Livro: Mais coisas que toda garota deve saber Autor: Antonio Carlos Vilela Editora: Melhoramentos 9ª edição Ano: 2004 Transcrito por: Anair Meirelles Uso exclusivo dos alunos do Instituto Santa Luzia (p. 7) Você e o mundo É isso. De repente, você está saindo. Sozinha. Bem, não exatamente sozinha, mas com suas amigas. Seu namorado ... papai e mamãe já não estão por perto para lhe ensinar o que fazer (ainda bem!). Um dia você vai dormir na casa da melhor amiga, no outro tem o jantar com os pais do seu namorado ... Será que você precisa fazer a cama (na casa da amiga, não na sala de jantar)? Como escolher um dos trezentos talheres que sua talvez-futura-sogra fez questão de pôr na mesa (só para embaraçá-la)? Mesmo os adultos muitas vezes ficam em dúvida sobre o que fazer em determinadas situações. Na adolescência, essa dúvida freqüentemente assume proporções dramáticas, já que essa é uma fase em que se está saindo para o mundo, e muitas vezes há o medo de "pagar aquele mico". Neste livro, vamos lhe dar algumas noções sobre o que fazer em várias situações. Mas o mais importante é relaxar. As pessoas, de forma geral, estão muito preocupadas consigo mesmas para prestar atenção em você. Esqueça um pouco as angústias e tente ser você mesma. Essas noções que você vai aprender aqui não são regras. São apenas padrões de comportamento para que você, sabendo aplicá-los, se sinta segura no seu dia-a-dia. (Evitando, assim, coisas como apagar as velinhas e dar os parabéns ao entrar num velório!) Este livro não precisa ser lido seqüencialmente. Ou seja, você pode escolher os assuntos que lhe interessam e ler na ordem que mais lhe agradar. (p. 8) Adolescência é dúvida Essa é a fase em que estamos criando o nosso "código de valores". Ele é semelhante ao famoso "código de trânsito". Só que, desta vez, é você quem está fazendo as leis. Durante a adolescência você começa a se relacionar com outras pessoas além de seus pais. E mesmo seu relacionamento com eles muda de qualidade. Crescendo como pessoa, você começa a questionar o conjunto de regras e valores que eles sempre lhe ditaram. O seu "código de valores" pessoal vai determinar, por exemplo, o tipo de roupa de que você gosta, qual orientação política que mais lhe agrada, se você se preocupa com ecologia, etc. Freqüentemente, discordamos de nossos pais. E esteja pronta, porque isso dói. Não só porque surgirá um conflito no relacionamento com eles (que é inevitável, mas voltaremos a este assunto em outro capítulo). Dói, também, porque é difícil discordar de quem a gente gosta, o que provoca um conflito dentro de nós mesmos. Afinal, não sabemos ao certo quem tem razão. Às vezes, sentimos aquela vontade de voltar a ser criança, quanto tudo era mais certo e não existiam tantas dúvidas. Mas isso é impossível, claro. (Leia mais sobre este assunto no capítulo Os Pais.) Garotos De repente ... eles existem ! Nos primeiros anos de sua vida, você brinca com os garotos sem dar muita atenção ao fato de serem ... bem, garotos. Então, você cresce um pouco e começa a achá-los irritantes e chatos. Aí vem a adolescência e - surpresa! - você começa a se interessar novamente por eles. Então acontece: sua melhor amiga arrumou um namorado! E não pára de falar nele. E o pior: ela parece estar gostando. Aos poucos, todas as amigas estão curtindo a companhia dos garotos e eles já fazem parte da turma. Algumas namoram, outras ficam. Mas o que passa pela cabeça dos garotos? (Se é que passa alguma coisa ...) (p. 9) O que você precisa saber sobre eles Na verdade, os garotos não são tão diferentes das meninas. Pelo menos, não apenas por serem meninos. As pessoas são diferentes entre si, independentemente do sexo. Todos (meninos e meninas) são inseguros, têm pais que os perturbam, têm de ir à escola, arrumar o quarto (só que eles não arrumam). Vamos examinar, agora, algumas idéias bastante difundidas sobre os garotos. Eles amadurecem mais devagar que as garotas Não é bem assim. O processo de amadurecimento é a busca de cada adolescente por sua identidade. Cada indivíduo tem seu ritmo, independentemente do sexo. Normalmente, dois adolescentes da mesma idade podem ser bem diferentes. Garotos andam em grupos As garotas também! A busca da identidade, pelo adolescente, passa por um processo de identificação em grupo. A dependência que anteriormente os adolescentes mantinham com os pais é transferida para o grupo. Nós passamos por essa fase até chegarmos à identidade pessoal. (p. 10) Neste caso, a diferença entre meninas e meninos está no comportamento do grupo. Quando em turma, ELES estão sempre querendo impressionar, uns mais que os outros, e é inacreditável as coisas que eles acham impressionantes! Acontece que o ser humano tem o cérebro formado por três partes. Uma delas é primitiva, e está ligada à sobrevivência, levando o indivíduo a procurar segurança no grupo (andando em bandos), lutar por comida, se reproduzir, etc. Só que um toque: cuidado com esse lado primitivo do cérebro quando estiver em estádios, megashows, passeatas e manifestações. Não deixe que sua "identidade de grupo" leve você a fazer coisas que, normalmente, condenaria: agredir alguém, roubar ou depredar, por exemplo. Meninos são inseguros Todo adolescente é inseguro! Como todo mundo, os meninos também têm medo de situações desconhecidas. Acontece que nessa idade não se conhece muito sobre a vida. São inseguros em relação a garotas, escola, amigos, enfim, a tudo. Alguns disfarçam essa insegurança com agressividade. Outros bancam os arrogantes, desprezando tudo. Coisas que deixam os meninos ainda mais inseguros : Acne (espinhas) Falta de barba e de pêlo no corpo Falta de músculos Ser muito baixo Ser muito alto e desengonçado Ser gordo Ser magro Parecer muito novo (p. 11) Eles também são desajeitados De uma hora para outra, os garotos espicham, engordam ou emagrecem; enfim, o corpo deixa de ser o mesmo. O jeito de se movimentar fica desengonçado. É assim que eles se sentem - o que contribui para deixá-los mais inseguros. Por isso é que dão topadas e derrubam coisas. Mas aposto que você já ouviu tudo isso antes. Ou melhor, talvez você esteja passando por isso, por essa transformação corporal que causa uma série de medos e angústias. Esse, na verdade, é um processo muito bonito. Alguns poetas já o compararam à transformação de um botão em flor, ou à metamorfose da lagarta em borboleta. Má poesia à parte, você (e todos os adolescentes) está assumindo a nova forma com que viverá sua juventude. É bom lembrar que, durante toda a vida, o corpo e a mente estarão se transformando. Na adolescência, essa evolução é mais emocionante, porque o processo de mudança é uma novidade (quase) desconhecida. Eles não são todos iguais Exatamente como as meninas, existem garotos de todos os tipos. Mas isso você já deve ter percebido. Existem os tipos mais sensíveis, os mais esportivos, os intelectuais, enfim, ainda bem que existe essa diversidade. Hormônios Da mesma forma que você, ao entrar na adolescência os garotos são inundados por hormônios. São esses hormônios que os fazem crescer, ter barba, engrossar a voz e... se interessar por meninas. Mas os garotos ainda não sabem lidar com isso, e os hormônios são culpados por uma situação que pode ser bastante embaraçosa para os meninos: a ereção. (Depois, com a idade, eles aprendem que é melhor com ela do que sem ela.) Com os hormônios correndo selvagemente nas veias, um garoto pode se sentir bem embaraçado ao ter uma ereção na praia, ou então enquanto dança com uma menina. (p. 12) Ficar e namorar Hoje em dia as coisas estão bem mais fáceis e diretas do que há poucos anos. Parece até que a arte da sedução está desaparecendo. No começo da década de 80 surgiu o termo "ficar". Isso significa simplesmente trocar uns beijos ou amassos com alguém do sexo oposto numa festa ou danceteria, sem ter o compromisso de namorar. Para ficar não precisa de muito esforço. A moçada está dançando, a menina sorri para o menino, este se aproxima e começa a beijação. Ou então o garoto chega para ela e fala : "quer ficar comigo?". A menina aceita ou não. Isso tem pelo menos um lado positivo e outro negativo. Positivo: ajuda a conhecer um pouco mais seu corpo e o do menino, colaborando para diminuir inseguranças e medos. Negativo: essa moda de ficar pode deserotizar e banalizar as relações humanas. É muito fácil. A coisa rola sem paixão, amor ou tesão. Fica-se por ficar. Em vez de conversar ou dançar, fica-se. Outra coisa: algumas pessoas são preconceituosas - meninos e meninas. Garota que fica muito é "rodada". Garoto que fica muito é "galinha". Os mesmos comentários são ouvidos nos banheiros feminino e masculino. Mas, ainda bem, nem todo mundo é preconceituoso. E talvez você não queira a companhia de pessoas assim. Existem algumas idéias, largamente difundidas, de que os meninos têm uma resistência maior a assumir o compromisso do que as garotas. Que para eles o grupo de amigos é muito importante, e namorar implica se afastar (pelo menos um pouco) do grupo, e por isso eles resistiriam a compromissos como um namoro. (p. 13) Seja como for, hoje em dia é difícil dizer coisas como: "meninos não gostam de compromisso" ou "meninas preferem um relacionamento". O mundo está cada vez mais heterogêneo, e é difícil atribuir comportamentos genéricos aos grupos. O importante é você procurar se conhecer e se cercar de pessoas com quem compartilha afinidades. Escolhendo seus amigos, amigas e namorados, você estará escolhendo o tipo de pessoa que quer ser. Pressa e pressão não estão com nada! Você não precisa ter pressa para ficar ou namorar. Deixe a vida rolar. Não aceite pressões de suas amigas ou dos meios de comunicação (principalmente televisão e cinema). Hoje em dia parece que tudo serve para nos fazer pensar naquilo ou em nada. É importante que você desconfie das informações que recebe, que critique as idéias e os valores passados por novelas, filmes e outras pessoas. Toda essa pressão pode causar uma certa ansiedade, uma vontade de estar sintonizada com as amigas. Mais uma vez, relaxe. Se a pressão do grupo faz com que você se sinta desconfortável, talvez seja melhor procurar gente que tenha mais afinidades com você. Saindo com garotos Há não muito tempo, era impensável para uma garota convidar um menino para sair. Ainda hoje, não é uma coisa muito comum. Mas já existe uma abertura para isso. Se você quer conhecer melhor um determinado garoto, pode dar sinais de que está interessada: sorrisos, atenção, etc. Mas o garoto pode ser muito ingênuo, tímido ou sem iniciativa - e ter muito medo de rejeição. Ele vai estar pensando, lá dentro: "Puxa, ela está pagando o maior sapo!"; vai se sentir o máximo, mas pode não tomar atitude nenhuma. Então se estiver a fim daquele "gato", existem algumas coisas que você pode fazer. (Com cuidado, porque, se ele é do tipo "sem iniciativa", você vai assustá-lo se for muito direta.) Primeiro, é preciso conhecê-lo. Se ele for do seu grupo de relacionamento (escola, academia, amigo de amigos, etc.), comece um bate-papo sobre qualquer coisa que lhe agrade - música, cinema, televisão. Diga que gostaria de assistir a um determinado filme. Se ainda assim ele não se tocar, diga que não quer ir sozinha e que sua amiga já viu o filme com o namorado. (p. 14) Se mesmo assim ele não se mancar, talvez seja melhor desistir. Ou ele é um perfeito panaca ou não quer sair com você. De qualquer forma, é melhor não forçar. Já se o garoto não for do seu grupo, e for simplesmente alguém que você viu num shopping, danceteria, etc., um olhar demorado, acompanhado de sorriso, deve bastar. Afinal, esses são lugares em que se vai à procura de companhia. Mais uma vez, se o garoto não se animar a falar com você, pode ser que não esteja interessado. Sendo convidada para sair Você foi convidada para ir dançar, ver um filme, etc. Interessa? Aceite. Não interessa? Recuse, educadamente, mas de modo definitivo. Não faça o jogo da indecisa só porque lhe agrada ter garotos à sua volta. Isso pode virar uma grande dor de cabeça, além de ser desonesto para com o menino. Você não pode mais ir! Apareceu um problema e você não pode mais sair! Avise-o o quanto antes, explique o motivo e marque uma nova data. Nunca deixe alguém esperando. Nunca! E se alguém fizer isso com você? É uma tremenda grosseria. Passe-lhe um sabão, deixando claro que está ofendida. Se esse mesmo "asno" a convidar novamente, pense muito bem antes de aceitar. O que fazer se você ou seu companheiro se atrasar? Hoje em dia, principalmente nas grandes cidades, não é possível ser muito rigoroso com horários. Problemas como trânsito caótico e transporte coletivo deficiente acabam com qualquer tentativa de ser pontual. Nem por isso atrasos dispensam desculpas e justificativas. (p. 15) Quem paga a conta? Espera-se que quem convidou pague. Mas isso não é regra. Dividir despesas é comum. Afinal, adolescentes normalmente têm pouco dinheiro. Pode-se também combinar. Se você estiver sem dinheiro e for convidada para um programa a que gostaria de ir, deixe claro que não tem dinheiro. O garoto pode se oferecer para pagar. Ou, então, dizer que não tem dinheiro para pagar sozinho a despesa dos dois. Mas tudo bem, vocês podem ir passear no parque ou no shopping, assistir àquele show gratuito; enfim, querendo, existem programas de baixo ou nenhum custo. Não, obrigada Vocês saíram, e foi horrível. Ou foi legal, mas ... faltou alguma coisa. Ele convida você de novo. O que fazer? Diga algo como: "não obrigada". Ele pode insistir: "mas por quê?". "Eu já tenho outro compromisso". Isso deve ser suficiente. Mas tudo depende também de como foi o encontro. Se você ficou brincando de seduzir o garoto, ele pode ficar muito confuso ao ter o novo convite rejeitado. Intimidade Beijar no primeiro encontro? Realmente, não há como estabelecer regras para isto. Tudo o que deve acontecer em qualquer encontro depende do que querem as duas pessoas envolvidas. Se os dois querem se beijar, ótimo. Se um dos dois não quer, isso leva a um princípio geral e soberano: "Ninguém deve fazer algo íntimo com o qual não se sinta plenamente à vontade". Nunca se esqueça disso. (p. 16) Beijando em público Alguém mais velho pode dizer que beijar em público é falta de educação. Os adolescentes de hoje não levam isso muito a sério. Na verdade, o que é falta de educação é fazer os outros se sentirem embaraçados. E muita gente sente-se pouco à vontade vendo um casal dar aquele malho. Então é bom você usar um pouco de bom senso. Se levar o seu namorado ao jantar de bodas de ouro de sua avó, não fiquem se beijando apaixonadamente na sala de jantar. Em lugares onde praticamente só há gente da sua idade, como, por exemplo, festas e danceterias, você estará mais à vontade. Como dar o primeiro passo O engraçado é que, mesmo nos dias de hoje, quando é tão fácil chegar até alguém e perguntar: "quer ficar comigo?" e, se o outro aceitar, começar a beijar e trocar carícias, parece que a situação fica mais difícil quando se está realmente interessado na outra pessoa. Ou seja, quando se está apaixonada (ou apaixonado, no caso dos garotos), é mais complicado saber quando é a hora de beijar ou de se tornar mais íntima. Isso acontece porque você não quer fazer nada errado que possa espantar essa pessoa, ou então que a faça ter uma idéia errada sobre você. A verdade é que intimidade é algo que cresce. Seria estranho você estar a fim de um garoto da sua turma e, um belo dia, tascar-lhe um beijo. Ou vice-versa. De repente, um cara que você até acha legal vem e lhe dá aquele pega. Você iria se assustar. Então, tudo começa com uma atenção especial, sorrisos, um toque no braço ou no cabelo ... os dois percebem que a atração é mútua, aí um move a cabeça em direção ao outro... e o resto é história. (p. 17) Ele vai me beijar. Eu não quero! Você pode simplesmente virar a cabeça para o lado, evitando o beijo. Depois sorria para evitar constrangimentos e afaste-se, para evitar uma nova tentativa. Como afastar alguém que está se tornando íntimo demais Isso depende. É alguém de quem você gosta, mas