉRICA PORTUGUESA, INGLESA E ESPANHOLA - América portuguesa A colonização portuguesa no Brasil só se iniciou em 1530, com Martim Afonso de Souza. A colonização só se iniciou quando Portugal viu-se ameaçado de perder suas terras americanas para os franceses e quando o comércio afro-asiático já apresentava sinais de declínio. Para as metrópoles mercantilistas como Portugal as colônias existiam para serem exploradas, para enriquecer ainda mais o Estado Nacional. Portanto, a colonização brasileira obedeceu aos princípios mercantilistas e ao pacto colonial, através do qual se estabelecia o monopólio metropolitano sobre o comércio colonial. A colonização brasileira se desenvolveu baseada num sistema agrícola escravista de produção, com o predomínio da empresa açucareira nordestina, onde a produção se desenvolvia num sistema de plantation, cuja unidade de produção era o engenho. Houve no Brasil dois sistemas de governo criados pela metrópole: o sistema de capitanias hereditárias e o sistema de governo-geral. Na colônia, a sociedade se formou da fusão de três grupos étnicos: o índio americano, o negro africano e o branco europeu. Predominava a vida rural e a sociedade era aristocrata, estratificada, escravista e patriarcal. - América inglesa A colonização inglesa na América do Norte resultou na formação de treze colônias que, unidas na segunda metade do séc XVIII, deram origem aos Estados Unidos. A exploração mercantilista imposta pela Inglaterra era bem mais suave que a imposta por Portugal e Espanha nas suas colônias americanas. O sistema de produção da América inglesa, principalmente nas colônias do Sul, assemelhava-se bastante com o desenvolvido no Brasil e nas Antilhas. Era um sistema estruturado no plantation, isto é, na grande propriedade monocultora, escravista e cuja produção se destinava a mercados externos. Tanto nas colônias portuguesas, espanholas bem como nas colônias inglesas do Sul, praticou-se a colonização de exploração, cujo único objetivo era explorar as riquezas sem se preocupar com o desenvolvimento da região. Porém, a mão-de-obra escrava foi de pouca utilidade nas colônias do Centro e do Norte. Nessas colônias um sistema de produção baseado na pequena propriedade e na mão-de-obra livre. O que se produzia era consumido pela própria colônia, no mercado interno. Isto porque o clima dessa região é parecido com o europeu, o que estimulava foragidos religiosos a virem para as colônias reconstruírem suas vidas, e não enriquecerem e voltar para o país de origem. Se desenvolveu nessas colônias uma colonização de povoamento, onde a economia colonial não se ligava a economia da metrópole. - América espanhola A colonização espanhola na América se efetivou pela exploração das grandes jazidas de ouro e prata roubadas aos indígenas que foram massacrados ou transformados em mão-de-obra semi-escrava pelo colonizador. A agricultura e a pecuária foram atividades secundárias. A agricultura era estimulada pela metrópole e cultivava-se plantas nativas como milho, mandioca, batata, inhame e fumo e outras trazidas pelo colonizador como uva, trigo e cana. Era praticada em grandes propriedades, as haciendas. A pecuária, apesar de sua posição secundária, foi uma atividade altamente desenvolvida. O sistema de produção na América espanhola se baseou no trabalho indígena, que era instituído através da mita e da encomienda. A mita foi o tipo de trabalho forçado utilizado na exploração mineral e a encomienda era a conceção do direito de controle sobre os índios a certos colonos. Podemos dividir a sociedade em brancos dominadores e em não-brancos dominados. Mesmo na população branca havia diferenças entre os chapetones (colonos brancos nascidos na Espanha e mais privilegiados) e os criollos (colonos descendentes dos espanhóis e nascidos na América. Formavam uma classe rica, mas sem tantos privilégios). Em 1503 foi criado a Casa de Contratação, para assegurar o monopólio comercial e em 1524 foi criado o Conselho das Índias, reponsável pela elaboração de leis para as colônias. A Espanha distribuiu suas colônias americanas em quatro vice-reinados: - o vice-reinado do Prata - o vice-reinado do Peru - o vice-reinado de Nova Granada - o vice-reinado de Nova Espanha A FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA - expansão oficial: Chamamos de expansão oficial aquela feita por expedições militares a serviço de Portugal e que tinham por finalidade ocupar vastas áreas. A presença de estrangeiros no litoral forçou Portugal a ocupar essas áreas, começando por Olinda. No choque com os estrangeiros, construíram alguns fortes que deram origem à importantes cidades nordestinas, entre os quais: a)Filipéia de N.Sra. das Neves b)Forte dos Reis Magos c)Forte de N.Sra. do Amparo d)São Luís do Maranhão e)Forte do Presépio Quando os portugueses chegaram à foz do rio Amazonas, encontraram estrangeiros contrabandeando drogas do sertão, que depois foram expulsos. As drogas passaram a ser exploradas principalmente por jesuítas, que organizaram missões para aculturar os índios, que recolhiam as drogas de livre vontade e as entregavam aos padres, que tinham grandes lucros. - expansão Bandeirante a)as entradas As entradas eram expedições geralmente oficiais que partiam do litoral para explorar o interior, apresar índios ou procurar minas. Antecederam as bandeiras, mais perderam em importância para elas. b)as bandeiras Foram expedições essencialmente paulistas porque, com o fracasso da cana em São Vicente, a população empobreceu e não tinha nada para exportar nem dinheiro para importar nada. Assim São Vicente foi ficando isolada e a maioria dos seus habitantes subiu a Serra do Mar e fixou residência no Planalto Paulista, de onde saíam as bandeiras, com o único objetivo de encontrar riquezas. Classificamos as bandeiras em ciclos: - ciclo da caça ao índio: os paulistas apresavam e vendiam os índios para alguns senhores do Nordeste. Na época das invasões holandesas, esse povo dominou o tráfico negreiro e os senhores do Nordeste viram-se obrigados a comprar índios dos paulistas e a escravizá-los. Os paulistas apresavam os índios nas missões do Sul, porque já eram aculturados e não reagiam à escravidão. Manoel Preto e Antônio Raposo Tavares se destacaram mais. - ciclo do ouro e do diamante: na 2¦ metade do séc XVII, houve a decadência da lavoura canavieira, por isso Portugal estimulou os bandeirantes para que descobrissem grandes minas. Essas bandeiras utilizavam grandes rios como o Tietê, o Paraná e o Paraíba do Sul. Fernão Dias e sua expedição abriram as grandes vias de penetração para MG. Os principais bandeirantes desse período foram Antônio Arzão, Antônio Dias de Oliveira e Borba Gato. A mineração atraía muitos portugueses que irritavam os paulistas, dando início à Guerra dos Emboabas. Depois dessa guerra os paulistas foram procurar minérios em outros lugares. Pascoal Moreira e o Segundo Anhanguera se destacaram. Surgiram também bandeiras de abastecimento, as monções. - ciclo do sertanismo de contrato: No séc XVII, alguns bandeirantes foram contratados pelas autoridades ou pelos senhores de engenho do Nordeste para combater os índios rebeldes e para destruir os quilombos. Domingos Jorge Velho foi o que mais se destacou. - expansão da pecuária No séc XVIII, a pecuária cresceu como atividade complementar da mineração principalmente no Rio Grande do Sul. As estâncias gaúchas nasceram e cresceram através da luta armada pela posse dogado e pelas áreas mais férteis. Os peões boiadeiros de uma fazenda no sul viviam sob o rígido controle de um capataz. Além do trabalho normal de arrebanhar o gado, esses peões eram usados pelos estancieiros para conquistar terras e se apossar do gado de outros estancieiros. O gado deu tanto lucro que surgiu em São Paulo a Feira de Sorocaba, especializada em gado. No final desse século, os gaúchos aprenderam a fazer o charque e com isso o gado gaúcho tornou-se economicamente mais importante. - formação das Fronteiras a)o tratado de Madri (1750) Foi o mais importante tratado de limites assinado entre Portugal e Espanha, porque deu ao Brasil quase todo o seu território atual. Portugal ainda teve que ceder a Colônia de Sacramento e em troca os espanhóis cederam a região dos Sete Povos das Missões. Porém, os jesuítas não queriam perder a região e estimularam a Guerra Guaranítica de Sete Povos das Missões. b)o tratado de Santo Ildefonso (1777) Por esse tratado, a Espanha ficava com a Colônia de Sacramento e com Sete Povos das Missões. c)o tratado de Badajós (1801) Confirmava o Tratado de Madri. A Colônia de Sacramento ficou com a Espanha e Sete Povos das Missões ficaram definitivamente com Portugal. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial foi uma das maiores revoluções de toda a história da humanidade. Caracterizou-se por uma evolução da tecnologia aplicada à produção de mercadoria para atender a um mercado consumidor cada vez maior. Foi essencialmente uma revolução social, na medida em que significou: - o desenvolvimento das relações assalariadas; - a substituição da energia humana pela energia a vapor nas fábricas; - a passagem de uma sociedade agrária para uma sociedade industrial; - a divisão da sociedade em apenas duas classes antagônicas: a)a burguesia capitalista b)o proletariado A Revolução Industrial, como processo de mecanização da indústria, iniciou-se na Inglaterra na 2¦ metade do séc XVIII, e isso se explica por uma série de causas: - a Inglaterra foi a nação européia que mais lucrou com o comércio internacional nos sécs.XVII e XVIII; - estímulo do comércio de tecidos, do tráfico de escravos e da pirataria por parte dos reis e da burguesia; - Ato de Navegação decretado por Cromwell, que foi extremamente favorável à Inglaterra e desastroso para outros países; - ascensão política da burguesia com a Revolução Gloriosa de 1688; - aceleração de capital com o ouro do Brasil, pois nesta época Portugal e suas colônias eram economicamente dependentes da Inglaterra; - abundantes reservas de ferro e carvão e a grande mão-de-obra disponível para o trabalho nas novas fábricas. O crescimento da mão-de-obra disponível era extremamente interessante para os empresários industriais, porque quanto mais havia gente procurando emprego, maior era o número de pessoas que se sujeitavam a baixos salários. A força de trabalho ficava mais barata. Algumas das primeiras máquinas a surgirem na Revolução Industrial e seus inventores: - máquina de fiar: James Hargreaves - máquina de fiar hidráulica: Richard Arkwright - máquina de fiar bem mais aperfeiçoada: Samuel Crompton - tear mecânico: Edmund Cartwright - máquina a vapor: James Watt - descaroçador de algodão: Eli Whitney - grande desenvolvimento dos transportes, como a locomotiva e o navio a vapor Alguns efeitos sociais da industrialização: - salários mais baixos possíveis, para aumentar o lucro dos capitalistas; - média de trabalho de 14 a 18 horas; - reação dos trabalhadores: quebra das máquinas e reivindicação de melhores condições de vida; - surgimento dos sindicatos e do socialismo. A ERA DO OURO NO BRASIL Os bandeirantes paulistas foram reponsáveis pela origem de uma nova riqueza que salvou o Brasil e Portugal de uma crise econômica: a mineração. Portugal usou o nosso ouro para pagar grande parte da sua dívida com a Inglaterra e pagar as suas importações, principalmente de produtos ingleses. Por essas razões, a maior parte do ouro extraído no Brasil foi para a Inglaterra. Portugal procurou sugar ao máximo o Brasil e para isso criou novas leis, novos impostos e passou a fiscalizar de maneira rígida a exploração do ouro no Brasil. O indivíduo que descobrisse ouro e não comunicasse imediatamente a descoberta às autoridades portuguesas poderia ser condenado à morte. O contrabando do ouro e do diamante também era severamente reprimido e os contrabandistas violentamente castigados. Tentando acabar com o contrabando, Portugal decretou a proibição da circulação do ouro em pó no Brasil e criou as Casas de Fundição. A partir de mais ou menos 1760 começou a decadência da mineração, devido ao rápido esgotamento das jazidas. Com essa decadência, Minas Gerais começou a não ter mais condições de pagar os 1500 quilos de ouro por ano, que correspondiam aos impostos cobrados da região por Portugal. O atraso no pagamento dos impostos levou o Marquês de Pombal, ministro português, a decretar, a 1765, a derrama, que era a cobrança violenta dos impostos atrasados. O ouro provocou importantes mudanças no Brasil. A idéia de que a mineração enriquecia facilmente o indivíduo atraiu muitos portugueses para o Brasil no séc XVIII: aprox. 800.000. Além dos portugueses, entraram no Brasil milhares de negros para o trabalho escravo nas minas. Com isso, a população brasileira cresceu onze vezes no séc XVIII. Com o crescimento da população e da riqueza procedente do ouro, cresceu o mercado consumidor interno e muitas regiões brasileiras se desenvolveram, pois passaram a produzir e vender seus produtos na região de MG. O gado nesse momento passou a ter uma grande importância econômica, porque além de ter aumentado o consumo da carne, aumentou a necessidade do gado como meio de transporte. A mula passou a ter um papel fundamental na economia interna da Colônia, pois era o único animal capaz de percorrer longas distâncias transportando mercadorias. A mineração promoveu também o crescimento da vida nas cidades, o aparecimento da classe média urbana e uma maior mobilidade social. Isto quer dizer que a sociedade urbana do séc XVIII era mais maleável que a sociedade rural dos séc XVI e XVII, onde não havia possibilidade de ascensão social. Entretanto, para o negro, as condições de vida pioraram e por isso surgiram novos quilombos no séc XVIII. A REVOLUÇÃO FRANCESA DE 1789. - alguns fatores determinantes: a)Fatores econômicos e sociais: - desenvolver a indústria francesa e transformá-la em competitiva com a da Inglaterra; - era preciso destruir os obstáculos para esse desenvolvimento, como o mercantilismo e o absolutismo; - sujeição de grande parte dos camponeses franceses a um regime feudal de servidão; - divisão da sociedade francesa em três estados: a)1° Estado: formado pelo clero; b)2° Estado: formado pela nobreza; c)3° Estado: formado pela burguesia e pelo povo. - os privilégios dados aos 2 primeiros estados e negados ao 3°, que sustentava economicamente os outros. b)Fatores políticos: - absolutismo dos Bourbons; - desastroso tratado comercial com a Inglaterra; - injusto método de contagem de votos nas reuniões dos Estados Gerais; - declaração do 3° Estado de que estava em Assembléia Nacional e reação do rei Luís XVI; - princípio da formação da nova constituição francesa pelo 3° Estado. - Assembléia Nacional Constituinte Iniciou-se a 9 de julho de 1789. O rei começou a reprimir as manifestações populares e então, a 14 de julho, o povo tomou a Bastilha, onde estavam vários presos políticos que foram soltos e se proibiu a entrada de novos presos. Os camponeses também começaram a invadir os castelos feudais de seus senhores. A agitação começava. Várias reformas foram feitas, como o fim dos direitos feudais, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Constituição Civil do Clero. Em junho de 1791, o rei francês tentou fugir disfarçado da França, mas foi reconhecido antes e reconduzido a Paris. Aí os reis de outros países ameaçaram invadir a França. - a Monarquia Constitucional A instabilidade na França era quase total. As massas pobres queixavam-se de que