acha que está indo depressa demais? Faça algum comentário do tipo: "isso aqui está me dando cãibras", "preciso ir ao banheiro", ou coisas assim, para interromper o clima. Depois que o garoto esfriar, explique para ele que a situação estava indo rápido demais e que você acha que ainda não é hora. Por outro lado, se é alguém que está lhe desagradando e não dá atenção aos seus toques para parar, ponha as duas mãos no peito dele, empurre-o para trás e diga: "acho que vou vomitar!". Até onde ir? É importante que isso fique bem claro: até onde você se sentir bem. Se a situação se tornar desagradável, é porque já passou do seu limite. Saiba interromper (veja as dicas acima). Algumas garotas ultrapassam o limite mais do que gostariam simplesmente porque não sabem interromper seu parceiro ou porque ficam com vergonha de dizer não. Aí, tornam-se vítimas da situação, e, depois, do arrependimento. Sentem-se mal e sua auto-estima baixa até o nível da sola do pé. Lembre-se: auto-estima é um dos bens mais valiosos que você tem! E se o cara gasta uma grana para impressionar, tem direito a alguma coisa a mais? É preciso dizer? Claro que não. Isso seria o equivalente a estar comprando você. (p. 18) O cara diz que você estava dando mole e depois tirou o corpo fora Isso é uma grande bobagem. O fato de você beijar alguém não é garantia de irá trocar carícias íntimas: trocar carícias não garante que você irá transar. Mesmo se você decidiu transar com alguém, tem todo o direito de mudar de idéia no meio do caminho. Mas cuidado! Alguns rapazes podem pensar que, por estarem num certo grau de intimidade com você, têm direito de ir até o fim, usando até de violência. Quem age assim está errado? Claro! Ninguém pode forçar você a alguma coisa. Só quero alertá-la para não se colocar em situações de risco. Quando apresentar o namorado a seus pais Isso pode ser mais delicado do que parece. Principalmente porque pode assustar seu namorado. Ele pode achar que o relacionamento está ficando muito sério. Você precisa avaliar a situação. Já é um relacionamento de verdade? Ou você ainda não sabe se na semana que vem estarão juntos? De qualquer modo, a situação tem algumas variáveis: Seus pais querem conhecer seu namorado Seus pais não querem conhecê-lo Você quer que eles o conheçam (assim vão parar de perturbá-la com "quem é esse garoto que liga para você?, como é ele?, que cara tem seu 'namoradinho'?") Seu namorado quer conhecê-los (o que é mais raro. Muuuito mais raro) Enfim para apresentá-lo não é preciso nada muito especial - nenhum jantar para toda a família. Um dia, quando vocês forem sair, peça a ele para buscá-la em casa, num momento em que seus pais estejam. Seja natural: "Ah, mãe, pai, este é o Fernando. Fê, estes são meus pais, Ribamar e Lindaura". E pronto! (p. 19) Sua vida e o namoro Você arrumou um namorado! Parabéns. Que sejam felizes. Mas, lembre-se, sua vida não parou. Continue a cultivar suas amizades. Não se esqueça das obrigações em casa. Porque, do contrário, um belo dia o namoro acaba e, além da dor (ou alívio) da separação, você vai descobrir que está sem amigas e que sua popularidade em casa está muito ruim. Então, aprenda a continuar sua vida mesmo que tenha encontrado "o grande amor". Terminando Para terminar um namoro, o único jeito é ter coragem, dignidade e respeito. Não tente saídas fáceis, como acusar a pessoa de alguma coisa (a menos que seja absolutamente verdade), inventar absurdos, etc. Vá direto ao ponto: "olha, não dá mais, descurti. A gente precisa terminar". Provavelmente, o garoto vai perguntar seus motivos, querer conversar a respeito. Ou não - pode ser que ele agradeça a Deus por sua iniciativa. Você tem medo dele? Essa é uma situação meio rara. Mas já que este livro dá dicas sobre como reagir a situações comuns e, também inusitadas, não custa nada falar a respeito. Existem meninas que continuam relacionamentos que desejariam terminar simplesmente porque têm medo da reação do namorado. Na maioria dos casos, isso não tem fundamento. Mas respeite sua intuição. (p. 20) Se você quer terminar o namoro e tem medo, faça-o num lugar com bastante gente, como uma lanchonete ou um restaurante. De preferência, tenha alguma amiga por perto (mas não participando da conversa!). No meio da rua não é bom. O lugar é público, e as pessoas que passam não dão atenção aos problemas dos outros. Já num restaurante, o gerente não vai querer confusão no estabelecimento. Caso seus temores tenham fundamento e, após o rompimento, seu ex-namorado comece a persegui-la e ameaçá-la, conte a seus pais e peça-lhes para acompanharem você à polícia. Faça um boletim de ocorrência. Na maioria dos casos, isso é suficiente para acabar com a valentia de certos machões. Não deixe que a apatia de seus pais ou da polícia aplaque seus temores. Caso o comportamento do "ex" esteja realmente preocupando você, faça-os compreender o potencial de perigo. (p. 21) Sexualidade Não é apenas seu corpo que muda durante a adolescência. O modo como você se relaciona com o mundo também muda. De repente, você descobre sentimentos que nunca teve antes, tem novos pensamentos, preocupa-se com novos problemas. Às vezes, você sente que está mudando tanto, e tão rapidamente, que já não sabe se ainda se conhece. Provavelmente, muito antes de se preocupar com a sua primeira relação sexual você já estará cheia de curiosidade e dúvidas sobre sexo. Você vai perceber que tipos de pessoa a atraem (e excitam) e talvez comece a descobrir a intimidade do seu próprio corpo, por meio da masturbação. O que acontece é que, ao longo da adolescência, surgirá uma nova pessoa: você adulta. Conhecer essa nova pessoa é um processo semelhante a fazer novas amigas (ou novos amigos): interessante, confuso, emocionante (às vezes, desagradáveis), surpreendente ... Será que eu sou normal? No que diz respeito a sexo, essa é a pergunta mais comum que as garotas (e garotos) fazem. Em primeiro lugar, precisamos pensar melhor essa idéia de "normal". O que é isso? É muito difícil definir que é normal. Ao mesmo tempo que você está procurando a sua identidade, num processo que a leva a entrar em conflito com pais, escola e outras instituições, por que a preocupação com o que é ser normal ? Como já falamos antes, ainda bem que existem as diferenças. Existem, há centenas de anos, tantos tabus e preconceitos sobre sexo que é difícil até conversar a respeito sem gerar polêmica. Vamos refletir sobre alguns pontos que podem causar angústia com relação à sexualidade. (p. 22) Você se desenvolve em ritmo diferente de suas amigas ou irmã(s). Talvez os seios de sua amiga cresçam mais rapidamente que os seus; talvez você comece a pensar em sexo antes dela; talvez sua irmã tenha menstruado pela primeira vez aos 12 anos e você já tem 14 e nada; talvez ... São tantas dúvidas, não é? A melhor coisa, se você ainda não se convenceu de que é normal, é procurar um(a) ginecologista. Aliás, ao entrar na adolescência você deve procurar um(a) de qualquer modo. Todas as garotas devem. Pensar em sexo. Os hormônios que provocam transformações no seu corpo (ou seja, o crescimento das mamas, de pêlos, etc.) também provocam mudanças nos seus sentimentos. Não há nada de errado em pensar em sexo. Acontece que, durante uma fase, esses pensamentos parecem assumir o controle do seu cérebro, fazendo você se sentir "agitada", pois não consegue pensar em mais nada. Bem, procure relaxar. Essa fase vai passar. Você vai fazer as pazes consigo mesma, e a sexualidade assumirá seu lugar juntamente com os outros "motores" da sua vida. Não pensar em sexo. Pode ser que seus hormônios ainda não tenham começado a "ferver", ou então eles não afetam você com a mesma intensidade que afetam suas amigas. Não há por que se preocupar. E também não há por que se sentir mal em não ter interesse em certas "conversas". Sexo, em algum momento, vai ter um papel importante na sua vida. Algumas pessoas, contudo, não desenvolvem interesse mesmo quando adultas, e levam uma vida tranqüila. Agora, se você está preocupada por "não pensar em sexo", é porque, na verdade, está pensando. (p. 23) Ter fantasias. Quem não tem? De todos os tipos: românticas, selvagens, esportivas, aventureiras, sujas, depravadas ... As fantasias são extremamente positivas, pois delas depende a criatividade, por exemplo. O problema pode estar em querer tornar realidade certas fantasias. Aí, sim, alguém poderia se machucar. Algumas garotas fantasiam transar com astros do rock; outras sonham que foram estupradas e acordam excitadas (e assustadas); há, Também, aquelas que acham excitante a vida das prostitutas (pode acreditar, zilhões de pessoas têm essas e outras fantasias). Tudo bem, enquanto souberem que isso é fantasia e não tentarem pôr em prática. Mas a realidade é bem mais dura. Enquanto fantasias violentas e ilegais podem apresentar complicações óbvias para quem as tenta pôr em prática (como ir presa, machucar-se fisicamente, pegar doenças), outras podem atrapalhar sua vida emocional, se não souber separá-las da vida real. Por exemplo, se você estiver apaixonada por aquele cantor daquela banda de rock, ou aquele ator de cinema, e só conseguir pensar no seu ídolo, desprezando os garotos da sua idade, você estará prejudicando sua vida afetiva. Portanto, para concluir: fantasiar é bom, desde que você saiba que é fantasia. Masturbação. Tão normal quanto almoçar e dormir. Quase todo mundo faz, com freqüência e em diferentes idades. Quando atingem uma etapa madura da vida sexual, as pessoas se masturbam menos, mas grande parte delas continua por toda a vida. Homossexual ou heterossexual? As pessoas que se sentem atraídas pelo sexo oposto são chamadas de heterossexuais. Quem sente atração pelo mesmo sexo é chamado homossexual ou gay. Existe, ainda, uma série de gírias, muitas das quais você provavelmente já conhece, e que normalmente são preconceituosas e ofensivas. Bissexuais são aqueles (ou aquelas) que se sentem atraídos tanto por homens como por mulheres. Explicados os rótulos, procure não ficar rotulando você mesma ou outras pessoas. A descoberta sexual, em todos os seus níveis, pode ser muito dolorosa (principalmente porque nos deixa bastante inseguros). E essa atribuição de rótulos pode tornar o processo ainda mais doloroso. (p. 24) Saiba que: Sentir atração por alguém do mesmo sexo não quer dizer que você seja homossexual. É comum sentir atração pelo professor (e mesmo pela professora). Nestes casos, o que atrai, normalmente, é a posição que a pessoa ocupa. Um professor, muitas vezes, faz a cabeça dos seus alunos (e alunas), pois exerce uma forte influência sobre eles. Quando é a hora de transar? Isso é algo que dificilmente alguém poderá lhe dizer. Aqui vão apenas algumas dicas. Existe uma regrinha: se você não sabe se está na hora, é porque ainda não é hora. Ou seja, você precisa se sentir segura sobre o que está fazendo e sobre a pessoa que escolheu. Se está em dúvida, perguntando às amigas, escrevendo carta para jornal, é porque ainda não está pronta. Com certeza, sua primeira relação sexual deve acontecer depois de uma consulta a um(a) ginecologista. O(a) médico(a) vai orientar você sobre cuidados de higiene e saúde com seu corpo, bem como indicar um método anticoncepcional confiável. Se você ou seu parceiro não estão prontos para usar camisinha, não estão prontos para transar. (p. 25) Coisas em que pensar antes de transar Qualquer que seja o método anticoncepcional que o(a) ginecologista indicar, você deve exigir que seu parceiro use, também, a camisinha na primeira e em todas as suas relações sexuais. Isso porque: Se não o fizer, pode pegar alguma doença sexualmente transmissível (DST), como a AIDS. Isso pode arruinar sua vida e mesmo acabar com ela (ou seja, você morre). A camisinha, combinada a outros métodos anticoncepcionais, ajuda a elevar a proteção contra uma gravidez indesejada, que também pode arruinar sua vida ou, no mínimo, mudá-la totalmente. Saiba que: Sim, é possível engravidar (e/ou pegar alguma doença) na primeira relação sexual. Sim, é possível engravidar transando durante a menstruação. Sim, é possível engravidar transando antes da primeira menstruação. Depois que você já refletiu sobre o assunto e decidiu que realmente está na hora de transar, tenha sempre algo em mente (além daquilo): CAMISINHA (p. 26) Faça seu parceiro usar sempre a camisinha Às vezes, após alguns amassos, vem aquela vontade de transar. Surpresa: ninguém estava pensando nisso e não há uma camisinha disponível. É inacreditável, mas muitas meninas topam essa parada. Não seja uma delas. Freqüentemente, alguns garotos pedem, durante a transa, para tirar a camisinha. Pior ainda: tiram sem falar com a garota! Se isso acontecer: 1 - Não permita que ele tire. Mais uma vez: se ele não está preparado para usar, não está preparado para transar. 2 - Se ele tirou sem falar com você, interrompa o ato no mesmo instante. Não é parceiro confiável. Todo esse alerta é necessário porque: 1 - Mulheres são mais vulneráveis a doenças, principalmente à AIDS, porque o homem, digamos assim, injeta uma substância (o esperma) na mulher. A camisinha serve, entre outras coisas, para evitar que o esperma entre em contato com o corpo dela. 2 - Se do ato sexual resultar uma gravidez, a carga maior será da mulher, que levará o nenê na barriga, terá enjôos, engordará e dará à luz. Outra coisa: Não caia no conto do gozar fora. Primeiro, nem sempre o homem consegue controlar exatamente o momento do orgasmo (ainda mais um adolescente que está descobrindo sua sexualidade). Segundo, mesmo antes de gozar, o pênis libera um líquido que pode engravidar e transmitir doenças. (p. 27) Abuso sexual Isso não tem nada a ver com amor, sedução, nem mesmo tesão. Abuso tem a ver com poder e violência. Uma situação de abuso se configura quando uma pessoa se aproveita de uma condição de superioridade para obter sexo da outra. Vamos esclarecer isso: Condição de superioridade : no emprego, o chefe acha que pode transar com a secretária porque é sua subordinada; na escola, o professor (ou a professora) usa de sua condição para transar com alunos; o garoto constrange a menina para transar com ele; adultos (normalmente parentes próximos) usam sua pretensa autoridade para transar com menores. Algumas dessas situações poderiam se configurar mesmo como estupro. Sexo: não é, necessariamente, apenas a relação genital. Mesmo beijos roubados ou carícias íntimas e não desejadas podem configurar um abuso sexual. Abuso x Estupro: simplificando, a diferença entre abuso e estupro é que no primeiro caso (abuso) sua vida não corre perigo, mas apenas sua posição. E o que é isso? Exemplos: A subordinada aceita os abusos do chefe para não perder o emprego. A garota aceita os abusos do "líder" do grupo para não se "desenturmar". A aluna aceita a sedução do professor, com medo de sofrer represálias na nota. A menina aceita o abuso do tio (ou de outro adulto ou parente próximo) por vergonha. Ela pode pensar que ninguém vai acreditar nela (afinal, é a palavra dela contra a de um adulto). Ou, pior, que irão pensar que a culpa é dela. De qualquer forma, saiba que o abuso pode ser evitado. Não se ponha em situação de abuso. Quase sempre percebemos quando as pessoas têm interesse sexual por nós. Se a situação agrada (desde que respeitados certos limites), tudo bem, ela pode evoluir para um relacionamento. Se, por qualquer motivo, a situação não agradar, não se coloque em risco. Não caia naquela velha conversa de "vamos até minha casa, só para conversar". (p. 28) Não seja uma vítima. Quando a pessoa é pega de surpresa, normalmente fica sem reação. Depois do primeiro abuso, vem a vergonha. A auto-estima diminui e a pessoa torna-se vítima de novos abusos. Sabendo disso, não permita que o primeiro abuso aconteça. Grite e esperneie, se for o caso. Corte o mal pela raiz. Não deixe que a situação evolua até um ponto em que não terá controle. Se você se sente mal quando o chefe põe a mão no seu ombro, diga isso para ele. Também não precisa ficar paranóica. Observe como é o relacionamento dele com os outros. Ele abraça todo mundo? Ou só você? Mesmo que ele abrace todo mundo, mas isso deixa você constrangida, diga-lhe. Se ele não estiver com más intenções, não se incomodará (muito) com a sua observação. Mais um exemplo: se aquele amigo do seu pai, ou aquele tio, estiver com atitudes estranhas, desabafe com um adulto em quem você confia. Peça-lhe que converse com o abusador em potencial. Em noventa por cento dos casos, após essa conversa o abusador vai tirar o time de campo. Não deixe que a "acalmem". Não acredite em conversa mole. Se o adulto a quem pediu ajuda diz para você "deixar disso", é porque não merece a confiança que você depositou nele. Procure outra pessoa. Confie nos seus instintos. Quando alguma coisa não parece bem, é porque provavelmente não está. Não fique negando aquilo que seus sentidos percebem. Quando o alarme soar, acione imediatamente seus sistemas de defesa: não fique sozinha com a pessoa; peça ajuda a alguém em quem você confia; converse (num ambiente público) claramente com a pessoa que é o motivo de seu desconforto; não seja agressiva, mas firme. (p. 29) Estupro Este é um assunto delicado, porque envolve a integridade física e psicológica da pessoa ameaçada. Muitas vezes ela até corre risco de vida. O estupro se caracteriza quando a garota é forçada a manter relações sexuais por meio de força física ou da ameaça de uma arma. Estupros acontecem em todas as classes sociais e entre pessoas dos mais diversos níveis de formação cultural. Esta é uma das maiores violências que podem ser cometidas contra alguém, pois o agressor está invadindo e desrespeitando a integridade física da vítima. Por isso tudo, é importante saber algumas coisas sobre esse assunto que podem ajudar você a evitar situações de risco. Saiba reconhecer os sinais de que algo errado está acontecendo e como reagir a eles. O estuprador Muitas garotas ainda acham que o estuprador é um bandido desconhecido, que ataca em matagais, descampados ou regiões industriais. A verdade é que, em cerca de setenta por cento dos casos, a vítima conhece o estuprador. Pais, padrastos, irmãos, namorados e ex-namorados, vizinhos, amigos formam o time de bandidos conhecidos. Por isso, vamos nos concentrar, neste capítulo, no que chamamos de "estupro por conhecidos". O desrespeito que esses agressores sentem pelas mulheres em geral é tão grande que eles não se julgam estupradores. Para eles, o "não" de uma mulher quer dizer "seduza-me". Onde acontece Quando é conhecido da vítima, o estuprador consegue se pôr numa situação em que fica sozinho com a menina, em sua casa, apartamento ou carro. Um estupro pode acontecer numa festa, a poucos metros de onde outras pessoas estão dançando ou conversando. Casos reais Vamos citar casos de "estupros por conhecidos", com finais diferentes. (Os nomes foram trocados para preservar a identidade das entrevistadas.) (p. 30) Tatiana, 15 anos: "Eu namorei um cara da minha idade, que morava no mesmo conjunto de prédios que eu. A gente já tinha terminado há uns dois meses, mas ele vivia falando em voltar. Um dia ele pediu para eu ir ao apartamento dele conversar. Eu não quis, falei que não tinha nada para falar. Mas ele insistiu, fez carinha de triste, uma palhaçadinha, acabei rindo e concordando. Logo que eu entrei, ele trancou a porta e começou a me agarrar. Tentei empurrá-lo, mas nós caímos em cima de uma mesinha da mãe dele, quebrando um vaso que estava ali. Ele ficou louco de raiva, dizendo que a culpa era minha e perguntando como ia explicar aquilo para a mãe. Levei um tapa muito forte no rosto. Tentei revidar, mas ele pegou minha mão e me torceu o braço. Depois ... bom, aconteceu o que você sabe. Ele continuou me batendo e acabou ... fazendo o que queria (perguntada se ele a estuprou, Tati confirma com a cabeça ). Depois ele disse que ninguém acreditaria em mim, que todos viram que eu o acompanhei até o apartamento dele porque quis, e que nós éramos namorados e tal. Acreditei nele. Não contei para ninguém. Eu era virgem." Vivian, 19 anos: "Foi a primeira festa da faculdade a que eu fui. Caloura. Tinha um veterano que eu azarava desde a semana de trote. Nós já tínhamos tomado todas quando ele, sem falar nada, me pegou pela mão e me levou para o quintal da república onde rolava a festa. Eu estava totalmente zonza, por causa da bebida. Ele me colocou em cima do tanque de lavar roupa e começamos com uns beijinhos. Logo estava rolando o maior amasso. Mas ele tinha um jeito agressivo de empurrar a língua e me apertar que foi me dando nojo, não tesão. Pedi para ele esperar um pouco e virei o rosto. Ele me agarrou o rosto com uma mão, forçando-me a olhar para ele; enquanto isso, colocou a outra mão por baixo da minha saia e puxou a calcinha. Olhei para o lado, em pânico. A poucos metros de nós havia pessoas conversando. Coloquei as duas mãos no peito dele e o empurrei. Nem se mexeu. O cara era muito forte. Percebi que ele abriu o zíper da calça enquanto continuava tentando me beijar. Mordi-lhe o lábio com força, ao mesmo tempo que gritei: 'Pára, seu veado!' Ele gemeu de dor e me soltou. Pulei de cima do tanque, mas, como estava meio enroscada nele, nós dois caímos no chão. Continuei gritando, nem lembro o quê. Algumas pessoas se aproximaram. O cara ficou todo envergonhado e saiu de perto. O mais louco é que eu estava pensando em transar com ele, até ele começar a se comportar como um animal. Agora, não vou transar com um cara que me dá nojo!" (p. 31) Márcia, 17 anos: "Eu estava numa festa meio caída quando alguns amigos sugeriram ir para a casa de um deles, que ia ser mais legal. Fomos em três carros. Estranhei que eu estava sozinha com o João, no carro dele, enquanto os outros dois carros tinham quatro e três pessoas. Mas não disse nada. João falou que precisava passar no apartamento dele para pegar uns CDs e bebida. Chegando lá, ele me ofereceu algo para beber. Não aceitei. Ele tomou uísque, direto na garrafa, e falou que ia pegar os CDs no quarto. Dali a pouco, ele me chamou: 'Má, vem ver que legal!'. Entrei no quarto dele, mas não o vi. Ele apareceu de trás da porta, que fechou e trancou. Me jogou na cama dele, de barriga para baixo, e me forçou. Quase sufoquei, com o rosto enfiado no travesseiro. Ele era muito mais forte que eu. Nos primeiros minutos, tentei resistir, me virando e esperneando. Mas para me mexer um centímetro era preciso fazer muita força. Logo eu estava esgotada, com o coração na boca." (p. 32) Esses três casos confirmam as pesquisas: as moças conheciam os agressores, confiavam neles, foram colocadas a sós com eles e numa situação de fragilidade. Vivian, a universitária que escapou, teve sorte, por estar num local em que seus gritos foram ouvidos e suas atitudes serviram para impedir a agressão. Mas, antes de reagir, é preciso avaliar se isso não colocará sua vida ou integridade física em perigo. O que fazer para evitar situações que podem colocar você em perigo Pense em como você se comporta com relação a sexo. É bom saber exatamente até onde você quer chegar. Algumas mulheres acham que devem se deixar levar pela emoção do momento, decidindo depois se querem ou não chegar à relação sexual. Mudar de idéia no meio do caminho é um direito que toda mulher tem. O problema é que, quando ela decide dizer não, o homem está numa posição de superioridade. Estabeleça os limites. O corpo é seu e ninguém tem o direito de forçá-la a nada. Se alguém está passando dos limites que você estabeleceu, diga clara e seriamente: "Pare com isso!", "Não quero!". E complete: "Se você não respeitar o que eu digo, eu vou embora". Decida logo se você quer fazer sexo ou não. Quanto antes você comunicar suas intenções, de modo firme e claro, melhor seu "amigo" vai entender você. Não deixe a situação passar do ponto em que seu "não" seja interpretado como "charme". Seja "firme e clara". Não se preocupe em ser "educada". Com freqüência, os homens entendem passividade como permissão para tudo. Quando for o caso, use expressões do tipo: "Pare já, não estou gostando disso!". Seja independente em seus encontros. Tenha opinião. Não seja passiva, opine sobre os locais para o encontro. Não dependa dele. Tenha dinheiro para ônibus ou taxi e saiba como voltar para casa sozinha (que ônibus pegar, por exemplo) se for necessário. Não se coloque em situações de risco. Só aceite ir para o apartamento ou casa dele se estiver disposta a transar. Senão, conheça-o melhor antes de colocar sua segurança física totalmente nas mãos dele. (p. 33) Não tenha medo de "criar uma cena" ou uma situação constrangedora. As mulheres são criadas para serem "educadas" e "femininas". Não deixe que isso confunda você. Não há por que respeitar alguém que está agredindo você. Respeite seus sentidos. Já disse antes e repito: confie nos seus instintos. No caso de Márcia, que estranhou ir sozinha no carro com um rapaz, ela não confiou no que sentiu. Provavelmente, achou que "não pegaria bem" dizer que não queria ir sozinha com ele. Quando você se vir a ponto de embarcar numa canoa furada, não entre! Não importa se o cara é coroinha de igreja aos domingos; se seu instinto diz "não", é melhor segui-lo. E não tenha vergonha de "armar um barraco". Cuidado com álcool e drogas. Essas coisas comprometem sua capacidade de tomar decisões responsáveis (e a de seu acompanhante também!). Se for beber, faça-o sabiamente. Esteja em condições de ir para casa sozinha e não dependa dos outros para cuidarem de você. Cuidado ao convidar alguém para sua casa ou ao aceitar ir para a casa de alguém. Esses são os lugares onde a maioria dos "estupros por conhecidos" acontece. Não caia na conversa dos outros. Sejam desconhecidos ou conhecidos, não acompanhe ninguém até um lugar que você não quer ou não acha seguro. Lembre-se do "maníaco do parque", que convencia as moças a irem com ele até um lugar escondido no meio de um parque! Caçadores de talento, de agências de modelos, não agem assim. Primeiro, é difícil isso acontecer. Todos os dias, centenas de moças procuram as agências. Ser descoberta na rua é caso muito raro. Mas, mesmo assim, um caça-talento fornece um cartão da agência e pede que a mãe ou responsável entre em contato. Não caia em conversa mole! Não se deixe surpreender. Agressões como estupros e mesmo roubos são bem-sucedidas quando a vítima é pega de surpresa. Por isso, mantenha-se em guarda. Procure não entrar em pânico ou fazer papel de vítima, ou seja, chorar e só! (p. 34) O que fazer se alguma amiga sua foi estuprada Ela precisa falar com os pais ou um adulto em quem confia. Ela vai precisar de companhia e apoio emocional. Acompanhada dos pais ou desse adulto, ela deve procurar uma delegacia. Estupradores nunca agem só uma vez. A queixa pode fazê-lo parara. Ela precisa de ajuda médica para se proteger contra doenças sexualmente transmissíveis, gravidez (fale sobre a "pílula do dia seguinte") e verificar se não sofreu ferimentos internos. Passado o choque inicial, é boa idéia procurar a ajuda de um(a) terapeuta profissional. Se ela não puder pagar, ajude-a a procurar faculdades de psicologia que oferecem terapia gratuita. Não deixe que transformem a vítima em culpada. Algumas pessoas pensarão (e até dirão): "Puxa, mas com as roupas que ela usa!", "é fácil dar mole e na hora H tirar o corpo fora!". Essas pessoas teriam reações diferentes se fossem elas as agredidas. Ela precisa de segurança e carinho. Estupro é uma violação extremamente traumática. Combine com a família dela e outros amigos para não deixá-la sozinha. Acredite nela. Vítimas de estupro precisam que os outros acreditem que o que ocorreu foi, de fato, um estupro. Deixe claro que o estuprador é um animal, que deveria estar preso. Esteja disponível. Ela pode sentir necessidade de conversar muito, ou em horas malucas. Pode ser que ela perca a confiança nas pessoas e não tenha mais em quem confiar a não ser em você. Deixe claro que, se precisar, ela pode ligar de madrugada. Não tente impor o que você acha certo. É importante que ela perceba que as pessoas ainda respeitam as decisões dela. Não se exceda ao demonstrar raiva e indignação pelo que aconteceu a sua amiga. Será muito ruim para ela ter de acalmar você além dela mesma. Lembrete: em casos de estupro, é muito importante a realização de um boletim de ocorrência e exame de corpo de delito. Isso se mostrará necessário mais tarde, se a vítima ficar grávida em decorrência do estupro e achar que, no caso dela, o melhor a fazer é interromper a gravidez. Alguns hospitais da rede pública fazem o chamado "aborto legal" e exigem as providências acima (boletim de ocorrência e exame) para realizá-lo. (p. 35) Os Pais Quando você entra na adolescência, adquire uma nova visão do mundo. Afinal, está deixando para trás a infância e se tornando uma adulta. Isso leva alguns anos e, durante um tempo, você pode ficar confusa sobre certos assuntos. Provavelmente, sua opinião sobre determinados assuntos será diferente da de seus pais e de outras pessoas. (Já falamos sobre isso no item Adolescência É Dúvida.) Para piorar as coisas eles vão se assustar com a idéia de ver a "garotinha deles" com vida própria: saindo sozinha, namorando, etc. O conflito é inevitável. Vocês estão em rota de colisão. Pior ainda: eles representam o poder. Assim, sabendo que o conflito existe, saiba como administrá-lo de forma produtiva. Afinal, esse confronto entre o seu conjunto de idéias e os valores de seus pais (e do mundo) faz parte da formação de uma personalidade madura e adulta. Esse processo de discordar é fundamental na criação do seu "código de valores". Contudo, para tornar sua vida mais fácil, não faça pirraça (e não se deixe levar pelas de seus pais). Você deve aprender a administrar seu relacionamento com os pais de forma que todos saiam ganhando. Lembre-se de que eles também estão aprendendo. Eles têm de saber como se relacionar com a "nova você". E isso é para a vida toda. Parece cansativo? Então encare essa "administração de conflito" como um "ensaio". Durante toda a sua vida você terá de administrar relacionamentos, com seu marido, com sua (seu) chefe, com colegas de trabalho... (p. 36) Regra 1 "Pais preocupados são pais que criam problemas." Voltaremos a esta regra mais tarde. Mas, por enquanto, basta saber que você deve fazer todo o possível para evitar que eles se preocupem. 1º Princípio materno e/ou paterno: Só quero o bem da minha filha. 