suas reivindicações não foram atendidas. Muitos nobres e bispos foragidos conspiravam contra a Revolução fora da França, com o apoio dos reis despóticos europeus. Ameaçada de invasão, a França declarou guerra a Áustria e foi inicialmente derrotada. Isso foi péssimo para o rei e as massas de Paris saíram as ruas exigindo a prisão dos responsáveis pela derrota. O povo reagiu e, em agosto de 1792, invadiu o Palácio das Tulherias. O rei foi preso o povo exigiu a instauração do voto universal, para eleger uma nova assembléia constituinte. As tropas estrangeiras invadem a França. É formado um exército nacional pelas massas lideradas por Danton e Marat. Com a vitória dos exércitos franceses, foi proclamada a república e eleita universalmente a Convenção. - a Convenção Três foram os grupos políticos principais: a)girondinos: alta burguesia conservadora. Eram conhecidos como direita; b)planície: alta burguesia oportunista e corrupta. Eram conhecidos como centro; c)jacobinos: média e pequena burguesia e classes populares. Eram os grupos de esquerda. Apoiados pelas massas, os jacobinos conseguiram a condenação do rei e de vários nobres à guilhotina. Chefiados por líderes como Robespierre, Danton e Marat, os jacobinos conseguiram ganhar ainda mais a adesão popular. Assim, os girondinos foram derrubados do poder e guilhotinados. Em julho de 1793, Marat foi assassinado por uma jovem girondina. Com a morte de Marat, os jacobinos iniciaram o Período do Terror e criaram um Tribunal Revolucionário. Esse período foi liderado por Robespierre, que tentou manter-se no poder pela eliminação de opositores, como a condenação de Danton e outros líderes populares. A violenta repressão não foi bem recebida e os girondinos aproveitaram-se disso, derrubando Robespierre e guilhotinando-o pouco depois. - o Diretório Esse período marcou-se pela dominação política dos elementos da alta burguesia, filiados ao Partido Pântano, e que se caracterizavam pelo oportunismo e pela corrupção. O povo e seus líderes estavam definitivamente afastados do poder. Em novembro de 1799, Napoleão Bonaparte tomou o poder, dando um golpe conhecido com 18 Brumário. Era o fim da Revolução Francesa. A ERA DAS REVOLUÇõES NO BRASIL O Brasil, como colônia de exploração portuguesa, tinha a obrigação de produzir riquezas para Portugal. A Colônia produzia riquezas para a Metrópole vendendo barato os seus produtos para os portugueses e comprando caro os produtos que vinham de Portugal. Isto acontecia porque Portugal monopolizava o comérico do Brasil e dava aos comerciantes portugueses o direito exclusivo de comerciar com os brasileiros. Como só podíamos fazer comércio com os comerciantes portugueses, eles abusavam impondo os seus preços: para os nossos produtos, eles impunham os preços mais baratos e para os deles, os mais caros. Assim, os seus lucros eram fabulosos. Além disso, Portugal explorava o Brasil com uma cobrança de impostos que cada vez aumentava mais. Por isso, em algumas regiões do Brasil, os produtores, prejudicados com essa exploração econômica, começaram a lutar contra Portugal. A princípio as lutas eram apenas para defender a propriedade e os interesses econômicos de pequenos grupos de pessoas. Entretanto, na 2¦ metade do séc XVIII, as lutas já tinham o objetivo de acabar com o monopólio de comércio e libertar a colônia do dominio da Metrópole. Os primeiros são chamados de Movimentos Nativistas e os segundos de Movimentos de Libertação Colonial. Alguns movimentos nativistas: - a aclamação de Amador Bueno: ocorreu em 1641 em São Paulo; - a revolta de Beckman: ocorreu em 1684 no Maranhão; - a guerra dos Emboabas: ocorreu de 1707 a 1709 em Minas Gerais; - a guerra dos Mascates: ocorreu em 1710 em Pernambuco; - a revolta de Filipe dos Santos: ocorreu em 1720 em Minas Gerais. Os movimentos de Libertação Colonial: - a Inconfidência Mineira: ocorreu em 1789 em Minas Gerais devido principalmente à cobrança dos impostos atrasados (a derrama) que causaram revolta na população. Seus principais líderes foram Tiradentes, Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, entre outros. O movimento fracassou devido à traição de Joaquim Silvério dos Reis que para se livrar de uma dívida com Portugal, contou os planos dos inconfidentes. Tiradentes foi condenado à forca e foi executado a 21 de abril de 1792; - a Conjuração Baiana: ocorreu em 1798 na Bahia devido principalmente a exploração econômica de Portugal sobre a colônia e ao preconceito racial, pois esse foi o único movimento dentre esses que foi liderado por negros, mulatos e pela população marginalizada. A repressão aos rebeldes foi violenta, e foram presos, julgados e condenados. Porém, só os líderes mulatos foram condenados à morte. Em geral, os movimentos nativistas e os movimentos de Libertação colonial interessavam mais à aristocracia rural, produtora de açúcar, algodão e tabaco, e à classe média urbana, que se enriqueceu com a mineração, do que à grande parte da população brasileira, composta de negros, mestiços e brancos pobres. A única exceção foi a Conjuração Baiana. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL A Revolução Industrial foi uma das principais causas da crise do domínio da Metrópole sobre a Colônia, porque para a burguesia industrial interessava o fim do pacto colonial para ter a liberdade de comerciar livremente com as colônias. Este comércio livre aumentaria os mercados consumidores e, portanto, os lucros dos donos das indústrias. As disputas por mercados consumidores provocaram uma guerra entre a França e a Inglaterra. Durante a luta, Napoleão Bonaparte proibiu os países europeus de comerciarem com a Inglaterra, decretando o Bloqueio Continental. Como Portugal não aderiu ao bloqueio porque dependia do capital inglês, Napoleão assinou com a Espanha o Tratado de Fontainebleau, que determinava a invasão e a divisão de Portugal. D.João, não tendo condições de impedir a invasão de Portugal, partiu para o Brasil Protegido pela Marinha Inglesa, mas comprometido a conceder privilégios comerciais aos ingleses. O governo de D.João VI no Brasil caracterizou-se por uma série de realizações importantes, tais como: a abertura dos portos, a liberdade industrial, a criação de escolas de Medicina e outras, porém apresentou também muitos pontos negativos. Por exemplo: criou várias repartições públicas só para dar emprego e sustentar quase 15 mil portugueses que vieram com ele; expulsou muitos brasileiros de suas próprias casas para dar estas casas aos portugueses, que continuavam privilegiados, com isso prejudicando os brasileiros. Não se interessou pela situação de pobreza e miséria de grande parte da população brasileira, principalmente da população do Nordeste; assinou com a Inglaterra o Tratado de Comércio e Navegação e em consequência o Brasil caiu na dependência econômica da Inglaterra; por fim, ao voltar para Portugal, levou todo o dinheiro do Banco do Brasil. Depois da volta de D.João VI para Portugal, as Cortes Portuguesas, criadas após a vitoriosa Revolução Liberal do Porto, começaram a preparar a recolonização do Brasil. Quando as notícias das pretensões portuguesas chegaram ao Brasil, a aristocracia brasileira reagiu, pois não admitia a volta do pacto colonial. Para a aristocracia era importante que a independência se oficializasse sem luta e sem prejuízos econômicos para ela. Para tanto, era preciso o apoio do Príncipe Regente, D.Pedro. Este apoio foi conseguido principalmente a partir de 9 de janeiro de 1822, o dia em que D.Pedro resolveu ficar no Brasil. O PRIMEIRO REINADO O primeiro obstáculo enfrentado por D.Pedro I foi o fato de tropas portuguesas ainda permanecerem em algumas províncias brasileiras até o governo imperial as expulsasse de lá. O segundo