2° Princípio materno e/ou paterno: Eu sei o que é melhor para ela. Em maior ou menor grau, seus pais acreditam nos princípios acima. Não adianta contestá-los. Regra 2 "Os pais não são de graça." Muita gente (incluindo adultos) se comporta como se as atitudes dos pais fossem gratuitas. Esse é um comportamento que se expressa por meio de atitudes "pai/mãe é pra isso mesmo", "foram eles que me puseram no mundo", "eu não pedi pra nascer". (Veja que engraçado: seus pais também não pediram para nascer!) Aprenda a respeitá-los de verdade. Não apenas como os "pais", mas como seres humanos. Pense: você quer ser respeitada. O que você gosta que façam por você? O que não gosta que façam com você? Use o mesmo princípio com seus pais. Exemplo: Você está assistindo a um programa de televisão e alguém muda de canal, para um programa que não lhe interessa. Como vai se sentir? Da mesma forma que você não quer que invadam seu espaço, preserve o dos seus pais. Pais preocupados "Pais preocupados são pais que criam problemas. Assim, você deve fazer o possível para evitar que eles se preocupem." Quando eles pedem que você telefone ao chegar a algum lugar, faça-o. (p. 37) Principalmente nas primeiras vezes que você sair sozinha, chegue no horário que eles determinarem. Lembre-se, eles precisam se acostumar com a idéia de ver a filhinha deles tornando-se mulher. Seguindo o mesmo princípio, não exagere em roupas, maquiagem e acessórios. Se você realmente precisar exagerar (se for a uma festa, por exemplo), explique antes - "mãe, eu vou a uma festa hoje, que roupa você acha que eu devo usar?". A solução acima é melhor do que aparecer vestida como uma spice girl e soltar algo como: "e aí, velho, me leva nesse agito?". Evitando que eles se preocupem, você estará ganhando sua confiança. Conquistando a confiança de seus pais, você estará conquistando mais liberdade. Rebeldia não leva a nada. Usar a cabeça, sim. Conhecendo Pessoas Já que você está vivendo mais por sua própria conta, é natural que conheça pessoas. Nas escolas, na academia, no trabalho. Enfim, passou aquela fase de conhecer gente por intermédio de sua mãe: "Oi, esta é a Manuela, minha filhinha!". (Filhinha? Francamente...) Cumprimentando Quando conhecer alguém da sua idade, a coisa é mais ou menos tranqüila. Basta olhar a pessoa nos olhos, sorrir e soltar um "Oi". Se você quiser, pode sapecar um beijinho na bochecha da menina ou menino. Depende de como você se sentir na hora. Só não vale baixar os olhos, ficar vermelha e não dizer nada. Com alguém mais velho (como um chefe em potencial, na sua entrevista para um emprego), é melhor olhar firme nos olhos, sorrir e apertar a mão com firmeza - porque simplesmente deixar sua mão na do outro, sem energia, vai fazer você parecer uma molenga. Se você estiver esperando pela pessoa, levante-se para cumprimentá-la. Sente-se quando isso lhe for oferecido ou quando o outro também sentar. Caso a mão da pessoa esteja suada, não enxugue a sua depois do cumprimento. Isso vai parecer muito grosseiro. (p. 38) Apresentando-se Estenda a mão e diga: "Oi, eu sou ª..", ou, ainda: "Olá! Meu nome é...". Novamente, se estiver conhecendo alguém da sua própria idade, pode deixar a mão de lado e apenas sorrir, ou, se esse alguém já for amigo da turma, pode tascar um beijinho na bochecha. Apresentando Pessoas Se você estiver com alguém e encontrar um conhecido, deve fazer as apresentações. É uma grande grosseria não fazê-lo. -- Cláudia, esta é a Samanta. - Ou simplesmente diga os nomes: -- Cláudia, Samanta. (Elas vão entender quem é quem.) Quanto à ordem de apresentação Apresente as mulheres primeiro: -- Cláudia, este é o Roberto. Os mais velhos aos mais jovens: -- "Seu" Paulo, esta é a Cláudia. Os mais "importantes" aos outros: -- Professora Ana, este é o "seu" Paulo. Sempre dia os nomes. Apresentações como: "Mãe este é o meu namorado!" são embaraçosas. Sua mãe não vai chamá-lo de "namorado" nem ele vai chamá-la de "mãe". Melhor seria: -- Mãe este é o Carlos, meu namorado; (e para seu namorado) o nome dela é Rosa. Se você está apresentando duas pessoas que vai deixar conversando, é sempre gentil introduzir algum assunto que possa interessar às duas. Por exemplo: -- Cláudia, esta é a Renata. Rê, a Cláudia toca piano. Se a Renata tocar guitarra, as duas podem conversar sobre música. Apresentando uma pessoa para um grupo Quando o grupo for razoavelmente pequeno - até umas cinco pessoas -, você pode fazer assim: -- Pessoal, esta é a Cláudia... Este é o Roberto, ela é a Camila, a de trás é a Alexandra, o de boné é o Antônio e esta é a Maria. Se o grupo for grande, simplesmente diga: - Pessoal, esta é a Cláudia. (p. 39) O que fazer se você esqueceu o nome de alguém? Você está com uma amiga e encontra alguém. Só que não lembra o nome... Humm, o que você faz? a. Finge que não vê e passa de fininho. b. Cumprimenta de passagem e vai se mancando. c. Pára e faz as apresentações. Alternativa C, claro. Mas você não sabe o nome! Faça assim: apresenta a sua amiga: - Oi, tudo bem? Esta é a Cláudia. O outro provavelmente, vai cumprimentá-la dizendo o nome: - Prazer, Roberto. E se você não entender o nome de alguém que lhe foi apresentado? Educadamente, diga que não entendeu: -- Desculpe, não entendi.(Só não exagere: - CUMÉ QUE É?) No caso de nomes estrangeiros ou exóticos, peça ajuda para pronunciar corretamente. Isso é melhor que fingir que entendeu e depois chamar Jesus de Genésio. (p. 40) Funções do Corpo É realmente estranho que coisas tão naturais como espirrar, tossir, assoar o nariz, bocejar e... bem, arrotar e soltar gases sejam consideradas grosseiras, Mas, já que esse é o caso, e a função deste livro é ajudá-la a sair de situações embaraçosas, vamos lá. Espirrar Espirrar não e, em si, um ato grosseiro. A forma de espirrar pode ser. Principalmente se você molhar quem estiver na sua frente e ainda soltar um comentário espirituoso, do tipo: "Opa, vai um guarda-chuva aí?". Quando sentir o espirro chegando, vire a cabeça para o lado (tirando os outros da linha de tiro) e cubra nariz e boca com a mão. Também, não faça mais barulho que o necessário, mas não tente segurar o espirro. É claro que, usando este método, você pode ficar com a mão cheia de... meleca. Não limpe na sua própria roupa (e muito menos na dos outros!). Vá até o banheiro mais próximo e lave a mão. Ou retire a meleca com papel higiênico. Se você estiver resfriada, aproveite e pegue um pouco de papel para levar com você. (p. 41) Tossir Aqui, também, a grosseria está no modo de tossir e não no ato em si. O método é o mesmo: vire a cabeça e cubra a boca com a mão. Caso sinta que está começando um grande acesso de tosse, e se estiver num local onde barulho pode atrapalhar os outros, como no cinema, teatro, etc., é gentil sair do local até o acesso passar. Assoando o nariz É melhor assoar que deixar escorrer. Faça-o sempre que necessário - desde que tenha um lenço à mão. Também nesse momento, é melhor virar o rosto, para evitar que perdigotos rebeldes atinjam os outros. Evite assoar o nariz à mesa, enquanto pessoas almoçam. Jogue no lixo lenços de papel usados, ou guarde no bolso o lenço de pano. Bocejar Cubra a boca quando bocejar. Não é necessário virar a cabeça. Embora bocejar não lance meleca ou saliva no ar, permite que todos observem detalhadamente sua boca, o que pode não ser uma visão muito agradável. Quando estiver conversando e sentir vontade de bocejar, tente segurar (principalmente se estiver conversando com alguém mais velho). A pessoa pode achar que você está cansada da conversa, o que é ofensivo. Arrotar Procure sempre segurar um arroto. Se não tiver jeito, coloque a mão na frente da boca (se tiver tempo) e peça desculpa imediatamente. Gases Nem é preciso dizer que soltar gases em público é uma grande grosseria. Se você, por acidente, deixar escapar um (vai saber, aquela feijoada...), finja que não aconteceu nada. Se alguém ouvir ou sentir o cheiro, continue fingindo. Encolha os ombros e diga que não ouviu nada. Ou concorde que "de repente pintou um cheiro ruim" e proponha sair daquele lugar. A conversa morre aí. Ninguém vai querer continuar um assunto tão sem graça. Sentir-se culpada é pior. Soltar gracinhas como: "Quem peidou fica com a mão amarela!" só entrega o ouro ao bandido. (p. 42) Comunicação Boa comunicação é poder. Sabendo se comunicar, você poderá expressar melhor seus pensamentos e sentimentos. Vale a pena se dedicar um pouco a isso. Neste capítulo vamos falar sobre cartas (elas podem ser muito úteis, tanto para escrever ao namorado quanto para se candidatar a um emprego), telefone e Internet. Escrevendo Cartas são instrumentos particulares de comunicação. Isso quer dizer, basicamente, que você não pode abrir cartas de outras pessoas, e que ninguém pode abrir as suas. Isso não é apenas educação, é lei. Como são particulares, não saia por aí mostrando uma carta que você recebeu. Talvez o remetente (quem enviou a carta - mas isso você já sabia!) não queira que outras pessoas leiam o que foi escrito para você. Cartões-postais são menos privados, por sua própria forma. Isso quer dizer que mostrá-los não é um grande problema. Dica: Quando estiver viajando (mesmo que seja uma viagenzinha), mande cartões-postais para seus amigos e amigas. Você não acredita a força que isso tem. Primeiro, as pessoas adoram receber correspondência; segundo, elas vão perceber que você se lembrou delas enquanto viajava, e pensarão em você com carinho. (p. 43) Não sabe o que escrever? Não se preocupe: Amiga(o), Estou aqui no Guarujá passando as férias. Nos veremos quando voltar. Tudo de bom para você. Um beijo, Cristina. Você pode incluir algum comentário sobre o local, algo que a tenha impressionado: "o pôr-do-sol aqui é lindo!", "o mar é verde-claro!", "tem uma montanha esquisita, subi nela ontem", e coisas assim. Ao escrever uma carta, talvez seja uma boa idéia fazer um rascunho. Rasuras e erros de ortografia comprometem a apresentação. Cartas profissionais devem ser datilografadas (o que está se tornando raro) ou digitadas. Esta é a melhor opção, pois a impressão a laser ou a jato de tinta oferece uma melhor apresentação, e isto conta na hora de procurar emprego. Ah, sim, use papel branco ou com algum tom claro. Papel de carta com florzinhas ou desenhos engraçadinhos, só para pessoas mais próximas. Cartas para amigos podem ser escritas a mão. Ao escrever cartas com mais de uma página, use folhas novas para cada página subseqüente, e não o verso da folha. O papel normalmente é transparente e as palavras aparecem no verso, o que dificulta a leitura. "P.S." significa post-scriptum, ou seja, é algo que lhe ocorreu após assinar a carta. Isso também só funciona para cartas informais. Em uma comunicação profissional, você deve parecer organizada. Então, "pense" a carta antes de escrevê-la. (p. 44) Forma Para amigos, a forma de uma carta não é tão importante. Pode ser uma boa idéia sempre começar com o local e a data, para o destinatário saber onde você estava e quando escreveu. Mais uma vez, em cartas profissionais é bom seguir umas poucas regrinhas. Pode usar a forma abaixo: Data Ilmo.Sr. (ou Sra,., Dr., etc. Cartas a autoridades devem usar Exmo.). Nome da pessoa Cargo Empresa Ref.: (o assunto sobre o qual você vai falar) Prezado Sr. Fulano, Ipsis litteris ipsis verbis, ipsis litteris ipsis Verbis, etc. Atenciosamente, Seu nome (assine no espaço acima de "seu nome") Seu endereço completo (com CEP, para permitir uma resposta) Telefone (para o caso de poder receber uma resposta por telefone) (p. 45) Se você dispuser de um computador e de uma impressora a laser ou a jato de tinta, pode criar seu próprio papel timbrado, escrevendo seus dados pessoais no cabeçalho ou no rodapé do papel, em um tipo de letra diferente da usada no corpo da carta. Só não faça nada muito estranho ou exagerado. Cartões. Em vez de escrever longas cartas, você pode usar cartões para determinadas mensagens. Podem ser desses cartões poéticos ou divertidos, dependerá do seu relacionamento com o destinatário. Apenas lembre-se de que não é bom usar apenas a mensagem que já vem impressa. Escreva algo, senão vai parecer que você está apenas cumprindo obrigação ou que não em imaginação. Dica: Um bom trabalho de relações públicas pode fazer maravilhas por sua vida social. Mande cartões-postais. Use também cartões de saudação. Envie cartões de aniversário(mesmo que não tenha sido convidada para a festa; no próximo ano, você será!), de Natal, boas-vindas, etc. Gentilezas são sempre bem-recebidas pelas pessoas. Os tratamentos Ao escrever para um amigo ou parente, use o nome ou apelido pelo qual é conhecido. Em cartas para um adulto que você não conhece, ou conhece pouco, ele deve ser tratado de Sr. Fulano de Tal. Ao escrever para uma mulher que você não sabe se é casada ou solteira, use Sra. antes do nome. Mas, se souber o estado civil da destinatária, use Sra.(para casadas) ou Srta.(para solteiras) Se a pessoa tiver um título, é bom usá-lo. Por exemplo: Prof., Dra. (p. 46) Envelope Procure usar envelopes padronizados pelos Correios. Isso facilita o trabalho deles e ajuda sua carta a chegar mais depressa. Esses envelopes vêm com o lugar demarcado para selo, endereço e CEP. Não escreva abaixo da linha do CEP, mas pode escrever o nome da cidade e sigla do Estado ao lado. No verso do envelope, escreva seu nome na linha "remetente" e o endereço abaixo. (p. 47) Telefone Atenda corretamente Diga simplesmente "Alô?". Quando o telefonema for para outra pessoa, pergunte "Quem vai falar?", para que ele/ela se identifique. Se for alguém que você conheça, cumprimente e peça para aguardar enquanto você chama a pessoa com quem ele deseja conversar. -- Alô? -- Por favor, a Marisa. -- Quem vai falar? -- É a Júlia. -- Oi, Júlia, aqui é a Renata, tudo bem? -- Oi, Renatinha, tudo bem, E você? -- Tudo bem. Espere um pouquinho que eu vou chamar. -- Obrigada! Variante 2: Marisa não está em casa. -- Alô? -- Por favor, a Marisa. -- Ela não está, quem gostaria de falar? -- É a Júlia. -- Oi, Júlia, aqui é a Renata. Quer deixar recado? -- Oi, Renata, só diga a ela que eu liguei, obrigada. -- De nada. Tchau! Nunca pergunte o nome de quem está chamando antes de dizer que a pessoa procurada não está. Do contrário, pode parecer que a pessoa que ligou está sendo evitada. (p. 48) Telefonando Identifique-se prontamente. -- Alô? -- Oi, por favor, a Cláudia está? Aqui é a Renata. -- Um minuto que eu vou chamar. Se você conhece a pessoa que atender, cumprimente-a. É muito comum que a mãe de sua amiga ou de seu namorado atenda. Seria grosseiro não cumprimentá-la. -- Alô? -- Dona Júlia? Aqui é a Renata. -- Oi, Renatinha, tudo bem? -- Tudo bem. -- Posso falar com a Cláudia? -- Claro. Vou chamá-la. -- Obrigada. Viu só? Simples e elegante. As mães de suas amigas (de amigos, namorados) vão achá-la uma graça e muito bem-educada. Terão prazer em saber que seus filhos ou filhas saem com você. Não dispare a falar Antes de começar a matraquear, pergunte se a pessoa do outro lado da linha está com tempo. Caso contrário, o telefonema pode se tornar uma chateação, e não um prazer. Eventualmente, sua amiga pode estar com uma visita, ou comendo. Peça para ela ligar para você quando puder, ou pergunte quando você deve ligar. Dê toda a atenção à pessoa com quem você está falando É muito irritante falar com alguém que não está lhe dando atenção. A pessoa fica pedindo para você repetir o que disse trezentas vezes, ou "some" da conversa. Faça uma coisa de cada vez. Se você está muito ocupada brigando com seu irmão, ou muito interessada na TV, peça licença ao seu interlocutor(ou seja, quem está do outro lado da linha) e ligue mais tarde. Respeite a pessoa que paga a conta Antes de fazer interurbanos, de ligar para números que cobram taxa extra (como serviços com prefixo 900) ou de ficar horas ao telefone, pergunte à pessoa que paga a conta (normalmente seu pai ou sua mãe) se você pode fazê-lo. (p. 49) Se estiver na casa de uma amiga, nem pense em fazer interurbanos, ligar para 900-alguma-coisa ou mesmo para celulares, cuja tarifa é bastante alta. Essa regra não se aplica no caso de você estar viajando com a família dela e precisar ligar para sua família. De qualquer modo, peça licença antes de fazer a ligação. Respeite todo mundo que mora na sua casa A adolescência é, também, a fase em que adoramos ficar horas ao telefone. Aquele famoso diálogo namorado/namorada é mais comum do que pensamos: -- Desliga, vai! -- Não, desliga você! -- Ah, desliga você! -- Ah, não, desliga ... E assim vai, por horas. Também não vamos aconselhar o impossível, dizendo que o telefone é para conversar o essencial e que, portanto, você deva deixar o bate-papo para quando estiver com a pessoa. Mas é possível seguir algumas dicas para tentar deixar todo mundo contente. Quando você sabe que vai ficar um tempão ao telefone 1. Em primeiro lugar: escolha um horário que seja menos concorrido. 2. Pergunte às pessoas da casa se alguém está esperando um telefonema. 3. Pergunte se alguém está planejando usar o telefone nos próximos minutos (não diga nas próximas horas; pega mal e vai deixar seus pais irritados). (p. 50) 4. Se, depois que você já estiver falando há um tempão, alguém lhe pedir para desligar (porque precisa usar o telefone), peça desculpas à pessoa do outro lado da linha, diga que precisa desligar e que volta a ligar em outra hora. Lembre-se: diplomacia é essencial na vida. Tem gente que faz pirraça quando alguém pede para usar o telefone, ficando ainda mais tempo na linha do que o necessário. Usam o princípio incorreto do "cheguei primeiro, o telefone é meu". (Principalmente quando é o irmão ou a irmã quem pede.) Esse princípio pode parecer justo, mas lembre-se: cortesia não custa nada e só faz bem. Se você pisa no calo do seu irmão, amanhã ele pisa no seu - e pode ser bem quando você estiver realmente precisando. Anote recados para os outros Quando você atender a telefonemas que não forem para você, anote os recados e coloque-os em lugares que, com certeza, as pessoas verão (como a porta da geladeira). Lembre-se: cortesia puxa cortesia. Você, com certeza, quer receber os seus recados. Não dê informações a estranhos. Nenhuma! Existem dois profissionais que freqüentemente ligam para pessoas que não conhecem: operadores de telemarketing e golpistas. Tele marketing: Estão tentando lhe vender algo. Deveriam, por educação, dizer logo qual o produto ou serviço antes de tomar seu tempo. Mas, sabe-se lá por quê, pedem muitas informações antes de dizer o que querem. Golpistas: são pessoas que dão golpes; um tipo de ladrão. Para tanto, procuram informações sobre sua família. Não dê informações sobre você ou sua família a ninguém que não conheça, por mais convincente que possa soar ao telefone. (p. 51) E se alguém ligar dizendo que é o gerente do banco de sua mãe e precisa saber algo sobre ela? Pode dizer, a quem quer que seja, que você não está autorizada a informar nada. Mas que pode passar o recado a ela. Não dê o telefone do trabalho de sua mãe para que a própria pessoa entre em contato. Seja educada ao negar. Pode ser que a pessoa realmente conheça seu pai ou sua mãe. Às vezes, porém, quem está do outro lado da linha não demonstra educação. Não se preocupe em usar a sua: -- Alô? (Esta é você.) -- Eu queria falar com a dona da casa. -- Quem é? -- Uma amiga. -- Qual o seu nome, por favor? (Aqui você ainda está sendo gentil.) -- Pode dizer que é uma amiga. (Por que ela não quer dizer o nome? Provavelmente porque sua mãe não a conhece.) -- Se você não disser o nome não vou chamá-la! (Assim mesmo, direta!) -- Maria. (Não duvidaria se o nome fosse falso.) -- Qual assunto, Maria? (Ela já deu motivos para você ser, digamos, um pouquinho chata.) -- Você não pode chamá-la, por favor? (Assim já é demais!) -- Não. E eu preciso desligar. (E desligue. Você não tem tempo a perder com essa pessoa.) Algumas lojas ligam para confirmar endereço. O que fazer? Caso seus pais tenham ido às compras e estejam pagando em cheque ou abrindo crédito, pode ser que a loja telefone para o número que eles forneceram para confirmar o endereço. Será que você deve quebrar a regra de não dar informações a estranhos? Depende. Primeiro, a pessoa que está ligando deve se identificar: -- Alô? (Esta é você.) -- Oi. Aqui é Fátima, do crediário das Lojas São José. O Sr. Raimundo das Couves (seu pai) forneceu esse telefone como de sua residência. A senhora confirma?(Senhora, puxa!) Pode confirmar. Ela pode querer confirmar o endereço, também. Aqui, preste atenção: ela deve dizer o endereço. A você cabe apenas confirmar. (p. 52) Internet Com um computador, um modem e um software adequado, você pode se comunicar, quase instantaneamente, com pessoas em todo o mundo, pagando apenas a ligação local (ou seja, da sua casa até a empresa que lhe fornece o acesso à Internet). A Internet cresce tão rapidamente que, mesmo que hoje ainda não a utilize, com certeza você em breve estará conectada. Assim, vamos falar um pouco de netiqueta (termo para etiqueta na Internet). A Internet é bastante informal. Os usuários chamam-se de você e escrevem num estilo mais pessoal. Em vez de "Prezado Sr." ou " Cara Sra.", é mais comum usar um simples "Oi!". Da mesma forma, ao terminar uma mensagem (que é uma carta eletrônica), dificilmente se usa "atenciosamente" ou "respeitosamente". Fecha-se a mensagem com "valeu!", "tudo de bom", "abraços", etc. Escreva de forma legível. Grafe corretamente as palavras, dê espaço entre parágrafos e tenha cuidado ao usar letras maiúsculas - de acordo com a netiqueta, escrever em maiúsculas SIGNIFICA GRITAR! Alguns usuários da Internet usam emoticons, abreviações e códigos em suas mensagens - também chamadas e e-mail (electronic mail = correpondência eletrônica). Exemplos: Emoticons são aquelas "carinhas" formadas com letras números e sinais de pontuação: Sorriso :) Triste ;) Triste :( Assustado 80 Muito feliz :D (p. 53) Já as abreviações e códigos podem confundir usuários menos experientes. Use quando souber que quem for receber compreenderá. É a mesma coisa que gíria. "Recebi l l/2 do Carlos" = Recebi uma mensagem por e-mail do Carlos. Responda prontamente às mensagens que receber A Internet é um meio de comunicação muito rápido. Segundos depois de você apertar o botão Enviar, sua mensagem chegará ao destino. Assim, não demore dias para responder ao e-mail de um conhecido. Por outro lado, existe na Internet o chamado spam. Trata-se de correspondência não solicitada. Ou seja, é como folhetos de propaganda que sua família recebe pelo correio. Você não precisa dar a menor atenção ao spam. (p. 54) Comer Todos nós sabemos o básico sobre comer - e não estou falando sobre levar comida à boca, mastigar e engolir. Mas, de vez em quando, nos deparamos com situações em que ficamos em dúvida sobre o que fazer. Logo veremos as dúvidas que costumam ser as mais comuns. Mas, antes, vamos relembrar as boas maneiras à mesa... Use o garfo e faca corretamente. Não picote toda a comida para depois ir comendo os cubinhos Corte cada pedaço de comida antes de levá-lo à boca. Não espete o bife (ou outra comida) com o garfo nem corte o pedaço a ser mastigado com os dentes.(já passamos da Idade da Pedra...) Pegue porções moderadas com o garfo, que lhe permitam mastigar calmamente, de boca fechada. Não ponha comida demais na boca. Ainda que você consiga mastigar de boca fechada, todos perceberão seu esforço em mastigar. (O que é nojento! ECA!) Mantenha-se ereta na cadeira, sem apoiar braços nem cotovelos na mesa enquanto come. Não se abaixe, levando a boca ao prato. Leve a comida até a boca com o garfo. Não deixe os braços ao redor do prato, como se estivesse defendendo a comida com a vida. Se quiser, ao terminar elogie a comida. Não diga gracinhas como "estou cheia!"; "comi feito uma porca!". Não faça barulhos desagradáveis, como ficar batendo o joelho embaixo da mesa ou raspar o garfo ou a faca no prato. Não é necessário que digamos para você não fazer nada grosseiro, como tirar meleca do nariz, das orelhas, dos dentes ou das unhas. (Isso talvez fosse preciso num livro para garotos.) Você pode retocar seu batom após o jantar, mas vá para o banheiro se for refazer toda a maquiagem ou se precisar escovar o cabelo e lixar as unhas. (p. 55) Comendo fora Onde se sentar Na cadeira, é claro. Mas, falando, sério, se você estiver na casa de alguém, fique perto da mesa até que alguém lhe indique onde sentar. Se ninguém falar nada, pergunte à pessoa que parece estar no comando (a dona da casa, por exemplo). Se ela disser que você pode escolher, escolha. Em restaurantes a situação é menos rígida. Se estiver com sua família, normalmente vocês já têm sua própria organização. Com amigos, não existem regras. Se estiver com a família do seu namorado, é claro que vai querer se sentar perto dele. O guardanapo Em restaurantes, normalmente usam-se guardanapos de pano. Aqui vão algumas dicas sobre seu uso: Quando a comida chegar, abra o guardanapo sobre suas pernas. Alguns livros de etiqueta falam em nunca prender o guardanapo no colarinho. Realmente, em restaurantes chiques ou em situações formais, não pega bem. Mas se você estiver em uma cantina, comendo aquele espaguete com molho vermelho, e estiver tremendo de medo de que o molho caia na sua blusinha de seda que custou aquela grana, não se acanhe. Sorria, solte uma frase como "pessoal, vocês vão me desculpar, mas estou com medo do molho!". E ponha o babador! Eu já disse antes e repito: confie nos seus instintos. Essa minha "lei" deriva da primeira Lei de Murphy: "Se algo tiver a possibilidade de dar errado, tenha certeza, dará errado!" Ou seja, não dê sopa para o azar. Se você achou que pode cair molho na sua roupa, isso vai acabar acontecendo. O guardanapo permanece sobre as pernas até o fim da refeição, o que inclui a sobremesa. Você pode usá-lo, é claro, para limpar a boca. (p. 56) Para limpar a boca, não esfregue o guardanapo em seu rosto como se estivesse limpando o chão da cozinha. Apenas pressione-o delicadamente contra os lábios. Se você precisar se levantar durante a refeição, deixe o guardanapo ao lado do seu prato. Ao voltar, recoloque-o sobre as pernas. Não use o guardanapo para limpar pratos, copos ou talheres sujos. Se algo não estiver devidamente limpo, peça outro ao garçom. Não assoe o nariz no guardanapo. Ao terminar de comer, simplesmente coloque o guardanapo ao lado do prato. Não o dobre. Deixe-o naturalmente amassado. (O que não quer dizer que você deva se divertir fazendo uma bolinha com ele - apenas tire-o do seu colo e coloque-o ao lado do prato.) Caso o prato já tenha sido retirado, ponha o guardanapo na mesa, à sua frente. Guardanapos de papel indicam que o restaurante é pouco forma. Se puder, use as mesmas dicas acima. Mas, às vezes, nem é possível colocar o guardanapo de papel sobre as pernas. Então, deixe-o na mesa, mesmo. Quando comer Você foi servida, mas outras pessoas ainda estão sem comida. Pode começar a comer? O mais correto é esperar pelos outros. Alguém pode lhe dizer: "Coma antes que esfrie!". Então você pode começar a comer. O garfo caiu no chão Se o garfo ou a faca cair no chão enquanto você come, peça outro ao garçom. Caso esteja na casa de alguém, pergunte onde você pode pegar outro. (Se a dona da casa leu este livro, assim que seu garfo cair ela vai se levantar para pegar outro!) Cotovelos na mesa? As regras de etiqueta já não são tão rígidas. Na verdade, alguns parágrafos atrás eu disse para você não apoiar os cotovelos na mesa enquanto come, porque isso é terrível para a sua postura e vai fazer parecer que você está comendo num cocho. Mas, enquanto conversa, ninguém vai reparar se apoiar os braços. (p. 57) Passando comida Não se estique sobre a mesa. Precisando de algo que esteja fora de seu alcance, peça a quem estiver perto para passá-lo a você. Se alguém pedir para passar algo, como pão, torradas, etc.., passe a travessa, para que a própria pessoa pegue seu pão. Não toque na comida que os outros irão comer. Enxugando o molho com pão Não há nada de mais em passar o pão no molho que sobrou daquela massa ou carne. Mas faça-o delicadamente, apenas tocando o molho com o pão, sem passá-lo para cá e para lá no prato, deixando-o limpo como um espelho. O que fazer com pedaços de osso, caroços e comida muito quente Se você estiver comendo e sentir na boca um pedaço de osso, uma espinha de peixe ou um caroço, não é necessário escândalo. Em silêncio, leve a mão até a boca e recolha, discretamente, o intruso. Em seguida, coloque-o na borda do prato. Cuidado com caroços: quando estiver se deliciando com alguma comida que tenha, por exemplo, azeitonas com caroço, mastigue com calma. Se mastigar um caroço com muita força, poderá até quebrar um dente! (p. 58) Com relação à comida muito quente, as boas maneiras têm de ser postas de lado. Se você for servida de algo que esteja fumegante (soltando rolos de fumaça), espere um pouco para comer. Depois, pegue um pedacinho com o garfo e experimente nos lábios. Se estiver numa temperatura adequada, vá em frente. Contudo, você pode se distrair e colocar na boca algo muito quente - um pedaço de lasanha que acabou de sair do forno, por exemplo. A regra é: se estiver muito quente para permanecer na boca, não engula. Essa é a hora de ignorar as boas maneiras. Abaixe-se até o prato e devolva a comida. Em seguida, tome algum líquido (o que estiver na sua frente) para esfriar a boca. Só então desculpe-se pelo ocorrido. As pessoas que estiverem com você ficarão mais preocupadas com seu bem-estar do que em reparar numa suposta falta de educação. Na verdade, se a sua boca não estiver suportando o calor da comida, o resto do seu aparelho digestivo também não suportará. Se engolir, poderá conseguir uma queimadura interna. Isso aconteceu com a mãe de um amigo meu. Ela ficou com vergonha de cuspir uma lasanha terrivelmente quente e engoliu. Queimou o esôfago e precisou fazer um tratamento bem desagradável. Acontece que, geralmente, a pessoa está distraída na hora em que põe a comida fervente na boca, e entra em pânico quando sente o calor. Saber o que fazer - cuspir - evita o pânico. O mesmo vale para comida muito "quente", ou seja, muito apimentada. Algumas pessoas simplesmente não suportam pimenta. Outras nem sequer podem ingerir, pois podem ficar doentes por causa disso. Tem alguma coisa na minha comida! No restaurante Se encontrar algo estranho na comida, aja com discrição. Não faça escândalo. Espere que todos terminem de comer e avise o garçom. Você merece desculpas, no mínimo. Mas, se você estiver dividindo um prato com alguém e encontrar algo realmente nojento, é melhor avisar logo. Senão, a pessoa pode ficar brava com você: "como me deixou comer isto?!". (p. 59) Na casa de alguém Procure ignorar. Mas, se encontrar algo estranho o suficiente para lhe fazer parar de comer, pode ser que sua anfitriã (ou anfitrião) repare. Diga que "está uma delícia, mas meu dente voltou a doer. Não se preocupe, por favor! Logo passa". Afinal, imagina-se que quem preparou o jantar o fez com carinho, dando o melhor de si. Não há motivos para humilhar essa pessoa publicamente por causa de uma eventual falha. De que jeito eu como isto? Todo mundo passa pela situação de não saber como enfrentar uma comida. Existe uma boa dica para se sair bem: observe. Se estiver na casa de alguém, veja como faz a dona da casa. Num restaurante, normalmente você vai pedir algo que sabe como comer, mas, se alguém escolheu seu prato (dizendo "você precisa experimentar isto!"), pergunte-lhe como comer. Sinceridade é a melhor saída. Coisas muito grandes Em determinadas ocasiões - especialmente coquetéis -, comidas são servidas em tamanhos próprios para se levar à boca e mastigar. Contudo, se você achar que o tamanho é meio impróprio (muito grande), e não vai conseguir mastigar de boca fechada, não há problemas em morder aquele bocado, dividindo-o. (p. 60) Sanduíches com talheres? Alguns restaurantes servem sanduíches com garfo e faca. Geralmente são sanduíches muito grandes para se comer com as mãos - beirutes, por exemplo. Mas se for um simples hambúrguer, e você não conseguir imaginar um modo de comê-lo com os talheres, pode pegá-lo com as mãos. Apenas não lamba os dedinhos - use o guardanapo para limpá-los. Pauzinhos japoneses Se não souber comer com pauzinhos - que se chamam hashi (pronuncia-se ráxi ou raxí) -, não entre em pânico. Primeiro, porque não é tão difícil, e alguém vai ter prazer em ensiná-la. Segundo, porque você pode pedir garfo e faca, o que não é, de jeito nenhum, falta de educação. Para aprender a comer com hashi é preciso praticar, e aqui vão alguns princípios: 1. Coloque um dos pauzinhos apoiado na forquilha entre o dedão e o indicador e no dedo médio. Este hashi é o apoio. Ele fica imóvel enquanto você come. 2. Prenda o segundo hashi entre o dedão e o indicador. Este hashi funciona como uma alavanca, "pinçando" os alimentos. (p. 61) Ocasiões chiques Talheres, tantos talheres! Em restaurantes e lugares finos, pode ser que você encontre vários talheres. Ou, pelo menos, duas facas e dois garfos. Pode usar aquela dica que nós citamos: observe a anfitriã ou o anfitrião. Mas isso, às vezes, pode ser difícil. Num banquete de casamento, você pode estar numa mesa e anfitriã em outra, muito longe. Então, mais uma dica: use primeiro os talheres mais afastados do prato. Normalmente, os talheres menores são para a salada ou entrada. Os talheres maiores são para o prato principal. Se houver mais facas que garfos, a menor faca é a da manteiga. Acima do prato ficam os talheres de sobremesa. Copos, tantos copos! Mais uma vez, o normal é que, em jantares ou almoços finos, haja dois copos para cada convidado. Um é o copo para a água, e o outro para o vinho. Lembre-se: por lei, é proibido servir bebidas alcoólicas a menores de idade. Pelo