foi a questão do reconhecimento da independência do Brasil. Portugal exigiu 2 milhões de libras esterlinas como pagamento. Como o Brasil não tinha esse dinheiro, foi obrigado a pedir emprestado a Inglaterra, o que aumentou ainda mais nossa dependência econômica da Inglaterra, que para nos reconhecer como país livre e soberano, nos exigiu a renovação dos tratados de 1810. D.Pedro reuniu uma Assembléia Constituinte em 1823, mas como o projeto da Constituição não o agradou, por limitar os seus poderes, dissolvel a assembléia e outorgou a Constituição em 1824. Era uma Constituição altamente centralizadora e absolutista, que definiu entre outros artigos o voto censitário, o Poder Moderador, o senado vitalício, entre outros privilégios para a aristocracia. Além disso, o Primeiro Reinado caracterizou-se pela luta pelo poder entre o Imperador e a aristocracia e por uma crise econômica provocada pela queda de produção da nossa lavoura tradicional, que sofria a concorrência de outros países, principalmente a cana e o algodão. Vários episódios colaboraram para que o Imperador fosse uma figura extremamente impopular e provocaram sua abdicação em abril de 1831, entre os quais destacamos: a Confederação do Equador, a guerra contra a Província Cisplatina, a questão da sucessão ao trono português, o assassinato de Líbero Badaró e a Noite das Garrafadas. O PERÍODO REGENCIAL O Período Regencial herdou do Primeiro Reinado uma crise econômica e uma crise política que provocaram a aumento das lutas pelo poder entre os menbros da aristocracia rural brasileira. Estas crises mais a escravidão, a miséria, os abusos das autoridades e as desigualdades sociais transformaram o Período Regencial numa fase da história do Império caracterizada pela violência social e pela explosão de várias revoltas, entre as quais: - a Cabanagem (1835-1840) aconteceu no Pará; - a Sabinada (1837-1838) aconteceu na Bahia; - a Balaiada (1838-1841) aconteceu no Maranhão; - a Guerra dos Farrapos (1835-1845) aconteceu no Rio Grande do Sul; Houveram no Período Regencial 4 regências diferentes: - Regência Trina Provisória (1831): era formada pelo Senador Carneiro de Campos, Senador Campos Vergueiro e pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva; - Regência Trina Permanente (1831-1835): formada pelo Deputado Bráulio Muniz, Costa Carvalho e pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, porém o homem forte era o padre Diogo Antônio Feijó. Criou a Guarda Nacional e instituiu o Ato Adicional de 1834; - Regência Una de Feijó (1835-1837): surgimento de dois novos partidos políticos: o Progressista, a favor de Feijó, e o Regressista, o da oposição; - Regêngia Una de Araújo Lime (1838-1840): foram criados o Imperial Colégio D.Pedro II e o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. Para os aristocratas, as revoltas populares eram movimentos de bandidos e selvagens e era preciso impor a ordem a todo custo no país. Para tanto, deram um golpe em 23 de julho de 1840: o Golpe da Maioridade. Esse golpe nos mostra, também, que continuavam, no Brasil, as velhas disputas pelo poder entre os elementos da aristocracia, pois o golpe foi liderado por aristocratas do Partido Progressista (Liberal), que pretendiam derrubar do poder o Partido Regressista (Conservador), composto, também, por aristocratas. Com o golpe da maioridade, os progressistas (liberais) passaram a controlar o poder político brasileiro, pois o menino D.Pedro II não tinha condições de governar o país. O SEGUNDO REINADO A implantação do Segundo Reinado no Brasil, em 1840, trouxe como consequência a pacificação interna do país, depois de dominadas as revoltas liberais de 1842 (São Paulo e Minas Gerais) e a Revolução Praieira em 1848 (Pernambuco); porém, não modificou em nada a situação econômica, social e política das camadas mais pobres da população brasileira, que continuaram marginalizadas, sem a menor possibilidade de participação política e sem o direito ao voto. Quanto aos aristocratas, eles continuaram ocupando os principais postos políticos do país e lutando, entre si, apenas pelo poder. Eram representados e defendidos pelos dois partidos políticos que se revezaram no poder até a Proclamação da República: o Partido Liberal e Conservador, que eram farinha do mesmo saco e tinham os mesmos interesses econômicos. O Parlamentarismo surgiu no Brasil em 1847, quando foi criado o cargo de Presidente do Conselho de Ministros. Assim, o Imperador escolhia apenas o Primeiro-Ministro, que escolhia os outros Ministros. Quando um 1°Ministro perdia o apoio da Câmara e do Imperador, era demitido e em seu lugar ia outro de um partido que estivesse fora do poder. Assim, os partidos se revezavam no poder. Entre 1851 e 1870, a região platina, formada pela Argentina, Uruguai e Paraguai, foi o centro de grandes lutas armadas, das quais o Brasil saiu vitorioso. Estas guerras foram causadas pelas pretensões imperialistas de Rosas, da Argentina, e Solano Lopez, do Paraguai; pelos interesses econômicos da Inglaterra, na rica região, e pelo domínio do capital inglês sobre os países participantes das guerras, com exceção do Paraguai, que havia adotado um modelo econômico nacionalista, onde não se admitia o capital estrangeiro, principalmente o inglês. O Brasil participou de todas as guerras platinas da época, defendendo a liberdade de navegação e de comércio na bacia platina. A mais importante das guerras platinas foi a Guerra do Paraguai, no qual o Paraguai lutou contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai, países que formaram a Tríplice Aliança. A Inglaterra foi o único país que lucrou com a guerra do Paraguai, principalmente porque foi destruído o modelo econômico nacionalista paraguaio, que tanto prejudicava os ingleses, e porque mesmo os países vencedores da guerra, Brasil, Argentina e Uruguai, ficaram economicamente ainda mais dependentes da Inglaterra, devido aos gastos de 5 anos de conflito. No Brasil ocorreram sérias mudanças em consequência da guerra. O Exército se modernizou e começou a lutar contra o governo, exigindo participação no poder político. Intensificaram-se as campanhas abolicionistas e republicanas. O resultado disso tudo foi a Abolição da Escravidão, a queda do Império e a Proclamação da República. A ECONOMIA CAFEEIRA E O PROBLEMA DA Mão-DE-OBRA Na segunda metade do séc XIX, a sociedade brasileira sofreu profundas mudanças. As cidades cresceram e, com isso, desenvolveram-se as camadas sociais urbanas, entre as quais a classe média urbana, abolicionista e republicana. O Brasil se modernizou e se urbanizou. Entretanto, esse grande desenvolvimento aconteceu quase exclusivamente no Sul e Sudeste e no Nordeste, pelo contrário, houve um empobrecimento generalizado. Isto aconteceu devido à ascensão da cultura cafeeira, que não se adaptava no Nordeste, mas sim no Sudeste, principalmente São Paulo. O café brasileiro então não sofria quase nenhuma concorrência externa, ao contrário da cana e do algodão. A marcha do café começou com as primeiras mudas no Pará. De lá, veio para a Zona da Mata Mineira e no Rio de Janeiro. Depois atingiu o Vale do Paraíba, que se transformou na região mais rica do país. Porém, a derrubada das matas e a erosão transformaram o Vale numa região imprópria para o cultivo. O resultado dessa decadência foi o enriquecimento de outra região produtora, o Oeste Paulista, que possuía uma terra excelente para o cultivo, a terra roxa. Nas ricas terras do interior de São Paulo, o café atingiu a sua maior importância e tornou essa região o principal centro produtor e exportador do Brasil. São Paulo enriqueceu e com isso financiou a sua grande industrialização. O café deu origem a uma nova camada social, a aristocracia cafeeira, especialmente