menos você já aprendeu para que serve cada copo. Sobremesa logo após a entrada? Pode ser que, após a entrada, sirvam-lhe um sorvetinho meio azedo. Isso é muito chique. Chama-se sorbet, e é, digamos, para "limpar seu paladar", deixando-o prontinho para o prato principal. Não vá pensar que estão servindo a sobremesa e soltar algo como "mas só isso de comida?!". (p. 62) Lavanda Se lhe serviram algo que se come com as mãos (alcachofra, por exemplo), pode ser que lhe forneçam, em seguida, uma tigelinha para lavar os dedos (que você deve enxugar no guardanapo). Essa tigelinha é a lavanda. Não a beba! Comendo em restaurantes Cheguei ao restaurante. E agora? Aguarde um pouco junto à entrada. Normalmente um mâitre ou garçom irá atendê-la. Diga para quantas pessoas deve ser a mesa e, em alguns lugares, se quer ambiente de fumante ou de não fumante. Fique à vontade para recusar mesas próximas ao banheiro, à janela, enfim, o que lhe desagradar. Se estiver acompanhada por um homem ou por pessoas mais velhas, estas provavelmente se ocuparão da escolha. Pode ser também que não apareça ninguém para atendê-la logo na entrada. Então, escolha uma mesa e sente-se. Como chamar o garçom Normalmente, cada garçom atende a um grupo de mesas. Mas, se você chegou ao restaurante, sentou-se e ninguém a atende, chame qualquer um. (Embora, talvez, fosse melhor procurar um restaurante onde o serviço fosse melhor!) Para chamá-lo, espere um momento em que ele esteja olhando na sua direção e erga o braço. Quando ele olhar para você, sorria e acene. Se estiver difícil, pode chamar: "Por favor!...". Quem pede a comida? Antigamente a moça dizia ao namorado (ou acompanhante do sexo masculino - o pai, por exemplo) o que desejava. Então, ele fazia os pedidos ao garçom. Hoje em dia isso mudou. Normalmente, o garçom pergunta diretamente às pessoas na mesa, começando pelas mulheres. Seria uma falta de educação ignorar a pergunta dele. Então, diga o que você quer. É simples. (p. 63) Pães em restaurantes Parta o pão com as mãos - não é preciso usar faca. Então passe manteiga só no pedaço que você vai comer. A faquinha para manteiga normalmente fica próxima ao prato de apoio (o pratinho ao lado do prato grande). Ou, então, ela fica ao lado da faca grande. Provando a comida dos outros Tudo bem, desde que feito com educação e com gente que você conhece. Se é seu primeiro jantar com os pais de seu namorado, talvez a sogra fique meio constrangida com você espetando o peixe no prato dela. Antes de mais nada, peça. Depois use seu próprio garfo para pegar um bocado. Se alguém pedir para provar a sua comida, lembre-se de tirar seus próprios talheres do caminho. Garfo e colher para a sobremesa? A idéia é que você segure a danada com o garfo enquanto come com a colher, para ela não sair voando. Isso é particularmente útil quando estiver tomando aqueles sorvetes confeitados, que adoram escorregar do prato para o chão. Se for destra, segure o garfo com a mão esquerda e a colher com a direita. Se for canhota, vice-versa. Mas, se você preferir usar só a colher, tudo bem. Estão lhe pagando o jantar. Dois conselhos e dois agradecimentos. Alguém a convidou para jantar fora, tudo pago. Primeiro, agradeça. Depois, não peça nada muito mais caro do que quem está pagando. Pode parecer abuso. E mesmo se não gostou do jantar, do serviço ou do local, diga que "adorou" ou, pelo menos, que foi "muito legal". (É claro que, se o garçom derrubou a sopa no seu colo, tratou-a mal e aquela pedrinha na comida - sem tempero - quebrou-lhe um dente, um elogio vai parecer falso.) No final, agradeça novamente. (p. 64) É justo dividir a conta por igual, quando se sai em grupo? Normalmente é o mais legal. Frases como "você comeu 17 centavos a mais" podem criar um certo clima constrangedor. Depois, quando o grupo é grande, pode-se perder muito tempo até descobrir quanto cada um consumiu. Mas, se houver uma grande diferença entre o que cada um comeu, é justo que cada um deve pagar o seu. O que fazer se você não tiver dinheiro Não saia de casa. A menos que alguém tenha se oferecido para pagar sua conta. Caso você tenha realmente se esquecido de levar dinheiro, pergunte educadamente à sua amiga se ela se importaria em pagar. Diga que irá reembolsá-la assim que vocês se virem novamente - no máximo no dia seguinte. Não diga "eu pago a próxima!". Ela não estava esperando ter de lhe emprestar dinheiro, e esse valor pode lhe fazer falta até que você pague. Não se esqueça de agradecer. (p. 65) Ocasiões especiais Casamentos É obrigatório dar presentes em casamentos? Sim, absolutamente, sim! Provavelmente, seus pais vão tratar disso. Mas não custa pensarmos um pouco no assunto. Se você for convidada para um casamento, mas não puder ir, ainda assim poderá enviar um presente. Embora, neste caso, não seja obrigatório, o presente diz, mais ou menos: "Puxa, gostaria de ter ido, mas não foi possível!". Sem presente sua ausência pode soar algo como: "não me importo com você!". O presente deve ser para a noiva e para o noivo, mesmo que você só conheça um deles. Ou seja, presentes que sejam de uso exclusivo de um dos dois não são a melhor escolha. Alguns casais deixam a "lista de presentes" em alguma loja de departamentos. Dessa lista consta o que eles gostariam de ganhar. Normalmente, ela é preparada com itens cujo preço varia do barato ao caro. Deve-se escolher um presente especial, mas que não seja mais caro do que aquilo que você (ou seus pais) pode pagar. Se não houver lista de casamento, você pode escolher alguma coisa para a casa. Escolha algo de cor neutra, que combine facilmente com outros elementos da casa. Assim, em vez daquele processador de alimentos rosa-choque, escolha um branquinho. Envie o presente para a casa da noiva (ou da mãe da noiva) antes do casamento. Se os noivos já moram juntos (o que não é incomum hoje em dia), mande o presente para a casa deles. Se não conseguir entregar o presente antes (por exemplo, e você mora em outra cidade), não faça a entrega na igreja. Deixe para dá-lo na festa ou, se não houver festa, na saída da cerimônia. E entregue para a mãe da noiva ou para alguém da família, nunca diretamente para um dos noivos. Eles estarão muito ocupados tirando fotos, cumprimentando os convidados, etc., para se ocuparem de mais um problema. (p. 66) Os cumprimentos Normalmente, os noivos ficam à porta da igreja ou do salão de festas esperando os cumprimentos. Forma-se, então, uma fila de convidados para cumprimentá-los. Entre na fila e, na sua vez, seja breve. Diga simplesmente: "felicidades, você está linda!" (para a noiva, é óbvio). Se todos os convidados forem se estender nos cumprimentos, isso não vai acabar nunca. Caso os pais dos noivos estejam na linha de cumprimentos, diga-lhes que "a cerimônia foi linda", "a decoração da igreja (ou do templo, da sinagoga, etc.) estava maravilhosa", etc. O que vestir Casamentos são cerimônias formais. Se houver festa, então, nem se fala. Agora, se foi convidada para estar no altar, prepare-se: você precisará de um vestido bem transado. As opções são muitas, desde encontrar aquela costureira de bairro que faz maravilhas por um preço razoável até gastar uma nota preta (se você tiver) numa loja famosa. Outras opções são brechós, pontas de estoque e aluguel. Antes de achar que aluguel é a solução, pesquise. Muitas vezes o aluguel de um vestido de festa sai pelo mesmo preço de um vestido novo. Se não vai ficar no altar, você pode optar por um vestido mais discreto, que lhe servirá (ou já serviu) em outras ocasiões que não apenas em casamentos. (p. 67) Bebês recém-nascidos É costume mandar um cartão de "parabéns" para os pais. E, a menos que você seja bastante próxima deles, evite visitas na maternidade. A mãe vai estar abatida devido ao parto, e já terá de agüentar todas as tias e primas. Vá visitá-la quando estiver em casa, levando alguma roupinha ou brinquedo para o bebê. Se ele tiver irmãs ou irmãos, pode ser legal dar algo a eles também, para que não sintam que o recém-nascido está roubando toda a atenção - desde que você tenha dinheiro e vontade de fazê-lo. É claro que, se o nenê for de parentes ou amigos da família, seus pais se ocuparão da parte "diplomática". Nada impede que você faça suas próprias gentilezas, principalmente se tiver um carinho especial pela mãe do nenê - pode ser aquela prima especial ou aquela amiga da sua mãe que sempre tratou você também como amiga. (p. 68) É menino ou menina? Espera-se que você já saiba o sexo da criança quando for visitá-la. Se não souber, ou não se lembrar, não pergunte. Alguns pais ficam magoados quando alguém pergunta o sexo da criança ou quando você chama ela de ele. Não há muita razão para isso, já que todos os recém-nascidos têm cara de joelho. Portanto, se você não conseguir adivinhar pelas roupas (azul para meninos, rosa e lacinhos para meninas), ainda existem alguns truques: Pergunte o nome do nenê, evitando usar pronomes - "qual o nome desta gracinha?". Isso resolve o problema em noventa por cento dos casos. Há o risco de o nenê se chamar Juracy... Caso a criança realmente tenha algum nome unissex, aguarde um pouco. Deixe a conversa fluir que o assunto acabará se revelando. Se por acaso você chamar o nenê de "ela" e os pais lhe corrigirem, diga algo como: "me desculpem, é que ele é tão lindo!". Ou, então, se chamar de "ele" e os pais torcerem o bico, você pode dizer: "me desculpem, nas ela parece tão forte!". Cerimônias religiosas Se você for convidada para uma cerimônia de uma religião que desconhece (e que pode ser a sua...) , não se assuste. Ninguém espera que você seja uma especialista na religião deles. Apenas vista-se com sobriedade e respeite a cerimônia. Nada de risos ou comentários engraçadinhos sobre coisas que você estranhe. (Na verdade, nenhum comentário - dentro de um templo, é o sacerdote quem fala!) Velórios e enterros Em situações como essas, não há muito o que dizer ou fazer que realmente conforte os parentes do morto. Demonstre carinho e apoio. Você pode usar frases tradicionais como: "meus pêsames", "meus sentimentos" ou "sinto muito". Mas talvez o melhor seja um abraço silencioso. Se alguém da família do falecido for rude com você, não leve em consideração. As pessoas estão estressadíssimas e não darão atenção a "civilidades". Já me aconteceu de perguntar ao irmão do morto: "como você está?", e ele respondeu, agressivo: "como você acha que estou?!". Isso acontece, e não devemos nos ofender. (p. 69) Faça o que puder para tornar o dia do velório (e/ou do enterro) o mais confortável para a família enlutada. Não se ponha ao lado do caixão chorando compulsivamente. Isso vai fazer com que as pessoas de luta sintam-se na obrigação de confortá-la. Tudo bem que você tenha sentimentos e que derrame suas lágrimas. Mas não faça escândalo. Não se ofereça para fazer nada. Simplesmente faça. Quero dizer o seguinte: não pergunte à mãe do morto se ela quer que você faça um café. Ela já tem muito com o que se preocupar para ter que tomar mais essa decisão. Vá à cozinha e faça o café. Depois leve-lhe uma xícara. Assine o livro de presença Normalmente, no velório há um livro de presença. Assine. A família pode querer guardar como recordação e vai ficar contente ao saber que você esteve junto nesse momento difícil. Não se preocupe com o que dizer Mesmo porque não adianta nada. Não é uma perda que se possa remendar com palavras. Também não fique lembrando de virtudes do morto. Pode ser constrangedor e ainda mais triste. DEFINITIVAMENTE, NÃO diga nada que desmereça o falecido. Não conte piadas Pode ser tentador animar as pessoas, mas as piadas não vão funcionar e acharão que você é doente da cabeça. Não tente confortar os outros em frases do tipo "ela estava tão doente que, com certeza, está melhor agora!", "aposto que ele já está no céu, jogando futebol com os anjos" e "pelo menos morreu rápido!". Ou seja, não tente encontrar o lado bom da morte. Essa é uma questão filosoficamente muito profunda, que pode até ser discutida, mas em outra ocasião. (p. 70) A roupa certa O tradicional é alguma roupa preta e discreta. Ou seja, aquele tubinho sexy, ainda que preto, está fora! O bom senso é suficiente: evite camisetas com frases engraçadinhas, roupas muito decotadas ou extravagantes. Jeans e camiseta podem ser apropriados, desde que a camiseta seja discreta e as calças não muito justas. (p. 71) Amigos em casa de Amigos Algumas coisas são comuns na adolescência. Passar algum tempo, ou mesmo dormir, na casa de amigas é uma delas. Eventualmente, você pode ser convidada para viajar com uma amiga. Ou você mesma pode convidar alguém para dormir na sua casa ou para viajar com vocês. Como ser uma boa anfitriã É fácil ser uma boa anfitriã. Simplesmente, faça a convidada (ou convidado) se sentir bem e tão confortável como em sua própria casa. Isso não significa deixar o hóspede fazer o que quiser - o que nem sempre é possível ou agradável. O melhor a fazer é ajudar sua amiga a compreender (e realizar) as rotinas da sua casa. Assim, antes que seus hóspedes precisem da informação, avise-os sobre: O horário das refeições. Os procedimentos quanto a usar as instalações da casa, como o banheiro. Por exemplo, se é costume enxugar o chão após o banho, mostre onde está o pano. O horário em que normalmente você vai dormir. As tarefas da casa que são sua responsabilidade (se sua amiga quiser ajudar, tudo bem, caso contrário, ela pode assistir à televisão, ler um livro, etc.). Os horários em que você tem tarefas determinadas: estudar, assistir àquele programa favorito de TV, etc. Algum cômodo ou equipamento da casa que você não possa usar (por exemplo, o computador do seu pai). Se você não pode, sua hóspede também não. Coisas quebradas na casa: alguma cadeira, maçaneta, janela, etc. Caso contrário, a hóspede poderá se envolver em algum acidente e sentir-se terrivelmente mal, achando que foi a culpada. (p. 72) Se a hóspede pode se servir quando estiver com fome ou sede, se tem liberdade para abrir a geladeira e armários para pegar lanches e refrigerante. Avise-a também, mesmo que ela possa se servir, se existem itens que não devem ser tocados, como o suco do seu irmão mais velho e violento, o iogurte dietético da sua mãe, etc. Quaisquer outras informações a respeito de sua casa. Por exemplo, se o seu pai é mal-humorado de manhã e grita com qualquer um que lhe dirija a palavra enquanto lê o jornal, se sua mãe (ou alguém) tem um lugar favorito à mesa, etc. Instruir sua amiga (ou seu amigo) sobre a rotina do lar é muito importante. Existem casos em que, por exemplo, a mãe deixa a filha trazer a amiga, mas o pai não gosta muito da idéia. Então ele encontra algo errado, sabe que foi a hóspede e dá uma bronca nela. Isso é terrivelmente embaraçoso. Tanto para você como para sua amiga. Assim, você deve pedir a seus pais e irmãos que, se tiverem alguma reclamação contra sua amiga, que a façam primeiro a você, que transmitirá, do seu jeito, a ela. Ela era um doce na escola, mas na minha casa está insuportável! Isso acontece. E muito. Por isso alguns casamentos não dão certo: algumas pessoas se dão bem desde que não tenham de conviver. Porque a convivência sempre gera conflitos: é a calcinha fora do lugar, o chão do banheiro molhado, a falta de costume em colaborar, etc. Este problema torna-se maior se sua amiga for passar as férias com sua família, você vão ficar quinze dias juntas e nada dá certo. Todos estão irritados com ela (incluindo você) e não sabem o que fazer. O melhor seria chamá-la para um canto e ter uma conversa séria, procurando esclarecer quais são os pontos de conflito. Agora, se mesmo isso não resolver (ou pelo menos acalmar as coisas), pode ser necessário perguntar-lhe se ela não prefere ir embora (se isso for viável, se algum adulto puder levá-la; lembre-se de que sua família é responsável por essa pessoa!). Afinal, ela também não deve estar se sentindo muito bem. (p. 73) Para evitar uma situação dessas, é sempre bom convidar sua amiga, primeiro, para um fim de semana em sua casa. Assim, vocês conseguem avaliar se uma viagem mais longa pode dar certo. Posso deixar minha hóspede sozinha? Só se ela quiser. Caso você a convide para sair e ela responda que prefere ficar em casa lendo, você deve desistir do passeio. A não ser que ela precise de algum tempo sozinha. Mas e se você for convidada para sair? Se é para sair com a turma, leve sua hóspede. Uma pessoa a mais não vai fazer diferença. Se você for convidada por uma amiga, avise que está com a hóspede e pergunte se pode levá-la. Caso um garoto convide você para sair, pergunte se ele pode levar um amigo para fazer companhia à sua hóspede. Se em qualquer um desses casos alguém disser que não pode levar sua amiga (por exemplo, um amigo só tem mais um ingresso para o show), você deve desistir e permanecer com ela. Afinal, você não a convidou para largá-la em casa. Foi porque aprecia sua companhia e queria passar um tempo com ela. Seria extremamente grosseiro, da sua parte, sair e deixá-la agüentando as histórias da sua avó. O que fazer se sua amiga quebrar ou sujar algo? Procure lidar com a situação de forma leve, natural. Acidentes acontecem, lembra-se? Não faça nem diga algo que possa fazê-la se sentir pior do que - provavelmente - já está se sentindo. Ao contrário, faça o que puder para que sua hóspede se sinta melhor. Diga que o objeto quebrado não tem importância (mesmo que tenha), ajude-a a limpar a bagunça e conte você mesma a seus pais - embora não precise dizer que a culpa foi sua. E se ela se oferecer para pagar o prejuízo? Normalmente, as pessoas se oferecem para pagar, como forma de dizerem que sentem muito. Mas não esperam que você aceite. Em todo caso, pergunte a opinião de seus pais antes de dar uma resposta. (p. 74) Você está na casa dos outros Se você já leu o item anterior, como ser uma boa anfitriã, já tem uma idéia de como se comportar enquanto hóspede. Procure conhecer todos aqueles itens: horário o que fazer em cada situação que lugares (ou pessoas) evitar se pode ajudar em alguma coisa horário em que sua anfitriã tem tarefas predeterminadas, entre outros Pergunte à sua amiga se você deve saber de mais alguma coisa. O que fazer se tiver sede Se você estiver apenas visitando uma amiga, deve pedir-lhe um copo de água. Caso esteja passando uns dias com ela, é melhor você mesma pegar, pois pode ser um pouco chato para ela ficar servindo você todo o tempo. Contudo, para abrir uma garrafa de refrigerante ou de suco, é sempre bom perguntar se pode. A resposta provavelmente será "sim". Mas nunca se sabe, o refrigerante diet pode ser daquela irmã que está sempre em dieta ... E quanto à fome? Mais uma vez, há diferenças entre uma visita e uma permanência mais prolongada. Se você está passando uns dias com sua amiga, diga-lhe que está com aquela fominha fora de hora e pergunte se vocês não podem arrumar algo para comer. (p. 75) Agora, se você apareceu para uma "visitinha", mas não foi convidada para almoçar ou jantar, é um pouco estranho chegar à casa dos outros e pedir comida, a não ser que você seja muito amiga da pessoa. Mesmo nesses casos, existem algumas dicas: - evite aquela brincadeira do "Vamos dar um pulo na padaria?", e quando lhe perguntam por quê, você diz: "Para ver se lá eu encontro algo para comer!". - não ataque a geladeira sem perguntar - não apenas porque demonstra falta de educação mas porque você pode pegar algum ingrediente cujo uso está planejado pela dona da casa. - não pergunte simplesmente: "há algo para eu comer?"; isso coloca um problema para a dona da casa: ela tem de pensar em fazer algo para você. Depois que você manifestou a "fominha" à sua amiga, pergunte-lhe se tem alguma banana ou uma maçã, ou então um pãozinho com margarina, coisas simples que não criarão nenhum embaraço. (p. 76) O que fazer se você quebrou ou sujou algo Em primeiro lugar, assuma a culpa (se realmente foi sua) e desculpe-se. Se o estrago foi grande, desculpe-se muito. A sua franqueza e coragem irão sensibilizar a pessoa que teve o objeto (ou o que for) estragado. Não tente tirar o corpo fora, porque isso irrita as pessoas. "Puxa, nem sei o que aconteceu! Ouvi um barulho e, quando entrei na sala, o vaso estava no chão! Deve ter sido o vento! Ou um espírito!" Enfim, desculpe-se, mas não se alongue muito no assunto. Primeiro, porque o melhor a fazer é começar a arrumar a bagunça. Segundo, porque um excesso de desculpas pode constranger sua anfitriã. Você deve se oferecer para pagar algo que quebrou? É complicado, porque algumas pessoas podem aceitar, embora a maioria, provavelmente, recuse. Mas, se aceitarem, você terá de pagar. Talvez o melhor a fazer, nesse sentido, seja dizer algo como: "O que eu posso fazer para consertar/substituir o que estraguei?". Isso dá margem a várias interpretações, mas pelo menos deixa claro que você não está fugindo à sua responsabilidade. Fazendo refeições na casa dos outros Que tal ajudar? Mostra boa educação perguntar: "Posso ajudar em alguma coisa?", porque indica que você não está apenas esperando ser servida. Se você não sabe o que lhe foi servido, é falta de educação perguntar? Depende. Demonstra falta de educação uma pergunta do tipo "que gororoba é esta?". Em vez disso, olhe para o prato, cheire e comente: "Hummm, que delícia, é frango?" (escolha bem o seu "chute" para não ofender quem preparou a comida; tudo bem com frango, peixe e alimentos "normais", mas se você disser "miolo", "língua", "miúdos" pode até constranger a dona da casa). Se a resposta da anfitriã lhe tirar o apetite, pode inventar uma mentirinha: (p. 77) -- Hummm, que cheiroso... o que é, frango?(esta é você). -- Lula com pimenta mexicana. -- Ah, meu Deus... que pena, tenho alergia a lula... fico coberta de manchas vermelhas e desmaio! -- Puxa, eu não sabia... (diz a dona da casa). -- Ah, que pena... o prato está lindo! (você diz para compensar). Isso se você, como eu, não gostar de lula. Não tenha preconceitos, não rejeite um prato só porque é estranho ou exótico. Experimente antes de dizer que não gosta. Do contrário, você pode estar se negando o prazer de conhecer algo delicioso. E se você for mesmo alérgica a certos tipos de alimento? É uma boa idéia avisar seus anfitriões, se tiver a oportunidade: -- Oi, Júlia, quer almoçar em casa no sábado? Minha mãe vai fazer um bobó de camarão... (esta é sua amiga). Você é alérgica a camarão. Deve avisá-la. -- Puxa, obrigada, eu quero ir, sim, mas não posso com camarão. Sou alérgica. Então você pode ouvir duas respostas: -- Que pena... bom, fica para a próxima! (Perdeu a boquinha.) Ou então: -- Ah, que pena... bom, nós preparamos outra coisa para você. Outra situação: você é vegetariana -- Oi, Júlia, quer jantar em casa hoje? -- Claro, se não for um problema... (esta é você). Como você sabe, eu sou vegetariana. -- Ah, é verdade. (A pessoa que a convidou pode ficar em dúvida sobre o que fazer e completar com) Mas o que você come? -- Eu fico na saladinha. Você está fazendo regime A situação é a mesma. Se convidarem você para comer enquanto está fazendo regime, deve responder: -- Puxa, bem que eu gostaria, mas estou de regime... Acho que não vai dar. (p. 78) Se quiserem mesmo assim que você vá, fique à vontade para recusar alimentos que violariam sua dieta. Mas esteja preparada: certos pais e irmãos engraçadinhos adoram ficar oferecendo bolos, tortas e refrigerantes para garotas que fazem regime. E ainda dizem: "mas você está ótima", "se emagrecer mais, desaparece", etc. Portanto, se aceitar, esteja preparada para essas "brincadeiras". Tudo bem repetir? Claro, desde que deixe comida para os outros. Quem cozinhou vai adorar saber que você gostou tanto que quer mais. Você deve ajudar a tirar a mesa? Depende. Algumas pessoas não gostam que os convidados "trabalhem". Outras pessoas não se incomodam ou até mesmo apreciam uma "mãozinha". Ofereça ajuda. Usando o banheiro Às vezes, pode ser um pesadelo usar o banheiro na casa dos outros. Mas, como não há jeito, vamos ver o que fazer. Estou numa situação em que vou fazer barulho. Muito barulho. O que eu faço? Barulho. O que mais você pode fazer? Simplesmente faça, digamos, o trabalho sujo, dê a descarga, lave as mãos e volte para a companhia dos outros. Ninguém vai dizer nada. Todo mundo vai ao banheiro. Todo mundo tem gases de vez em quando. Mas você sempre pode encontrar aquele peste de irmãozinho da sua amiga, que vai dizer, só para deixar você vermelha: "Soltou uma bomba lá dentro, hem?". Caso isso aconteça, sorria e esqueça. Esticar o assunto só tornará a situação pior. A descarga não funciona Problemão, hem? Você usou o banheiro e a descarga não funcionou. Esta é uma situação bem delicada. Algumas descargas precisam ter sua caixa completamente cheia de água para funcionar bem. Espere um pouco e tente de novo. Se o aparelho estiver mesmo quebrado, você tem algumas alternativas. Geralmente, os banheiros tem escova de vaso (atrás do vaso ou ao lado). Pegue a escova e tente empurrar a "encomenda" para dentro do cano, só para tirá-la de vista. (p. 79) Se não houver escova, pegue algumas folhas de papel (poucas para não entupir o vaso) e jogue por cima da encomenda, para disfarçar. Depois, pergunte à sua amiga se ela sabia do defeito da descarga, e peça para ela ajudá-la. Lavei as mãos. Agora a torneira não fecha! Não há o que fazer, peça ajuda a alguém da casa. Em todos os casos acima, não há motivos para se envergonhar. Primeiro, todo mundo usa banheiros. Portanto, todo mundo sabe o que acontece lá dentro. Depois, se alguma coisa está quebrada, não é culpa sua. E, se foi você que quebrou, reveja nossos itens sobre o que fazer quando quebrar algo na casa dos outros. Deixei o banheiro cheirando pior que a um estábulo. O que eu faço? Isso não é um grande pecado, porque o cocô de ninguém cheira a flores. Então, não se preocupe com isso. A melhor maneira de evitar empestar o banheiro de alguém é fechar a tampa da bacia e dar a descarga assim que terminar. Você pode também abrir uma janela e agitar o ar com uma toalha. (Se não estiver chovendo. As pessoas preferem o banheiro malcheiroso a inundado.) (p. 80) Você pode encontrar, no toalete, um desses purificadores de ar em aerossol, ou uma caixa de fósforos. Risque um fósforo e os odores do banheiro sumirão instantaneamente. Se nenhuma das alternativas acima estiver disponível, esqueça. Não há por que ficar paranóica a esse respeito. Deve-se sempre baixar a tampa do assento? Sim. Mesmo que você a tenha encontrado levantada. Provavelmente alguém esqueceu. Dormindo fora Você vai passar a noite na casa de uma amiga e tem algumas dúvidas. Confira abaixo. Costumo tomar o café da manhã de pijama (ou camisola). Posso fazer o mesmo na casa dos outros? Depende. Bons hóspedes comportam-se como os anfitriões. Lembre-se do ditado: Em Roma, como os romanos. Se as pessoas da casa tomam o café da manhã com roupas de dormir, tudo bem. Caso contrário, o melhor é você lavar o rosto e se vestir (de qualquer modo, lave o rosto, pois ninguém quer ver suas remelas). Lembre-se sempre: o bom senso é a melhor coisa. Ainda que todos na casa estejam à mesa de manhã em trajes de dormir, isso não quer dizer que você possa comparecer com sua camisolinha sexy ou usando um short-doll. Mesmo que sua amiga ande pela casa dela de calcinha e camiseta, isso não quer dizer que você possa fazer o mesmo. Se ela tiver irmãos, eles vão gostar, com certeza. Mas o pai dela vai ficar constrangido, e a mãe, contrariada. Portanto, quando for dormir fora, lembre-se de levar um pijama ou uma camisola discreta. Agora, se você dorme, digamos, com pouca roupa, leve um penhoar ou roupão, para quando precisar ir ao banheiro ou à cozinha de noite. (p. 81) Esqueci a escova de dentes! Posso usar a de alguém? De jeito nenhum! Isso é nojento, anti-higiênico e... grosseiro. Você pode perguntar à sua anfitriã se ela tem alguma escova sem uso. Certas pessoas costumam ter, especialmente quando estão acostumadas a receber hóspedes. Se ela não tiver, passe a pasta de dentes com o dedo e compre uma escova o quanto antes. Posso ir dormir antes dos anfitriões? Claro. Se você está com sono. Vá dormir. Agora, não passe o dia dormindo. Isso seria indelicado. Eu manchei o lençol. O que eu faço? Menstruação e outros acidentes podem deixar manchas no lençol (além de cheiro característico). Tire a roupa de cama, deixe o colchão arejando e pergunte à sua amiga se você pode lavar os lençóis. Provavelmente ela vai lhe dizer para não se incomodar. Mas é sempre bom se oferecer. Também, não fique muito constrangida. Isso acontece. Minha amiga quer fazer algo que meus pais não permitiriam. O que fazer? Se você não tem vontade de fazê-lo, simplesmente diga que não quer. Agora, se você quer, prepare-se para a bronca. Porque, mais cedo ou mais tarde, seus pais saberão - os pais de sua amiga eventualmente comentarão com eles: "Ah, a Julinha tomou vinho conosco no jantar e ficou tontinha!". E, se seus pais não permitem que você beba... (p. 82) O fato de os pais de sua amiga permitirem que ela beba, por exemplo, vinho no jantar, não quer dizer que eles sejam pais "irresponsáveis". Pode ser, simplesmente, costume, como é em muitas famílias de origem européia. Isso significa que sua amiga está acostumada a um copo de vinho no jantar (junto com os pais), mas você pode não estar. Assim, os efeitos do álcool podem ser assustadores em você. Permanências prolongadas Você pode ser convidada a passar um feriado, ou um período mais longo, com a família de sua amiga. Saiba o que fazer. Presentes? É uma boa idéia levar alguma coisa para os anfitriões, embora não seja obrigatório. Um buquê de flores, uma caixa de chocolate; coisinhas assim, para mostrar sua gratidão, são simpáticas. Devo levar alguma coisa para me manter ocupada, como um livro ou uma revista? Sim, isso pode ser útil, pois haverá horas em que seus anfitriões não estarão dispostos a lhe fazer companhia - no bom sentido, não que estejam cheios de você, mas podem estar simplesmente cansados. Assim, eles ficarão mais à vontade sabendo que você tem o que fazer. Mas é bom saber que você só deve se pôr a ler (ou a jogar aquele game boy) quando seus anfitriões realmente estiverem querendo fazer algo que não a envolva. Porque seria mal-educado da sua parte se isolar num canto quando as pessoas estão dispostas a jogar, sair para passear, etc. Não estou com fome na hora da refeição. Sou obrigada a comer? Você deve se sentar com os outros e tentar comer alguma coisa. Caso contrário, ficará com fome mais tarde. Então vai pedir um lanche e não terá fome na próxima refeição também. A boa hóspede encaixa-se nos hábitos dos anfitriões. (p. 83) Devo fazer tudo o que meus anfitriões fazem? Depende. Tudo o que envolve sair de casa, sim, porque eles podem não querer deixá-la sozinha na casa. Se você empacar e não quiser ir, eles provavelmente também não irão. E é uma terrível falta de educação atrapalhar os planos dos outros. Por outro lado, se o programa inclui algo que você não pode mesmo fazer, ou lhe causa verdadeiro pânico (por exemplo, nadar, andar a cavalo ou de barco, etc.), explique a seus anfitriões seu problema. De qualquer forma, diga que quer ir junto e olhar. Em outras situações, que você simplesmente pode achar muito chatas, como ir à missa ou ao supermercado, você não tem como escapar - a não ser que sua religião realmente não permita assistir a outros cultos. Não tente usar essa desculpa ("minha religião não permite") se não for verdade. Além de ser uma mentira grosseira (brincar com a fé dos outros), você vai encarar uma bateria de perguntas sobre sua religião e provavelmente não estará preparada para responder. Atividades que não envolvem sair de casa Estas são mais fáceis de recusar. Mas depende da sua atitude. Na realidade, você deve fazer um "esforcinho" para participar. Mas, se for algo que realmente não a atraia (como um jogo de mímica), pode dizer um "não, obrigada", e ficar vendo tevê, ou lendo um livro, fazendo palavras cruzadas, ou então vá para o quarto dormir - o que é uma boa oportunidade para dizer "obrigada, mas estou tão cansada que vou aproveitar para dormir um pouco". Só não fique ao