a aristocracia cafeeira paulista, que, interessada na autonomia econômica da província e no poder político, se opôs ao governo imperial e aderiu às campanhas abolicionistas e republicanas. Os barões do café tinham outra mentalidade, diferente à do aristocrata nordestino em relação à mão-de-obra. O aristocrata nordestino trabalhava quase que exclusivamente com escravos e pensavam que com isso estavam tendo bastante lucro. Porém, para os barões de café, o escravo era considerado prejudicial à empresa cafeeira, porque tinha que ser vestido e alimentado. Se ficasse doente ou morresse, era um prejuízo enorme para o seu dono. Outro problema sério era a fuga de negros, que aconteciam sempre na época da colheita. Portanto, não interessava mais o escravo negro. Era preciso substituir definitivamente o negro pelo branco imigrante. O trabalho assalariado foi introduzido na lavoura cafeeira com os donos pagando um preço fixo para cada alqueire trabalhado por assalariados. Este tipo de trabalho estava mais de acordo com os cafeicultores do que o trabalho escravo, porque estimulava mais o trabalhador - que recebia um salário pelo seu trabalho -, era mais dinâmico e por isso gerava mais lucros. Mas para isso era necessário que o governo financiasse a imigração. E para pressionar o governo e solucionar o problema, a aristocracia aderiu à campanha abolicionista e sua ação foi importantíssima para a libertação dos escravos. A REPÚBLICA DA ESPADA Os dois grupos que se uniram para proclamar a República - cafeicultores e militares - não tinham as mesmas idéias e nem os mesmos interesses políticos e por isso, após a Proclamação, começaram entre eles as lutas pelo poder político. Os militares, que assumiram o comando político do país em novembro de 1889, pretendiam criar um regime autoritário e permanecer definitivamente no poder, acreditando que este seria o caminho ideal para salvar o Brasil. Os fazendeiros pretendiam que o regime político adotado fosse uma República Federativa, onde a economia dos estados fosse controlada pelos próprios estados. O fechamento do Congresso Nacional, a renúncia de Deodoro em 1891, as lutas pela convocação de novas eleições e os choques armados ocorridos no governo de Floriano mostram-nos que o período da República da Espada (1889-1894) foi de conflitos e disputa do poder entre os grupos civil e militar. Nesse processo de luta, a vitória coube finalmente aos fazendeiros, que conseguiram o absoluto domínio político a partir de 1894, com a eleição de Prudentes de Morais. Portanto, a grande característica da Pepública da Espada foi a luta pelo poder entre os grupos responsáveis pela Proclamação da República. Acrescente-se a isso tudo a Crise do Encilhamento, gerada pela política de emissão sem lastro-ouro de Rui Barbosa, responsável pela inflação e pelo aumento do custo de vida. O Ministro da Fazenda, com essa política emissionista, visava o crescimento da indústria no Brasil e isto não agradou aos fazendeiros, isto é, aos indivíduos que compunham a aristocracia rural brasileira, que estavam interessados numa política de apoio à agricultura. Rui Barbosa demitiu-se do Ministério da Fazenda; porém, a crise do encilhamento prolongou-se por muitos anos ainda. A CONSOLIDAÇÃO E A DECADÊNCIA DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA A partir da promulgação da Constituição de 1891, o voto no Brasil passou a ser universal. Entretanto, embora tivesse o direito de votar, o povo não tinha condições de escolher livremente seus candidatos, porque as eleições e o voto eram controlados pelos grandes fazendeiros, que afastaram os militares do poder em 1894 e assumiram o comando político da República até 1930. O controle das eleições e do voto no meio rural era feito por chefes políticos conhecidos como coronéis, para garantir a vitória eleitoral das oligarquias, isto é, dos grandes fazendeiros que governavam os estados. Note-se que existia uma grande diferença entre o coronel e o oligarca. O coronel tinha o poder político apenas numa região do interior, enquanto que o oligarca tinha o poder em todo o estado. O poder das oligarquias se fortaleceu ainda mais com a criação da Política dos Governadores pelo Presidente Campos Sales. A partir daí, o governo só reconheceria a vitória dos candidatos da situação. Os candidatos da oposição não teriam chance de ganhar uma eleição e, se ganhassem, o governo não reconheceria a sua vitória, pois não lhes daria o diploma. Com a Política dos Governadores, o Presidente Campos Sales fortalecia ainda mais o poder dos grandes estados, principalmente de São Paulo e Minas Gerais: nascia a Política Café-com-Leite. Dessa maneira, as oligarquias cafeeiras tinham o poder absoluto na política nacional, pois controlavam o voto do povo e o governo federal. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o domínio das oligarquias em geral e em especial o domínio das oligarquias cafeeiras começou a ser contestados por grupos sociais urbanos, que se fortaleceram com o crescimento industrial e a urbanização. De uma maneira geral, estes grupos sociais (burguesia industrial, classe média urbana e operários) lutavam contra o modelo político da República Velha, contra a Política dos Governadores, a Política Café-com-Leite, o coronel, o voto de cabresto, a política de exclusivo apoio ao setor cafeeiro, as fraudes nas eleições e as cassações de mandatos de políticos da oposição. A burguesia industrial reivindicava uma política de proteção à indústria; a classe média reivindicava reformas eleitorais, pretendendo com isso chegar ao poder político; e o conjunto das reivindicações dos operários era para melhorar suas condições de vida. Como as reivindicações desses grupos não eram atendidas pelas oligarquias que estavam no poder, eles continuavam lutando e pressionando o governo. As lutas e pressões foram provocando lentamente o declínio das oligarquias no decorrer da década de 20, que foi um momento importantíssimo na história do Brasil. Entre as lutas da década de 20, destacamos o movimento da juventude militar do Exército, o movimento armado tenentista, com destaque especial para a revolta do Forte de Copacabana, a Revolta de São Paulo em 1924 e a Coluna Prestes. Os movimentos sociais, políticos, militares e mais a crise de 1929 marcaram a década de 20, que terminou em 1930 com uma grande revolução. A Revolução de 1930 derrubou as oligarquias cafeeiras do poder, colocou um ponto final na República Velha e deu origem à Era de Vargas (1930-1945). A REPÚBLICA E O ESTADO NOVO A Era Vargas (1930-1945) foi um período histórico que apresentou algumas características bem especiais. Este período começou quando os militares derrubaram o Presidente Washington Luís e entregaram o poder para Getúlio Vargas, líder da Revolução de Outubro de 1930. Nos seus 15 anos de governo, Getúlio foi concentrando os poderes em suas mãos até implantar uma ditadura fascista no Brasil, naquele novembro de 1937: a ditadura do Estado Novo. A concentração de poderes nas mãos de Vargas pode ser explicada facilmente: não houve, em todo esse período, uma força social capaz de derrubá-lo do poder. A aristocracia cafeeira tentou em 1932 (Revolução Constitucionalista de São Paulo), mas fracassou. A burguesia industrial e a comercial não assumiram nenhuma luta significativa contra o governo, pois a política econômica de Vargas era favorável à burguesia, na medida em que defendia os interesses do capital nacional. A classe média urbana passou a ter, com Vargas, uma maior possibilidade de participação política. Os operários foram amaciados com as leis trabalhistas de Getúlio e com o controle dos sindicatos, a partir do Estado Novo. A cúpula militar, notadamente liderada pelos generais