redor deles suspirando e mostrando-se entediada, nem fazendo tudo para estragar o jogo deles (como piadas sobre o mímico da vez ou tentando adivinhar qual é a mensagem sem estar participando do jogo!). Posso sugerir alguma atividade? Sugerir, pode. Só não pode é ficar insistindo ou fazendo bico se a sua sugestão não for aceita. Por exemplo, você sugere a ida ao cinema, mas a mãe da sua amiga acha que "o dia está lindo" e manda vocês para a piscina do prédio. Dali a pouco começa a chover, e você fica, no apartamento, repetindo: "Se estivéssemos no cinema, a chuva não atrapalharia..." Mesmo ao sugerir, faça-o com educação. (p. 84) SIM Vocês têm alguma idéia para amanhã? Alguém gostaria de ver o novo filme que estreou? NÃO Vamos ao cinema amanhã? Vamos, vai! Ah, vamos, vai, estreou um filme com o Leonardo DiCaprio! É muito importante aprender a sugerir algo, e não forçar a barra. Assim, as pessoas não vão fazer o menor esforço para ajudá-la. Por outro lado, se você sugerir algo com delicadeza e educação, pode fazer com que tentem agradá-la, mesmo que não tivessem a intenção, a princípio, de fazer o que você sugeriu. Se eu for ao shopping com a família da minha amiga, posso pedir ao pai dela para me comprar algo? Claro que não! Ele já está sendo muito gentil em hospedar você e levá-la para passear. Ele não tem nenhuma obrigação de lhe comprar coisas. Também não vale dar dicas do tipo: "Puxa, olha que tênis lindo! Que pena que eu não trouxe dinheiro!". O que devo fazer em meu último dia? Ofereça-se para levar para casa roupas de cama e banho que você usou, para lavar. Veja se não está deixando nenhuma bagunça. E, mais uma vez, agradeça a paciência e o carinho que tiveram com você. (p. 86) ESCOLA A importância da escola A escola pode lhe ser muito útil ou não, e isso depende, principalmente de você. É importante que tenha o prazer de aprender. Isso só irá ajudá-la ao longo da vida, pois estamos o tempo todo aprendendo. Assim, esforce-se para fazer a escola valer a pena. Lembre-se, também, de que é na escola que você vai desenvolver grande parte da sua vida social (se não toda). Nela você arruma amigas(os) e namorado(s) e passa boa parte do seu dia. "Para que eu vou precisar disso na minha vida?" Essa é uma pergunta que toda pessoa vive repetindo enquanto está na escola. Depois, quando sai, começa a se perguntar: "Por que não aproveitei melhor o meu tempo de estudo?". A verdade é que muitas coisas que você acha inúteis mais tarde se revelarão úteis. Isso é um pouco difícil de aceitar agora, mas lembre-se do seguinte: não desperdice seu tempo, seja nesta fase da vida ou em qualquer outra. Já que você está indo mesmo para a escola, aproveite! Envolva-se no aprendizado Não se limite a fazer, mecanicamente, as tarefas que seus professores lhe passam. Aumente seus conhecimentos; leia revistas como Superinteressante e Ciência, assista a documentários na TV. Queira saber sempre mais. Vamos dizer que você assistiu a um filme como Titanic e adorou. Procure saber mais sobre o assunto e a época em que a tragédia aconteceu. Pergunte a seu professor de História como era o mundo naquele tempo (1912); peça ao professor de Física que explique como um navio flutua, e por que o Titanic afundou. Peça sugestões de leitura. É assim que o aprendizado torna-se dinâmico e instigante. Algumas matérias não têm uma utilidade muito evidente. É como eu disse, só mais tarde você vai entender por que teve de estudar aquilo. De outras disciplinas você nunca vai compreender a utilidade, por serem muito sutis ou, mesmo, totalmente inúteis. Mas é bom que você saiba por que tem de estudar: (p. 87) Português Aprenda sua língua. Leia muito. Livros, jornais, revistas... (Aliás, se você está lendo este livro, já me dá algumas esperanças...) Qualquer que seja a profissão ou o caminho que você escolher, a língua portuguesa lhe será útil - muito útil. Conhecendo bem sua língua materna, você compreenderá melhor o mundo e as pessoas (evitando ser "enrolada") e se expressará melhor - saberá expor suas opiniões e até fazer com que sejam aceitas. Matemática e Física Desenvolvem seu raciocínio lógico, o que também é útil em qualquer profissão ou na vida pessoal. É claro que nem tudo em Física e Matemática pode parecer útil, mas a utilidade às vezes é indireta, não se percebe imediatamente. Biologia (ou Ciências) Depende de como é ensinada. Pode lhe trazer informações importantíssimas sobre você, seu corpo e sua saúde, sobre o planeta (nossa boa e velha Terra) e os seres que nele vivem. Língua estrangeira Aprender uma ou mais línguas estrangeiras tem diversas vantagens. As duas maiores são: Melhora (muito) as chances de conseguir um bom emprego. Amplia seus horizontes culturais. Aprender línguas é uma forma de "viajar" para outros países e conhecer muitas pessoas. Além disso, permite que você entenda letras de música e leia livros que não existem em português. Isso é útil na sua vida profissional e também na pessoal, pois lhe enriquece o espírito. (p. 88) Inglês A língua inglesa deveria ser sua primeira escolha. Trata-se de uma das línguas mais fáceis de se aprender e é amplamente usada no mundo atualmente, como se fosse uma língua internacional. Além disso, sendo a língua mais usada na Internet, o aprendizado do inglês facilitará suas pesquisas e comunicação on line. Espanhol Espanhol também é uma boa escolha. É uma língua bastante difundida no mundo e, para nós, brasileiros, tem a vantagem adicional de ser o idioma de nossos parceiros do Mercosul. Com a consolidação desse mercado comum do Cone Sul (o sul da América do Sul), é cada vez maior a procura por profissionais que falem espanhol. Como aprender Língua estrangeira normalmente faz parte dos currículos de lº e 2º graus. Contudo, o ensino costuma ser deficiente. Sabendo disso, aplique-se. Estude muito e vá além do que a professora (ou professor) ensina em sala de aula. Se for possível, entre numa escola especializada. Existem muitas, principalmente nas grandes cidades. Procure se informar com pessoas que já fizeram cursos de língua estrangeira para saber quais são as melhores e mais confiáveis. Outra opção, para reforçar o curso escolar, é utilizar esses cursos vendidos em bancas de jornal. Mas não adianta só comprar, é preciso força de vontade para realmente estudar e aprender. (p. 89) Informática Não são todas as escolas que têm informática em seu currículo, mas o número cresce a cada ano. Os governos federal, estadual e de muitos municípios já começaram a implantação de aulas de informática em suas escolas. Mas o processo todo pode demorar. De qualquer forma, saiba que é obrigatório, hoje, conhecer informática. Uma opção - que nem sempre é a melhor - são as escolas especializadas. Digo isso porque elas podem ser caras e nem sempre são boas. Se você tiver acesso a um micro - do seu pai, da escola ou de algum amigo -, pode aprender praticando, aproveitando os ensinamentos dos conhecidos e usando algum livro, vídeo ou CD-ROM sobre computadores. Os maiores jornais do Brasil já têm cadernos especiais sobre informática. Você pode escrever ao jornal da sua cidade pedindo dicas sobre os melhores livros (ou vídeos) para iniciantes. Não vou indicar nenhum aqui porque todos os meses surgem novidades, e minhas dicas seriam rapidamente ultrapassadas. Não vou comentar todas as disciplinas de 1º e 2º graus, mas cada uma pode ter sua utilidade, ainda que indireta e não percebida de imediato. (p. 90) Trabalho Parabéns! Então você decidiu arrumar emprego! Esse é o primeiro passo para sua independência real. Aprender a trabalhar é mais um passo no seu processo de amadurecer e se tornar adulta. E o que significa aprender a trabalhar? Algumas coisinhas, entre elas: Assumir responsabilidades. Relacionar-se com pessoas fora do meio familiar. Algumas delas estarão numa posição hierarquicamente superior à sua (ou seja, mandarão em você), outras, em posição inferior (poucas ou nenhuma, já que é seu primeiro emprego). Trabalhar em grupo. As suas tarefas fazem parte de um conjunto maior de tarefas, sendo que todas estão relacionadas. O que você faz depende dos outros e eles dependem do seu trabalho. Isso nos leva ao primeiro item: responsabilidade - um não pode deixar o outro na mão. Procurando emprego Muito bem, você decidiu que quer trabalhar. Existem algumas coisas que, se você souber, lhe facilitarão a vida. Você sabe o que quer fazer profissionalmente? Sabe qual carreira pretende seguir quando adulta? Ainda que não saiba com precisão (e provavelmente não sabe), tente encontrar uma área. Por exemplo, você está procurando emprego de auxiliar de escritório. Mas já sabe que quer ser médica. Ou, pelo menos, sabe que quer trabalhar na área de saúde (enfermeira, dentista, laboratorista, etc.). Portanto, é melhor que você seja auxiliar de escritório em um hospital, laboratório ou ambientes afins. Isso porque (decore o princípio a seguir): "Muitas coisas na vida dependem de quem você conhece." Trabalhando num ambiente relacionado com a carreira que talvez siga, você já estará fazendo contatos, ou seja, conhecendo pessoas que poderão lhe ajudar no futuro. (p. 91) O currículo Para começar, você deve elaborar um currículo. Se você for trabalhar com parentes, ou com algum amigo da família, o currículo não será necessário. Empresas geralmente o solicitam. Pode ser difícil pensar em elaborar um currículo quando se tem pouca idade e (quase) nenhuma experiência. Mas você pode seguir a estrutura abaixo: CURRICULUM VITAE 1. Dados pessoais 1.1. Nome completo. 1.2. Endereço e telefone para contato. 1.3. Idade. 2. Formação 2.1. Escolas em que você estudou (e estuda) 1º e 2º graus. 2.2. Outros cursos: cursos de línguas (indique se seu nível é básico, intermediário ou avançado), computação, etc. 3. Experiência profissional Alguma? Escreva aqui. 4. Outras informações a seu respeito Aproveite para dar aquelas informações a seu respeito que são um pouco "informais". Tire vantagem deste item, pois, se você não tem experiência nenhuma, este é um bom local para realçar suas qualidades. Por exemplo, aqui você pode falar que morou um ano nos Estados Unidos ou que trabalhou na produção de peças de teatro na escola (isto pode parecer bobo, mas mostra que você tem iniciativa e é organizada). Enfim, pense um pouco sobre o que você já fez e o que faz bem. Escreva aqui. Se estiver difícil achar qualidades em você mesma, pergunte à sua mãe ou à sua melhor amiga. Elas vêem qualidades em você. (p. 92) Escreva seu currículo de preferência num computador. Apresentação conta, e muito. Depois imprima e leia cuidadosamente, para ver se não há erros. Peça para mais alguém ler. Depois corrija os erros e imprima novamente, em papel de boa qualidade e limpo. Seu currículo está pronto. A entrevista Se você for chamada para uma entrevista, anime-se. Isso quer dizer que seu currículo foi selecionado entre muitos outros. Quando comparecer à empresa para a entrevista, procure seguir estas dicas: Vista-se bem e com discrição. Não exagere na maquiagem ou em acessórios. Lembre-se: você não está indo a uma festa. Não use uma roupa sexy. Aparência conta, mas você quer parecer eficiente, e não que está procurando namorado. Chegue ao local da entrevista alguns minutos antes do horário marcado. Nem pense em chegar atrasada. Isso é terrível, porque quem estiver fazendo a entrevista pode pensar que, se você não se esforça para chegar no horário quando lhe interessa (porque você quer o emprego), não chegará no horário quando não lhe interessar (ou seja, quando você já conseguiu o emprego). Seja bem-educada e agradável com todo mundo que você encontrar, desde o porteiro até o entrevistador. Se uma secretária comentar que você foi mal-educada (normalmente depois que você sair), o entrevistador ficará com má impressão de você, o que acaba com suas chances. Isso porque ele sabe que todo mundo procura ser agradável nas entrevistas, e irá pensar que sua indelicadeza com a secretária mostra sua verdadeira face. Ao encontrar o entrevistador, levante-se e cumprimente-o, apertando-lhe a mão com firmeza. Mostre entusiasmo (mas não fale demais!). Espere que ele a convide a se sentar. (p. 93) Não coloque sua bolsa (ou outros objetos) sobre a mesa dele. Se quiser lhe mostrar algo, diga o que é ("tenho estas cartas de recomendação...") e passe diretamente às mãos dele. Não fique juntando coisas sobre a mesa sem explicações. O entrevistador dirige a entrevista. Ouça-o atentamente (não é hora de reparar em roupa, decoração, etc.). Não o interrompa com comentários ou perguntas. Você vai ter sua hora de falar. Ao responder às perguntas, faça-o com a voz firme (treine em casa), olhando-o nos olhos. Não fale muito baixo nem muito alto. Não demonstre timidez. (p. 94) Eventualmente, ele vai lhe perguntar se você tem dúvidas. Esta é a hora de perguntar. Mas cuidado, fale a respeito do trabalho e da empresa. Guarde as questões a respeito de salário, horário de trabalho, férias e benefícios para o fim da entrevista. Se o entrevistador receber um telefonema, ou se alguém entrar na sala para falar com ele, finja que não ouve a conversa. Finja ler alguma coisa ou então procure algo na sua bolsa. Ele vai preferir contratar alguém que não seja xereta! É o entrevistador quem decide quando a entrevista termina. Você vai perceber as dicas. Ele vai dizer algo como: "Bom, obrigado por ter vindo", "tenho de entrevistar outras pessoas", "vamos entrar em contato com você...". Caso ele não tenha falado "naqueles" assuntos - salário, horário, etc. -, você pode dizer: "só mais uma dúvida...", e pergunte o que deseja saber. Trabalhando Reflita sobre mais este princípio: "Faça tudo bem e seja agradável". Não é difícil ser uma boa profissional. Faça aquilo que lhe pedem, com capricho, no prazo, e seja simpática. Esteja disposta, sempre, a aprender. Não dê respostas espertinhas a seus colegas e chefes (como aquelas que você dá a seus irmãos). Se for uma pessoa agradável no seu ambiente de trabalho, todos irão querê-la por perto. E todos estarão dispostos a lhe ajudar, quando você precisar. Bem, isso não é exatamente verdade. Nem todos vão querer lhe ajudar, porque nem todas as pessoas são agradáveis (como você está se esforçando para ser). Mas são essas que ficarão para trás. (p. 95) "Não discorde de seu chefe." Com o tempo, você aprende a fazer seu trabalho. (E bem, espero.) Aí, chega seu chefe e lhe manda fazer algo que, você sabe, não vai dar certo. Ou que não é a melhor forma de resolver um assunto. Não diga a seu chefe que ele está errado. Se ele ocupa a cadeira de chefe, talvez tenha merecido chegar lá e não seja uma besta completa. Faça o serviço do jeito que ele pediu e apresente uma alternativa, do jeito que você acha melhor. Da mesma forma que com seus pais, não adianta trombar de frente com seu chefe, ou com qualquer pessoa. Quando os conflitos surgem, você deve procurar evitar a confrontação. Procure encontrar uma saída que agrade aos dois lados. Melhor ainda: discuta com a outra pessoa a melhor resolução para o conflito, para que, juntas, vocês consigam encontrar uma solução. Pra terminar Eu estou com pouco mais de trinta anos (em 1998), e procurei fazer esta obra com informações e dicas que me fizeram falta quando tinha a sua idade. Posso dizer que gostaria de ter lido um livro como este quando era adolescente. É muito chato enfrentar certas situações sem saber o que fazer. Por outro lado, é impossível estar preparado para tudo. Mas existem coisas legais na vida, que são as surpresas. As boas surpresas. O conteúdo deste livro foi pensado de modo que servisse de instrumento para você se orientar em diferentes ocasiões. Para terminar, gostaria que você refletisse sobre respeito. Em qualquer relacionamento, esse é um ingrediente indispensável a todos os envolvidos. E "relacionar-se" é o que nós mais fazemos durante a vida. Por isso, respeite seus pais, irmãos, amigas e amigos, professores, colegas e namorado; respeite sua cidade, seu país e o planeta Terra; principalmente, e acima de tudo, respeite você mesma, seu corpo e sua inteligência. FIM