Goes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, sustentava o poder de Vargas. E, além disso, vale destacar a grande capacidade que Vargas tinha de manobrar e comandar toda a política nacional e a sua capacidade de tirar proveito político das lutas entre a esquerda (comunistas) e a direita (fascistas) e de conseguir, com isso, maior apoio dos militares e dos políticos. Toda essa concentração de poderes permitiu a Getúlio Vargas implantar o Estado Novo, em 1937. De 1937 a 1945 tivemos um período histórico em que desapareceram as liberdades e as garantias do indivíduo. Foi o momento da repressão, da violência, da prisão, tortura e morte de muitas pessoas. Foi também o momento em que Getúlio Vargas mostrou o seu caráter nacionalista e defensor das riquezas e dos interesses verdadeiramente nacionais, não permitindo que o capital estrangeiro superasse o capital nacional. Neste momento se consolidaram as leis trabalhistas, mas Getúlio organizou os sindicatos para controlar os operários, tirando deles a liberdade de reivindicação, e criou órgãos como o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), responsável pela violência, pelo sufoco e pela censura a toda criação intelectual. A violenta repressão do governo de Vargas começou a ser contestada em 1943, quando um grupo de mineiros assinou um manifesto exigindo a democratização do país. A partir desse manifesto, vários outros setores da sociedade começaram a tomar consciência da necessidade de se colocar um ponto final na ditadura. Começou, então, a abertura política, isto é, a democratização. Esta abertura, entretanto, aconteceu por causa das pressões da sociedade e não por livre e espontânea vontade de Vargas. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, alguns militares brasileiros chegaram à conclusão de que era hora de mudar. E mudaram. Em outubro de 1945, sob a liderança dos generais Goes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, os militares do Exército derrubaram Getúlio Vargas. Estava assegurado o fim do Estado Novo. Estava assegurada a democratização do país. A REPÚBLICA CONTEMPORÂNEA Em 1946, o Brasil entrou numa nova etapa de sua vida política. Começou, naquele ano de 1946, um momento histórico em que a burguesia brasileira teria, finelmente, uma maior participação no poder político e a possibilidade de controlar a economia nacional. Depois de 15 anos em que o Estado controlou a economia (Era Vargas), renasceu no Brasil uma política econômica, onde não havia intervenção do governo. Esta nova política econômica liberal permitiu o aceleramento da entrada do capital estrangeiro no Brasil e favoreceu o crescimento de empresas nacionais e estrangeiras. Em setembro de 1946 foi promulgada uma nova constituição que não apresentava muitas novidades em relação à de 34. Além disso, Dutra extinguiu os partidos políticos e cortou relações com a URSS. O Brasil passou a ter uma participação importante na OEA. Entretanto, o excessivo aumento das importações criaram problemas para a economia nacional, porque o excesso de consumo e de compra de produtos estrangeiros acabaram com as nossas reservas de dinheiro, que haviam sido acumuladas durante a Segunda Guerra Mundial. Retornando ao poder em 1951 e não admitindo os abusos do liberalismo econômico, Getúlio Vargas tentou reaplicar o seu velho modelo econômico nacionalista, com a preocupação de defender os interesses do governo e dos empresários brasileiros. As pretensões de Getúlio geraram uma forte oposição do capital estrangeiro e dos seus representantes no Brasil, principalmente depois de ter criado a Petrobrás e de ter reduzido a remessa de lucros das empresas estrangeiras. A oposição à Vargas foi tão forte que ele não resistiu e suicidou-se no dia 24 de agosto de 1954. O povo chorou e chorou mais ainda ao ler a carta-testamento que ele deixou. Getúlio morreu sem apoio dos políticos, em geral, mas com grande apoio popular. Com Juscelino Kubitschek, reabriram-se as portas do Brasil ao capital estrangeiro. Acreditando que o desenvolvimento do Brasil só se daria com a presença do capital internacional, o governo JK começou a dar mais vantagens aos capitalistas estrangeiros, atraindo com isso a vinda das empresas chamadas multinacionais, que passaram a dominar a produção industrial no Brasil. É certo que, no governo Juscelino, a indústria no Brasil atingiu um crescimento extraordinário; entretanto, o que mais cresceu não foram as indústrias brasileiras e sim as multinacionais. Por isso tudo e por suas emissões desinfreadas, o governo de Juscelino deixou como herança uma grande inflação, que até hoje os governos tentam combater, e deixou uma classe baixa mais pobre do que estava antes dele ser eleito. Entre as obras públicas feitas nesse governo, destacamos algumas hidrelétricas e a nova capital, Brasília, que é o que existe de mais avançado em arquitetura urbanística no mundo. O próximo presidente eleito foi Jânio Quadros, que renunciou sete meses depois de empossado por motivos desconhecidos. Acredita-se que foi pelas tendências socialistas que apresentava, como viagens à paísese comunistas e a condecoração de um revolucionário cubano. Isto desagradou demais os defensores do capital estrangeiro e Jânio ficou isolado no poder. Em seu lugar entrou o vice, afilhado de Vargas, João Goulart, o Jango. Após um período de parlamentarismo, Jango retoma seus plenos poderes no regime presidencialista em 1963. Tentaram combater a inflação. Eram precisas reformas de base, porém não eram aceitas por muitos segmentos da sociedade. Era acusado de levar o Brasil para o regime comunista, foi derrubado em 31 de março de 1964 e asilou-se no Uruguai. O BRASIL APÓS 1964 - OS GOVERNOS MILITARES No plano econômico, uma das características do governo brasileiro após 64 é o controle estatal, ou seja, a intervenção do Estado na economia. A política brasileira caracterizou-se também pelo incentivo aos empresários internacionais para que eles aplicassem seu capital no Brasil e pelo estímulo às multinacionais para que elas se instalassem no país. Depois de 64, surgiram várias empresas estatais e o governo passou a controlar a política salarial. De acordo com essa política salarial, o governo é quem define o salário de grande parte dos trabalhadores brasileiros. Até 1982, os governos pós-revolucionários criaram quatro planos econômicos: o PAEG, criado pelo governo Castelo Branco para combater a inflação e estimular o crescimento econômico nacional; o PED, do governo Costa e Silva; o I PND, crado pelo governo Médici para integrar o Brasil no grupo das grandes potências industriais e o II PND, criado pelo governo Geisel para dar continuidade ao plano econômico criado no governo anterior. No governo de Castelo Branco são iniciadas as cassações de políticos como JK, Jânio, Jango, etc. Também extinguiu os partidos políticos e criou dois novos: a ARENA e o MDB. Foram criados ainda o Banco Central, o IBRA, a EMBRATUR, o INPS, etc. Em 1967 foi aprovada uma nova constituição, que colocava todos os poderes nas mãos do Executivo. No governo Costa e Silva foi decretado o AI-5 que dava ao Presidente poderes quase absolutistas. Afastou-se por motivos de doença. No seu governo, foram criados o FUNRURAL e o MOBRAL. Os primeiros anos do governo Médici foram marcados por altos índices de crescimento econômico, o milagre brasileiro. Porém, anos depois, o salário do trabalhador ficou a níveis muito baixos. O governo Geisel iniciou o processo de abertura política a médio prazo e extinguiu o AI-5. A violenta vitória da oposição nas eleições de 78 o fez acelerar o prcesso de redemocratização. O governo Figueiredo foi a transição da ditadura para a democracia. Nesse governo os metalúrgicos do ABC começaram as greves sob o comando de Lula. Figueiredo concedeu anistia a todos os presos políticos e asilados políticos puderam voltar. O fim do bipartidarismo e a criação de novos partidos, o restabelecimento das eleições diretas para governador em 1980 foram outras medidas. Em 1983, começou a campanha das Diretas-Já, iniciada pelo PT, em SP. Porém, essa medida não foi aprovada e a eleição para presidente seria indireta. Mas a vitória coube aos candidatos da Aliança Democrática, Tancredo Neves e José Sarney. Fazia-se assim a transição do poder militar para o civil. A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL O séc. XX herdou do séc. XIX todo um conjunto de problemas que resultariam na Primeira Guerra Mundial. Os fatores determinantes da primeira Guerra Mundial foram: - a disputa por mercados consumidores entre os países industrializados; - o imperialismo e o neocolonialismo; - os choques de interesses econômicos e políticos entre as potências industrializadas; - o revanchismo de guerras passadas e o antigermanismo; - a profunda rivalidade industrial entre a Inglaterra (o berço da Revolução Industrial) e a Alemanha (a indústria que mais crescia na Europa e ameaçava a supremacia inglesa); - o pan-eslavismo liderado pela Rússia; - as pretensões expansionistas da Sérvia na região blacânica, o que chocava-se com os interesses da Áustria; - a política de alianças: - Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria e Itália); - Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia); - a corrida armamentista, resultado imediato da política de alianças; A Europa toda preparava-se para a guerra, era preciso apenas acender o estopim, que foi aceso em Seravejo, capital da Bósnia, onde o arquiduque Francisco Fernando e sua esposa foram assassinados a tiros, no dia 28 de junho de 1914. A partir daí, todos os países componentes de grandes alianças, com exceção da Itália, estavam envolvidos em uma guerra que iria tornar-se mundial. Como os alemães teriam que lutar em duas frentes, decidiram atacar maciçamente a França e depois atacar a Rússia. Porém, os franceses detiveram os alemães a tempo. Então, franceses a alemães firmaram posições e começou a guerra de trincheiras, onde ninguém avançava ou recuava, que só terminou em 1918. Na frente oriental, os alemães venciam os exércitos russos. Em 1917, dois acontecimentos marcaram profundamente a Primeira Guerra Mundial: a entrada dos Estados Unidos e a saída da Rússia. A Rússia saiu em plena revolução bolchevista, que não admitiam uma guerra imperialista e assinaram a paz em separado com a Alemanha. Os EUA entraram porque para que os países europeus da Entente saldarem suas dívidas com os EUA, era necessário que ganhassem a guerra. Outros países americanos também entraram na guerra. Em 1918, depois de seus aliados, a Alemanha também se rendeu. A paz, entretanto, só foi firmada em 1919, com o Tratado de Versalhes, que determinava, em resumo, que a Alemanha: - seria obrigada a entregar a Alsácia e Lorena para a França; - entregaria suas colônias para a França e Inglaterra; - teria de pagar uma grande indenização de guerra aos vencedores; - entregaria para os vencedores seus submarinos, seus valorosos navios mercantes, um oitavo de seu gado, grande quantidade de carvão, material de construção e máquinas; - ficaria proibida de ter um exército superior a cem mil; - ficaria proibida de fabricar armas, de ter uma força aérea, uma artilharia pesada, etc. A paz de Versalhes foi uma vergonha mundial e refletiu o revanchismo e o antigermanismo da Inglaterra e da França. A Liga das Nações, organização internacional criada para preservar a paz mundial, revelou-se, na prática, incapaz de resolver os conflitos. Algumas consequências da Primeira Guerra Mundial: - a Segunda Guerra Mundial, na medida em que a paz humilhante imposta pelos vencedores acirrou o descontentamento e o espírito revanchista dos vencidos, principalmente da Alemanha; - a ascensão dos EUA no cenário mundial; - a adoção do sistema socialista em alguns países, a começar pela Rússia; - a violenta crise mundial iniciada em 1929; - o surgimento de regimes ditatoriais, como o nazismo e o fascismo; - o aparecimento de novas nações na Europa; O PERÍODO ENTRE GUERRAS A Primeira Guerra Mundial foi responsável, entre outras coisas, pela impplantação de regimes totalitários de esquerda - stalinismo russo - e de direita - fascismo italiano, nazismo alemão e franquismo espanhol. Foi responsável também por uma das maiores crises do sistema capitalista, a Crise de 1929, que por sua vez contribuiu decisivamente para a adoção, em alguns países, de regimes de extrema-direita. - a crise de 1929 A crise teve como princípio a reconstrução dos países europeus depois da guerra. Estes precisavam de empréstimos dos EUA, o único país que enriquecera com a guerra, pois era o principal fornecedor da armas e matérias-primas à Entente e não tinha a presença de seus concorrentes industriais, envolvidos na guerra. Assim, a produção nos EUA aumentava sempre, pois tinha destino certo nos países europeus. Com isso, os EUA tornaram-se o mais rico país do mundo. Mais o crescimento desordenado da produção criaram uma crise de superprodução, que foi aumentada com a recuperação econômica dos países europeus, que diminuíam as importações norte-americanas e voltavam a concorrer no mercado externo. Aí as fábricas diminuiam a produção, gerando desemprego, que gerava menos mercados consumidores e as fábricas diminuiam ainda mais a produção. A grande crise tornou-se inevitável. O crack da Bolsa de Nova York em 1929 gerou a falência, a paralisação quase total da indústria e a ruína do meio rural e dos outros segmentos econômicos da sociedade. Com a adoção do New Deal, em 1932, terminava nos EUA a fase do capitalismo liberal e começava a do intervencionismo estatal. O Presidente Roosevelt determinou entre outras coisas que o Estado: - assumisse o controle da produção industrial, agrícola e mineral e fixasse os preços dos produtos; - concedeu aumento salarial aos trabalhadores, aumentando assim os mercados consumidores; - legitimou os sindicatos; - criou o seguro desemprego; - criou instituições de crédito controladas pelo Estado para conceder empréstimos; Assim, o governo recuperou a economia americana, apesar da oposição de alguns setores conservadores que temiam que os EUA se tornassem uma nação comunista. - o fascismo A Primeira Guerra Mundial feriu o nacionalismo dos italianos, na medida em que suas reivindicações não foram atendidas pelos grandes do Congresso de Versalhes. A frustração era geral. Muitos achavam que o nacionalismo havia sido pisoteado e culpavam o governo liberal italiano pela situação geral do país, que encontrava-se em grave crise econômica e um sentimento de revolta tanto no campo como nas cidades. Assim, setores conservadores e burgueses da sociedade apoiaram os fascistas, para evitar o crescimento da esquerda e acabar com a onda revolucionária no país, mesmo que fosse empregada a violência, tanto usada pelos fascistas. O Partido Fascista chegou ao poder com um golpe de Estado, a Marcha sobre Roma, em outubro de 1922, onde exigiram a formação de um novo ministério chefiado por Benito mussolini, líder do fascismo até 1945, ano em que morreu. A princípio mantiveram uma fachada democrática mas, pouco a pouco, foram instalando a ditadura, através da fraude e da violência. Todos os poderes estavam concentrados nas mãos do Duce, ou seja, Mussolini. O regime fascista italiano: - acabou com as liberdades individuais, políticas e de pensamento; - dissolveu os partidos, as organizações e os movimentos hostis ao regime; - criou uma polícia política, a OVRA, responsável pela repressão; - estimulou o nacionalismo exagerado, o militarismo, o imperialismo e o crescimento da produção agroindustrial; - para acabar com as lutas entre patrão e empregado, criou um Estado Corporativo baseado nos sindicatos mistos de patrões e empregados, as corporações; - negociou a dívida externa, valorizou a moeda italiana e reconstruiu as reservas do Banco Itália etc. - o nazismo Em 1918, foi proclamada a República de Weimar. Em 1919 a Alemanha estava arrasada com a paz de Versalhes. A inflação e o desemprego reduziram à miséria os camponeses, os operários e a classe média. Cresciam os partidos de esquerda. Explodiam greves e agitações sociais em quase todo o território alemão. A burgusia temia os mivimentos operários e o avanço do comunismo. A Alemanha estava preparada para a implantação de um regime ditatorial. Em 1919, em Munique, era criado o Partido Nazista, que com Adolf Hitler, seu líder, tornou-se num grande partido. A violência e as torturas eram as mesmas praticadas pelos fascistas e a ideologia política também. Em 1923, a crise alemõ atingiu o seu ponto máximo, um dólar passou a valer 8 bilhões de marcos. No mesmo ano, os nazistas deram um golpe de Estado mas fracassaram e Hitler foi preso. Na cadeia, escreveu Minha Luta (Mein Kampf) onde estava a base da doutrina nazista: a de que todas as raças eram impuras, exceto a branca ariana, da qual os alemães eram os legítimos representantes. Em 25, a economia alemã começava a recuperar-se, mas com a Crise de 29 a Alemanha despencou, dando campo farto aos nazistas de pregarem suas idéias e de conseguirem novos adeptos, como a classe média desempregada e a burguesia. A vitória de vários candidatos nazistas nas eleições de 32 e o apoio da alta burguesia levaram o Presidente Hindenburga, em 1933, a convidar Hitler para o cargo de chanceler. Em 1934, morreu Hindenburg, e o Parlamento deu plenos poderes a Hitler, que passou a cumular os cargos de chanceler e presidente. Estava instalada na Alemanha a sangrenta ditadura nazista, sustentada pela SS, pela SA (tropas de choque dos nazistas) e pela GESTAPO (polícia política da ditadura). O regime nazista na Alemanha caracterizou-se: - pelo militarismo, imperialismo, racismo e nacionalismo exagerado; - pela perseguição racista aos judeus e por seu confinamento em campos de concentração, onde eram torturados e assassinados em massa; - pelas perseguições aos comunistas, socialistas e sindicalistas; - pela extinção dos sindicatos e a criação de um único sindicato controlado pelo governo; - pela propaganda a favor do regime; - pela negação do Tratado de Versalhes; - pelo rígido controle estatal na economia; - pelo desenvolvimento da produção industrial, principalmente bélica e química. A ideologia e os métodos aplicados pelos fascistas, em qualquer parte do mundo,onde o regime se instalou, são os mesmos. A Alemanha apresentou uma característica a mais: o racismo. De resto, a violência e a repressão caracterizaram os regimes totalitários, tanto de direita quanto de esquerda. - a guerra civil espanhola Em 1931, foi proclamada a República Espanhola. Em 1936, se elegeu um governo da Frente Popular, de esquerda. Sob a liderança do general Franco, o exército se rebelou. Era a Guerra Civil Espanhola. De um lado os falangistas, pretendendo derrubar o governo republicano e restaurar a monarquia; do outro as forças populares e democráticas, lutando pela sustentação das reformas sociais e políticas. Os falangistas tiveram o apoio da Itália e da Alemanha, que usou a Espanha como centro de experiências para novas e potentes armas. Sem condições de resistência, as forças republicanas foram derrotadas em 1939. Com isso, implantava-se o franquismo, versão espanhola do fascismo italiano. A França estava mais uma vez cercada pela Alemanha e seus aliados. Em stembro de 1939, alguns meses depois da vitória franquista, começou a Segunda Guerra Mundial. A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E MUNDO PÓS-GUERRA No dia 1° de stembro de 1939, começou a Segunda Guerra Mundial, cuja causa imediata foi a invasão da Polônia pelas tropas alemõs. Os fatores determinantes dessa guerra foram: - a paz de Versalhes, geradora de ódio e revanchismos; - a crise econômica mundial iniciada em 1929, que atrapalhou mais ainda a recuperação das nações vencidas; - o fracasso da Liga das Nações; - as novas disputas imperialistas, em que os EUA, a França e a Inglaterra levavam grandes vantagens em relação à Alemanha, à Itália e ao Japão; - a corrida armamentista; - a ascensão do nazi-fascismo e de outros regimes totalitários; - a passividade anglo-francesa em relação ao expansionismo nazi-fascista; - a política de alianças; - Eixo: formado por Alemanha, Itália e Japão; - Aliados: formado pela Inglaterra e França com a entrada dos EUA e da URSS; Era interessante para Hitler evitar que a guerra ocorresse ao mesmo tempo na frente oriental e ocidental. Assim, em agosto de 39, assinou com Stalin um Pacto de Não-Agressão, que garantia a neutralidade daquele país em caso de guerra. Assim, Hitler invadiu a Polônia e logo todas as nações estavam envolvidas em mais uma guerra. Já em 1940, Hitler dominava vários países europeus e a França, deixando a incubência de enfrentar sozinha as forças nazistas para a Inglaterra, que sofreu vários ataques aéreos dos alemães mas, apesar de grandes perdas, a Inglaterra não se rendeu. Enquanto isso, a URSS estendia o seu domínio imperialista e Hitler ajudava Mussolini em suas operações. Em 1941, a guerra sofreu uma profunda alteração: Hitler invadiu a URSS e os EUA entraram na guerra. Hitler pretendia apoderar-se das riquezas soviéticas e quebrou o pacto de não-agressão com a URSS, invadindo-a. A URSS, refeita da surpresa, já dois anos após a invasão tomava a ofensiva, mostrando sua capacidade militar. Os EUA entraram na guerra pelo choque de interesses imperialistas do Japão na região do Pacífico e o ataque japonês a base de Pearl harbour. O ano de 43 pareceu a virada aliada. Os soviéticos aliaram-se com americanos e ingleses e forçavam continuamente o exército alemão a recuar. A marinha anglo-americana começava a superar o poderio dos submarinos alemães e os japoneses perdiam a supremacia no Pacífico. O Dia D, decisivo para a guerra, foi o dia 6 de junho de 1944; quando as tropas aliadas desembarcaram na Normandia, iniciando a grande ofensiva para a libertação da França. A partir daí, as tropas aliadas fecharam o cerco contra a Alemanha. Hitler resistiu desesperadamente, mas suicidou-se em 30 de abril de 45. Mais tarde, os alemães assinam a rendição incondicional. Só restava o Japão na guerra. Mas, com o lançamento de duas bombas atômicas em seu território, o Japão assimou sua rendição, também incondicional. A Segunda Guerra Mundial chegara a seu fim, deixando consequências irreparáveis na história. Os maiores vitoriosos nessa guerra foram os EUA e a URSS, que passaram a intervir nos assuntos internos de diferentes países, dividindo o mundo em dois blocos de influência e gerando a Guerra Fria. Outras consequências desta guerra foram a descolonização da Ásia e África, a formação do Terceiro Mundo, que não aceita a divisão do mundo em dois blocos, a criação de organizações políticas e econômicas para a preservação da paz mundial, o desenvolvimento econômico dos diferentes grupos de países, e a supremacia econômica mundial do capital financeiro e das multinacionais. Apesar da ONU lutar para manter a paz no mundo e de já ter evitado maiores catástrofes, a paz mundial sempre foi e continua sendo ameaçada por conflitos internacionais como a Guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã, guerras entre árabes e judeus, entre Irã e Iraque, guerras africanas, etc. A América Latina também é uma zona crítica que pode, cedo ou tarde, colocar em risco a paz mundial.